A Terra e o Mar - o encontro de dois mundos escrita por Lu Rosa


Capítulo 13
Doze




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Leonor andava rapidamente pelas ruas carregando uma cesta com panos para ataduras. Agoirá a seguia carregando outra cesta contendo unguentos e ervas de cura.

            Ela sentia o rosto ainda arder da bofetada de D. Constancio. “Ah, homem miserável”, pensou ainda raivosa. Quem lhe dera que ela fosse homem mais responder a altura aquela afronta. Nem seu pai havia lhe batido depois de moça. Não que ela não tivesse merecido; pois era tão teimosa que, às vezes, a moça levava D. Bernardo á loucura.

            Mas a voz tonitruante do pai fazia os alicerces da casa tremerem quando ele a erguia. E, nesses momentos, Leonor abaixava a cabeça e lhe pedia desculpas por sua impertinência. E D. Bernardo nunca precisara erguer sequer um dedo para isso.

            Ela deixou os pensamentos enraivecidos e começou a prestar atenção no movimento a sua volta. As pessoas tentavam recuperar o que pudessem de suas casas e comércios invadidos. Ainda um ou ouro grito ainda era ouvido, o que fez a moça apressar ainda mais o passo.

            Homens caídos no chão ou sentados encostados às paredes mostrava o resultado da noite de orgia e bebidas. Mas, ao passar perto de dois homens, um deles agarrou-lhe a saia.

            - Hi doll ... Give me a kiss. (Oi boneca. Dê-me um beijinho.) – pediu ele com voz pastosa.

            A moça gritou e Agoirá partiu para cima do facínora. Leonor recuou diante da violência do indígena que só largou o homem quando ele transformou-se numa massa ensanguentada.

            - Pare Agoirá! - ela ordenou, olhando nervosamente para os lados. - Vamos!

            O índio pegou a cesta que largara no chão e os dois correram para sair dali o mais rápido possível.

            Thomas que a estava seguindo desde o momento em que ela saíra da igreja, abaixou-se sobre o homem caído. O infeliz mal respirava. Por um momento, ele pensou em ajudar o homem, mas suas ordens eram de vigiar a moça.

            Então ele continuou a segui-la.

            Ao chegar perto do hospital, Leonor e Agoirá pararam para tomar fôlego. De repente, eles começaram a ouvir tiros de canhão. O susto fez com que as pessoas ao redor corressem para se proteger, entre elas Leonor e Agoirá. Mas nenhum dos prédios da Vila sofreu danos. Os tiros eram direcionados para o mar, em saudação a outros navios que se aproximavam.

            Impressionada pelo tamanho das naus e por sua quantidade, Leonor sentiu um arrepio lhe transpor o corpo. Se aqueles eram o restante dos piratas, os colonos nunca teriam chance.

            Ela quase se arrependeu de ter mandado Igaracê buscar seu pai. Quase, por que ela se lembrou que os colonos também eram guerreiros e não se entregariam sem lutar, não importasse o tempo que levasse.

            Leonor aprumou o corpo e fez um sinal com a cabeça para Agoirá que ainda olhava os navios com assombro.

            - Vamos, Agoirá. E os dois rumaram para o hospital.

***

            Thomas viu a moça e o índio entrarem no prédio simples. Ao olhar na direção do cais, ele viu as velas do restante da frota de Cavendish. Por um momento ficou indeciso. Deveria ir apresentar-se ao seu capitão ou continuar seguindo a moça intratável que o afrontara na noite anterior?

            Ao ver o capitão Cocke ir se apresentar à Cavendish e colocá-lo a par dos acontecimentos, Thomas resolveu continuar com o plano do capitão e não perder a moça de vista. Mas como faria para que ela não atiçasse o selvagem contra ele?

            Hospitais eram lugares de sofrimento e dor, e ela não haveria de perturbar os feridos com uma cena, desde que ele também não provocasse. Uma atitude humilde seria mais bem vista, do que chegar parecendo o dono do lugar.

            Por coincidência, ele se lembrou do rosário que ela carregava e pegou o que a religiosa havia lhe dado antes de morrer. Seria uma boa forma de aproximar-se dela, pensou entusiasmado.

            “Mas o que eu estou pensando? ”, tratou de refrear-se. Ele era um pirata, ela uma jovem dama. Nunca que ele iria conseguir vencer sua resistência. E porque era tão importante ele se aproximar dela? Que feitiço ela havia lançado sobre ele com aqueles olhos cor de avelã?

            Sem mais demora, ele rumou para o hospital, que para sua surpresa, era um anexo da igreja onde eles haviam estado.

            O ambiente era simples. Arejado. Tão diferente dos hospitais da Inglaterra, escuros, tristes, infectos. Logo ele localizou sua cativa, acompanhada do selvagem que parecia um tronco de arvore de tão forte e solido.

            Se ocultando atrás de uma parede, ele observou o grupo.

            Junto de Leonor, havia duas mulheres. Uma vestia um traje verde claro e ele reconheceu como a filha do líder dos colonos. Outra era bem mais velha. Vestia um pesado vestido de veludo azul dentro do qual ela deveria estar assando.

            - Leonor! Que bom que chegaste. – D. Catarina de Góis a recebeu.

            - Desculpe a demora. D. Catarina. Mas aqui está. – ela mostrou as duas cestas. – trouxe ataduras e alguns unguentos e ervas.

            - Será tudo bem-vindo, minha miúda. – disse D. Isabel. – Se quiseres voltar para casa agora, cuidaremos de tudo aqui.

            - Não! Quero ajudar. – Por nada nesse mundo, Leonor voltaria para casa e ficar com D. Constâncio.

            - É uma miúda valorosa. Comece ali a prensar aquelas feridas. Padre Afonso irá lhe ajudar.

            Leonor concordou com um aceno. Mas antes de reunir-se ao padre que já estava atendendo alguns feridos, ela voltou-se para Agoirá que esperava pacientemente por ela.

            - Agoirá, podes voltar para casa. Eu ficarei bem.

            - Moça Leonor não pode voltar sozinha. Agoirá espera moça Leonor.

            - Não! Agoirá volta para casa e se alimenta. Vigie João Guilherme. Tenho medo que D. Constancio lhe faça alguma maldade. No final do dia, volta para buscar moça Leonor.

            O índio assentiu com seriedade. Como Leonor pedia, ele seguiria João Guilherme como um cão.

            Mais tranquila, ela caminhou para onde Padre Afonso estava e começou a auxiliá-lo no atendimento aos feridos. Eram muito com cortes de espada e machucados pelos escombros dos prédios que caíram durante o ataque dos navios. Enquanto atendia, Leonor enxugava as lágrimas com as costas da mão. Porque tudo aquilo estava acontecendo com eles? As disputas políticas do velho mundo não os interessavam. A metrópole não se interessava pela colônia. Porque aqueles piratas tinham que aparecer?

            Leonor tentava controlar as lágrimas que caíam, porém sem sucesso. Logo, toda a tensão que a acompanhara durante a noite, a discussão com D. Constancio, a bofetada que ele lhe dera e o assédio do bêbado explodiu em soluços incontroláveis.

            Ela correu para fora do quarto dos feridos que justamente era onde Thomas estava escondido a lhe observar.

            Ele correu para de trás de outra parede, e seu coração se confrangeu ao ouvir os soluços. Chegou a dar um passo de seu esconderijo para acalmá-la. Mas dizer o que? Que ele sentia muito, que aqueles eram tempos difíceis e que ele fizera tudo aquilo por que recebia ordens? No que aquilo ajudaria? Ela ficaria ainda mais assustada e as consequências podiam ser imprevisíveis.

            Mas assim como a explosão veio, ela se acabou. Ele viu a moça endireitar o corpo, secar as lágrimas e respirar fundo. Talvez fosse só do desabafo que ela precisava. Sem saber por que, seu coração se encheu de orgulho pela força que ela demonstrava.

            Leonor teve a nítida impressão que estava sendo observada. Olhou rapidamente ao redor. Nada. Somente a brisa que entrava pelas janelas estreitas. Ela levantou-se. Foi até o pequeno altar no quarto e pegou um castiçal.

            Thomas não conteve um sorriso quando a viu pegar o objeto. Se aquela mulher danada o visse, não hesitaria em atacá-lo com o castiçal.

            Leonor continuou andando pelo ambiente como se procurasse algo. Às vezes, animais peçonhentos ou venenosos também adentravam os lugares. Apesar dos esforços de D. Brás, sempre aconteciam de um ou outro morador ser atacado por cobras ou escorpiões. Às vezes até animais grandes como onças ou macacos. A mata ao redor deles propiciava esses encontros.

            Thomas procurou mesclar-se ainda mais na escuridão. A moça estava muito perto de onde ele estava. Uma respiração mais profunda, um simples mexer de pés, e ele seria descoberto.

            Mas para seu alívio, a moça desistiu de procurar, voltando o castiçal para o seu lugar e a atenção para os doentes. Ele soltou a respiração que sem perceber prendera e pé por pé, procurou sair dali o mais rápido possível.

            Ao correr para fora do prédio, Thomas sentiu o ar morno da tarde lhe aquecer o rosto. Por quê? Por que se sentia atraído por aquela mulher? Porque lhe doíam tanto as lágrimas que ela derrubara? Por que ele sentia uma necessidade enorme de tê-la em seus braços? Seria desejo carnal? Por ela ser bonita e jovem?

            Thomas era honesto o bastante para responder não a essa pergunta. Fora algo que ele nunca sentira antes. Nem por sua amada Alice que ele conhecia desde a infância.

            O inglês se lembrou dos campos de Glastonbury, onde Alice e ele brincavam na primavera, coroando-se com flores como Arthur e Guinevere ou patinando nos lagos durante o inverno. O amor deles nasceu na infância e cresceu na adolescência; assim como os corpos dos dois floresciam com o passar dos anos. Tranquilo como uma tarde que morria. Ou como as águas calmas do lago onde nadavam no verão.

            Nunca se sentira como agora. Como se um fogo corresse por suas veias ao mesmo tempo como se pulasse nas águas geladas do rio Tamisa. Era como uma ferida em seu peito, mas ao invés de dor o que ele sentia era uma libertação.

            Enquanto ele não soubesse a verdadeira natureza de seus sentimentos, era melhor que ficasse longe da jovem.

            O tempo passava e, ao entardecer, tudo pareceu se acalmar.

            - E agora? O que vamos fazer? – perguntou D. Catarina. – Metade da vila fugiu. As armas estão no poder desses biltres, e agora chegam mais deles. Vamos acabar ficando sem víveres.

            - Minha amiga não te preocupe. – D. Isabel tentou consolar a pobre mulher. – Agora com a chegada desse comandante, seus homens tenham mais modos. Com certeza ele há de ser uma pessoa com quem se possa fazer algum tipo de negociação.

            A velha senhora levou o lencinho aos olhos e fungou, sentando-se numa cadeira.

            Leonor puxou Isabel para um canto longe dela.

            - D. Isabel, acreditas mesmo que ele possa ser uma pessoa sensata?

            - Bem, ele é um corsário, na verdade. Meu pai disse que corsários são nobres a serviço da Rainha.

            - Nobres? Pois sim... Duvido que ele erga um dedinho para não deixar seus homens a badernar por aqui.

            - Eu não sei Leonor... Só nos resta rezar e esperar.

            - Alguma noticia de D. Brás? Ou de Paulo?

            - Não, nenhuma. Não me deixaram falar com eles hoje. Aposto que os estão privando de água e comida para que aceitem qualquer condição que esses facínoras apresentem.

            Leonor abraçou a amiga penalizada.

            - Logo meu pai chegará com reforços. E aí eles verão do que somos capazes.

            - Vosmecê já mostrou a eles. – Isabel segurou o rosto de Leonor notando a mancha vermelha. – O que é isso? Bateram em vosmecê?

            Leonor baixou a cabeça com vergonha.

            - Foi D. Constancio. Ele não queria que eu viesse ajudar e eu o enfrentei.

            - E então ele o agrediu? Sabes, Leonor, eu até estava contente que havias arrumado um noivo. Mas depois de ontem... Esse inútil não serve para ser teu marido; e se eu tiver a oportunidade de dizer isso a D. Bernardo, eu o direi.

            - Eu disse a ele o que achava da postura dele. Chamei-o de covarde. Que os outros homens de Santos não tiveram medo de expor-se a espada do inimigo, mas que ele escondera-se atrás de nossas saias.

            - Leonor! – Isabel colocou as mãos na cabeça, completamente aturdida. – Não me admira que ele tivesse esbofeteado vosmecê. Ofendeste-lo em seu brio de homem, miúda.

            - Pois se eu fosse homem, eu teria dito ou feito bem mais.

            - Sim, eu sei. – Isabel procurou acalmar o ímpeto da outra. – Mas todo esse ardor só piora ainda mais a situação, Leonor. Promete-me que se ele for novamente violento contigo, sairás da casa dele e irás ter comigo. Promete-me?

            - Não posso prometer isso a vosmecê, D. Isabel. Tenho medo do que ele possa fazer a D. Eugenia. Já presenciei cenas de cortar o coração. Nunca a deixaria sozinha com aquele biltre. Mas não te preocupas; meu pai deixou Agoirá a cuidar de mim e de João Guilherme. Ele já sentiu o que pode lhe acontecer se ele ameaçar a mim ou meu irmão.

            - Tenho medo por ti. Bem, está ficado tarde e é bom que se vás. Teu criado a espera?

            - Acho que sim. Pedi a ele que retornasse ao entardecer.

            - Pois bem. Ajudaste muito aqui hoje. Padre Afonso falou muito bem de vosmecê.

            - No que precisares, manda um dos teus me chamar. Já que não posso liderar nossa resistência, pelo menos ajudarei a confortar os feridos.

            As duas se abraçaram e Leonor correu para a saída.

            Ao sair, ela viu que o sol já se punha. Uma revoada de pássaros passou por sua cabeça a caminho de alguma árvore para fazer de ninho. Arregaçando as saias, Leonor começou a correr em direção à casa dos Olinto da Siqueira. Não reparou numa sombra que a seguia.

            Bem que agora desejava que Agoirá a tivesse esperado. Assim, ela não tinha sobressaltos a cada passo que dava. Mas seus temores se tornaram reais quando ao virar uma esquina, ela deu de cara com dois homens.

            - Olha só o que o vento trouxe... – um deles, alto e sólido como um tronco, comentou coçando a barba espessa. O outro, mais baixo, olhou Leonor de cima a baixo.

            - Saiam da minha frente! – Leonor ordenou tal qual via D. Isabel fazer para mostrar autoridade.

            O mais baixo afastou-se da parede:

            - Eu estou muito bem onde estou. E você, Guzman?

            O ouro passou lentamente a língua nos lábios, saboreado o momento.

            - Eu também não estou com vontade de sair daqui. – respondeu com sotaque espanhol.

            Leonor respirou fundo para afugentar o medo que ameaçava sufocá-la e tirou um punhal do bolso do vestido.

            - Não se aproximem de mim!

            O homem alto riu ao vê-la segurando a arma.

            - Olha só, a mocinha é brava. Não se preocupe senhora. Não vamos lhe fazer mal. Só queremos lhe dar uma lição.

            - É, parece que senhora foi uma mocinha muito má e querem que aprenda bons modos. – contou o homem baixo.

            - O quê? – ela os olhou sem entender.

            Os dois se aproveitaram da confusão momentânea de Leonor e a seguraram pelo braço.

            Recuperando-se, Leonor fincou o punhal no braço do homem mais alto.

            - Ai! Essa vadia me acertou. Deixe-me mostrar a ela.

            O outro torceu o braço de Leonor para fazê-la deixar cair o punhal. Mas se colocou na frente dela antes que Guzman a agredisse.

            - Ficou doido Guzman? Se a machucarmos não receberemos nosso pagamento.

            - Recebendo ou não, nenhuma mulher faz isso comigo. Essa vadia vai ver só.

            Ele avançou para Leonor disposto a agredi-la. Mas alguém interceptou o seu caminho.

            - Eu não faria isso se fosse o senhor. Essa dama está sob os meus cuidados.

            Surpresa, Leonor viu que era o pirata que enfrentara na noite anterior.

            Ah, é? E o que vosmecê vai fazer. Nós somos dois e vosmecê um só. Não é páreo para nós. – disse o mais baixo

            - Quer apostar? – Thomas sacou a espada.

            - Vou pagar para ver. – e Guzman sacou a sua espada também.

            O outro homem ainda segurava Leonor quando ela deu-lhe uma pisada no pé. Ao ouvir o grito de dor do outro homem Thomas sorriu. A moça era mesmo um terror.

            Ela se afastou de onde eles estavam; completamente fascinada pela leveza que o pirata inglês se movia. Ele era incrivelmente superior ao outro. Nisso, ela viu que o homem mais baixo pegava um pedaço de tronco para acertar na cabeça de seu salvador. Olhando para o chão, ela viu uma pedra e, sem hesitar, pegou a pedra e atirou nele, acertando-lhe a cabeça.

            Com um último golpe, Thomas desarmou seu oponente, que saiu correndo. Ele virou-se a tempo de ver o outro desabar no chão devido à pedrada.

            Os dois fitaram-se por um momento e Leonor tentou fugir. Thomas foi mais rápido e a segurou pelo braço.

            Agora ela estava perdida, pensou a moça. Sozinha, o pirata agora iria lhe cobrar a dívida de tê-la salvado.

            - Onde está indo com tanta pressa?

            - Solte-me, seu biltre.

            - Ora acabei de salvá-la. Acho que mereço um agradecimento, pelo menos.

            - Eu teria dado conta deles.

            - É mesmo? Não foi o que eu vi.

            Leonor tentou puxar o braço, aborrecida por que sabia que ele tinha razão.

            - Está bem... – ela capitulou. – Obrigada.

            - De nada. Se eu a soltar, você promete que não fugirá.

            - Eu não prometo nada a um pirata.

            - Promete ou não? Se não, eu não vou soltá-la. – e estou gostando muito disso, ele pensou.

            -Está bem... Não vou fugir.

            Ele a soltou e ela caminhou até onde estava o seu punhal e o pegou.

            - Por que você carrega isso?

            - Para defender-me, oras. – ela o guardou novamente no bolso do vestido. - Meu pai sempre diz que antes morrer do que ser um covarde.

            - É um ótimo ensinamento.... Para um rapaz. Mulheres devem esperar pelo salvamento.

            - As mulheres de sua terra são assim?

            Uma sombra passou pelo os olhos de Thomas ao lembrar-se de Alice. Tão doce e delicada, nunca saberia usar um punhal, a não ser para cozinhar.

            - Algumas, sim.

            - Pois elas não durariam nem um minuto aqui. Desde novas, aprendemos a nos defender.

            - Bom saber... Assim de uma próxima vez continuarei meu caminho, já que você não precisa de ajuda.

            Leonor achou que estava sendo presunçosa; afinal aqueles homens poderiam tê-la machucado muito. Ela olhou os dois homens caídos.

            - São seus companheiros?

            - Não. Se não teriam me reconhecido.

            - Eles disseram que eu precisava de uma lição. Acho que se referiam ao meu ato de ontem, ao mandar Igaracê à procura de meu pai.

            - Sou obrigado a concordar. Você nos deu muito que pensar.

            - Quando meu pai chegar; vosmecês não terão tempo para pensar.

            - Você realmente o tem em alto conceito.

            - Se vosmecê o conhecesse também o teria.

            - Não preciso conhecê-lo para isso. Basta ver a filha corajosa que ele tem.

            Leonor ficou sem jeito diante das palavras dele. E do olhar profundo que as acompanhava.

            - Eu tenho que ir. Está tarde. – ela virou-se para ir embora.

            - Espere! Não vou saber nem o nome da donzela que salvei.

            Leonor pensou um pouco e viu que não custava nada.

            - É Leonor. Leonor Duarte da Meira.

            - Leonor... – ele saboreou o nome. – O meu é Thomas.

         - Thomas... – Leonor repetiu. Ele achou que seu nome ficou diferente na pronúncia dela. - Obrigada, D. Thomas.  Mas não espere amizade de minha parte. – ela disparou a correr depois de falar.

            - Nunca esperei. – ele murmurou para o vento. – Leonor...  É um bonito nome. Forte como a dona.


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