Ele olhava-a com um olhar frenético, enquanto sentia seu corpo esquentar, a adrenalina queria domina-lo, e isso era algo que ele não podia permitir, por que agora, ela finalmente parecia querer conversar, ela tirou a máscara depois de embainhar a espada, seus olhos se arregalaram, a tentativa da adrenalina de controlar seu corpo e avançar contra a jovem sumiu por completo, ele a reconheceu

  Era ela… A garotinha da cela…

  Ele andou um passo de cada vez, até alcança-la, ficaram se encarando por alguns segundos, e, enfim, ela desmaiou, ele a segurou com o máximo de cuidado possível, beirando o carinho, em seguida, rumou de volta para “casa”.

[...]

  -Aeryn! - O grito acordou a jovem no susto.

— Preciso de ajuda aqui!-

“-... A dor alimenta a fraqueza, odeie a fraqueza, mantenha-a nos outros, mas, acima de tudo, odeie a fraqueza em você.”

“- O alimento, a água e até mesmo o sangue que corre por suas veias são sua fraqueza. - Ele alcançou uma daga e cortou a palma de sua mão, porém, do corte, não jorrava sangue, nem mesmo uma gota.

  -O corpo obedece a vontade, controle sua vontade, e então seu corpo, então apenas assim você será mestre de si mesmo -

  Ele fechou a mão, fechando seus olhos, em alguns segundos, abriu-a novamente, então o corte havia desaparecido, sem cicatrizes ou marcas.

  -É isto o que estarei disposto a te ensinar, se você estiver disposto a aprender - Disse e,e enquanto as faixar em seu rosto se moviam, demonstrando o movimentos dos lábios, o jovem, ajoelhado a sua frente, olhou-o, como fogo em seu olhar.

  -Você foi abandonado, esquecido por sua familia, e deveria ter morrido, mas não, aqui está você, escolheu lutar, para sobreviver, e alcançar aquilo que mais deseja, você está pronto para as lições que eu o ensinarei , seja o significado da vida de um homem, e você ganhará o coração dele - Disse a voz maligna, quase diabólica do homem a sua frente, o olhar do jovem não se intimidou, e ele abriu a boca para falar.

  -Eu não pretendo ganhar o coração de ninguém… eu pretendo arranca-los!-

  O homem, que usava faixas para cobrir a metade de baixo de seu rosto sorriu, eles eram iguais.

  -Pois bem, vou te ensinar.  -”

  [...]

  Naruto se lembrou do "presente" que tinha deixado para seus "pais", lição aprendida do " homem das faixas", cujo nome não se recordava no momento, agir, de olho fechados, enquanto olhava para a jovem desmaiada, com os braços encaixados, coberta com um cobertor grosso, para acelerar sua recuperação, olhando-o, Naruto se lembrou com detalhes...

  [...]

    “— Você aprendeu a não ser percebido, agora vou te ensinar a ser percebido por todos, o segredo, não é a situação, nem o que você sente, mas sim, como você expressa o que sente - ele olhava o homem, os cabelos curtos e amarronzados, escuros, assim como os olhos, uma bandana amarrada lateralmente na cabeça.
  Não usava camisa, apenas protetores de braço com placas de metal, calças negras e sandálias com os tornozelos enfaixados.
  O clima ficou pesado, o loiro sentia dificuldades de se ajoelhar, sentia seu corpo fraco, não gostava da sensação, era opressora, era algo que ele não conseguia ver, mas quase conseguia tocar, era amedrontador, seu corpo tremia, sentia dificuldades de respirar, queria fugir dali, mas suas pernas não se moviam, parecia estar a frente de um verdadeiro monstro.

  Quando este parou de emanar sua intenção assassina, Naruto tentou se mexer, mas ainda não conseguia, o homem tocou seu ombro e, nesse momento, ele saiu do transe de pânico

  -Quando dominamos a energia do nosso corpo, podemos dominar a energia dos outros também, lembre-se, seu corpo pode faze qualquer coisa, você apenas precisa controla-lo - O homem soltou seu ombro.

  - Agora, faça duzentas flexões enquanto sente o meu instinto assassino, se você aguentar e se acostumar, ninguém poderá intimida-lo - Naruto demorou mais de dez minutos para fazer apenas uma flexão, parecia que seu corpo tinha congelado, ele ouviu-o suspirar, enquanto a intenção assassina aumentava gradativamente, foi quando ele lembrou, de todo o ódio, de toda a raiva, de todo o sofrimento que dirigiram a ele quando criança, enquanto vivia naquele inferno, já sem esperanças de algum dia ser feliz lá e ter uma familia, ele sentiu seu coração queimar, passando para todo o seu corpo.

  E, então, ele começou, devagar, aumentando a força e a velocidade, ele se recusava a morrer sem antes derramar o sangue de todos os responsáveis por ter tido a vida que teve, não antes de destroça-los como um lobo mastiga a carne crua, não antes de ter sua vingança.

  A esta altura, Naruto sorria enquanto aumentava ainda mais a força, porém, algo surpreendeu-o, aquele sorriso, não era um sorriso comum, era o sorriso que mostrava todo o seu ódio, todo o rancor, raiva, ira, ficou animado, e até abismado com o garoto, com o treinamento certo, ele seria um grande guerreiro..”

[...]

  Naruto sentiu um toque em sua mão, olhando para o lado, a jovem de cabelos brancos e olhos azuis havia acordado, ela o lembrava alguém, o olhar frio, o semblante quase triste, ele acariciou seu rosto, enquanto a jovem se sentava.

  -Onde estou :? - Questionou ela, ele não podia dizer, iria comprometer sua localização, nada indicava que ela não era controlada por Danzou.

  - Em um lugar muito longe de Konoha, onde a paz me cerca, e as nuvens são minhas amigas, enquanto que meu sonho continua distante daqui, em um lugar onde o o verde predomina, verde esse que logo queimarei com o fogo do meu ódio - Disse ele, distraindo a garota, seu olhar buscava um nome, ela logo percebeu isso.

  -Eu não tenho um nome, não tenho familia, nem amigos, eu era chamada de 23, era o numero da minha cela, eu sei que tive pais, ou, pai, lembro dele, e isso é a unica coisa no mundo que posso chamar de minha - Sua fala era pausada, seu corpo magro, até mesmo atlético para uma garota de oito anos, logo, alguém mais olhou-a.

  -Ah, querido, temos uma filha agora? - Perguntou ela arteira, surgindo atrás da jovem, a albina desapareceu de suas vistas, e logo em seguida, a garganta de Aeryn foi cortada pelas unhas da pequena, que haviam tomado a forma de garras de gelo fino, Aeryn sorriu.

  -Eu quero ter uma filha que nem ela - Disse ela, mesmo com quatro cortes na garganta, que fechavam gradativamente.

  -Aeryn, contenha-se, nossa visitante não está acostumada com ações tão… íntimas - A vampira olhou a pequena criança, em seguida sentou ao lado de Naruto, sorrindo para ela, enquanto em seu pescoço não haviam nem mesmo marcas do que outrora fora um golpe mais do que preciso e fatal, um golpe de morte.

— Os homens não são criados iguais… - Disse ele, atraíndo a atenção da garota, que dissolvera as unhas de gelo e se sentara, sem sentir nenhuma presença a mais no local.

  -...Essa lição eu aprendi aos meus três anos, quando pararam de me alimentar, de me vestir e até de me darem água, eu tinha um sonho de ser reconhecido, mas a visão que eles tinham do "monstro" nunca fugiu de seus olhos, o que passei foi pior do que seu "treinamento", apanhava mesmo inconsciente, tenho diversas cicatrizes que não peço para Kurama curar, que é para que eu me lembre, de nunca mais ser fraco - Ele fez uma pausa para respirar e pensar um pouco, enquanto a jovem o olhava.deduzindo que a morena era Aeryn, pois ouviu seu nome, então Kurama só poderia ser a garota ruiva sentada ao longe.

  - Quando fiz sete anos, fugi, sei que todos me procuraram, mas, não era por mim, era pelo que eu tinha dentro, era pela Kurama, queriam uma arma, eu me neguei, então criaram a versão distorcida do monstro, foi quando decidi dar o que eles queriam - Um pequeno sorriso brotou em seus lábios, intrigando a garota.

  -É isso o que queriam fazer com você, queriam tirar a sua alma, e colocar outra coisa no lugar, queriam te transformar em uma arma... - Ele estralou os dedos das mãos lentamente -...E sabe, por mais que eu não possa dizer nada, isso é errado, vai contra tudo o que eu aprendi, mas não se preocupe, eu vou destrui-los, de dentro para fora, vou terminar o que eles começaram comigo, eu não comecei essa briga, mas vou até o final… O que me diz? - Disse ele, fazendo a proposta para a garota, ela olhava-lo, desconfiada, ele ficou sério, não sabia se ela aceitaria, um aliado a mais é sempre bom, e também, estava intrigado, apenas uma vez viu aquele tipo de habilidade, e, se fosse possível que ele já conhecesse o pai da garota, então teria certeza de ser muito mais cruel com Konoha, com seu povo e com seu “rei”.

  - Eu acredito que saiba quem é seu pai, enquanto eu continuo meu plano para destruir Konoha, podemos procura-lo, não é dificil para mim acha-lo, o que me diz? - Ela olhava-o, ele sentiu sua emoções fluírem, pela primeira vez desde que a viu, sentiu seu coração bater como um ser humano, sentiu uma pontada de angustia, de ansiedade e de felicidade burlarem a muralha que haviam colocado em seu coração.

  -...Aceito…- Foi a única palavra que ela disse.

[...]

  “-Você aprendeu a enterrar a sua culpa com a raiva, eu vou te ensinar a controla-la, você sabe lutar contra dois ou até mesmo três homens, eu posso te ensinar a dar conta de dois ou até mesmo três mil… você sabe desaparecer, eu posso te ensinar a se tornar invisível, e a ser notado de uma maneira que homem algum gostaria de notar algo.-

  Ele saltou para trás, desviando do golpe da grande espada de seu “professor”, desviando dos golpes, sofrendo cortes por todo o corpo, adquirindo agilidade a cada movimento, sentindo seu sangue abandonar seu corpo.

  O garoto de oito anos desviou o curso da espada, fazendo-a bater no chão e se cravar, o homem, com faixar no rosto, agarrou-se ao cabo da grande espada e impulsionou um giro, acertando com seus dois pés a cabeça do garoto, com toda a força, ele foi lançado para longe.

  -Lutar, adaptar, superar, lembre-se disso, se adapte ao seu inimigo, quantas vezes for necessário, pois ele fará o mesmo - Naruto levou certo tempo para se levantar, e avançou, desviando da lâmina cravada no chão, tentando golpea-lo com a espada, seu adversário novamente girou, o mesmo movimento de antes, Naruto se abaixou, saltando, causando um arranhão em suas costas, ele havia desviado girando em pleno ar.

  Chutou o louro para o lado, mas qual sua surpresa ao sentir sua canela ser segurada por sua mão livre, por baixo das faixas ele sorriu, com seu braço preso no cabo da espada ele levantou o próprio corpo, em um ângulo de cento e oitenta graus, o garoto, soltou sua perna nesse ponto.

  Ao voltar ao chão, ele tirou sua grande espada do chão, defendendo-se com sua lâmina do golpe de espada que veio de cima.

  -Fique atento ao que cerca você! - Dito isso ele lançou o garoto com toda a sua força em direção as árvores, Naruto fincou sua espada em um grande galho, dando uma volta completa, até cair de pé sobre ele, ao retirar sua espada do galho, grande parte deste caíra, o homem colocou sua espada em seu ombro, apoiando-a

  -Você é apenas um moleque, não tem a aura de um guerreiro, ou assassino, ou mesmo um lutador…- O ar foi ficando cada vez mais pesado, uma névoa negra rodeava o homem.

  -...Você deve ser mais do que um homem na mente de seu adversário- Dito isso ele avançou, o corpo do jovem, paralisado pela sede de sangue, ele não conseguia se mexer, ele viu a espada vindo em sua direção, foi quando ela estava a poucos metros de acerta-lo, foi então que, pela primeira vez, ele sentiu.

  Seu corpo, por vontade própria, saltou para cima, colocando sua mão ao lado da espada, desviando da lâmina, empurrando-a, fazendo-a se cravar na árvore, ele tentou decepar o braço de seu “professor”, este soltou a espada fincada na árvore e saltou para longe.

  -Treinamento não é nada! A vontade é tudo! - Ele avançou contra o garoto, lançando-lhe um galho como se fosse uma lança, ele saltou, desviando, enquanto seu adversário recuperava a espada, retirando-a da árvore como se fosse manteiga.

  Naruto avançou, não sentia cansaço, nem mais seu sangue se esvaindo de seu corpo, as feridas pararam de sangrar misteriosamente, sentia-se mais leve, mais forte e ágio, saltou, desviando de uma estocada, tentando chutar seu rosto, ele se abaixou, girando, enquanto Naruto pousava, este levantou sua espada, e, em um giro completo, tentou corta-lo ao meio.

  Naruto se virou, posicionando sua espada a sua frente, bloqueando o golpe.

  Ambos ficaram parados, mesmo seu “professor” usando toda a sua força, Naruto não saíra do lugar, alguns segundos depois, sua espada se quebrou, os estilhaços cairam no chão, Mesmo assim, Naruto não soltou seu cabo, e avançou, usando o que restara da lâmina para não ser cortado pela espada gigante, com toda a sua raiva, armou um soco, foi nesse momento que ele se lembrou, da sensação, de ser odiado, ignorado, tratado como lixo.

  Ele se lembrou do ódio que sentia, do ódio que queria controlas, que tentava engoli-lo por completo, foi nesse momento, que seus olhos mudaram pela primeira vez, e ele sentiu.

  Ele podia ver tudo em câmera lenta, os músculos se endurecendo para responder ao seu ataque, a postura descuidada, a surpresa em seu olhar.

  Ele o socou com o seu braço esquerdo, em cheio em sua barriga, sentiu os ossos de seu braço trincarem com a força, mas não parou, o vermelho sangue de seus olhos, brilhavam como seu ódio, mostrando o quanto este sentimento queimava em todo o seu corpo, ele lançou o homem por vários metros, colidindo e rasgando árvores por todo o caminho, mais de cinquenta metros, e ele ainda se mantinha em pé, as faixas em seu rosto, manchadas com o próprio sangue, três costelas quebradas e um osso deslocado, nenhum inimigo jamais o machucara assim, quando ele olhou, o garoto havia desmaiado, ele sorriu.

—O barulho daquilo que acontece fora é apenas um eco daquilo que existe dentro de nós…”

[...]

  Naruto acordou rapidamente, enquanto sentia algo gelado em seu pescoço, criança que acolhera, com aquelas mesmas unhas de gelo de antes em seu pescoço, quando se dera conta da situação, já estava empunhando a adaga que Rasa o havia dado, apontando para a barriga da garota, se um avançasse, o outro também iria….

[...]

  -Senhor, descobri algo, alguém invadia os arquivos secretos na biblioteca - Disse Danzou, enquanto Minato o olhava, com descrença.

  O motivo? A biblioteca não era guardada por guardas ou soldados, mas por encantamentos poderosos, criados pelo próprio Danzou, qualquer um que não fosse permitido tocar estes livros, seria queimado vivo, quanto aos arquivos secretos, nem mesmo o pó de seus ossos sobrariam, apenas os magos da mais alta classe de Konoha sabiam como desativar o feitiço.

  Haviam duas maneiras, no primeiro caso, uma, um contra feitiço, especificamente quase impossivel de se fazer para anular feitiços desta magnitude,

o outro é você sendo uma pessoa autorizada a tocar aqueles arquivos, direta ou indiretamente.

  -O que quer dize…-

  -Quero dizer, que alguém da familia real profanou os documentos secretos, documentos que não devem ser lidos por ninguém além do rei e seus conselheiros e pessoas de total confiança - Danzou estava irritado, ter sua segurança de alto nível burlada deste jeito era vergonhoso.

  - Existe a probabilidade de ter sido Naruto, eu não sei até onde ele sabe, até onde as habilidades dele se estendem, então estou tão no escuro quanto você Danzou - Disse Minato, enquanto Danzou o olhava, quere do dizer algo mais pra ele.

  -Não tão no escuro, na minha visão - Disse ele, ensinando outra coisa com suas palavras.

  -Não, sem chance, não pode ter sido ela, não existe nenhuma probabi...-

  -Isso deve ser investigado, se tiver sido mesmo alguém da família real, podemos ter uma noção do que sera feito com as informações, caso seja qualquer outro...

  -Tudo bem Danzou, irei investigar com profundidade- Um interrompia o outro, concluindo-o

  Ele estava apreensivo, não queria acreditar que alguém da sua família, fora Naruto, havia violado regras tão severas quanto as que havia imposto, sua esposa tinha certeza de que não havia sido, o que deixava apenas duas pontas soltas.

  [...]

  Ela estava encarando seu pai, com um olhar sério e questionador em sua face, finalmente a pergunta havia sido feita... "foi você?", a esta altura ele sabia que havia sido ela, já que os arquivos haviam sido violados de mangá, enquanto que sabia que Naruto havia invadido dias antes.
  Ela suspirou, enquanto que seu pai a encarava, sua mãe estava com sua aprendiz.
  Ela ficou com raiva, finalmente o conflito havia chegado, ela nunca o havia questionado e sempre havia obedecido, mas estava na hora de mudar, pelo motivo certo.

  -Eu sei de tudo... - Sussurrou mais para si mesma do que para Minato, ele se fez de desentendido, até que ela repetiu.

  -Eu sei de tudo! De tudo o que fizeram com ele! De tudo o que o obrigaram a passar! De tudo o que ele teve que enfrentar! - Exclamou ela com fúria em sua voz, enquanto observava o olhar surpreso de seu pai.

  - Vocês prenderam um monstro dentro dele e ficaram assistindo ele ser odiado e ignorados, até mesmo vocês o ignoravam! Até mesmo vocês o fizeram! Não enxergavam seu filho! E sim o monstro dentro dele! - Aya tomou tempo para recuperar o fôlego.

  - Eu fiz isso pelo povo que jurei proteger, com minha própria vida...-

  -E nem mesmo sua vida foi usada, o sacrifício para o selamento foi a vida do terceiro! Se tivesse morrido teria sido melhor para ele! - ela já estava a beira das lágrimas, a voz chorosa, a angústia em seu olhar, ele não imaginava que seria tão doloroso como estava sendo.

  -Eu via... o quanto ele apanhava, o quanto ele era odiado, ignorado, espancado, e nunca fiz nada! Nada! Porque eu tinha medo... Medo do que fariam comigo...- Ela encolheu os braços, soluçando.

  -Aya, tente entender...- Ele tentou toca-la, porém, ela se afastou, erguendo um muro de vento a sua frente

  -Não me toque! Nunca mais me toque
...- Sussurrou ela, enquanto se afastava de Minato, que a olhava, mais do que inseguro, angustiado.
  Ela correu para seu quarto, deixa do Minato sozinho, enquanto ainda ouvia aquelas mesmas palavras de sua filha ecoarem em sua mente.

  [...]

  -Você é o tipo furtivo de lutador, você é uma assassina, foi treinada para isso, não posso te culpar, mas sei que sofre com os impulsos, isso prova que você não controla sua emoções, então, vou te ensinar - Ele disse com sensatez, como se soubesse o que dizia, enquanto era observado por Kurama e Aeryn, que conversavam enquanto isso.

  -Ele fica tããão sexy enquanto dá uma de professor - Disse ela com as bochechas coradas, enquanto começava a sentir tesão, era sempre assim.

  -Sua vampira pervertida, pare de seca-lo com seus olhos malignos, criatura maldita - disse ela, enquanto a fuzilava com o olhar, irritando-a

  -Você quem deve se controlar, raposa ganansiosa, sempre querendo o que é meu - Aeryn ficou irritada com a provocação.

  -O que foi vampira pervertida? Tem medo ? Não tenha, ele é meu, mesmo quando ele está aqui com você, quando estou dentro dele, fazemos a festa na sua mente - Disse ela com as bochechas coradas, em uma expressão de luxúria completa, gemeu baixo inclusive, deixando a vampira furiosa.

  -Ora sua ladra! Eu irei cortas as suas caudas! - Enfurecida, suas unhas se alongaram, enquanto seu cabelo ficava branco, já Kurama, além de terem surgido duas orelhas de raposa em sua cabeça, também surgiram nove caudas, suas unhas se alongaram, assim como suas presas e seus bigodes ficaram mais fortes.

  -Eu vou te esfolar inteira! Então ele será apenas meu! gritou Aeryn, chamando a atenção dos outros dois, Naruto as olhou em duvida sobre o que acontecia.

  -Garotas... por favor - Disse ele com uns sorriso, ambas voltaram ao normal, Aeryn ficou corada enquanto que Jurava lhe mandou um beijo no ar, provocando Aeryn.

  -Gorda...-

  -Palhaça...-

  -fóssil vivo...-

  -múmia ambulante...-

  Sussurravam insultos entre elas, Naruto e a garota ainda olhavam a cena, ele sorriu

  -E se eu disser que, se vocês pararem, eu faço uma surpresa pra vocês duas mais tarde? - Seu tom foi malicioso, o sorriso, o olhar, a feição, Kurama sorriu, se retirando do local, enquanto que Aeryn, imaginando o que poderia ser, ficou excitada.

  Porém, não durou muito, um vórtex negro surgiu ali, e um corpo foi arremessado com violência, era uma garota, de cabelos negro-azulados e soltos e olhos vermelhos, com três tomoes, com a camisa de manga longa rasgada do final do busto para baixo, a calça cinza em fiapos, sandálias negras parcialmente queimadas, empunhava uma espada quebrada, aparentemente perto dos dezessete ou dezoito anos, e um selo em seu pescoço, logo depois mais um vulto saltou, este um garoto, de cabelos curtos, um manto vermelho cobrindo seu corpo uma camisa branca de mangas curtas, empunhando uma kunai, calças marrons e botas de cano alto.

  As extremidades de seu manto estavam parcialmente queimadas e, pouco antes do vórtex se fechar, podia ser visto uma explosão, seguindo uma saraivada de flechas em direção ao porta, Naruto percebeu o formado diferente de seu sharingan e se moveu rapidamente, observando o vórtex e para onde ele levava.

  Antes dele se fechas, uma atravessou, mirando o coração da garota, o garoto, que aparentava ser seu irmão mais novo, devido as semelhanças, se colocou a frente dela, disposto a se sacrificar, porém, o loiro, muito mais rápido do que a flecha, surgiu entre ela e o jovem, que aparentava ter treze anos, sacando sua espada rapidamente, cortou-a no meio, lentamente, enquanto que as pontas iam para direções diferentes, fincando-se na parede, Naruto os olhou, o garoto se ajoelhou mediante o cansaço, colocou a mão no abdômen, onde havia um grande corte, em seguida, o Uchiha desmaiou, ele olhou a Uchiha menor correr par o maior, deitado no chão, entre lágrimas.

  Olhou para o loiro, suplicando por ajuda, Naruto cravou sua espada em uma pedra e se ajoelhou a frente do jovem, virando-o, vendo o corte profundo em seu peito, feito pelo fio de uma espada.

  Naruto fechou os olhos e, com sua mão direita, tocou o corte, murmurando palavras de uma língua indecifrável para a garota, alguns segundos depois, o corte se fechava, enquanto que o sangue parava de jorrar, a ferida se fechou, mas não cicatrizou, naquele momento, essa ação exigiria grande esforço do corpo do garoto.

  Tudo o que podia fazer, é dar um “incentivo” ao corpo do jovem para se recuperar, agora era por sua conta, conclusão, ele iria vivar, só precisava descansar.

  -Deslocamento dimensional, muito raro… - Suspirou ele, enquanto via a moça secar as lagrimas e chegar a abrir a boca para agradecer, mas fora interrompida

  -...Agora, me diga, o que diabos está havendo em Konoha?-

  [...]

  As pessoas corriam rápido, fugindo enquanto vários guardas se mobilizavam rápida e organizadamente, as muralhas não resistiriam muito tempo, uma cobra gigante de três cabeças tentava derrubar os portões, enquanto que várias criaturas do lado de fora tentavam escalar a muralha, sem sucesso, Minato fora rápido, Kushina também, organizando as tropas e priorizando a população, Aya, contra a vontade do pai, sobrevoou a área, vendo o inimigo, este desconhecido para ela, rondar e cercar a cidade com as mesmas criaturas, ela voltou e informou isto ao pai, que mandou todos os soldados que podia para a ala sul para interceptar o inimigo com as catapultas acima da muralha, sob o comando de Kakashi Hatake, seria uma batalha dificil.

  O povo foi levado para dentro da montanha, como uma rota de escape e de proteção, Minato se preparou, lutaria também, o homem que, sozinho, matou mais de três pelotões inteiros podia sim ajudar e fazer a diferença, e se redimir por seus erros.

  Este vestiu sua armadura, apesar de ser o rei, sua armadura era leve, mais ágil e mais exposta, até mesmo robusta, braçadeiras douradas, assim como as ombreiras, as botas com placas de metal prateado, a camisa preta de manga curta e, por cima, seu sobretudo, com a marca nas costas “relâmpago dourado”

  -Onde pensa que vai Minato?- Interceptou-o sua esposa, olhando-o incrédula, foi calada com apenas uma frase do louro.

  -Cumprir meu dever…- E desapareceu em um lampejo dourado

  [...]

  Usando duas kunai de três pontas, uma em cada mão, teleportou-se para o meio das criaturas, saltou para a cabeça da cobra gigante, cegando uma cabeça, depois as outras duas perfurando-lhes os olhos, isso lhes daria tempo, em seguida, girar.

  -Budō - teikoku no hikari o katto!  (Arte marcial - corte de luz imperial) -

  Suas kunais brilharam, lâminas de longo alcance feitas de luz se alongaram entre as criaturas, ele girou ainda mais, formando um circulo, quando terminou, mais de cento e cinquenta criaturas foram cortadas ao meio.

  Suas formas não eram idênticas, eram deformadas, sem olhos ou boca, nariz ou até mesmo sem nada, alguns sem braços, outras sem uma perna, no processo, cortara a cauda da grande serpente, que caiu em dor, se contorcendo, matando mais uma centena, impulsionados pela vontade e destreza de seu rei, as tropas abriram o portão, avançando contra as criaturas, as matando, Minato sorriu.

  Ele investiu contra a serpente, alcançando-lhe a cabeça em um lampejo

  -Budō - bakuhatsu kingu o kidō shimasu! (Arte marcial - lança explosiva do rei)

  Sua kunai tomara a forma de uma lança de luz e a fincou, com toda a força na cabeça da serpente, a ponta chegou ao outro lado dela, ele saltou, chegando ao chão em segundos enquanto a cobra se levantava, em instantes, a lança explodiu em milhares de agulhas reluzentes como o sol, a cabeça da cobra caiu morta no chão, obrigando as outras a segui-la, a segunda, a mais proxíma da cabeça esquerda, ou seja, a do meio, havia sofrido muito dano, várias das agulhas se cravaram em sua pele e sua carne, chegando a atravessa-la, queimando-a com o contato, ela se debateu ainda mais.

  Minato olhou para seus homens, que abriam caminho, enquanto que Kakashi, já com as catapultas, continha os flanqueamento das criaturas, que pareciam ter o minimo de inteligência militar, o que era muito suspeito e estranho.

  -Shinpi-tekina geijutsu - chiboshi (arte mística - mil estrelas)

  Em uma passada de mão, milhões de agulhas de luz saíram de suas mãos, essas agulhas deram forma á muitas outras, que tão numerosas quanto as estrelas do céu, massacraram as criaturas rapidamente, os soldados avançaram, com sua espadas, lanças e escudos, seu rei estava com eles, não havia possibilidade de derrota,  eles não poderiam ser derrotados.   

  -Arqueiros! - Gritou Minato, enquanto que os arqueiros disparavam ondas e mais ondas de flechas em chamas, acertando as criaturas, elas eram fortes, ágeis e seus instintos beiravam os limites humanos.

  Algumas eram mais trabalhosas é verdade, mas os soldados não recuariam, e pelo fio de suas espadas, vários caíam, Minato avançava pelas legiões de monstruosidades, uma mais horrenda do que a outra, ainda assim, com uma velocidade assombrosa entre um lampejo e outro, criaturas chegavam a ser cortadas ao meio.

  Com um movimento de mão, observando o maior de todos eles, com mais de cinco metros de altura, avançou, em sua mão direita, depois de guardar a kunai, uma aura azulada começou a se formar, a aura tomou forma rapidamente em uma esfera de luz azulada, mesclando o branco e dourado, ela brilhou fortemente, cegando algumas criaturas e, enfim, ele desapareceu.

  Reapareceu na cabeça do monstro gigante, então, em um movimento, acertou seu ataque  

  —Rasengan! (Esfera em Espiral)

  A técnica foi devastadora, a criatura foi lançada mais de cinquenta metros para trás, levando várias criaturas consigo, matando-as, os homens olhavam impressionados, esse era o poder do homem que seguiam, daquele que tinham como líder, inspiração e motivação.

  O mais novo da história a virar rei, Minato Namikaze, o relâmpago dourado de Konoha.