Finalmente me deram alta, fiquei feliz, pois voltaria para casa e também para o colégio, mas por parte estou um pouco triste de ter que sair, vocês devem estar se perguntando, como pode essa garota ficar triste por ter que sair do hospital? Ela é louca? Não gente, eu só estou triste por ter acabado essa felicidade que eu tive poucos dias, uma felicidade passageira. Nesses dias mais que especiais para mim, pude receber o carinho de pessoas que eu nem imaginaria receber (o Nathaniel e principalmente o Castiel), mesmo com aqueles jeitos meio fechado sabe? Sinto que eles se importam realmente comigo.

Cheguei de táxi em minha casa com minha tia, já era 09h00min da manhã, ela me ajudou a descer, ainda com a perna engessada, coloquei minhas coisas no quarto, minha tia queria conversar comigo, também precisava conversar com ela e esclarecer minhas dúvidas, então sentamos no sofá.

—Filha, primeiro quero te perguntar algo, como foi exatamente que aconteceu o acidente? Perguntou.

—Tia, por favor, isso já passou, não quero mais falar sobre isso e também já te disse que estava desatenta, falei meio cansada.

—Tá bom querida, se você não quer mais falar sobre isso, então não falamos, não insistiu.

—Tia, porque meus pais estavam tão estranhos? Nem falavam direito comigo, sempre inventavam alguma coisa, parecendo que não queriam falar comigo, perguntei curiosa.

—Não é nada de mais querida, apenas estavam estressados por não terem conseguido trabalho, mas sempre estavam ligando para saber de você, até queriam vir acredita? Eu disse que não precisava, de modo algum, que não era nada grave e que tinha o dinheiro suficiente para pagar o hospital, aliás, enquanto você estava hospitalizada eu peguei sua transferência, quando retornar já irá para o colégio novo, já te matriculei lá, só falta comprar a farda, parece que se chama Escola Delawcut, falou-me.

—Isso não é verdade né tia? Mas assim tão rápido? Falei assustada.

—Você sabe que a situação não está fácil... Disse-me.

—Sim, eu sei tia, mas porque tem que ser assim? Porque isso agora? Pensei que não precisaria mais, falei.

—Você já sabe que seus pais ainda estão desempregados e além do mais gastei quase todo o meu dinheiro pagando o hospital e a mensalidade do colégio, falou.

—Tudo bem tia, meus amigos já sabem que eu vou sair do colégio? Perguntei curiosa.

—Alguns sim, quando fui pegar a transferência, me perguntaram como você estava e o que eu estava fazendo ali, então falei a verdade, falou-me.

—Aaah então foi por isso que o Nathaniel e o Castiel estavam me tratando tão bem, estava mesmo estranha essa coisa toda, disse-lhe meio chateada.

—Não fique triste querida, quem sabe, se as coisas melhorarem você até poderá retornar ao colégio, disse-me esperançosa.

—Até quando tia? Até quando eu terei que esperar por isso? Até quando eu terei que ficar assim? Sabe me pareço tão inútil, não presto nem para ajudar minha família, não dar mesmo para viver assim, falei chorando.

Subi para o meu quarto chorando, minha tia me ajudou, mas não entrou, deve ter achado melhor me deixar sozinha para pensar um pouco.

Fiquei pensando em como seria o novo colégio, será que é grande ou pequeno?  Será que farei amigos? Isso não me importa, só quero poder pelo menos me despedir dos meus amigos ou pelo menos tentar, não posso sair e ficar de mal com a Melody, depois daquele caso nunca mais falei com ela e a Ambre, tanto faz, não me fará falta alguma, tudo o que fez foi atrapalhar mais a minha vida. Não sei se conseguirei ficar longe deles, já tive que ficar longe de pessoas tão especiais para mim e agora de novo. Aquele colégio pra mim foi o primeiro que eu conseguir pelo menos, me adaptar direito.

—Stellaa, vem almoçaar, gritou-me.

—Não estou com fome tia, obrigada, respondi.

—Vem logo menina, você vai passar mal, precisa se alimentar, anda logo, insistiu.

—Tá estou indo, disse-lhe para não desapontá-la.

Fiquei lá encima, no último degrau á espera da lindeza da minha tia me ajudar a descer as escadas, ela sabe muito bem como estou e quer que eu dê um jeito de flutuar até lá embaixo, só pode!

Enfim apareceu para me ajudar, sentei-me á mesa, comi um pouco e quis subir de novo, minha tia não deixou, disse que eu já fico socada o dia inteiro naquele quarto e não faço nada aqui embaixo, eu tentei explica-la que lá é mais importante, mas mesmo assim proibiu.

Só me restou ficar com ela assistindo TV fazia tempo que não rimos juntas, aquele filme de comédia estava 1000, amo assisti-lo, já vi mais de bilhão de vezes, MINHA MÃE É UMA PEÇA, lembrei-me da minha, ela também é uma peça.

Aquela tarde foi muito boa, fez-me sentir melhor, dormimos no sofá mesmo, quando acordei minha tia ainda dormia então aproveitei para tomar um ar na praça e encontrei uma pessoa que precisava conversar muito.