POV ANNABETH

Hoje de manhã eu pensei que ficaria sem fazer nada o dia todo e que provavelmente eu e Percy só seríamos amiguinhos... nunca estive tão feliz por cometer erros. Eu e Lia estamos nos arrumando para vazar daqui e ir para a festa – no caso, arrumar é simplesmente tomar banho e por uma roupa básica mesmo porque não somos obrigadas -  e eu ainda não consegui parar de pensar na tarde de hoje.

O jeito que Percy afundou as mãos em meus cabelos, sua mão em minha cintura, tudo o que eu queria era acabar com todo, repito, todo o espaço entre a gente. E que beijos foram aqueles?! Eu estou acostumada a mandar em tudo, principalmente nos meus peguetes, mas, quando Percy me beijou tudo o que eu fiz foi derreter e seguir o que ele fazia.

Quando Lia chegou no dormitório e eu disse a ela que tinha pego o Percy, ela ficou dez vezes mais feliz do que eu porque ela tinha apostado com o Nico que demoraria apenas uma semana para isso acontecer enquanto ele apostou que demoraria um mês. Ai que dá para perceber o quão parada é a vida amorosa desses dois.

Nós duas já estávamos prontas maravilhosas para sair, com shorts e uma blusinha – e a maquiagem de emo-gótica, no caso da Lia-  quando Silena aparece, como sempre, toda maquiada e com um vestido rosa choque que dá para se ver de longe, linda, claro, seguida de Piper que também está maquiada e de saia, com uma cara de cú de quem é sim obrigada e Clarisse que está tão produzida quanto eu e Thalia.

Estando todas prontas, fomos indo em direção à saída enquanto Piper reclamava, Silena fofocava, e Thalia respondia “gentilmente” a ambas. Como sempre, eu dificilmente me dou ao trabalho de falar algo porque elas já me mantêm ocupada o suficiente.

Os meninos já estavam nos esperando lá fora e, por algum motivo, acompanhados de Rachel. Como eu havia dito antes, Percy e Rachel estavam super amiguinhos, espero que ele tenha tido o bom senso de não ter convidado ela para sair com a gente. Fiz uma careta e observei que ela estava usando muito tecido para ter se arrumado para uma festa e provavelmente só estava lá querendo chamar atenção mesmo.

Ao mesmo tempo em que os alcançamos, Rachel se despediu dos meninos e saiu sem provocar nenhuma de nós, a encarei indo embora e olhei para as meninas. Aparentemente eu fui a única que reparou nisso. Deixei passar e fui acompanhando todo mundo pela rua.

POV PERCY

Quando estava descendo para me encontrar com o pessoal lá fora, Rachel apareceu em um corredor e me chamou, começamos a conversar e eu a chamei para ir lá fora um pouco. Fiquei meio sem jeito de lhe falar que íamos sair e ela não tinha sido convidada, mas não quero ser morto pelas meninas hoje.

No início eu achei Rachel irritante, mas, depois que ela percebeu que eu não estava interessado em nada além de amizade nós conversamos algumas vezes e ela se mostrou ser uma pessoa super legal. Ela me contou que sua mãe era uma dançarina e a levava a aulas de dança, teatro, pintura, e várias coisas relacionadas a arte, mas, quando ainda era criança, sua mãe faleceu e seu pai, dono de uma multinacional, a colocou no internato sem se importar com o seu desejo de continuar os cursos artísticos.

Sabendo disso e conversando com ela eu perguntei o porquê da briga dela com as meninas e ela admitiu que, no início, ela estava com tanta raiva de seu pai e daquele lugar que passou a se divertir ao acabar com a diversão de várias outras meninas no internato, o que incluiu beijar vários ficantes das outras e formando uma má fama da qual ela não esperava ter.

Rachel disse que entendia o lado delas de ainda terem raiva, mas que agora ela se arrepende das coisas que faz e que, nesse último ano, vai tentar recompensar com quem ela pisou na bola. Por isso, nós nos tornamos bom amigos.

Ficamos conversando até que as meninas chegaram, Rachel se despediu e nós fomos para a tal festa. Durante o caminho Annie e eu trocamos alguns olhares e conversamos normalmente. Aparentemente ela não havia contado às meninas o que houve entre nós... será que ela se arrependeu?

A festa estava rolando no terceiro andar de um prédio onde um amigo da Silena morava, aparentemente um espaço pequeno. Só aparentemente. O bar era bem perto da entrada, seguida de uma pista de dança e, nas laterais, algumas mesas e pufes gigante haviam sido posicionados.

Silena puxou Piper e Clarisse para a pista de dança, Luke e Leo já tinham desaparecido, e quando nós que sobramos estávamos indo pegar uma mesa, Silena volta e puxa Chris e Charles com ela – o que foi uma cena muito engraçada de se ver. Deixamos eles se virarem e continuamos o que estávamos fazendo.

Thalia foi pegar a mesa e Nico, Annie e eu fomo pegar algo no bar.

— Me vê duas caipirinhas, duas batidas de coco e duas doses de tequila por favor - Annabeth pediu sem nem precisar pensar para o barman eu já estava achando muita coisa para nós quatro, quando ela virou para a gente e perguntou - Vocês não vão pedir nada não? – Arqueei uma sobrancelha e Nico riu da minha cara, pedindo duas cervejas para nós dois.

Pegamos todos os copos e encontramos Thalia em uma mesa no canto.

— Porque você pegou uma mesa tão isolada? – Annie perguntou

— Era isso ou ficar do lado dos maconheiros ali para voltar para o internato cheirando a chá – Nós rimos e sentamos.

Eu pisquei e Annie e Lia já tinham espremido limão e posto sal na boca, virando a dose de tequila e já começaram a beber outro dos copos sem fazer nenhuma cara feia. Conversa ia, conversa vinha, as duas terminaram as bebidas sem nenhuma mudança de comportamento. Annie estava no máximo “felizinha” e Lia com a mesma cara de tédio de sempre.

— Vamos dançar Lia? – Annabeth perguntou do nada se levantando. Thalia negou até a morte e Annie deu as costas e se enfiou do meio das mil pessoas que estavam na pista. Thalia e Nico me encararam e eu boiei, como sempre.

— Se você não for atrás dela, algum outro vai Percy – A punk me disse e eu entendi. Me levantei e fui atrás da Annie.

POV ANNABETH

Deixei aqueles velhos na mesa e fui dançar um pouco. O Percy, mais lerdo que nunca, não tinha feito nenhuma tentativa de se aproximar de mim, e eu já estava de saco cheio.

Foi dançando no meio de toda aquela gente que eu esbarrei em um cara e senti um líquido gelado sendo derramado em minha roupa e na roupa dele. Logo em seguida o ouvi se desculpando desesperadamente e, quando eu já ia xingá-lo de tudo o que é palavrão, quase cai para trás de tanta gostosura.

Ele era loiro, sarado, gostoso, lindo, praticamente um deus grego. Se ele tivesse cabelos pretos com certeza minha blusa não seria a única coisa molhada por aqui.

— Não tem problema – Eu respondi seus pedidos de desculpas.

— Claro que tem, vem, vamos ao bar que a gente arranja uns guardanapos e eu te pago um drinque para te recompensar – O deus grego disse e me puxou pelo braço. O bar estava lotadíssimo, então fomos para um canto mais isolado, onde tinha espaço. Ele pediu duas batidas, pegou uns vinte guardanapos e foi tentando secar minha blusa.

Para um melhor entendimento da cena, vou repetir o que disse, um deus grego lindo maravilhoso e completo desconhecido estava repentinamente esfregando meus peitos.

— Sabe, geralmente eu não deixo qualquer um tocar meus peitos sem nem pagar um drinque antes.

— Mas eu paguei um drinque. – Ele respondeu, entrando na brincadeira e logo se desculpando – Relaxa loira, eu sou mais a outra fruta – A minha cara de decepção em saber que ele era gay deve ter sido tanto evidente que ele começou a rir de mim na hora.

Fiquei conversando com o loiro e até esqueci que estava molhada e provavelmente cheirando a álcool. Will – o nome do gay tesudo – era superengraçado e falou tanto que eu não consegui fazer nada além de ri. Sei lá quanto tempo passou quando eu senti uma mão em meu ombro.

— Hey Annie – Percy disse e olhou para o Will com uma cara de poucos amigos. Will olhou para mim como quem diz “Minina, que boy magia é esse”. Apresentei os dois e nós conversamos brevemente quando o Will levantou dizendo que seus amigos deviam estar o procurando.

— Se você não pegar, me avisa que eu pego – O loiro sussurrou em meu ouvido enquanto me abraçava e foi, não sem antes das uma piscadela pra Percy, este que fez uma cara de confusão tão grande que eu tive que rir da cara dele.

— Uma pena – eu disse e o moreno me encarou – Os mais gostosos serem gays – Percy ergueu uma sobrancelha

— Eu não sou gay

— Nem gostoso – Respondi imediatamente me surpreendendo com minha habilidade de mentir, porque, claramente, o Percy é gostoso. Não do tipo musculoso como o Will, mas gostoso.

— Bom sabidinha – ele disse lentamente para me provocar – Acho muito feio você afirmar coisas assim sem nem ter provado para saber -  Ele disse me puxando pela cintura para a parede que estava atrás de nós e, agora é sério, minha blusa não é a única coisa molhada por aqui.

Ele me encostou na parede e encostou seus lábios superficialmente ao meus, passando a língua em meus lábios, mas nunca aprofundando o beijo. Fez isso várias vezes me deixando maluca, até que ele mordeu meu lábio inferior e eu, não conseguindo mais me segurar, o puxei pela nuca e praticamente o forcei a me dar um beijo de verdade. O engraçadinho riu durante o beijo e teria o empurrado para trás se aquilo não estivesse tão bom.

Ele me puxava pela cintura e eu conseguia sentir certo volume em sua calça, aumentando ainda mais o meu fogo, se isso é possível. Minhas mãos foram para debaixo de sua camisa e as suam apertaram minha bunda. Percy parou o beijo, nos deixando ofegantes e desceu sua boca para o meu pescoço, onde deu algumas mordidinhas e um chupão que me fez soltar um gemido impossível de segurar. Ele levantou a cabeça e me olhou com um sorriso de orelha a orelha. Eu, como não sou passiva, o puxei e continuei de onde tínhamos parado.

POV LUKE

Depois de muitas doses de bebidas que eu nem consegui identificar e algumas rapidinhas no banheiro, resolvi que procuraria meus amigos. Decidir fazer algo bêbado é fácil, agora fazer... foi andando pra lá e pra cá atrás deles que eu vi Thalia saindo do banheiro. Indo até ela, percebi que até que ela não é de se jogar fora, e, pensando bem, eu nunca tinha pego uma mina punk-rock assim.

Estando mais próximo, gritei seu nome o mais alto que pude e ela me viu e revirou os olhos.

— Mereço viu – ouvi ela resmungando.

— Lia! – Exclamei feliz e passei meu braço em seus ombros. Olhei para ela e a vi um pouco embaçada – Já te disse que você tá linda hoje?

— Luke, cala a boca. Vem que eu vou te levar pro Nico cuidar de você porque eu não sou obrigada. – Ela disse e me puxou pelo braço andando rapidamente. Nesse momento o mundo girou e eu notei que eu não tava bem.

Até que Thalia parou bruscamente, olhei para ela e ela bufou com cara de tédio. Virei a cabeça pra frente e vi o Nico se pegando com outro cara.

— Ótimo, agora eu to presa com você – Ouvi Lia dizer, mas tudo o que eu via era um copo de água que estava em cima da mesa onde Nico e o cara estavam. Me soltei de Thalia e fui até lá, bebi toda a água em um gole. Os dois pararam o que estavam fazendo e olharam pra mim.

— Eaí – eu disse um segundo antes de me abaixar e vomitar todo aquele álcool que eu tinha tomado.