Knight of Night escrita por Marcelo Albuquerque


Capítulo 2
Mentiras


Notas iniciais do capítulo

Continuamos aqui com mais um capitulo, espero que deixe sua opinião e/ou sua reação nos comentários.
De qualquer forma, boa leitura.



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Sabemos que a vida é complicada, todas as vidas são complicadas no seu antro, nada é fácil. Não acredita? pode apostar comigo, já passei por muitas coisas para saber o que é complicado e o que não é, posso ter certeza que até sua vida é complicada. O que deixa a vida de Lucas Dunquerque bem complicada são as mentiras, essa parte vem junto com o secreto da ASI, e mentir constantemente para quem ama é tenebroso. Claro, as mentiras nunca deixaram Lucas amar menos sua família, todas as manhãs eles se juntam a uma mesa redonda encostada na parede da cozinha e tomam seu café da manhã. Um ato bem simples, mas que faz uma enorme diferença na união que é essa família.

Apartamento de Lucas - Cozinha (8:30)

A mesa está sob uma janela onde vê-se o Monte Aurora, uma montanha espetacular que corta norte a sul do estado, a visão daquela montanha verde, repleta de árvores com azul do céu contracenando é, de fato, maravilhoso. A mesa está Seymour Dunquerque, não deixe se enganar pelos seus cabelos grisalhos e seus óculos de leitura, o avô paterno de Lucas comanda o Hospital Memorial Augusto Cruz, um dos centros médicos mais respeitados do país, poucos em sua tamanha idade conseguem tal proeza. Ele está lendo o jornal enquanto toma uma xícara de café.

— Um dos poucos nessa cidade que ainda se importa com notícia de qualidade. - Diz Catherine "Cat" Johnson entrando na cozinha

— Diz isso por causa daquele blog? - Pergunta Seymour olhando a loira se aproximar a mesa por cima dos óculos

— Eles não ligam para verdade, não checam as fontes, não é notícia de qualidade, Seymour, o nome: "A Notícia de Verdade", pura hipocrisia! - Diz Cat pondo o café na xícara, seu nervosismo é tamanho que chega derramar um pouco sob a mesa

— Quantos prêmios Esso tem, Cat? - Seymour abaixa o jornal, olha nos olhos dela - Você é uma das maiores jornalistas do mundo, comanda um dos maiores jornais desse horroroso e terrível planeta. Um blog não é nada.

— Pondo esse ponto de vista em jogo, fica difícil lamentar a antiética que é aquele blog. - Diz Cat sentando-se

Marina chega à cozinha, a semelhança entre ela e sua mãe, Cat, é enorme, ela senta-se a mesa.

— O que está havendo? - Pergunta Marina abrindo o jornal que pegou de Seymour

— Sua mãe está tendo um ataque de pânico, só porquê o jornalista que ela demitiu abriu um blog. - Diz Seymour tomando o jornal de Marina

— Eu o demiti por causa da sua antiética, publicar uma matéria sem provas é tenebroso. E eu não estou tendo um ataque de pânico, no máximo um pouco de estresse - Diz Cat tentando fugir do assunto, em seguida leva a xícara com café quente a boca

Seymour separa a seção de esportes do jornal, entrega o restante a Marina.

— Mãe, a senhora sabe o que faz, se ele é um jornalista ruim, logo será descoberto. - Diz Marina folheando as páginas do News Now

— Minha querida, os tempos são outros, ninguém se importa mais com as fontes, com as provas. O que importa de verdade é o tamanho da manchete e quem a notícia está nela. - Diz Cat lamentando-se

— Você está falando da matéria daquele blog que detona o governador? - Pergunta Lucas entrando com um celular em mãos

— Exatamente esse, publicar que o cartel Fernandez está em conluio com o governador é puro eufemismo. Diz Cat puxando a cadeira para Lucas sentar-se

Lucas senta devagar, as dores pela luta de ontem a noite começam a aparecer, esconder é difícil.

— O que houve? Parece um velho. – Diz Marina, mãe de Lucas

— Dormi de mal jeito, estou todo dolorido. – Diz Lucas limpando o pouco de café derramado sob a mesa.

Eles conversam sobre tudo um pouco, esse tempo que eles passam juntos é rotineiro, faz parte da regra da casa, jamais perder o café da manhã. Depois de algum tempo, Lucas começou a usar seu telefone, quando viu uma noticia da prefeita Cecília Connor apoiando o tal blog que Cat tanto repudia.

— Sacripanta, mentecapta. - Diz Cat com ódio

— É oficial, a corrida eleitoral começou. - Diz Seymour

— Pode apostar que isso foi planejado, ninguém apoia um blog de quinta sem mais nem menos. - Diz Marina

— Essa história já foi longe demais. - Diz Cat se levantando

— Onde vai? - Pergunta Lucas

— Desmentir o que essa matéria tenta empurrar na goela do povo. - Diz Cat pegando sua bolsa

— Espere, esqueceu que meu carro está na oficina, vai me dar uma carona, mãe. - Diz Marina levantando depressa

— Sua avó ainda pensa que tem 20 anos. – Diz Seymour

— Nem a morte conseguiu atrapalha-la, não será um blog falso. – Diz Lucas enchendo sua caneca de café

Departamento de Polícia de Star City - DPSC (9:50)

Cat espera o comissário em seu escritório, tudo ali é velho e escuro, reflete o quanto a cidade investe em segurança. O comissário Roger Turner chega, cumprimenta Cat e senta à sua frente.

— Soube que o seu jornal anda mal das pernas. - Diz Turner arrumando sua gravata vermelha

— Apenas boatos, sabe que estamos muito bem, a prova disso é o prédio de 110 andares no centro de cidade, Roger. - Diz Cat na retaguarda

Roger inclina-se em sua cadeira.

— Cat, sabe que a cidade não anda bem das pernas. Sabe que a qualquer momento uma guerra de submundo do crime será travada. Sabe que não temos recursos. Eu não posso te dar o que quer. - Diz Roger

— Você não sabe o que quero, e mesmo assim não pode negar. - Diz Cat seriamente

Roger levanta, olha pela janela no canto da sala, ele tem a visão do centro de Star City, prédios por todos os cantos, pessoas com pressa para todos os lados, trânsito e mais trânsito.

— Você quer tirar de vez a Connor do jogo, ela está afundando a cidade mais e mais, e agora ela deve concorrer a governadora. - Roger torna a visão a Cat - Mas eu não posso ir contra ela, Cat, logo quando tem o poder de quebrar a polícia. Se fossem outros tempos. - Completa Roger tornando a visão a janela

— Outros tempos? – Pergunta Cat indignada - Refere-se de quando Don Morene era dono da cidade? Quando Risada e as gangues saiam por aí espalhando dor e sofrimento? Ou quando você fazia parte da folha de pagamento? Me poupe dessa balela.

Roger olha indignado para Cat.

— Sabe, eu te respeito, Cat, por quem você é nessa maldita cidade, mas não vou pôr em risco de ocorrer uma outra sexta-feira sangrenta e não estarmos preparados. Terminamos aqui. - Diz Roger em alto e bom som

Cat levanta e se apoia na mesa.

— Você sabe que o governador não tem nada com os Rodriguez, sabe o que o silêncio da policia vai significar para o povo, Roger.

— O povo pense o que quer, as tensões nos extremos da cidade só aumentam, em breve haverá uma guerra por poder, não posso deixar política atrapalhar, não de novo. - Diz Roger pegando seu telefone

O comissário começa uma ligação, Cat entende o recado e sai do escritório do comissário.

Por mais que seja um estado forte e independente, Star sempre teve problemas com o crime, tendo facções criminosas sempre em guerra por poder e território, ou mesmo criminosos loucos. A forma de lidar com criminosos sempre foi desgastante e cara para o estado e suas cidades, nunca deram certo. O submundo do crime manda, o povo obedece.

Em 2007, Risada, um grande criminoso, na tentativa de dar um golpe nas maiores quadrilhas do estado, travou uma guerr, no caminho 230 mil pessoas morreram em Black Island, ilha no sudeste de Star City. Esse ocorrido ficou conhecido como Sexta-feira sangrenta. Risada foi julgado mentalmente instável, foi internado no Manicômio D'avila II, onde segue desde então. As facções dividiram a cidade, sem mais guerras, cada um com seu território. Agora, oito anos depois, as facções não tem os mesmos líderes, elas querem crescer, expandir, e a única forma de isso acontecer é com guerra.

Escola Marechal Carneiro (12:30)

Lucas está sentado no pátio da escola sob uma árvore lendo um livro.

— Estudando? - Pergunta Gabriella sentando ao lado do amigo

— Sim, mas parece que vai ser fácil a prova. - Diz Lucas fechando o livro

— Sempre diz isso. - Diz Gabriella rindo

Eles ficam ali, aproveitando o momento quieto que tem. As vezes parece impossível.

— A cidade está passando por um momento difícil. - Diz Lucas encarando o céu azul

— Você não pode interferir, Lucas. - Diz Gabriella aconselhando o amigo

— Eu sei, você sabe que eu sei, mas também sabe que não ligo. - Diz Lucas olhando nos olhos de Gabriella

Gabriella avista Daiane e Arthur vindo em sua direção, elas são os amigos dela e Lucas, os melhores amigos, mas por segurança, eles não sabem a verdade.

— Depois conversamos sobre isso, e qual loucura planeja. Agora, nossos amigos estão vindo. – Diz Gabriella acenando para os amigos ao longe

— Está bem, quem concorda de trancar o Célio no banheiro para não termos a prova? - Pergunta Arthur rindo

— Seria uma boa, mas Daiane e eu tentamos na semana passada com o Ricardo e não deu certo. - Diz Lucas estendo a mão para seu amigo o ajudar a levantar

— Seria engraçado se fosse verdade. - Diz Gabriella zombando de Lucas

Lucas aproxima-se do ouvido de Daiane.

— Mal sabem eles que tentamos. -

Lucas e Daiane gargalham.

— Piada interna? Nós não temos segredos aqui, crianças. - Diz Arthur em tom de bronca

— Sonha! - Diz Lucas começando a andar em direção ao prédio da escola

Arthur vê algo engraçado no telefone e vai mostrar a Daiane, nisso Gabriella se aproxima de Lucas e em seu ouvido diz:

— Acho impressionante como todos percebem, menos ela que você está doido por ela. - Diz Gabriella rindo

— Eu não sou doido por ninguém, Gabi, e mesmo que fosse, você sabe que não é a melhor ideia no momento. - Diz Lucas seriamente

— Você devia parar de se importar demais e relaxar, Lucas, cai de cabeça. O que custa tentar o amor? O amor, idiota. -

— Não, eu não gosto dela e ela não gosta de mim, simples. Meu único trabalho é preservar a segurança do mundo. - Diz Lucas revirando os olhos

— Claro, claro, os dois vivem colado, riem até do vento, só vivem conversando e não tem ninguém apaixonado, porquê sua vida é só trabalho e trabalho. - Diz Gabriella debochando de Lucas

— Pro inferno. - Diz Lucas se afastando de Gabriella

Desde que conheceu Daiane, Lucas sempre teve uma queda por ela, nos últimos meses esse sentimento tem se aflorado, mas por ser fechado demais, por toda pressão que a em sua vida, pela a ASI, ele tem tentado deixar de lado. Mas como sabemos, não conseguimos colocar nossos sentimentos para escanteio.

Sede do News Now (13:40)

Cat está revisados algumas matérias em sua mesa, atrás dela a várias telas passando diversos jornais diferentes, o seu escritório é bem arejado com aparência rustica. Sua estagiária, Tina Ferraz, entra.

— Sim? - Pergunta Cat

— O doutor Shahzad está na linha dois. – Diz a pequena Tina

Cat baixa os papéis.

— Do D'avilla? - Pergunta Cat confusa

— Ele mesmo. - Diz Tina saindo

Imagine receber uma notícia que pode acabar com você, não chega a ser como a morte de um ente querido, mas uma que lhe causa medo. A ligação que Cat recebeu mudará completamente o cenário que se encontra Star. Cat soube que Risada vai receber alta do manicômio, o maior assassino da história de Star estará livre em menos de 24 horas.


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Notas finais do capítulo

No próximo capitulo teremos uma grande reviravolta e mais personagens, até quarta,



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