O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 19
Algo para falar


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Espero que gostem do capítulo, este é um dedicado a Carol que ama o casal Mark e Jilian e então criou o shipp "Milian" e como eu os amo também, e aproveitando que Carlos Daniel está viajando, hoje o foco foi Jilian/Mark e Paola/Douglas. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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"Comunicação. É a primeira coisa que realmente aprendemos na nossa vida. O engraçado é que, depois que crescemos, aprendemos as palavras e realmente começamos a falar, fica mais difícil saber o que dizer. Ou como pedir aquilo que realmente precisamos.

[…]

 

Jilian...

— Paulina? - A chamo que estava já adormecida em sua cama, fico parada ali em frente a sua porta a observando dormir, ela acorda logo em seguida e com os olhos cerrados ela olha para mim.

— Jilian? - Ela pergunta, eu não respondo nada, e Paulina se arruma na cama e logo me chama para deitar com ela. - Vem, deita aqui. - Vou até sua cama e me ajeito para dormir, coloco o cobertor sobre meu corpo e assim adormeço.

No dia seguinte quando acordamos ficamos sentadas em sua cama Paulina disse que Carlos Daniel havia pedido ela em namoro.

— O que você respondeu? - Pergunto.

— Que sim, isso não deve ser ruim ne? Um namoro...

— Eu e Mark terminamos.

— Por que?

— Ele descobriu que estou grávida. - Respondo e Paulina olha para mim sem responder nada, respiro fundo e ela pega em meu braço.

— Liga para ele. - Ela responde. - Não desiste dele assim.

— Não. Não vou coloca-lo nessa posição, ele tem 22 anos também não merece isso. - Respondo e Paulina se apoia deitando em meu ombro, ficamos por longos minutos na cama com ela deitada firmando sua mão na minha.

Após sairmos do quarto, Paulina decidiu ir comigo visitar minha tia Rosie pois Carlos Daniel voltou para Nova York e nossa vida não tinha mais tanta graça, tudo estava mudando e eu sentia falta de Mark, o que era um problema eu me apaixonei tão rápido por ele. No táxi Paulina não parava de falar de Carlos Daniel, eu concordava com "Uhum".

— Se ele quer namorar comigo, isso não deveria ser um problema não é? - Uhum.

— E se ele depois pedir para morarmos juntos? Eu não sei se estou preparada para isso, na verdade nem sei se estou preparada para namorar.

— Uhum. - Conheci a irmã dele ontem, Valentina, achei que ele havia transado com ela. Mas, era só a irmã. Será que ela me achou idiota? Ou jovem demais para ele?

— Se ela pensa assim é idiota.

— Mas, eu não tiraria a razão dela, agi como tal.

— Então você é a idiota.

— Uhum. - Dessa vez Paulina respondeu, pagamos o táxi logo em seguida e saltamos para fora subindo uns degraus e entrando na casa de repouso, encontrei Marta que cuidava da minha tia e apresentei Paulina a ela que achou melhor ficar na biblioteca enquanto eu falava com minha tia Rosie - Marta quem havia pedido - caminhei até minha tia que estava sentada de frente para a grande janela que tinha a vista dos outros idosos lá fora. Me aproximei de minha tia toda animada para falar com ela.

— Tia? - Pergunto e ela me olha como quem nunca tivesse falado comigo na vida.

— Ah, a menina que me visita. Sente-se. - Lembrou-se de mim então, mas não quem eu era. Marta ficou ao meu lado por um tempo e logo saiu nos deixando a sós. - Cadê ele? Você o viu? - Minha tia pergunta aflita.

— Ele quem Rosie?

— Alex. Você não o viu?

— Não. Quem é Alex?

— O meu namorado. Estamos apaixonados. - Minha tia responde, abaixo minha cabeça triste por aquilo, ela antes de ser diagnosticada com Alzheimer sempre fora pelo meu tio Edmundo que parece nem mais existir em suas lembranças.

— Tia, a senhora não tem namorado. - Digo a ela que olha nervosa para mim.

— Tenho sim, é o Alex. Cadê o Alex?

— Tia, olhe para mim, se acalme por favor. - Ela começava a ficar agitada na cadeira, me aproximei dela e segurei suas mãos, mas ela resistia e olhava para os lados procurando por Alex. - Olhe para mim, sou eu Jilian, Jilian Rose tia, você cuidou de mim por um tempo. Não tem nenhum Alex, a senhora é viúva tia. - Rosie me empurrou e eu acabei caindo ao chão, nessa mesma hora Paulina aparece na porta onde estávamos e vem ao meu encontro me ajudando a levantar.

— O que aconteceu? - Paulina pergunta. Me levanto e arrumo minha roupa.

— Rosie disse que tem um namorado e eu disse que não tinha e que ela era viúva.

— Não sou viúva, cadê o Alex? - Minha tia se levanta o procurando, Paulina segura em suas mãos com forças.

— Senhora, meu nome é Paulina Martins, eu vou procurar o Alex e traze-lo para a senhora, tudo bem? Espere um pouco, sente-se. - Paulina disse a ela e se sentou na mesma hora se sentindo mais calma, me aproximei de Paulina.

— Por que disse isso a ela? - Pergunto.

— Jilian, eu sei que é difícil mas sua tia tem alzheimer avançado, ficar fazendo isso não ajuda e nem traz sua lembrança de volta.

— Você não a conhece Paulina, não haja como se a conhecesse. - Respondo e vou direto para fora esperar por Paulina, que vem atrás de mim, na porta está Marta que dá um sorriso para mim, eu passo despercebida. Começo a andar e deixo Paulina para trás que desiste de ir atrás de mim.

Paola...

Na empresária o meu pai estava em reunião e iria sair por uma hora para almoçar com Douglas mas Ana ainda não havia chegado e eu não pude sair, Douglas esperou comigo ao balcão onde eu ficava atendendo telefones, a empresa estava sem ninguém por perto já que era hora de almoço.

O telefone nem tocava mais também, e eu estava morrendo de fome e Douglas foi buscar umas batatas para comermos, coberta de cheddar ok eu amo ainda mais.

— Obrigada amor. - Digo surpresa ao ver ainda as cocas, comi praticamente toda a batatas, Douglas se sentou ao meu lado para comer o resto da batata. Arrumei toda a papelada e logo Ana chegou suja de hot dog pediu desculpas pela demora e disse que eu poderia ir e demorar como ela. - Claro que os privilégios era por eu ser filha dos donos da empresa - Agradeci a ela e fomos. Passamos num bar ali perto e pedimos um x-burger recheado de cheddar (Ok, esse foi o meu lanche) enquanto o senhor preparava fui até o banheiro retocar a maquiagem, quando abri a porta Douglas estava ali em frente.

— Quanto tempo temos? - Ele pergunta, olho no celular.

— 40 minutos. - Respondo. - Por que? - Pergunto em seguida e dou um sorriso.

— 20 minutos não mata ninguém não é? - Ele pergunta, dou um sorriso e dou um selinho nele e vou até o espelho mais uma vez olhar meu cabelo.

— Não vou dizer que não quero transar com você. Mas, estou morrendo de fome agora e meu x-burger recheado de cheddar me espera, então... - Digo a ele e vou até a mesa.

— Não acredito. - Ele responde e me segue, nos sentamos novamente na mesa e eu tomo um pouco da coca e em seguida o moço nos traz o lanche. - Você come hein Paola. - Ele resmunga, abro o ketchup e recheio ainda mais o meu lanche, abro minha boca e dou uma mordida muito grande no x-burger. - Vai rolar daqui a pouco.

— Imagina, eu não engordo tão fácil.

— Você disse que engordou 3kgs. - Ele responde.

— Ai meu Deus, quer dizer que eu estou gorda? É ISSO O QUE VOCÊ QUER DIZER? - Grito para todos ouvirem, uns rapazes passam ao lado dele e eu largo o lanche "triste" Douglas começa a rir da minha cara, um dos rapazes pergunta se Douglas me incomodava. - Meu namorado me acha gorda. - Respondo e finjo estar chorando.

— Eu não acho você gorda. - Douglas responde e larga e o x-burguer e limpa sua boca me observando e logo o rapaz dá um passo a frente a nossa mesma. 

— Acha isso engraçado? Chamar a dama aqui de gorda? 

— Vou pedir para que vocês nos deem licença. - Douglas diz ao rapaz. 

— Moça vem almoçar conosco. Deixa esse babaca sozinho. 

— Vocês transariam comigo, mesmo eu comendo um x-burguer recheado de cheddar? - Pergunto novamente. 

— Claro que sim. A moça é gostosa, com todo o respeito ok moça? - Ele responde e um dos amigos ri e novamente Douglas dá uma risada. 

— Tá rindo do que irmão? 

— Não sou seu irmão. - Douglas responde e se levanta o rapaz dá um empurrão no Douglas, eu mordo mais uma vez o lanche e me levanto para interferir. 

— Tudo bem, obrigada rapazes agora vou me resolver com ele. - Respondo o rapaz tenta interferir ainda e me chama mais uma vez para ir com eles, recuso e novamente ele pede. - EU DISSE QUE NÃO. - Olho para trás e soco o nariz do rapaz, pego o meu lanche e Douglas dá risada da cara dele e me leva para fora do bar, deixando uma nota de $20 na mesa. 

Quando saímos ele me levou para o parque em frente a empresa para eu terminar meu lanche e pedi desculpas a ele e logo dei risada, ele suspirou fundo e chegou perto de mim, fechei meus olhos pronta para dar um beijo em Douglas, e ele pega o restante do meu lanche e começa a comer. 

— NÃO DOUGLAS.- Grito, ele morde e suja a boca de ketchup. 

— Eu quase apanhei no bar, o meu bar favorito. Gorda. - Ele brinca, eu dou risada e limpo seu rosto sujo e lambo meu dedo pelo ketchup. Quando voltamos a empresa, voltamos aos nossos departamentos e Jack Rivers me esperava ansioso na mesa ao lado de Ana, ele não saia de lá. 

Paulina...

Ao visitar Rosie hoje me deixou triste pela Jilian pois era a única parente viva que ela amava mas nem se lembrava da tia, e acho que por ter interferido magoou ainda mais Jilian, mas era preciso. 

Liguei para meu pai para saber se tinha como ele verificar com especialistas uma boa enfermeira para cuidar de Rosie no apartamento mas meu pai disse que não iria dar agora pois iria entrar em reunião, caminhei até o apartamento e ao chegar Jilian não estava deveria ter ido ao hospital para fazer mais exames do bebê. Jilian já estava com 8 semanas e 4 dias de gestação completando 1 mês! Não queria deixa-la sozinha já que perder Joe e agora Mark... 

Fui até a mineradora para conversar com Mark, não poderia deixar aquilo ocorrer e estava sendo intrometida também no relacionamento dos dois, mas além de tudo eu só queria defender Jilian que era e é minha melhor amiga. Ao chegar lá um dos rapazes o chamou e vinte minutos depois Mark apareceu, ele retirou o chapéu e o segurou de lado. 

— Está tudo bem? - Ele pergunta.

— Sim. Mark, eu sei que não é da minha conta, mas não acredito que você e Jilian terminaram porque ela está grávida. Ela não merece isso.

— E eu mereço? Ela está grávida de outro. 

— Você procurou saber de quem? Mark... Eu sei que não sou legal, mas eu me importo muito com a Jilian e gosto de você, por favor não me faça escolher... Porque eu escolheria ela, converse com Jilian. 

— Tenho que trabalhar Paulina. - Mark me responde e me deixa ali e volta a trabalhar. Saio de lá e peço táxi depois e vou até o apartamento novamente, assim que entro no apartamento, caminho até a cozinha e pego um copo d'água, olho em meu celular e há uma mensagem de Carlos Daniel que dizia para eu colocar no canal 56 ás 20h pela entrevista que ele iria dar, faltava apenas 5 minutos. 

— Paulina. - Jilian me chama, coloco o copo na pia e fico de frente para ela. - Me perdoe, é que... eu odeio ver minha tia daquele jeito, eu a adoro e saber que ela não se lembra de mim, ou de qualquer outra pessoa. Ela estava louca para ver quando eu engravidasse mesmo que não seja do jeito que ela sonhou, eu estou grávida e ela não está aqui comigo. Sei que queria me ajudar, então obrigada. - Ela me diz, eu respiro fundo e sabendo que deveria contar a ela... 

— Falei com Mark. 

— Você o que? - Ela pergunta nervosa. 

— Eu estava preocupada, tá? Eu não quero te ver assim. 

— Você não tinha que se meter. 

— Fale com ele Jilian. 

— Eu não vou falar Paulina, ele não me deixa falar, mandei mensagens e liguei. Ele me ignorou. 

— Vai desistir assim? 

Paola...

Ás 18h quando acabou nosso horário para ir embora, esperei Douglas no estacionamento, me despedi de meu pai e minha mãe e fiquei o celular até Douglas chegar, Jack se aproximou do carro. 

— Boa noite. Até amanhã. - Ele me disse e pegou as chaves do carro.

— Jack! - O chamo. - Pare de dar em cima de mim, eu tenho um namorado. 

— Eu sei, o Douglas Maldonado. 

— Isso, pare com isso por favor. Ele não vai gostar, eu o amo. 

— Mas, eu não fiz nada Paola. Só quero ser seu amigo. Então, até amanhã. - Ele responde e entra no carro, vejo Douglas de longe se aproximando para irmos embora, entrei no carro e logo ele entrou também, liguei a rádio e suspirei fundo. Douglas sorriu para mim e eu não me segurei e o ataquei no carro.

— O que está fazendo? - Ele pergunta.

— 5 minutos? - Pergunto, Douglas sorri e abri o zíper de sua calça e afasta o banco do carro.

Jilian...

— Eu o amo Paulina, por isso não vou deixa-lo preso a mim e ao meu bebe. 

— Eu vou ajudar. 

— Eu sei. Mas, queria que Mark soubesse... 

— Faça algo Jilian, eu sei que você é cabeça dura como eu, mas faça algo, seja ouvida. - Paulina me diz, me levanto e pego um casaco indo até a casa de Mark para falar com ele, mas seria muito óbvio. Ele deveria estar em casa aquela altura.

Ao chegar em sua casa, ele não estava ainda deveria estar chegando, fui até o mercado da esquina e comprei bilhetes e canetão, escrevi sobre os bilhetes dicas para ele me encontrar e coloquei por todo o seu quintal, estava ventando e eu com medo de dar errado, peguei uma vela da casa da vizinha da frente que vivia com velas acesas e coloquei-as em minha volta (não me perguntem como eu peguei as velas). 

Paulina...

Estava deitada ao sofá conversando no celular com Carlos Daniel quando Mark chegou e procurou por Jilian disse a ele que não estava, ele saiu de lá e foi na sorveteria onde ela poderia estar, até na livraria ele pediu as chaves e ela não estava. Quando finalmente desistiu disse que iria para sua casa...

Jilian...

— Onde você estava? - Pergunto quando o vejo chegar. - Não importa. Eu me sinto idiota fazendo tudo isso Mark, algo que eu aprendi ao longo desse mês que estive com você é que eu estou imensamente apaixonada por você! E o fato de estar grávida não diminui isso, eu não quero você para ser pai do meu filho, e nem vou pedir para você ficar. Mas, me escute porque... Mark, eu estou tão apaixonada por você que sinto falta do seu cheiro e do seu abraço, da sua voz. Eu tô viciada na sua voz. Puta merda, tem como viciar numa voz? Quero dizer, apenas por viciar, sem todo aquele blábláblá romântico? Não? Não mesmo? Tipo, de jeito nenhum? Porque eu estou e... - Mark se aproximou ainda mais de mim e deu um sorriso e me puxou para perto de seu corpo, ele cheirava a terra e eu nem estava ligando para aquilo, estava torcendo para ele não reparar que eu estava muito ofegante, mas era inevitável ele já abria espaço entre meus lábios cerrados com sua língua quente e macia, que logo adentrou em minha boca, ele virou um pouco o rosto e nossos lábios se encaixaram com perfeição.

— Entre, vamos conversar. - Mark respondeu. E eu não consegui disfarçar tamanha felicidade, que nossos dedos se entrelaçaram e nos sentamos a sala para finalmente conversar.

 

No final das contas, há algumas coisas que não dá para evitar de comentar. Algumas coisas que a gente não quer ouvir e algumas coisas que a gente fala porque não dá para segurar mais. Algumas coisas são mais do que você diz, elas são o que você faz. Algumas coisas você fala porque não há outra opção. Algumas coisas você guarda pra você mesmo. E, não raro, às vezes algumas coisas falam por si só.”

 

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenham gostado, por favor comentem. Obrigada.