Wanheda Scream escrita por Leonardo Franco


Capítulo 6
Preso




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— Eu já disse, eu deixei o capuz no beco, quando a Brenda desmaiou – Jacobs argumentava, irritado.

— Desmaiou? Aqui consta que você a atacou – retrucou Giovanna.

— Sim, mas ela mereceu. Ela estava me zoando.

— E você a deixou lá sozinha. Junto ao capuz preto – Giovanna ia fazendo anotações.

— Exato.

— E por que você deixou o capuz lá?

— Eu não deixei por querer, eu o esqueci lá. Não quis ficar nem mais um minuto naquele lugar, então saí correndo.

— E pra onde você foi?

— Eu voltei para minha casa.

— E tem alguém que possa confirmar isso? – Ela levantou o olhar do papel e o encarou.

— Não, eu... Eu moro sozinho. Acho que ninguém me viu entrando.

Giovanna posou a caneta sobre a mesa e cruzou os braços.

— Você percebe o quanto você está me dando aqui? Nada. Você não me deu nada que prove que você é inocente.

— Mas eu sou!

— Sinto muito, mas você vai precisar passar a noite aqui, até que tenhamos uma decisão concreta sobre você.

— O quê?

— Caio Jacobs, você está preso.

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Brenda olhou para o capuz e de volta para o rosto de Paulo. Ele parecia não entender o que estava acontecendo, mas Brenda não ligava para a atuação dele. De algum modo ela sabia.

— Você... Eu poderia esperar tudo de você, menos isso.

— Isso o quê? Brenda, o que está acontecendo?

— Não me venha com essa. Eu vi o capuz, todo mundo viu. Você matou a Stephanie...

— A Ste morreu? Brenda, que merda você tá falando? Eu fiquei aqui em casa o dia todo, eu...

— PARA DE MENTIR! VOCÊ SÓ SABE FAZER ISSO, EU SEI QUE FOI VOCÊ! VOCÊ ESTÁ COM O CAPUZ DO ASSASSINO NA SUA MÃO.

— Brenda, presta atenção. Alguém deixou esse capuz aqui na porta. Não sei quem foi, eu juro. Estava dentro de uma caixa, e...

— EU NÃO ACREDITO EM VOCÊ! – Brenda se afastou de Paulo.

— Aqui, olha. A caixa está aqui, Por favor, Brenda, pare de gritar.

Brenda respirou profundamente e olhou para onde ele estava apontando. Uma caixa pequena de papelão estava sobre a mesa, aberta. Ela foi até lá e espiou dentro. Havia um pedaço de papel no fundo.

— Tem um papel aqui – ela disse. Paulo se aproximou para olhar.

— O que está escrito? – Brenda pegou o papel e leu em voz alta.

— “Vocês são os próximos” – ela olhou para ele e começou a chorar. Ele se aproximou e abraçou. Ela retribuiu o abraço, mas um segundo depois ela o afastou e deu um tapa na cara dele.

— Por que você fez isso? – Paulo levantou a mão para cobrir o rosto.

— Por ter feito eu achar que você era o assassino, babaca – ela disse, puxando-o de volta para mais um abraço.

###

Giovanna analisou suas anotações por um momento, até que a porta se abriu. A detetive encarregada do caso, Sandy Junior, entrou e se sentou na cadeira de plástico.

— O que você descobriu?

— Eu acho que foi o Jacobs. Todas as pistas apontam para ele.

— Bem, eu acho que esse caso foi muito fácil – Sandy respondeu. – Então, desse modo, eu acho que não acabou por aí.

— O que você quer dizer?

— Eu acho que não foi ele. Pra começo de conversa, acredito que se ele fosse culpado, não teria vindo aqui por vontade própria. E, como aquela outra lá falou, ele estava junto aos outros quando Stephanie foi assassinada.

— Sim. Eu acredito que ele tenha um cúmplice.

— Acho que foi uma pessoa só. Não acredito que quem quer que esteja fazendo isso teria o trabalho de escoltar alguém para a função.

— Por que não? – Giovanna não estava engolindo o papo da detetive.

— Não sei, só tenho esse pressentimento. Você já terminou de interrogar todo mundo?

— Ainda faltam os irmãos, mas eles estão no hospital...

— Eu estou indo lá agora, quer uma carona?

— Não, obrigada. Eu preciso fazer algumas coisas antes.

— Tudo bem então. Qualquer coisa que você descobrir, por favor, me avise.

— Pode deixar.

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— Não, sério, eu achei que você tinha morrido – disse MP, comendo o resto dos salgadinhos da Geovanna. Caio estava olhando alguma coisa no seu celular, sem dar atenção ao que sua irmã estava falando.

— Não acredito que a Ste morreu... Olha aqui, ela tinha acabado de postar uma foto do ensaio que ela fez semana passada...

— Ela estava tão bonita né? – Disse MP, observando a foto.

— Quem poderia ter feito uma coisas dessas? Me atacar, atacar a Stephanie...

— Você acha que tem algum sentido nisso? – MP perguntou, séria.

— Como assim? – Caio deixou o celular de lado.

— Se tem alguma ordem, algum significado nesses ataques. Ou foram só aleatórios, no calor do momento?

— Não sei, não pensei sobre isso...

— O que será que esse assassino quer?

— Ótimo que vocês já estejam no assunto – alguém falou, atrás de MP. Os dois irmãos olharam para a fonte da voz, e viram uma mulher parada atrás da porta. – Meu nome é Giovanna, e eu sou a Chefe do departamento de polícia. Eu interroguei todos os seus amigos, e agora preciso dos depoimentos de vocês dois.

— Ah, tudo bem – disse MP, levantando-se. – Onde vai ser?

— Me acompanhe, por favor. Caio, eu volto em um instante para você.

— Estarei aqui – ele respondeu. As duas saíram, e Caio recostou a cabeça. Ele fechou os olhos por um instante e respirou profundamente, pensando em Stephanie. Algum tempo depois, ele ouviu um barulho na porta, e abriu os olhos, esperando ver sua irmã ou a Chefe do departamento. Mas não era nenhuma das duas. Era um rosto conhecido, no entanto.

— Oi – ele disse, estranhando a presença daquela pessoa. – Como você sabia que eu estava aqui?

— Eu sinto muito, Caio – a pessoa disse, e Caio não entendeu o que ela quis dizer. Um segundo depois, o visitante o atacou com um cano de metal.

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— E aí depois eles todos foram com a polícia, e eu fiquei aqui no hospital com meu irmão – MP terminou seu depoimento, analisando as expressões da moça.

— Tudo bem, obrigada – Giovanna disse, quando MP começava a se levantar. – Espere um momento. Você tem ideia de quem possa estar atrás de tudo isso?

— Acho que não... Eu não sei por que alguém iria querer atacar Caio, ou matar qualquer um de nossos amigos.

— Certo. Vamos até o seu irmão, então.

MP abriu a porta da cozinha do hospital e saiu. Giovanna a seguiu, com uma certa distância, tomando nota de algumas coisas que ela achava importante. Ela foi interrompida de seus pensamentos quando ouviu um grito. Ela olhou para frente e viu que tinham chegado ao quarto de Caio. Ela entrou apressadamente.

MP estava gritando, ajoelhada ao lado da cama. Sobre ela, em meio a uma poça enorme de sangue, havia um cano de metal, e Caio havia sumido.


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Notas finais do capítulo

CADE O CAIOOOOOOOO e eu sei que a Sandy não chama Sandy Junior hahaha



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