Divided We Fall escrita por Augusto C S de Souza


Capítulo 4
IV — Órfãos em Sokovia — Parte 2


Notas iniciais do capítulo

E ai, meus lindo, tudo bom? Cheguei no dia certo dessa vez o/ e antes de mais nada, já queria começar agradecendo a Katherina e ao UpLuk pelas duas recomendações incríveis que vocês me deram ♥ ♥ Sério, vcs não tem noção de quantas vezes eu li cada uma delas *-----* Só tenho a agradecer a vcs dois, por continuarem aqui, assim como os que comentam e aos meus lindos fantasmas ( Sim, também amo vocês ♥ ). Bem, dado os devidos agradecimentos, vamos ao capítulo. Boa leitura e até lá embaixo.
P.S: Tem uma surpresa nas notas finais.



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Asgard, Salão dos Deuses

— As chamas da Urna estão acesas há milênios. Como aquela garota fez isso? — Um Thor irritado bufou, apoiando as mãos na mesa.

— Talvez ela esteja relacionada ao Loki. — Sif comentou, sentada em uma cadeira, ao lado do Deus do Trovão. — Ela tem os olhos dele. Algum possível grau de parentesco, Thor?

— Impossível. — Frandall respondeu, interrompendo o loiro. — Eu e Volstagg estávamos presentes no dia em que ela nasceu.

— Tínhamos acabado de descobrir a farsa de Loki e um vislumbre de uma guerra começou. — Volstagg prosseguiu, alisando sua barba ruiva. — Gigantes de gelo saíram de diversos portais, nos pegando de surpresa.

— Conseguimos nos recuperar. Sif ficou para proteger o castelo e o Salão de Odin, enquanto eu e Volstagg fomos para o vilarejo mais próximo. — Frandall completou. — E foi em meio ao caos, que vimos uma mulher dar a luz a uma criança.

— O bebê nasceu em volta de medo, desordem e sangue, mas nenhuma lágrima escorreu de seu rosto. Nada. — O ruivo terminou. — Aquela garota foi criada para guerra e é isso que ela vai trazer.

— Precisamos encontrá-la. — Thor anunciou, ao final da história. — Há quanto tempo eles estão nos testes.

— Difícil dizer. — Sif pousou os olhos levemente esverdeados em Thor, fitando seu rosto. — Eles foram enviados para reinos e mundos diferentes, cada um com o seu próprio tempo.

Ao terminar a sua frase, um brilho colorido atingiu o céu, chamando a atenção de todos ali presentes. A Bifrost tinha sido aberta. Sem falar nada, os quatro desceram os degraus feitos de ouro e poeira estelar, enquanto montavam em cavalos que o esperavam do lado de fora, cavalgando para a Bifrost logo em seguida.

~x~

— Nossa missão é levar escamas de um Wyvern. Já estamos andando há três dias e nada. — Baldin bufou.

— Paciência. — Sven o fitou, sorrindo.

Caminhavam coma atenção redobrada. Astrid os liderava, indo na frente, com sua postura sempre perfeita e o andar, imponente. Sven ia à direita, protegendo esse flanco, enquanto Baldin ia pela esquerda, exercendo a mesma função. Ravenna ficava por último, cobrindo a retaguarda. Seus olhos castanhos cobrindo cada centímetro que lhe era permitido. Estavam em Vanaheim, lar de guerreiros justo e leais à Asgard e, tão bons em batalhas quanto eles. Florestas os cercavam, escondendo um pouco do céu com suas folhas verdes e cheias de vida.

Saíram da floresta pouco tempo depois, entrando em um campo aberto, coberto por um gramado imaculado, repleto de flores de diversos tipos. Os guerreiros pararam de andar ao sinal de Astrid, que ergueu o braço esquerdo, com o punho fechado. A líder fitou o campo, enquanto seus aliados já se preparavam. Um vulto negro cortou o céu cinzento, chamando a atenção do grupo. O vulto desceu em um redemoinho quase impossível de acompanhar. Uma nuvem de poeira, grama e flores se levantou com o seu pouso nada suave, fazendo os asgardianos cobrirem seus olhos.

A criatura se pôs de pé em suas patas traseiras, mostrando seu vasto tamanho e abrindo suas asas azuladas logo em seguida. Suas escamas negras e fortes, tão fortes quanto o intenso frio de Jotunheim. Sua cauda era longa e possuía espinhos acinzentados na ponta. Seus olhos reptilianos e amarelos vigiavam suas presas, enquanto sua língua bifurcada molhava o que deveria ser os seus lábios. Do topo de sua cabeça, era possível ver algo semelhante a uma crina de cavalo, o que era estranho, já que répteis não possuem pêlos.

— Finalmente apareceu, Wyvern. — Astrid esboçou um sorriso, retirando a espada da bainha com a mão direita e colocando o escudo na esquerda. — Lendários, ao meu comando.

Antes de terminar sua frase, Baldin já havia retirado sua espada de lâmina curta da bainha, entrando em posição de combate. Sven havia tirado o machado de suas costas, o matando de uma mão para a outra, como se a arma não tivesse peso algum. Ravenna já mantinha uma flecha apontada para o olho direito da criatura, a corda do arco estalando em sua orelha.

A criatura rugiu, tentando amedrontar o seu "jantar", porém, sem surtir efeito. Astrid respirou fundo e correu na direção do animal, enquanto Ravenna atirou uma flecha que passou à centímetros da cabeça do Wyvern. A criatura atacou a líder com a cauda, porém, a garota rolou por baixo dela, abrindo um talho na pele do animal ao se levantar.

A criatura rosnou, mas não teve tanto tempo para reclamar, já que, com um salto, Sven desceu com o seu machado, decepando a cauda do animal. O Wyvern rugiu mais uma vez, cambaleando para trás. Bateu suas asas em busca de equilíbrio e defesa, ficando poucos centímetros acima do chão. Baldin e Sven correram para a frente da criatura, chamando sua atenção, enquanto Astrid se posicionava um pouco mais a frente.

Seus olhos se encontraram com os de Ravenna, o que a fez sorrir por um momento. A líder só precisou acenar com a cabeça e a arqueira já sabia o que precisaria ser feito. Astrid flexionou os joelhos, enquanto colocava o escudo em sua frente. A arqueira olhou para o escudo e depois para o seu alvo, voando baixo. Deu um meio sorriso encorajador e correu na direção de Astrid, pulando no escudo e sendo impulsionada para cima.

Astrid sorriu ao ver a companheira girar graciosamente no ar, enquanto retirava uma flecha da aljava e a atirava. A flecha cortou o ar, parando apenas ao atingir o olho do animal, o que fez a arqueira sorrir. Porém, sua felicidade durou pouco tempo. O Wyvern se debateu com a dor, atingindo a garota com a asa. Ravenna caiu na grama e rolou alguns metros, atingindo uma árvore com as costas.

Baldin correu até a garota, lhe ajudando a se levantar. Passou o braço direito da arqueira por trás de seu pescoço e, o seu braço esquerdo, em volta da cintura dela. Astrid e Sveb fizeram menção de correr, mas dois novos Wyverns aterrissaram no campo. Eram idênticos, porém, o terceiro a pousar era bem maior.

— Então era por isso que estava gritando. — Astrid sussurrou para si mesma.

— Astrid, precisamos sair daqui, agora! — Baldin bradou.

— Ainda não temos as escamas. — Ela devolveu, usando o escudo para se defender de ataque do Wyvern maior. — Se voltarmos, seremos excluídos dos Jogos.

— E se ficarmos, morreremos! — O loiro devolveu. — Você sabe o que certo, Astrid.

A líder dos Lendários olhou cenário ao seu redor. A situação não era nem um pouco satisfatória. Bufou e, junto com Sven, se reagruparam. Estavam cercados e os Wyverns se aproximavam, com expressões cruéis em seus rostos. Sven e Astrid se entreolharam e, ao receber um aceno da líder, o rapaz retirou uma esfera branca da bota de sua armadura e a esmigalhou em sua mão. Logo em seguida, um trovão ecoou pelo lugar e a luz da Bifrost desceu do céu. Astrid fitou a luz e esperou até o último segundo para rolar para frente e sair do alcance do portal.

— Astrid! — Ravenna gritou, antes de sumir junto com a luz colorida.

— Uma asgardiana contra três Wyverns. — Sorriu de canto, rodando a espada em sua mão. — Parece justo.

Sede dos Vingadores, Nova Iorque, Sala de Treinamento

A regata de Steve estava encharcada ao fim da primeira corrida com obstáculos, mas sua energia ainda estava no auge. Voltou para o início do trajeto, aumentando a dificuldade. A pista, projetada pelo Stark, criava hologramas de civis, robôs atacantes e todo o tipo de situação possível em combate. Steve ajeitou o escudo indestrutível em seu braço esquerdo e respirou fundo, se concentrando.

— Posso me juntar a você? — Uma voz feminina atrás de si, o pegou desprevenido, mas o sotaque russo era fácil de identificar.

— Fique à vontade. — O Capitão sorriu, dando espaço para a Feiticeira parar ao seu lado.

— Já sabe como funciona? — Rogers ergueu uma sobrancelha, fitando a garota.

— Sim, eu estava te observando há um certo tempo.— Ela respondeu, mas logo ficando vermelha ao perceber o que disse. — Quer dizer... Eu, estava vendo como funcionava, para poder tentar.

— Certo, sem problemas. — Sorriu fraco, notando o rosto vermelho da morena. — Pronta?

— Sim.

Steve digitou um código no painel de controle e dobrou o número de civis e robôs, assim como a dificuldade. Três luzes se acenderam no fim do trajeto, todas em vermelho. Foram se apagando uma a uma, até que, quando a última se apagou, as luzes ficaram verdes e os dois correram. Dois robôs surgiram à esquerda de Wanda, mas foram desativados facilmente com os poderes dela. Três robôs surgiram na frente do Capitão. O Sentinela lançou seu escudo, que ricocheteou nos três e voltou para o seu braços. Um civil apareceu na frente de Steve, que tocou em sua testa, realizando assim, o salvamento.

E os dois seguiram nesse modo pelo resto do treino. Enquanto o Capitão cuidava dos civis, Wanda lhe dava cobertura, com suas rajadas de energia vermelha. Em um certo ponto da pista, um civil surgiu de surpresa na frente de Wanda, que atirou contra o holograma. No mesmo momento, luzes vermelhas piscaram por toda sala, anunciando a falha no treinamento, enquanto uma voz robotizada dizia "Civil ferido, falha na missão" repetidas vezes.

— Desculpa, ainda não estou pronta para isso. — Wanda disse baixo, enquanto Steve se aproximava. — Não estou pronta para ser uma Vingadora.

— Ei, Wanda, não pense assim. — O Capitão respondeu, com um sorriso amigável no rosto e apoiando as mãos no ombro da Feiticeira. — Sabe, nesse emprego, nós sempre tentamos salvar o maior número de pessoas que podemos. Mas nem sempre isso é possível.

— E o que fazemos quando isso acontece? — Fitou o homem, com um pouco de admiração em seus olhos.

— Continuamos o que nosso trabalho pede. Nunca desistimos.

— Nunca desistimos... — Wanda repetiu, como se a frase lhe fizesse lembrar de algo.

Sokovia, três anos atrás

Rosalie fitava os dois garotos sentados na sua frente. Sua expressão era séria e um tanto quanto nervosa. Josh estava com o lábio cortado e o olho esquerdo levemente inchado, enquanto Alex apresentava um corte no supercílio, ainda vermelho por conta do sangue mal lavado. Do lado de fora da sala, Killian, Wanda e Pietro esperavam.

— Eles já estão a bastante tempo aí dentro. — Wanda comentou preocupada, andando de um lado para o outro. — O que está acontecendo lá dentro?

— Só tem um jeito de saber. — Killian respondeu, apontando para a porta.

Os Maximoff entenderam o recado e logo pararam ao lado da porta. Wanda se ajoelhou, enquanto Pietro se agachava atrás dela e Killian ficava em pé, mas apoiado no Maximoff. Encostaram as orelhas na porta e começaram a escutar.

— Roubando? De novo? — A voz da mulher entrou firme no ouvido dos dois. — Tiveram sorte de não terem sido presos.

— O que você acha que a gente deveria fazer? — Alex se levantou, irritado. — Ficar sentado e deixarem eles pegarem o Orfanato? Que nem você faz?

— Alex, pega leve. — Josh se levantou ao notar o olhar assustado da mulher que os criou.

— Não, eu já cansei de pegar leve, Josh. Se esse lugar está de pé até hoje, foi por causa do que nós dois fizemos por ele.

— Roubando de quem tem pouco e dando pra quem tem menos ainda? — Rosalie devolveu. — Me diz, onde isso está certo?

— Certo e errado são apenas pontos de vista. Não espere que eu vá parar com isso.

— Então você não me deixa outra escolha, Alex. — A mulher o fitou, com pequenas lágrimas nos olhos. — Eu estou te expulsando do Orfanato.

— Ótimo, eu já estava de saída.

— Alex... — Josh chamou o amigo, que saiu irritado em direção a porta.

Ao abrir, fez os três ouvintes caírem dentro da sala, recebendo o olhar furioso dos três. Alex bufou e saiu, sendo seguido por Josh. Killian e os Maximoff se levantaram e os seguiram, indo para o lado de fora do Orfanato. O garoto continuou andando, ignorando os amigos que o seguiam e o chamavam pela rua.

— Alex! — Wanda gritou, o fazendo parar em frente à um restaurante. Alguns poucos curiosos os olharam, mas logo voltaram aos seus afazeres. — Dá pra você esperar?

— Esperar? Como a Rosalie? — O moreno virou-se para os amigos, ainda irritado. — Aquelas crianças precisam de alguém pra cuidar delas. Precisamos do dinheiro.

— Alex, não se pode ajudar todo mundo. — Killian falou, fitando o rapaz.

— Eu não vou desistir disso. Nunca desistimos. — Respondeu, passando a mão no cabelo.

— Desculpem me intrometer na conversa, mas acho que posso ajudar.

Os olhos dos cinco se voltaram para o homem que parou atrás de Alex. Usava um regata preta por baixo de uma blusa social aberta e florida, semelhante as usasdas no Havaí. Um chapéu cobria seus longos cabelos escuros e sua barba era grossa e um pouco grande. Ao seu lado, estava parado um homem em um terno cinza, com uma blusa social preta por baixo. Seu cabelo era curto e sua expressão era dura como marfim.

— Quem é você? — Pietro, que até então não tinha dito nada, perguntou, o olhando desconfiado.

— Meu nome é Joseph Wyatt e esse aqui é o meu amigo Strucker. — Sorriu, fitando os garotos. — Eu posso ajudar com o dinheiro que precisam. Eu trabalho em um centro de experiências e preciso de doadores de sangue.

— Qual é a pegadinha? — Josh cruzou os braços.

— Não tem nenhuma. — Fitou o garoto, com um sorriso de canto. — Vocês so precisam doar e eu pago o suficiente para salvar o orfanato de vez.

— E se recusarmos? — Alex olhou para o Wyatt.

— Bem, coisas ruins costumam acontecer com pessoas boas.

— Não tenho medo de morrer, Wyatt.

— Mas creio que suas crianças têm. — Abriu um sorriso debochado ao ver o rosto do garoto. — Então, qual a decisão de vocês?

— Estamos contigo em qualquer escolha, Alex. — Wanda segurou na mão do garoto, a acariciando com o polegar. O resto do grupo o encorajou.

— Aceitamos.

— Ótimo, ótimo. — Wyatt riu fraco, enquanto Strucker, ainda calado, abria um simples sorriso. — Conhecem a base militar de Sokovia, no topo da colina? Nós encontrem lá, hoje. Podem ir.

Os cinco os olharam mais uma vez, saindo pouco tempo depois. Embora soubesse que estava ajudando o Orfanato, Alexander ainda sentia um aperto em seu peito. Um mal pressentimento o corroía.

— O que faremos quanto ao Orfanato, senhor? — Strucker perguntou.

— Incendeie o lugar. — Respondeu friamente. — Quanto menos tiverem para se preocupar, melhor.

— Tem certeza disso, senhor? São apenas crianças.

— É como eu disse: coisas ruins costumam acontecer com pessoas boas.

~x~

Os cinco órfãos de Sokovia já estavam deitados em suas macas, fitando o teto cinza e frio do laboratório. O lugar possuía uma tecnologia de nível alto, o que os impressionou. Alexander estava na maca do meio, enquanto os Kane ficavam à sua direita e os Maximoff, à esquerda. Pouco tempo depois, um médico devidamente uniformizado entrou no lugar, fazendo os voluntários se arrepiarem. Alexandre notou um brasão estranho em seu peito. Era um círculo, com um crânio e tentáculos embaixo.

— Vamos dar inicio ao procedimento? — O médico sorriu, apertando um botão no painel de controle.

Algemas subiram das laterais das macas, prendendo os pulsos dos cinco. O mesmo aconteceu com os tornozelos e pescoços. Estavam completamente imóveis.

— O que estão fazendo? — Alexander bradou do lugar em que estava, enquanto os amigos tentavam se soltar.

— Alex, Alex. — A voz de Wyatt preencheu a sala enquanto ele entrava na sala com uma espécie de cetro em sua mão direita. O Cetro de Loki. — Sua mãe nunca te ensinou a não aceitar nada de estranhos? Ah, não espera... — Wyatt deixou a frase morrer no ar enquanto gargalhava.

— Você vai pagar por isso, Wyatt. — Josh falou, irritado.

— Dinheiro não falta.

Sede dos Vingadores, Nova Iorque, Sala de Treinamento

— Wanda? — Steve chamou pela terceira vez, tirando a garota de seu transe. — Tudo bem? — Fitou os olhos da Feiticeira.

— Sim, sim. — Ela sorriu, balançando a cabeça. — Só lembrei de uma boa época em Sokovia, nada demais.

— Lembranças boas sempre nos fazem bem. — Notou que suas mãos ainda estavam nos ombros da garota e as retirou, um pouco sem graça. — Bem, vou tomar um banho. Sabe onde me achar se precisar de mim.

— Sei sim, Capitão.

— Apenas Steve, por favor. — Rogers sorriu uma última vez, saindo da sala.

— Certo, Steve. — Wanda comentou baixo, enquanto fitava o homem saindo. Apenas quando ele fechou a porta, que pôde perceber a força com que mordia seu lábio inferior.

Asgard, Bifrost

Conforme iam passando pelo portal, as eequipes eram encaminhadas por Heimdall até a sala de cura. Muitos haviam conseguido resolver suas tarefas, porém, um número ainda maior falhou. Thor e seus guerreiros entraram na sala da Bifrost no exato momento em que Ravenna, Sven e Baldin atravessaram o portal.

— Onde está a outra garota? — Thor indagou ao grupo, notando seus olhares preocupados.

— Ela ficou para enfrentar três Wyverns. — Sven explicou, vendo que o choque ainda controlava as expressões de seus amigos. — Nossa missão era trazer quatro escamas. Por favor, Thor — Fez uma reverência ao Deus do Trovão —, nos ajude.

— Eu vou até lá. — Acenou com a cabeça para o garoto, que sorriu em alívio.

Antes que pudesse dar um passo, a Bifrost foi aberta mais uma vez. Uma silhueta alta foi vista até a luz diminuir. De dentro dela, Astrid saiu. Seus braços e sua armadura cobertos por sangue, assim como alguns respingos manchavam seu rosto. O escudo que antes era prata, agora estava coberto pelo líquido escarlate. Em sua mão direita, segurava a cabeça dos três animais que a atacaram. Com um sorriso debochado, jogou as cabeças no chão, que rolaram alguns centímetros, parando aos pés do Thor.

— Aí estão suas escamas, Thor. — Astrid fitou o Deus do Trovão, com um sorriso de canto, enquanto sua equipe a fitava com espanto.

— O que é tão engraçado, guerreira? — O loiro ergueu uma sobrancelha. — Completar uma missão, comprometendo a vida de seus companheiros? Ou o fato de arriscar a própria vida por conta de orgulho?

— Disse o homem que quase acabou com uma nação inteira por vaidade. Que quase fez Asgard cair ao desobedecer o próprio Pai de Todos na luta contra os Elfos Negros. — Astrid andou pelo salão, a mão esquerda segurando firme no cabo da espada. — Irônico, não?

— Abaixe o seu tom antes de falar com o Rei de Asgard. — Thor respondeu.

— Você não é o rei! — Bradou de volta. — Nunca foi e nunca será. Você não merece tal título.

— Suas palavras apenas irão gerar o seu banimento, criança. — O Deus do Trovão alertou. — É a última vez que peço para parar.

— Me obrigue, Thor.

Astrid retirou a espada da bainha e a segurou com a mão esquerda, colocando o escudo na direita, se posicionando para o ataque. Thor fez menção de descer para a luta, mas o braço de Sif em sua frente o impediu. A morena retirou a espada de sua mão e a girou, fazendo-a se transformar em uma lança de duas pontas.

Sif avançou, porém seu ataque foi facilmente desviado para o lado, enquanto Astrid a chutava no peito, fazendo-a recuar alguns passos. A líder dos Lendários atacou a Deusa da Guerra, com golpes rápidos e mortais. Faíscas saíam a cada encontro das lâminas, o que não era pouco.

— Tem alguma coisa errada. — Ravenna comentou com Sven, se soltando de Baldin.

— Isso foi realmente esclarecedor. — Sven comentou, sarcástico.

Em um descuido de Sif, Astrid a acertou seu rosto com o escudo, a fazendo cambalear para trás. Nesse meio tempo, Frandall apareceu por trás da garota e a agarrou. A guerreira, acertou uma cotovelada na barriga do loiro, fazendo com que ele se curvasse e a soltasse, para atravessar a sua barriga com a espada.

—Frandall! — Volstagg bradou, correndo até a garota.

Cego pela raiva, sua derrota nunca chegaria tão rápido quanto hoje. Com o seu machado em mãos, atacou, sendo facilmente desviado pela agilidade de Astrid. A garota girou no sentido contrário do ataque de Volstaggg, cortando sua garganta com o golpe bem sucedido. O guerreiro caiu de joelhos, enquanto o líquido quente que escorria pelo seu pescoço deixava sua barba ruiva ainda mais vermelha. Thor não conseguia se mexer. Sentia seus pés plantados no chão. Seus amigos estavam sendo derrotados como nada e ele mal conseguia respirar. Astrid vançou contra Sif, que ainda estava desnorteada e lhe puxou uma rasteira, girando a espada na mão esquerda antes de atravessar coxa direita da Deusa da Guerra, que urrou com a dor.

— Essa não é mesmo a Astrid. — Ravenna disse enquanto puxava uma flecha do arco e mirava.

— O que você está fazendo? — Baldin arregalou os olhos. — Como você sabe que não é ela?

— Eu conheço o que é meu.

Ravenna atirou a flecha, que zuniu pelo ar, indo em direção a suposta impostora. Astrid apenas segurou a flecha, com uma expressão de tédio em seu rosto. A líder dos Lendários fez menção de atacar, porém, algo a fez parar. Um pouco mais atrás de Thor, estava o Pai de Todos, Odin, montado em seu cavalo. Usava sua armadura completa, segurando o seu cetro banhado em ouro e poeira estelar com a mão direita. Odin desceu de sua montaria e fitou o cenário

— Pai, ainda bem que...

Thor foi interrompido por um disparo feito pelo próprio Odin, que o jogou para trás com o impacto. Thor olhou incrédulo para o homem que agora começava a se transformar. Seus cabelos brancos voltaram a ser compridos, sua armadura dourada ganhou tons de verde escuro e prata, um sorriso travesso rasgando o seu rosto e os olhos se injetando de um verde intenso. Um verde que Thor conhecia muito bem.

— Loki. — Sua voz saiu como um sussurro.

— Olá, irmão. — O Deus da Trapaça sorriu, caminhando até o irmão.

Enquanto andava, as imagens dos amigos de Thor iam sumindo uma a uma. Não passavam de ilusões. O Deus do Trovão tentou se levantar, mas a lâmina de Astrid já estava em seu pescoço. Ravenna, Sven e Baldin fizeram o máximo de silêncio possível.

— Bom trabalho, Hela. — Loki sorriu, acariciando os cabelos da sua impostora.

— Obrigada, pai. — Hela respondeu, com uma voz já diferente de Astrid. Se afastou, deixando seu pai parar ao lado do Deus do Trovão

— Como eu não estou com muita paciência, Thor, vamos ao que é de meu interesse. — Loki pigarreou, tocando o peito do Thor com Cetro de Odin. — Eu, Odin, Pai de Todos, o exilo de reino, por motivos que apenas me interessam. — A voz de Loki saiu como a de Odin.

— Loki, eu... — Uma luz branca emanou do corpo de Thor, enchendo o salão, para logo sumir, junto com o corpo do Asgardiano.

Os Lendários fitaram a cena, incrédulos. Ao notar os olhares de Loki caindo sobre eles, Ravenna tirou a mesma esfera branca de sua bota e a esmagou. Os três foram sugados pela Bifrost antes que o ataque de Loki os atingisse.

— Quer que eu vá atrás deles, pai?

— Não é necessário. — Respondeu, com o tédio em seu tom de voz. — São apenas ratos buscando a sua sobrevivência.

~x~

Thor abriu os seus olhos e a primeira coisa que viu foram armas apontadas para o seu rosto. Puxou o Mjolnir, mas logo foi atingido nas costas, com a coronha de uma arma, o que desmaiou.

— Bem-vindo a Sakaar, Deus do Trovão. — Um dos guardas riu. — Lar dos maiores gladiadores do Universo.

~x~

Sven, Ravenna e Baldin voltaram para Vanaheim, graças à Pérola de Freya, que lhes concedia um teleporte para Asgard e para o lugar em que foi usada da última vez. Ainda estavam sem fôlego, devido aos últimos acontecimentos.

— O que fazemos? — Sven os fitou. — Loki dominou Asgard, perdemos o Thor, não está sendo fácil.

— Vamos achar a Astrid primeiro. — Ravenna disse firme. — Ela vai saber o que fazer.

— Astrid ficou em Asgard. — Baldin comentou.

— Aquela não é a minha Astrid, entenderam? — A morena os fitou. Os homens se entreolharam e assentiram. — Certo, vamos atrás dela.

Sokovia, três anos atrás

Strucker e Wyatt analisavam os corpos dos cinco experimentos bem sucedidos, flutuando dentro do tanque com o líquido esverdeado. Seus sorrisos apenas indicavam que seus esforços haviam válido a pena.

— Liberte apenas os Maximoff. — Wyatt alertou. — São mais fracos e manipuláveis.

— E quanto aos outros três?

— Eles são inteligentes e capazes de destruir os Vingadores sozinhos.

— E isso não seria bom, comandante? — Strucker ergueu uma sobrancelha.

— Até certo ponto sim, mas como ficaríamos se eles se voltassem contra nós? — Wyatt fitou o homem ao seu lado, voltando sua atenção para os tanques de vidro logo em seguida. — Eles serão o nosso Apocalipse, Strucker.


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Notas finais do capítulo

Muita coisa pra digerir, não é mesmo? Bem, finalizamos os flashbacks em Sokovia, não me deixem ficar sem saber o que acharam? O que será que aconteceu com a Astrid e onde o Thor foi parar? Continue lendo para saber.

Agora vamos a surpresa. Bem, esse capítulo encerra a participação Asgardiana na fic, apenas a Astrid aparecerá mais para frente. Mas não se preocupem, pq Asgard está saindo daqui para ganhar o seu próprio Spin-Off o/ o trailer está aqui embaixo ^^
Link: https://www.youtube.com/watch?v=sBHlswrzaEM



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