Linhas Vermelhas escrita por Luna


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Opa, demorou mas veio kk
Foi mal, a coisa anda tensa na faculdade
#queroférias

E vc? Como andam as provas e os trabalhos?
Vamos chorar num cantinho? auhsuhasuh

Juro que respondo os comentários no fim dessa semana, até lá foco p n reprovar :3

Bjs e até! o/



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— (... ) Foi quando a turma toda se uniu contra o mal maior: o professor de história da moda!
O trabalho que ele pediu era totalmente sobre humano!  Não tinha condições de alguém dar conta daquilo tudo.

— Haham.

— Talvez aquelas Nerdzinhas lá do canto... mas o restante? Nunca! Ele sabe que o povo trabalha, né? Não às 24h disponíveis para focar na faculdade! E ainda tem outras matérias.

— Haham.

Depois de vários "Hahans" seguidos Beatriz percebeu que o amigo nada prestava atenção na sua conversa. Irritouse, pois estava realmente empolgada com o que falava, tanto que demorou a notar a total alienação do rapaz ao seu lado, irritou-se e resolveu testa-lo.

— E a Lisa disse que gosta de homens mais encorpados! Acredita?!  Um absurdo, não acha?

— Huhum.

Ela revirou os olhos e pegou o celular, continuo falando o tempo todo para não dar na vista. Colocou no grupo do Whats e apertou o play.

— (...) e disse que você fode mal por que é gay. Suuuuper gay.

Exagerou na pronuncia, dando ênfase para sair bem no áudio e ninguém ter dúvida no que ela falava.

— Haham.

Sorriu. Mandou a mensagem para o Vitor e para a Elisa e depois cutucou o garoto.
Ele estava avoado e recebeu com certa surpresa o toque.

— Ah, desculpa. Eu tava pensando em outra coisa. — Falou, porém, mesmo na hora de se desculpar não deu grande atenção a garota. Coisa de Bruno, sabe? Não consegue focar em duas coisas ao mesmo tempo.

— Tranquilo, tranquilo. — Deu de ombros.

Pelo que Bruno conhecia da amiga dava para saber que o tranquilo para ela era ferração para o lado dele. Porém não perdeu muito tempo com isso, depois se entenderia com a garota. No momento a mulher, três bancos a frente, é que lhe chamava a atenção.

A linha estava extremamente visível.

E isso era intrigante porque geralmente a linha que as pessoas carregam é extremamente fina, quase imperceptível, tanto que Bruno não se incomoda com elas. Porém o que ele via no momento era algo que o marcava e remetia lembranças da infância. Ele sabia que a linha grossa daquela maneira era a resposta para a proximidade, então a outra parte do casal devia estar muito perto, a alguns centímetros de distância.
E ali estava o par, duas cadeiras à frente da moça, olhos para fora da janela e uma playlist interminável em seu telefone.
Ela também estava bastante focada, lia um livro de capa azul.
Bruno não sabia o que fazer... Ficar quieto podia significar que eles nunca se conheceriam. Ir que nem um loco falar com eles, obrigando-os a se notarem e trocarem algumas palavras, parecia loucura.

Fosse o que fosse ele precisava decidir-se logo, pois mais alguns pontos chegariam ao centro.

Estava indeciso, e resultou que não sabendo o que fazer, não fez nada.

Bruno e Beatriz foram até o próximo ônibus e a garota estranhando-o perguntou o que ele tinha.

— Bia, tu promete guardar segredo?

— O negócio é sério então?

— Para mim é. —  Disse receoso. Mas Beatriz era uma companheira fiel a mais de uma década; e tinha a mente aberta para coisas absurdas. Se ele fosse desabafar com alguém, deveria ser com ela.

Ela concordou com a cabeça.

— Lembra de quando a gente era pequeno e eu falava umas maluquices sobre umas linhas e tals e fazia você e o Bruno correrem por ai sem saber para onde?

— Claro que lembro. A gente até se perdeu uma vez.

— Nos perdemos por que vocês se desesperaram e me fizeram sair do caminho. — Jogou a culpa para seus respectivos donos.

— Como eu disse... nos perdemos.

— Então. Eu preciso saber de algo...  Você acreditava em mim quando eu dizia que via aquelas linhas quando criança né?

— Haham, mas eu acreditava em Papai Noel também e em coelho da Páscoa, fada do dente...

— Bia, se concentra. — Suspirou. — E se eu falar que eu via as linhas de verdade?

— Normal. Eu também via meu amigo imaginário. — Riu. — Ele se chamava Ted e era feito de algodão doce. Imaginação das crianças é de dar inveja.

— Não, não assim. — Pegou a mão da Bia e segurou a linha vermelha que ela carregava. — Tipo, eu vejo a linha. Ela está aqui o tempo todo e todos a tem.

A garota não falou nada, esperou maiores explicações. Mas Bruno se calou, por que voltar à isso novamente? Seria a mesma história de antes. Todos ignorariam o fato para não precisar taxa-lo de doido e leva-lo a um hospício, que possivelmente era o seu lugar.

Percebendo o silêncio Beatriz decidiu indagar o que aquilo tinha haver com a estranhisse’ anterior do rapaz.

— A guria que me ajudou a pegar as coisas tava com a linha bem forte.

— E isso significa que?

— Que a pessoa da vida dela estava no busão.

— Estava??

— Sim...

— E você fez alguma mágica para eles ficarem juntos ou algo assim?? Poxa. Se eu tivesse gravado dava um ótimo vídeo! Por que não falou antes?? Já viu como tá na moda os vídeos de hipnose? Imagina um "Trago o amor da sua Vida em um vídeo"? Genti. Ia bombar demais.

Ele olhou desacreditado para a amiga. O que ela achava que ele era? Um Bruxo? Um cupido?

— Não funciona assim Bia, eles precisam conversar para perceberem que são almas gêmeas.

— E eles conversaram?

— Não.

— Então isso quer dizer o que? Que eles tiveram a alma gêmea deles a dois passos de distância e nem perceberam o que estava acontecendo? — Bruno concordou e ela, em reflexo, deu um tapa no braço do amigo. — E tu não fez nada??  Tá doido??

— E tu queria que eu fizesse o que??

— Era só eles falarem que já se apaixonariam e tudo o mais?

— É, mais ou menos isso.

— Então era só ir lá falar com eles!

— Com qual propósito?

— Sei lá, deixar duas pessoas tristes e sozinhas serem o casal mais feliz da cidade? É um bom propósito para você?

— E ser taxado de louco e colocado num hospício? — Reclamou alto. As pessoas do coletivo não tiveram como não olhar o garoto. Sim, esse era um bom dia para pagar mico.
Esperaram o povo voltar ao que estivessem fazendo e depois retornaram a conversa.

— Então tu acreditas no que estou falando?

— Em nenhuma palavra.

Bruno ficou vermelho. Era um misto de vergonha e alguma coisa além que ele não sabia explicar, se Bia, sendo a louca que era e sendo sua melhor amiga, já tendo vivenciando aquilo desde a infância, não acreditava, imagina o resto?
Uma tristeza súbita o abateu. Quem seria o próximo a nega-lo? Seu pai já o havia feito e ele não saberia tolerar isso mais uma vez.

— Bruno. Eu não acredito no que você está falando...  ainda. Não me leve a mal, mas eu não consigo ver seja lá o que você vê. Para mim você parece um crente falando de Deus. Entende? Mas eu confio em você. Se o que você diz é verdade eu tenho certeza que hora ou outra você vai ter oportunidade de provar.

Bruno sorriu. Uma fagulha de esperança estava acessa.
Ele sentia que precisava muito provar a alguém mais que aquilo era real, para que ele mesmo pudesse acreditar. Pois esquecer apenas era triste e insensato.

Então ele descansou a cabeça no ombro da amiga e foi assim até chegarem próximos das suas casas.


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