—Não gosto daquele menino. –Comentou Damon apontando para um menininho que brincava com Hope.

—O que tem ele Damon? –Perguntou Isabella olhando.

—Acho que ele tem más intensões. Olha ele tá segurando a mão dela!

—E o que tem isso Salvatore?

—É Damon, eles são crianças, é tudo na mais pura inocência.

—Inocência? Inocência uma ova, eu já fui inocente assim e tirei muitas inocências.

—Que nojo Salvatore. –Disse Rebekah.

Quando o sol esfriou um pouco, como prometido, todos foram na pracinha, assim que chegaram lá viram a mãe de Melodi, uma garotinha simpática com pelos olhos verdes, sentada num banco e vendo a menina correr. Hope foi atrás dela e viu outros amiguinhos, começaram a brincar todos juntos. 

—Podemos ir embora? –Falou Damon ainda observando o menino e Hope.

—Acabamos de chegar.

—É, aquieta o fogo ai Salvatore.

Depois de uns minutos Hope chegou de mãos dadas com o menino, fazendo enlouquecer.

—Mamãe esse é o Daniel.

—Olá senhora. –Disse com timidez o menino.

—Oi Daniel.

Isabella esperou Hope dizer tudo, ela sabia que tinha mais coisa para vim.

—Ele é meu namolado.

Damon ficou vermelho, depois verde e então azul.

—O que?— Perguntou com a voz extremamente fina.

—Ele é meu namolado tio Dam.

Rebekah vendo que Damon ia explodir falou para a sobrinha volta a brincar com os amigos.

—Damon, você está bem?

—Você... Ouviu o que ela... Disse?

—São crianças Damon.

—Ela ta namorando! Um bebe! –O moreno pareceu pensar e se levantou indo até o carro sem dizer nada.

Rebekah e Isabella se entreolharam e foram atrás.

—Você vai aonde Damon?

—A Nova Orleas, vou busca o Klaus.

—Por quê?

—Porque tem um garoto querendo tirar a inocência da minha princesa.

—E vou vai fazer o que? Pedir para o meu irmão matar o menino?

—Não tinha pensado nisso. –Um grande sorriso cresceu nos lábios de Damon. –Sim! Tem razão Barbie. Muito bem pensado. –E deu um beijo rápido na bochecha de Rebekah que ficou vermelha.

—Você está louco Damon, não vai matar ninguém.

Rebekah e Isabella conseguiram convencer Damon a não ir a Nova Orleans, mas o moreno parecia decidido.

—Amanhã é a festa dela Damon, você vai querer atrapalhar isso? –Chantageou Isabella.

—Esse garoto não vai né?

—É claro que vai Salvatore! É amigo dela.

Isso bastou para Damon reclamar mais ainda.

Mais tarde naquele mesmo dia, de noite...

Irado com o tal namorado de Hope Damon tomou algumas garrafas de whisky sozinho, se trancou no quarto e silenciosamente discou um numero.

—Alo? –Falou uma voz do outro lado.

—Klaus? É você?

—Damon?

—Você tem que vir para Mystic Falls, tem um garoto querendo tirar a pureza da nossa princesa.

—Que princesa? É você Damon?

—Sim sou eu, a Hope é claro.

—Quem quer o que?

—Um garoto, ele quer tirar a pureza dela. Ela diz que é o namorado dela!

—O QUE? NAMORADO DE QUEM?

—É você tem que vir logo.

Não ouve resposta do outro lado, depois de uns minutos Damon percebeu que tinham desligado.

¥

Festa de dois anos de Hope.

Crianças corriam de um lado para o outro, algumas gritavam outras choravam. A mansão Salvatore estava muito bem arrumada, na entrado tinha duas pessoas fantasiadas de Bela e Fera, assim que as crianças entravam, era como entrar dentro do castelo, Isabella e Rebekah tinham caprichado, as lancheirinhas eram em formate de xicara, tinha docinhos no formato de livro, paredes decoradas para tirar fotografia, um fotografo. As mães dos amiguinhos e Hope estavam se mordendo de inveja e maravilhadas com a riqueza da família.

—Está tudo perfeito! –Comentou Rebekah.

Hope com certeza a pessoinhas mais fofa da terra, vestido de Bela e imagine quem era a fera? Damon!

—Já que você deu a ideia, você vai incorporar a fera!- Disse Rebekah com prazer.

Damon não conseguiu dizer não as meninas e acabou sendo a fera, que para ele estava sendo um inferno. Varias crianças corriam ate ele, pulavam em cima dele, teve até uns meninos do mal, de acordo com Damon, que bateram nele.

E tinha, é claro, o menino que Damon começou a nutrir um profundo ódio... Pobre Daniel.

Rebekah olhava tudo com muito orgulho, até que viu Isabella correr até ela com uma feição não muito boa.

—O que foi? 

—A menina que ia dançar a musica da Bela e da Fera não chega! E agora? Está quase na hora.

—Meu Deus!

Uma ideia surgiu na mente de Isabella.

—Você poderia dançar Bekah.

—O que? Com quem?

—Você poderia dançar com o Damon.

—Não Liz, você só pode está doida. Nos nem sabemos a coreografia.

—E nem precisam, você viveu na época e o Damon foi educado e sabe dos passos. Por favor, Bekah... Por mim e por Hope, não vai querer estragar a festa né? –Chantageou e a olhou com olhos idênticos aos de Hope, olhos pidões e bonitos.

—Mas... -Rebekah suspiro. –está bem. O que eu vou vesti?

—Oras, a fantasia de Bela.

—E aonde você vai arrumar uma?

—A da dançarina, ela deixou aqui com medo de acontecer algo.

Rebekah subiu as escadas para vesti a roupa.

 Isabella correu para perto de Damon e o tirou de perto daquele monte de criança o levando para o jardim, onde estava montado um pequeno palco, onde eles dançariam. Não tinha ninguém lá. Então Isabella o puxou para debaixo de um arvore, onde não seriam vistos.

—Eu sei Dam. –Disse carinhosamente.

—Sabe do que?

—Sei do que sente pela Bekah.

Damon ficou vermelho no mesmo instante que ouviu o nome de Rebekah ser pronunciado.

—Eu senti? Eu não sinto nada!

—Sente sim.

—Não sinto não.

—Ok Damon, se você não sente me responda umas coisinhas. –O moreno engoliu em seco, mas concordou. –Quem quando você tá bêbado te ajuda a ir para o quarto?

—Rebekah. –Disse a contragosto.

—Certo. Quem quando chega a noite depois de caçar e vê Rebekah deitada no sofá a leva para o quarto?

—Eu.

—Quem adora brigar um com o outro só para depois rir lembrando-se do motivo da briga?

—Nos.

—Muito bem Damon. Mas agora quero lhe fazer uma pergunta seria. Ok? O que é amor Damon? Por acaso amor não é cuida? Se preocupar? Amar não quando você simplesmente necessita ouvir a voz daquela pessoa, nem que seja brigando, todos os dias? Damon, amor não é quando você não consegue viver sem alguém? Amor não é o que você sente pela Bekah?

O moreno suspirou e foi até uma das cadeias se sentar, abriu alguns pontões do traje de fera e se sentou.

—Ela nunca vai me amar Izy. Eu já fiz muita bobagem.

—E você não pode consertar essas bobagens?

—Como?

—Eu ouvi em algum lugar que amar cura tudo. Só basta querer se curado. Você quer Damon?

—Quero.

—Então se levante, porque eu já tenho sua chance.

—Como assim?

—A dançarina não chegou, a que ia dançar a musica da Bela e da Fera, então você a Bekah vão dança-la.

—O QUE?

—Isso mesmo, agora se ajeite direitinho, e vá tirar essa roupa de Fera, porque você agora é um príncipe. No seu quarto está a outra roupa.

Antes de o moreno dizer algo Isabella se levantou e foi em direção ao quarto de Rebekah ver como ela estava, deu uma olhadinha em Hope, que estava perto de Alaric e subiu.

—Essa roupa tem um corpete! –Reclamou a loira. –Você tem que me ajudar a fecha-lo.

Isabella sorriu e foi ajudar à amiga.

—Bekah, o que é amar? –Perguntou de repente.

—Que pergunta estranha... Amar é aguentar a imperfeição do outro. –Na sua mente vinha à imagem de um Damon bêbado. –É amar escutar a voz daquela pessoa, a risada... Não existe uma definição para amor.

—Você já amou?

A loira suspirou.

—Já Liz, já amei duas vezes.

—E como foi?

—Na primeira eu me enganei e na segunda...

—Você não tentou. –Completou a morena.

—É. –Disse sem pensar.

—E por que você não tenta?

—Eu tenho muita bagagem, e essa pessoa talvez ame outra.

—E se eu te falar que não ama? E se eu te pedir para tentar? Para amar e ser amada?

—Então eu diria que sim.

A morena deu um nó no espartilho e olhou para a amiga, ela estava linda de Bela, até a peruca tinha ficado legal.

—Tente.

E saiu do quarto.

◊

Notas calmas começaram a soar, e uma voz a cantar o hino dos apaixonados.

Sentimentos são

Fáceis de mudar

Mesmo entre quem

Não vê que alguém

Pode ser seu parRebekah apareceu na entrado no jardim e Damon do outro lado, as crianças olhavam maravilhadas para os dois. Os olhos brilhavam a cada momento que se olhavam. E começaram a andar em direção ao pequeno palco.

Basta um olhar

Que o outro não espera

Para assustar e até perturbar

Mesmo a bela e a fera

Quando as mãos se tocaram ambos sentiram um frio no coração, que logo foi substituído por um forte calor. Os passos já eram dados, mesmo eles não percebendo.

Sentimento assim

Sempre é uma surpresa

Quando ele vem

Nada o detém

É uma chama acesa

Os olhos estavam grudados um no outro, azul no castanho, castanho no azul.

Sentimentos vêm (sentimentos vêm)

Para nos trazer

Novas sensações

Doces emoções

E um novo prazer

Damon sempre seria a Fera, uma pessoa presa dentro de si mesma, que precisava de ajuda para se libertar, Rebekah era essa ajuda.

Rebekah sempre seria a Bela, uma pessoa não entendida, incompreendida, que só quer ser amada e cuidada, quer alguém que a entenda, que a proteja, que a ame, Damon era esse alguém.

Mesmo sem perceber, eles eram a verdadeira imagem da Bela e da Fera.

E numa estação (e numa estação)

Como a primavera

Sentimentos são

Como uma canção

Para a bela e a fera