Divided We Fall escrita por Augusto C S de Souza


Capítulo 5
V — Matar ou Ser Morto


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus lindos, de boas? É, demorei, mas voltei. Era pra esse capítulo ter saído semana passada, mas alguns problemas me impediram, por isso, vou compensar vcs com mais um capitulo no domingo ^^
Agora eu gostaria de agradecer a dona Agent Foster Jones por mandar um recomendação tão linda e perfeita ♥ ♥
Não sei o que dizer, sério. São três recomendações em cinco capítulos, gente ♥
Agora chega de enrolar e vamos ao capítulo. Boa leitura o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/682631/chapter/5


Cemitério de Saint Louis — Nova York


O céu estava nublado, assim como o humor das pessoas enfileiradas em cadeiras brancas, usando vestes negras. Uma senhora, já com uma certa idade, abraçava uma garota de cabelos loiros, aparentando ter a mesma idade de Peter.

Após enterrarem o caixão , os familiares de Benjamin Parker, ou apenas tio Ben, já começavam a deixar o lugar lentamente. Peter ficou encarando a lápide de seu tio, com os olhos cheios de lágrimas.


— Ei, Peter! — Uma voz feminina o chamou. O rapaz secou os olhos antes de se virar. — Vou deixar a tia May em casa. Quer carona?

— Não. — Ele sorriu fraco, fitando a loira, que usava um vestido negro, não muito colado ao corpo e parando um pouco acima do joelho. — Obrigado, Gwen. Amo você, tia May.


A senhora de sessenta anos apenas lhe deu um tímido sorriso, antes de se virar e seguir com a Gwen até o carro da jovem. Peter voltou a olhar para o túmulo de seu tio. Os cabelos levemente arrepiados e castanhos combinando com os seus olhos marejados. Lembrou-se dos últimos momentos que passou com o homem, discutindo, o que o fez cerrar os punhos e desviar o olhar.

"Com grandes poderes vem grandes responsabilidades." As últimas palavras de seu tio soaram como um soco em sua mente e, até agora, estava em dúvida se o homem conhecia o seu mais novo segredo ou não.


— Você vai ficar bem, Peter? — Uma voz masculina e conhecida surgiu ao seu lado, junto com uma mão apoiada em seu ombro direito. Era o seu amigo Harry Osborn.

— Não sei, Harry. — Parker respondeu baixo.

— Quer ir dar uma volta para descontrair um pouco? — Osborn fitou o amigo, erguendo uma sobrancelha.

— Fica pra outra hora. — Disse, com uma voz um pouco mais firme. — Preciso resolver algumas coisas agora.


Foi a última coisa que Peter comentou, antes de deixar o amigo sozinho na névoa gélida do Cemitério de Saint Louis.


Base da Hydra — Rússia, Europa


Os corredores estreitos e cinzas eram o suficiente para deixar qualquer prisioneiro deprimido, tirando o fato de ser constantemente torturado e estudado. Os irmãos Kane eram guiados pelos corredores por um agente baixo e ligeiramente acima do peso. O homem já apresentava entradas na cabeça e os cabelos castanhos já se cobrindo com o temido grisalho, embora sua rala barba continuasse castanha. Os dois irmãos utilizavam uniformes de experimentos, que consistiam em uma blusa e uma calça larga e bege, além de algemas em seus pulsos e tornozelos. Killian estava com o cabelo preso em um pequeno rabo de cavalo, enquanto os fios castanhos de Josh caíam por sobre sua testa, realçando seus olhos azuis.


— Ei, Bob, sabe me dizer o que aconteceu no último episódio de The Walking Dead? — Josh perguntou, quase como se não ligasse para a situação em que estava.

— Também não sei. — O agente suspirou. — Eu estava em serviço e não me deixaram assistir pelo celular. Não sei por que aceitei trabalhar pra Hydra. — Comentou baixo quando dois outros agentes passaram ao lado deles, tirando rápidas risadas dos Kane.


Os três pararam em frente à uma porta de ferro, com o número "3" cravado ao lado esquerdo. Bob caminhou até um painel e retirou uma chave do pescoço, a colocando no painel e girando. A porta rangeu e abriu para dentro, revelando uma câmara com duas cápsulas de congelamento. Hoje os dois irmãos seriam "desativados" por um tempo indeterminado. Os Kane se entreolharam e Josh, o mais velho, assentiu levemente com a cabeça.


— Vou sentir falta de vocês, garotos. — O agente comentou, enquanto adentravam a sala. — Nem acredito que já faz três anos que eu estou vigiando vocês. — Sorriu fraco, enquanto caminhavam até uma mesa. — Killian, você me mordeu no nosso primeiro dia.

— Eu disse pra não chegar perto de mim. — O moreno riu baixo. — Ainda não acredito que vai acabar assim. — Fitou a cápsula.

— Nem eu, garotos. — O agente respondeu, parando atrás de Killian e segurando uma seringa. — Fica tranquilo, isso aqui é só um tranquilizante pra você e seus poderes. — Esperou o rapaz lhe dar o sinal, antes de injetar o liquido da seringa no seu braço esquerdo.

— Bob, eu vou te fazer uma pergunta e quero que você seja completamente honesto conosco, certo? — Josh pediu, fitando o homem voltar a mesa e pegar mais uma seringa. — Tudo o que acontecer aqui e agora, vai depender da sua resposta.

— Pode perguntar, sou um livro aberto. — Bob sorriu, erguendo uma sobrancelha, enquanto se aproximava.

— Você tem família? — Os olhos de Josh quase suplicavam um "sim." — Esposa, filha, até um peixe dourado serve.

— Sim, tenho. — Hesitou um pouco antes de responder. — Tenho uma esposa, chamada Angela e a nossa pequena Amy, de apenas sete anos. — Bob riu baixo e tirou uma pequena foto debaixo do colete e a mostrou para Josh. Era ele abraçado com uma loira alta e uma sorridente garotinha de cabelos castanhos, como o do pai.

— Você é um cara de sorte, Bob. Elas são lindas. — Josh sorriu fraco, mas logo foi ficando sério. — Sinto muito por isso.


Antes que o agente pudesse pensar em algo, Josh lhe acertou uma cabeçada no rosto, o fazendo cambalear. Sem perder tempo, Killian acertou a nuca, desmaiando o homem. Josh passou rapidamente a mão pelos bolsos do uniforme do homem, encontrando as chaves das algemas em um bolso na lateral esquerda da calça. Libertou o irmão e a si mesmo, colocando o Bob sentado em uma cadeira.


— Desculpa, Bob. — O Kane mais velho disse, enquanto tirava duas pistolas da cintura do homem.

— Por que não usa seus poderes? — Killian fitou o irmão, após pegar uma das armas. Já sentia o corpo ficando mais devagar por conta do tranquilizante.

— Ainda não estou cem por cento. O tranquilizante dessa manhã ainda não passou.

— Sabe usar essas coisas? — O moreno mais alto apontou para uma das pistolas.

— Claro, não deve ser tão difi... — Josh foi interrompido por um disparo acidental, que atingiu o teto. — Não devem ter escutado.

— Será? — Killian bufou, no exato momento em que as sirenes começaram a tocar.

— Anda, vamos sair daqui.


Residência dos Parker, Nova York


Peter abriu a porta de casa um pouco molhado pelo início da repentina chuva que o atingiu. Encontrou a Gwen olhando algumas fotos na parede da sala. Peter fitou a garota, que mantinha um sorriso divertido em seu rosto.


— Desculpa por isso. — Peter comentou sem graça, se aproximando devagar. — Já pedi não sei quantas vezes para a tia May tirar isso daí.

— Por que? São tão fofinhas. — Gwen riu baixo. — Principalmente essa aqui. — A loira apontou para uma foto em que Peter estava de sunga em uma praia. Não devia ter mais do que seis anos de idade. Os dois riram juntos, até que um silêncio desconcertante pairou sobre os dois.

— Obrigado por hoje, Gwen. — Peter fitou a garota com um sorriso, desviando o olhar logo depois. — Por ter passado um tempo com a tia May.

— Não precisa agradecer, Peter. — Ela sorriu de volta. — Estou aqui sempre que precisar. — A garota deu um passo à frente e o abraçou por alguns longos segundos, antes de o soltar. — Nos vemos amanhã no colégio?

— Sim, nos vemos lá. — Peter sorriu, acompanhando a garota até a porta. — Até amanhã, Gwen.

— Até, Peter.


Base da Hydra — Rússia, Europa


Josh já precisava apoiar o irmão, por conta do efeito do tranquilizante. E se já era difícil correr segurando um homem com um metro e noventa e quatro centímetros de altura, precisar atirar enquanto isso era ainda pior. O rapaz virou em uma sala, com a mesma porta que a de sua cápsula de congelamento.

Salvo pelos reflexos aumentados, Josh atirou nos braços dos dois guardas, acertando suas coxa logo depois. Os agentes ficaram imobilizados no chão, segurando os ferimentos. O Kane mais velho caminhou até eles e procurou pela chave da porta.


— Que essa seja a saída dessa vez. — Resmungou, após pegar a chave e a colocar no painel, girando-a em seguida.


A porta abriu com um rangido, mostrando uma sala escura, apenas com algumas luzes no centro, indicando o corpo de um homem. Tinha o cabelo comprido e o rosto coberto por uma máscara de oxigênio. O corpo estava preso a diversos tipos de tubo. O braço esquerdo coberto por algum metal brilhante.


— Mas que Robocop é esse? — Josh se perguntou, se aproximando. — Tanto faz, você vem com a gente.


Apertou um botão em um painel um pouco mais a esquerda e fez o homem descer. Ao acordar, o "Robocop" pulou do local em que estava, caindo na frente dos Kane. O fuzilou com um olhar gelado, antes de indicar a direção com um movimento de cabeça. O homem olhou para os dois e, com um movimento rápido, tirou a pistola de suas mãos.


— Ei, nós acabamos de tirar você do freezer, esse não é o melhor jeito de agradecer. — Josh engoliu em seco, ajeitando o irmão q mal conseguia ficar com os olhos abertos.

— Por aqui.


O homem saiu na frente, chutando o corpo de um dos guardas e pegando um pente extra de munição. Assustado, Josh o seguiu pelo corredor.


Mansão do Wyatt, localização desconhecida


Wyatt estava sentado no sofá da sala, gargalhando enquanto assistia a fuga dos Kane pela televisão. Era como assistir a um Reality Show sádico e brutal. O homem acariciava o pequeno Napoleão, seu Yorkshire de estimação quando Alexander entrou no local. Usava apenas uma bermuda curta, porém larga. Estava em um treino de defesa pessoal.


— Mandou me chamar? — O garoto cruzou os braços.

— Vai se vestir, hora de completar a missão.

— Que seria? — Ergueu uma sobrancelha.

— Morte aos Vingadores. — Wyatt sorriu. — E fique tranquilo, pode poupar a Wanda. — Revirou os olhos, voltando a atenção para o televisor.

— O que é isso? — Alexander deu um passos a frente, fitando a televisão.

— Seus amigos tentando fugir. É bem divertido. — Gargalhou. — Agora vai se arrumar e só volte com a cabeça do Capitão América em cima daquele maldito escudo.

— Por que você acha que vou cumprir a missão?

— Lá dentro, garoto, é matar ou ser morto. — O homem riu. — E eu não garanto que o seu cadáver vá proteger a Wanda.

— Você é doente, Wyatt. — Bufou, irritado, saindo da sala.

— Tenha uma boa noite.

~x~

Alexander já estava do lado de fora, usando o seu uniforme. Era negro, a parte de cima contava com uma blusa térmica, de manga comprida, deixando apenas a parte dos dedos para fora. O peitoral era coberto por uma placa de metal, porém, com alguns pontos de movimento. A calça também era térmica e colada ao corpo. A parte inferior do rosto era coberta por uma mascara acinzentada, enquanto uma espécie de tinta negra escurecia os arredores dos seus olhos.

Respirou fundo e liberou o seu poder lentamente. Segundos depois, uma camada de fogo cobriu os seus pés e mãos, e também o seu cabelo, o que o levantou um pouco. Impulsionou o corpo para cima e alçou vôo, rumo ao céu noturno.


Base da Hydra — Rússia, Europa


Os Kane e o "Robocop" foram parados por um bloqueio da Hydra. Josh estava alguns centímetros atrás do homem, que os protegia com o próprio corpo.


— Só uma bala aqui. — Disse o homem, enquanto o bloqueio da Hydra se posicionava. — Alguma ideia?

— Talvez uma. — O rapaz suspirou, balançando a mão livre.


Josh deu um passo a frente e as luzes piscaram. Esticou o braço na direção do bloqueio e diversos raios saíram das lâmpadas ao redor deles, os deixando inconscientes. Josh levou a mão até o joelho, respirando rápido. Usar os poderes naquele estado era cansativo.


— Faltou um. — O homem disse, já apontando a arma para o agente pequeno e barrigudo. O agente Bob.

— O que?


Josh mal teve tempo de reagir antes da arma ser disparada. Apenas olhou para frente e viu o corpo do homem cair no chão, em câmera lenta. Os olhos de Bob se encontraram com os do Kane mais velho e o agente apenas deu um sorriso de canto, antes de cair.

Um nó gigantesco se formou na garganta de Josh, enquanto suas lágrimas desciam sem controle pelo seu rosto, o molhando. Mas assim como não pode salvar o homem, também não pode lamentar a sua morte. Um novo grupo da Hydra já os alcançava. Os dois correram, enquanto o "Robocop" ajudava o Kane a carregar o irmão desacordado. Ao chegar do lado de fora, não encontraram nada mais do que um chão coberto por neve e um céu coberto por nuvens cinzas.


— Mais um beco sem saída. — Disse o homem, bufando.

— Segura em mim. — Josh falou com raiva, segurando no braço biônico do homem. — Algum lugar em mente?

— Tenho um apartamento abandonado na Alemanha.

— Ótimo.


Antes que pudesse responder, um raio branco desceu do céu, atingindo os três, mas sem lhes causar dano. E, como em um piscar de olhos, os três caíram em frente a um apartamento caindo aos pedaços. O homem do braço biônico olhou atônito, porém, levemente feliz. Se levantou e ajudou os garotos a se levantarem também.


— Agora que estamos fora de perigo, podemos nos apresentar. — O rapaz esticou a mão para o Kane. — James Buchanan Barnes. Mas podem me chamar de Bucky.

— Josh Kane e esse é o meu irmão Killian. — Apertou a mão do homem, com um misto de tristeza e alegria. Tristeza por perder um amigo e alegria por finalmente ter escapado das mãos da Hydra.

— Vem, vamos entrar.

~x~

Após se instalarem no apartamento, Josh saiu do banho. Agora usava uma blusa de manga da cor branca e um jeans escuro. Seu irmão agora dormia em um quarto de visitas. O rapaz caminhou até a cozinha e puxou uma cadeira. Bucky foi até o garoto e lhe entregou uma caneca com um café levemente quente. Também puxou uma cadeira e sentou ao seu lado.


— Sinto muito. — James disse, fitando o rapaz.

— Por? — Josh o fitou de volta, tomando um gole de seu café.

— Tirar a vida daquele último agente. Pelo visto, vocês eram apegados a ele.

— Ele era um idiota. — O Kane riu fraco. — Mas era gente boa.

— Entendo. — Bucky sorriu fraco. — E você e o seu irmão, tem algum lugar pra ir? Alguém com quem ficar?

— Com certeza não. — Deu um breve sorriso. — Somos só nos dois, até o fim da linha.


Sede dos Vingadores — Nova York


Como já era de costume, a maioria dos Vingadores passavam a noite reunidos na sala da Sede. Visão estava um pouco mais afastado, olhando pela janela, Sam e o Rhodes conversavam sobre o traje do Máquina de Combate, enquanto Steve e Wanda conversavam sobre a última sessão de treinos, dando até risadas com a conversa. Apenas o Clint não estava presente. Precisou atender uma emergência familiar.


— Ei, dêem uma olhada nisso. — Natasha chamou a atenção para o noticiário, enquanto aumentava a televisão e sentava no braço do sofá.

— Ao que tudo indica, essa é claramente uma intimação para um confronto contras os Vingadores. — Uma repórter mostrando um prédio em chamas, com a letra "V", de Vingadores, perfeitamente desenhada pelo fogo. — Só nos resta saber se esse pedido será aceito.

— Visão, alguma informação? — Steve perguntou, já segurando o escudo.

— Há civis dentro do prédio. Em torno de setenta e dois. — A voz ligeiramente robotizada chamando a atenção. — O nosso inimigo é um aprimorado com capacidade de absorver e disparar energia.

— Entendido. — Steve assentiu. — Falcão, Máquina de Combate e Visão cuidam do resgate. Viúva e Feiticeira vêm comigo atrás desse aprimorado. Avante, Vingadores.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo? Gostaram, não gostaram? Por favor, só me digam se eu consegui captar bem a essência do Bucky. Fiquei um pouco em duvida. Muito obrigado por continuarem até aqui e até domingo