Wanheda Scream escrita por Leonardo Franco


Capítulo 7
Voltando ao hospital




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Geovanna estava sentada no balcão do bar, e mesmo sendo quase 9 horas da manhã, um copo de cerveja estava bem a sua frente. Ela ainda não tinha bebido, pois sabia que assim que o álcool entrasse no seu sistema, ela se alteraria completamente. Esse era o fraco dela, a bebida. Ela estava se controlando ao máximo para não beber, mas ao pensar em Stephanie morta e em Caio desaparecido, ela não aguentou. Ela virou o copo de uma vez. E pediu outro. E mais outro. E passou a beber vodka pura. E mais vodka. Ela sabia que não deveria misturar, mas não ligava. Pediu vinho, pinga, caipirinha, e virava tudo assim que chegava.

— Me vê mais uma – ela pediu, deitada sobre o balcão. Ela não aguentava mais a dor de cabeça que o álcool estava lhe causando, mas ela acreditava que quanto mais bebesse, mais fraca a dor iria ficar. O bartender veio até ela e analisou sua situação.

— Você tem certeza que quer outra bebida? – ele perguntou, sabendo o risco que estava correndo. Geovanna levantou a cabeça e encarou o rapaz.

— Caio? – Ela estava alucinando. Ela via o rosto o Caio, mas não era ele. O que ninguém sabia (nem mesmo Brenda) era que Geovanna gostava do Caio, mesmo que eles nunca tenham se falado muito. E, de um modo ou outro, o desaparecimento dele teve um forte impacto nela.

— Não, meu nome é Bruno – ele disse, pegando o copo que estava na frente dela. Nesse mesmo instante, Geovanna pulou sobre o balcão, agarrando Bruno pelo pescoço, e beijando-lhe na boca. O rapaz, sem reação, deixou tudo acontecer, e logo a moça estava o arrastando para os fundos do bar, tirando suas próprias roupas e também as dele.

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Brenda se enrolou no lençol da cama antes de se levantar. Apesar de Paulo já tê-la visto nua inúmeras vezes, ela ainda não tinha acostumado a andar sem roupa pela casa. Ela passara a maior parte da noite em claro, esperando um telefonema, uma mensagem, qualquer coisa sobre o paradeiro de Caio, mas não teve nada. Ela se sentia de alguma forma culpada pelo o que aconteceu, mesmo sabendo que não tinha como ela ter feito nada. Ela caminhou até o banheiro e, antes mesmo de fazer qualquer coisa, ela ouviu seu celular vibrando. Ela correu até o aparelho e viu que era um número desconhecido ligando.

— Alô?

— Brenda. Você não me conhece, mas eu sei quem você é. E eu sei o que aconteceu com o Caio.

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Maria Paula estava mexendo em algumas coisas de seu irmão, no apartamento dele, juntamente com a polícia, quando ouviu a campainha tocar. Ela ouviu um policial abrindo a porta, mas não conseguiu ouvir quem era. Ela só ouviu o que o policial falou.

— Você é amigo dela? Tudo bem então, eu vou chamá-la – ela ouviu o policial vindo até o quarto. - Maria Paula? Tem um rapaz aqui que diz que é amigo seu.

— Pode mandá-lo entrar – ela falou, mesmo sem saber quem era.

Ela ouviu a porta se fechando e, novamente, alguém vindo até o quarto. Para a surpresa dela, era Alan.

— O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou, levantando-se do chão.

— Eu fiquei sabendo do seu irmão... Ele está no hospital? – Ele parecia preocupado.

— O quê? Não, ele... Ah, você não ficou sabendo... – MP respirou profundamente antes de continuar. – Ele desapareceu. A polícia acha que a mesma pessoa que o atacou, a mesma pessoa que matou Stephanie, foi quem o levou.

— A Stephanie morreu? Meu Deus... Esse mundo está perdido mesmo... MP, eu sinto muito... Pelo seu irmão, e por como nós ficamos. Espero que não tenha nenhum ressentimento entre nós...

— Imagina, eu já superei – disse MP, mas com um único pensamento ecoando na sua cabeça: “EU VOU FICAR SOLTEIRA!?!”.

— Mas o que você vai fazer agora? Sobre o Caio.

— Eu ainda não sei... Eu fiquei de ir atrás de uma detetive, uma moça chamada Sandy. Nós iríamos voltar ao hospital, mas eu não sei se eu devo voltar lá.

— Sim, você deve. Você não pode ficar sem fazer nada...

— Eu sei, mas eu não sei se eu consigo ficar lá, sabendo que aquele quarto pode ter sido onde... Onde... – MP tentava segurar as lágrimas, mas não conseguiu. Ela deixou a água escorrer pelo seu rosto. – Onde meu irmão foi assassinado.

— Você não pode pensar assim... Ele não morreu, MP. Ele só desapareceu. Pense positivo. Se quiser, eu vou com você até lá.

Ela limpou o rosto, e tentou sorrir. Ela acenou com a cabeça, aceitando a oferta de Alan. Ele se aproximou para abraçá-la, mas quando ele chegou perto dela, ela o beijou. Ele se afastou imediatamente.

— MP, eu... – ele começou.

— Eu sei. Eu sinto muito – ela disse, e voltou a chorar.

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Alan dirigia em silêncio, com MP no banco do passageiro. O clima estava tenso entre eles, mas MP sabia que ela estava tendo apenas uma ilusão, e que o romance dos dois nunca poderia acontecer. Eles estavam indo em direção à delegacia, onde se encontrariam com Giovanna, e depois se encaminhariam para o hospital, onde Sandy estaria esperando por eles. Alan estacionou duas quadras abaixo da delegacia, e MP saiu do carro.

— Eu vou atrás da Giovanna, volto logo – ela disse, e se virou, sem esperar uma resposta.

Ela entrou na delegacia e foi até a sala de espera, onde ela sabia que Giovanna poderia vê-la pela câmera de segurança. Ela sentou-se em uma das cadeiras que estavam ali, e esperou por um momento. A porta se abriu logo depois.

— Maria Paula, você decidiu vir – disse Giovanna, com uma chave de carro na mão.

— Eu estava indo para o hospital, mas achei melhor passar aqui antes, para irmos juntas.

— Ótimo, então vamos.

— Eu estou com um amigo meu, ele está estacionado lá fora. Você quer uma carona?

— Ah, acho que sim. É melhor eu deixar meu carro aqui.

MP e Giovanna foram até o carro de Alan, e MP entrou na frente.

— Alan, essa é Giovanna Britto, chefe do departamento. Giovanna, esse é Alan, um amigo meu.

— Prazer em conhecê-lo – ela disse, do banco traseiro. – Podemos ir?

Eles chegaram ao hospital em alguns minutos, e Alan entrou para o estacionamento. MP e Giovanna foram até o elevador, e os três subiram até o primeiro andar, onde ficava o quarto de Caio. Ao saírem do elevador, eles se direcionaram até a recepção, onde Sandy disse que estaria esperando por eles. No entanto, ela não estava lá.

— Por que ela não está aqui?- MP perguntou a Giovanna.

— Não sei... Ela me mandou uma mensagem cerca de uma hora atrás falando para encontrá-la aqui.

— Acho melhor irmos até o quarto então, não é? – Alan disse.

— Sim, vamos até lá – MP respondeu, saindo na frente. O quarto era duas portas depois da recepção, e, mais uma vez ao entrar naquele quarto, MP teve uma surpresa enorme.

A cabeça de Sandy estava pendurada na luminária.


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Notas finais do capítulo

RIP Sandy Junior



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