Knight of Night escrita por Marcelo Albuquerque


Capítulo 1
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse é ponto de largada. É um pouco longo, talvez não seja sempre assim os capítulos que você se acostumou a ler, mas, devo dizer, vai valer a pena.
Boa leitura.



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Escritório da Diretora O'Murphy - Agência de Segurança Internacional/ASI (1:05)

— Ele não tinha autorização! – Diz o Comandante Sebastian, apoiando-se na escrivaninha a sua frente.

— Você teria feito o mesmo. - Diz a Diretora Alice O'Murphy, sentada a frente de Sebastian.

— A questão não é essa, diretora. Ele pôs a missão em risco, agiu de forma imatura, imprudente e quase nos expôs. - Exclama Sebastian, com completo repúdio.

— A missão falhou?

— Ele não pod... - Sebastian é interrompido, e é surpreendido.

A diretora levanta, olha nos olhos de Sebastian...

— A missão foi um sucesso, além de conseguir os dados que queríamos, salvou a vida de três pessoas. Três pessoas que estariam mortas se ele não se importasse, mas, para a sorte delas, ele fez a escolha de deixar de lado as nossas ordens, de não se importar com as nossas leis. Esse é o diferencial nele, comandante, ele priorizou a vida em vez das ordens.

— Você sabe o quão importante era essa missão. Se ele falhasse, tudo pelo que estamos lutando seria em vão. - Fala Sebastian, decepcionado.

— Ele não falhou, isso é o que importa... Agora, se me der licença. - Diz Alice, tornando a sentar.
Sebastian caminha até a porta a esquerda, ele a abre...

— Só o protege por causa do pai. - Diz Sebastian saindo.

Alice reclina-se em sua cadeira, respira fundo, aperta um botão vermelho no telefone em sua mesa...

— Mande ele entrar.

Um jovem adentra o escritório da diretora, a primeira vez que esteve ali foi há quase dois anos, na noite em que seu pai morreu. Ele repara que não mudou muito, a longa estante repleta de livros no fundo da sala ainda está lá, as obras de arte nas paredes ainda são as mesmas, a única mudança evidente é o tapete no chão, antes felpudo, agora um simples tapete escuro que contracena com a sala clara.

— Onde estava com a cabeça, Lucas? - Pergunta Alice, furiosa.

Lucas deixa de flutuar em seus pensamentos, ele senta onde Sebastian havia sentado.

— Não tive escolha, eles iam mata-los. - Afirma Lucas.

— Você pôs a missão em risco, pôs a agência em perigo, você se expôs. Não estava preparado para esse tipo de missão.

— A missão não importa quando temos vidas em perigos, não me arrependo das decisões que tomei, quando sei que três pessoas estão com suas famílias em paz, bem! - Diz Lucas calmamente, talvez desafiando a diretora

Alice reclina-se para trás, respira fundo. Lucas continua a observar a sala, afinal, aquele lugar o trás memórias que, definitivamente, não queria revive-las. Lembrar-se de como foi recebido naquela fatídica noite, de como havia estranheza, medo, angústia, dor.

A noite em que o pai de Lucas morreu, de fato, mudou a vida do jovem agente, aquela criança no auge dos seus 14 anos descobrira quem era seu pai de verdade, não um simples oficial do DPSC, mas um agente especial da ASI. Claro, nem ele sabia o que era a ASI ou o que ela representava. Enquanto revirava documentos de seu pai, que na época estava desaparecido, atrás de qualquer evidência de onde estava, descobriu o que era a ASI, do que se tratava a maior agência do mundo, de quem era seu pai, a verdadeira faceta de seu pai. Lucas não gostou nem um pouco, além do seu herói não dá as caras há uma semana, descobre que é um mentiroso, que mentiu durante toda a sua vida. Como uma afronta, com ódio, com dor por não ter seu pai ao lado, ele foi atrás de respostas. No fundo ele só queria seu pai. Com um cartão de segurança adentrou os confins do Monte Aurora, - Quem diria, dentro de uma montanha, no meio do estado, estaria a maior agência de segurança do mundo - ele viu com os próprios olhos, era verdade. Mas, devo dizer, a verdade veio carregada com um preço. Ao chegar na sala de comando, em uma tela gigante, Lucas viu o corpo de seu pai, alguém o assassinou em uma viela em Londres, em outro continente o corpo de seu pai foi encontrado. O seu mundo caiu.

— Lucas, está me ouvindo? - Pergunta Alice.

Mais uma vez ele fugiu de sua realidade, uma viagem no tempo, infelizmente, não das melhores.

— Sim... Continue. - Diz Lucas tentando recompor-se.

— Sua missão era de apreensão. Conseguir os dados do cartel Italiano, apenas isso, e não dá uma de "herói". - Diz Alice, claramente aborrecida.

— Dados não vale a vida de três pessoas, diretora, e se discorda deveria reconsiderar as políticas em que apoia. - Diz Lucas, desafiando a diretora.

Alice respira fundo...

— Há dois dias, Dário Palmieri recebeu uma ligação de När, na Suécia. Talvez seja normal o maior mafioso do país fazer transações internacionais, mas não quando a mulher do outro lado da linha é Ilzra Ramaf. - Fala Alice calmamente, tentando mostrar que existe algo maior por trás.

— Ilzra Ramaf? - Questiona Lucas, tentando lembrar de onde conhecia o nome.

— Alguém que a Interpol está atrás há anos, uma mercenária. Suspeitamos que a máfia italiana quer a cabeça do chefe do cartel Rodriguez. - Diz Alice levantando.

Talvez uma das melhores qualidades de Lucas seja seu lado detetive, enquanto ouvia a diretora balbuciar, ele fazia conexões em sua mente, até chegar no ponto, a verdade que ele queria encontrar.

— Os mafiosos não são uma ameaça ao mundo, diretora, então por que, depois de todos esses longos anos, agora que demonstramos interesse pelos problemas da cidade? - Pergunta Lucas convicto.

A diretora começa a vasculhar a estante no fim da sala...

— O problema não são os mafiosos, mas sim Ilzra. - Diz Alice, revisando cada livro que via.

Lucas levanta da cadeira, como um estalo sua mente se ilumina.

— Esse nome, essa pessoa, - Lucas começa a andar de um lado ao outro da sala - Ilzra trabalhou para Abbin Sallah em 2013, o cara que está dando as cartadas no oriente médio ao mando dos americanos. Major está tentando por a ASI na guerra há 20 anos, mas, como a câmara não permite, ele está tentando encontrar uma brecha na lei da agência. - Diz Lucas com satisfação, finalmente as peças estavam se encaixando, o largo sorriso branco em seu rosto mostrava sua felicidade

A diretora encontra o livro que tanto procurava, ao puxa-lo, cai um pouco de poeira em seu terno, ela sempre está os trajando, Alice limpa e retorna a sua mesa com o livro em mãos.

— Até poderia ser verdade, mas ir contra a câmara faria o Major ser expulso da ASI e preso por traição. - Diz a Diretora seriamente

A confiança de Lucas foi pelos ares, ele acreditava fielmente que estava certo, que finalmente estava fazendo parte de algo importante, não só apenas missões corriqueiras. A verdade era dura, ele é só mais um agente da ASI fazendo seu trabalho, seguindo as ordens que vem de cima, não importando qual seja, afinal, estão protegendo o mundo.

— Infelizmente, o que fez hoje foi contra as regras da ASI, - Alice abre o livro a sua frente, enquanto fala procura algo - seu superior, o comandante Sebastian, aconselhou-me a rebaixá-lo, a fazê-lo retornar ao nível 2, mas, por sorte, quem decide sou eu.

Alice encontra o trecho que procurava, ela volta o livro a Lucas.

— Sua punição, agente, por desobedecer ordens diretas, será reduzir suas missões ao estado de Star. - Diz Alice apontando para um trecho no livro

No livro velho e empoeirado, dizia que desacatar ordens de superiores, sejam elas quais forem, o agente em questão deve ser rebaixado ou, dependendo da gravidade, exonerado de suas atividades na Agência de Segurança Internacional. Lucas sentiu um aperto no coração, ele sabia que a diretora já havia aliviado seu lado várias vezes, então, sem brincadeiras ou desafios, por respeito, ele apenas consente.

— Vá para casa e esfrie a cabeça, está precisando. - Diz Alice, fechando o livro.

Lucas sai sem dizer uma palavra. Alice respira fundo e volta a trabalhar.

Você deve está pensando no quão tenso foi este momento, que Lucas deve estar muito frustrado e raivoso por ser punido, mas, bem, não é a primeira e nem a última vez que ele é punido por seus atos. Pode está pensando que Sebastian é ruim, mas, a verdade, é que, Lucas Dunquerque, não liga para as regras, ele gosta de fazer de seu modo e não da forma que lhe mandam. Talvez uma benção, ou sua ruína. O fato é que o jovem Dunquerque entende que merece a punição, mas, mesmo assim, nada o fará ir contra o que lhe fez entrar na ASI, salvar as pessoas, manter sua família segura e não deixar mais ninguém que ama morrer.

Escritório de Lucas - ASI (2:10)

Cada agente tem seu próprio cubículo, um pequeno escritório, em um andar do Monte Aurora tem vários desses, todos com paredes de vidro. No de Lucas tem retratos de sua família, das pessoas que ele ama em um armário a direita, a esquerda está um sofá e um abajur alto, de frente para porta está a mesa de Lucas, onde o próprio está escrevendo seu relatório sobre a missão. É claro que deve-se ter privacidade, afinal, as paredes são de vidro, por isso as persianas automáticas dão uma falsa privacidade.

Uma moça morena bate a porta do agente, trata-se de Gabriella, amiga de Lucas de longa data.

— Soube do que fez, idiota. - Diz Gabriella, sentando-se no sofá

— Você no meu lugar teria feito a mesma coisa, Gabi. - Diz Lucas tentando amenizar o caso

— Não tinha como fazer algo de errado, mas, já que é cabeça dura, vamos apenas deixar o assunto de lado, está bem?! - Fala Gabriella, dando um sorriso de lado

— Sem lições de moral? Sem xingamentos? Apenas "deixar o assunto de lado"?! - Fala Lucas surpreso

— Eu estou de bom humor, esta semana é minha última na academia, serei uma agente nível 2, e você não estragará meu ânimo!

— Como havia esquecido?! Você, finalmente, vai deixar a academia! Logo, logo estaremos em missões ao mundo a fora. - Diz Lucas rindo

— Não se você continuar sendo um babaca, até onde sei, você está proibido de fazer qualquer missão fora do estado, sendo que você trabalha em um lugar que tem internacional no nome, idiota. - Diz Gabriella levantando

— Aí está, estava demorando. - Diz Lucas debochando da situação

— Só passei para lembrar que temos prova do Célio amanhã, não falte. - Diz Gabriella saindo

Enquanto trabalha na ASI, obrigatoriamente levasse duas vidas, uma como agente secreto e como o mundo te vê, uma completa farsa. Lucas e Gabriella são dois agentes com grandes potencias, mas são dois adolescentes no 2° ano do ensino médio, o que eles julgam ser completamente normal, para você pode ser algo, como posso dizer, completamente errado. Podem ser jovens demais, mas são ótimos no que fazem. Para a surpresa de muitos, a vida é complicada.


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Notas finais do capítulo

Ainda estamos começando, ainda tem muita água para rolar.
Agradeço que chegou até aqui, espero que tenha se sentido confortável a continuar.



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