P.O.V Autora

Depois de se acalmar, Megan limpou a garganta e perguntou:

—Isso é o que eu penso ser?

—Parece uma espécie de soro, parecido o do Capitão.

—Jarvis, chame Bruce.

Não tardou para o moreno chegar.

—O que está acontecendo? Por que está chorando?

 -Recebi um presente do meu pai.

Bruce ficou confuso.

—Mas... Seu pai não...

—Me abandonou? Sim. Entretanto parece que ele se arrependeu.

Bruce se aproximou de Tony.

—Do que se trata?

—Um soro. Igual ao do capitão. Espere, isso pode...

—Não sabemos Tony.

—Pode o que?  

—Não sab... –Bruce tentou repetir, mas Tony foi mais rápido.

—Pode devolver o movimento das suas pernas.

—O que? Como? –Franziu a testa.

—Sabemos que com o tempo e muita fisioterapia você pode recuperar algo, não todo o movimento. O soro aceleraria esse processo. Você estaria ‘curada’ em poucas semanas.

—Completamente?

—Sim.

Bruce observava o rumo que a conversa tomava e percebeu um brilho estranho nos olhos da loira.

—Meg, você não sabe como isso te afetará. Nós não sabemos, o soro é tão perigoso e desconhecido que logo depois de ser aplicado em Steven Rogers foi destruído.

—Não parece ser o mesmo. –Disse Tony, passando os papeis para Bruce. –Olhe essas instruções... Os ingredientes.  

—Eu poderia voltar? Eu digo, como antes? –Perguntou, ignorando a fala de Bruce, a ideia de poder voltar a andar e fazer as coisas que fazia antes era algo incrível para sua grandiosa mente. –Vocês podem fazer isso?

Uma semana depois

—Ela não pode fazer isso! –Exclamou Bruce.

—Isso pode devolver muitas coisas que ela perdeu. Olhe para ela. –Bruce olhou para o sofá onde jazia uma Megan adormecida. –Está quebrada, Deus, ela está em pedaços. Nós fizemos isso, o palerma verde fez isso, o pai dela fez isso. Megan merece uma segunda chance, devemos isso a ela.

Bruce respirou fundo.

—Como saberemos que ela aguenta?

Tony a olhou.

—Ela já aguentou coisa pior, lembra-se?

—Como poderei esquecer?

Algum tempo depois...

Os Vingadores estranharam o sumiço de Tony e Bruce. Eles não compareciam as reuniões (algo normal para Tony, mas não para o pontual Bruce Barnes), nas missões eles não estavam incluídos e os Vingadores não tinham acesso aos andares que lhes pertenciam, eles também observaram que um dos andares da Torre estava ocupado. Sempre que viam Pepper perguntavam sobre, mas ela dava respostas vagas.

—Eles estão em missão.

—Eles estão ocupados...  

—Eles podem está realmente numa missão. –Propôs Clint Barton.

—Ou ajudando algum desconhecido. –Disse Steven Rogers.

Natasha foi a primeira a rir com o comentário do Capitão, se eles soubessem que o palpite de Steven estava certo, não ririam tanto.

Stark e Barner estavam muito ocupados com a realização do procedimento que devolveria a Megan a habilidade de andar.

Meses foram necessários para montar uma sala segura. Equipamentos de ponta chegavam sem que ninguém percebesse, pois sabiam que se a informação, de que eles tinham outro soro, vazasse outros viriam atrás, ninguém era amigo.

Megan tentava ajudar em algo, mas lhe restava se ocupar com as obras da nova sede da empresa.

E então, finalmente era o dia.

—Vamos começar.

Bruce pegou Felicity nos braços e a deitou numa cama de ferro, Tony desceu um tipo protetor que segurava Felicity, enquanto uma enfermeira aplicava Penicilina.

—Tony. –Chamou Felicity, Stark a olhou. –Isso é continuar um legado, seu pai se orgulharia.

O Stark piscou.

A infusão dos soros começou e a cama foi se transformando numa câmara, onde Felicity estava presa. Bruce se aproximou da câmara e perguntou:

—Meg, está me ouvindo?

—Sim, estou bem. –Disse após uns segundos .

—Pode começar Stark.

Felicity ouvia com atenção o que diziam, estava tranquila sentindo a agua dos soros entrar por suas veias, até que sentiu algo estranho e seus olhos se arregalaram quando outra coisa chegou a suas veias, parecia que ela iria morrer, tamanha era a dor. Sem que percebesse foi exposta a radiação chamada: “Raios Vita”. Seu corpo parecia se partir.

—60% de radiação. 70%... 80%... 90%.

Eles ouviam os gritos dela, mas sabiam que não deveriam interferir, Felicity era forte o suficiente.

—100%, está completo. –Disse Tony.

Uma luz tomava de conta da sala foi cessando, a câmara foi aberta.

Megan ainda era Megan, com pequenos músculos a mais, nada que alguém fosse notar. Estava molhada de suor. Um enfermeiro logo se aproximou para medir sua pressão e checar o coração. Ela estava bem, mas ainda não estava acordada.  

Tony e Bruce se olharam.

—Está feito.

—Vamos esperar ela acordar para ver se prestou.

₰

Os primeiros saios de sol invadiram o quarto, e os olhos azuis de Megan se abriram. Ela olhou ao redor e reconheceu seu quarto, sem pensar direito se sentou na cama e se levantou para escovar os dentes e... Sim. Ela se levantou.

Ficou tão assustada quando percebeu que estava em pé que caiu de bunda no chão.

Eu andei? Eu... Estava em pé? O que diabos está acontecendo?

Ela decidiu se levantar, apoiou as mãos no chão e fez força, levantou. Seu coração estava acelerado.

Estou em pé.

Lagrimas se formavam, lagrimas de alegria. Ela deu o primeiro passo sem nenhuma dificuldade. E um segundo e um terceiro... Caminhou até o banheiro. E parou na frente do grande espelho. Olhou-se com atenção, percebeu alguns músculos diferentes, seus olhos estavam mais escuros. Se banhou e foi até o closet. Uma imensa vontade de correr tomou de conta dela, vestiu um topo e logo colocou o moletom por cima. A calça e os tênis vieram depois.

Senti falta disso.

Na cozinha, pegou uma maça e uma garrafa com agua e saiu. Quando o porteiro a viu arregalou os olhos.

—Será que esse lugar nunca vai ser normal? –Reclamou.

—Bom dia senhor Watson. –Respondeu rindo.

As ruas já estavam movimentadas, dessa vez os carros não eram os únicos, bicicletas e motos concorriam com eles. Varias pessoas indo e voltando do trabalho, crianças indo para a escola. Todos pareciam está ocupados com algo, ou super atrasado.

Megan se permitiu observar, não demorou a chegar ao Central Parker. Lá outras muitas pessoas se exercitavam e algumas crianças brincavam.

Ela deu a volta no parque e parou para respirar e se hidratar. O sorriso não saia do seu rosto.

—Com licença. –Pediu uma voz infantil.

Megan olhou e encontrou um menino com sua bicicleta, a corrente tinha saído.

—A senhora pode me ajudar? Minha mãe está no outro lado e a corrente saiu.

—Claro que eu te ajudo. –Respondeu sorrindo.

Ela caminhou até a bicicleta e se abaixou, colocou rapidamente a correndo no lugar.

—Nossa, como a senhora é forte.

—Um dia você também será.

—Obrigada.

Megan sorriu e assentiu. O garoto logo subiu na bicicleta e sumiu a rápidas pedaladas.

Respirou fundo o ar puro que as arvores proporcionavam e decidiu voltar para a Torre. 

Pegou outro caminho, era impossível se perder ali, já que a Torre era visível de longe. Passou na frente de um prédio em construção. Aquele era o novo local da empresa e já estava quase pronto. Atravessou a rua e foi dá uma olhada. Tudo parecia caminhar normalmente.

Até que ela viu homens retirando as gigantes letras que formavam o nome PALMER e apenas o Technologies ficar.

—Ei, o que está acontecendo?

—Mudaram o nome da empresa e pediram para substituir. –Exxclicou um dos trabalhadores.

—Como? –Megan estava abismada. –Pode me emprestar o celular?

—Claro.

Megan rapidamente discou o numero de Elena.

—Alô? –Disse sonolenta.

—Elena, é Megan, o que está acontecendo?

—Senhorita Smoak?

—Sim. Vim ver as obras e descobri que mudaram o nome da empresa. Como isso aconteceu? E por que eu não fui consultada?

—Como? Mudaram?

—Sim!

—Não fui informada, senhora.

Megan suspirou.

—Ok, descubra o que está acontecendo.

—Certo, tenha um bom dia.

—O mesmo.

Ela desligou e agradeceu ao homem.  Voltou rapidamente para a Torre, quando o elevador se abriu ela entrou e apertou o botão do seu andar (O antepenúltimo), mas antes que ele fechasse um homem loiro e forte entrou. Percebendo que ele não tinha a visto, ela falou:

—Bom dia. –Cumprimentou.

O homem se virou assustado.

—Bom dia.

Ele apertou no botão 6.

Deve ser um dos vingadores.

O elevador logo se abriu e ele saiu. Quando chegou ao seu andar foi diretamente ao banheiro e tomou um banho. Vestiu-se e foi até o andar de Tony.

₰

Steve Rogers levantou decidido a andar de moto e ver o sol nascer, portanto acordou cedo e saiu. Plano cumprido, quando voltou entrou no elevador rapidamente e antes que pudesse apertar o andar, uma voz feminina veio a tona.

—Bom dia. –Disse.

Quando ele se virou encontrou uma mulher, loira e suada, sorrindo. Rapidamente retribuiu o “bom dia”, quando o elevador parou ele saiu e ficou olhando o elevador se fechar e a mulher subir.

Pensou que ela poderia ser uma intrusa, por isso vestiu outra camisa e foi até Tony.

—Jarvis, onde o Stark está?

—O senhor Stark se encontra descansando.

—Pode checar as câmeras da torre a procura de intrusos?

—Sim senhor.

Enquanto esperava o elevador voltou e Steve foi para a casa de Tony.

—Jarvis acorde o Stark. E chame os Vingadores.

Quando o elevador se abriu ele logo viu Pepper sentada na mesa de jantar tomando café e lendo o jornal.

—Bom dia Capitão.

—Pepper, bom dia.

Antes que ela pudesse responder Tony desceu as escadas correndo e descabelado.

—O que está acontecendo?

Pepper suspirou cansada.

—Já está em pé, Tony? Deveria está dormindo.

Steve estranhou, já que normalmente era Pepper que brigava com o homem por ele dormir muito.

—Jarvis me chamou pensei que algo tivesse acontecido.

—Eu pedi para ele te acordar. –Disse Steve. Todos os olhos se viraram para ele e ele se sentiu envergonhado.

—Serio? SERIO? –Gritou Tony frustrado.  

—Acho que temos um intruso na torre.

—Como? –Perguntou Pepper preocupada.

Antes dele responder chegaram Natasha, Clinton e Bruce (tão descabelado quanto Tony).

—O que está acontecendo? –Perguntou a viúva negra.

—Parece que o capitão endoidou.

—Hãn?

—Eu não endoidei! Quando estava entrando no elevador, lá tinha uma mulher em pé e ela subiu. Até me disse bom dia.

Bruce e Tony se olharam, completamente acordados. Os corações dos homens começaram a acelerar e antes que pudessem correr, as portas do elevador se abriram novamente, revelando Megan.

—É ela!—Exclamou Steve.

—Bom dia. –Exclamou sorridente.