Linhas Vermelhas escrita por Luna


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Vou ser sincera, faz algum tempo que não escrevo. Tava com saudade kk Espero que gostem de Linhas Vermelhas s2
Essa história tem como base uma lenda lindíssima Japonesa, onde os amantes são ligados por uma linha e podem se encontrar, mesmo que levem vidas para isso.

Viram essa capa lindosa? Tudo obra do Gabriel Sena! Ele vai abrir uma pág no face, mostrando as suas capas e tals, quando estiver pronta passo o link para vocês :D

Ah, pretendo postar 1 vez por semana. Qual dia vocês preferem?

Beijão é boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681960/chapter/1

Como toda criança de dez anos em um parque de diversão, Bruno corria de um lado ao outro, de brinquedo à brinquedo, deixando seus pais sempre alguns passos atrás. Sua irmã Jéssica, dois anos mais velha, tentava parecer uma “mocinha” e evitava desatinar em correria, mesmo assim vez ou outra lhe escapavam os modos.
O pequeno estava agora encantado com o carrinho bate-bate, não aguentando esperar as outras crianças terem seu instante.

— Vamos, saiam! Saiam! — Insistia que todos parassem e passassem a vez.

— Jéssica! — Exasperou. — Corre! Já vai ser a gente!

— Se acalma. — Respondeu sem alterar o passo. Não queria fazer feio, usava pela primeira vez um salto plataforma e queria impressionar quem estivesse olhando.  

O garoto estava impaciente, tinha passado as férias toda esperando ir ao parque. Queria experimentar todos os brinquedos, mas o tempo parecia correr por causa das outras centenas de crianças que também esperaram ansiosamente ir ao parque e lógico, brincar em todos os brinquedos.
Quando o moço fez sinal para quem estive brincando saísse Jéssica já encontrava-se na fila, um pouco atrás do irmão, fazendo com que os dois fossem na mesma vez. Chance perfeita para Bruno bater muito no carrinho da irmã, fazendo-a perder a calma e tentar revidar de maneira atrapalhada. Foram vários CLAC, PUFF, BOOM até que Jéssica foi empurrada, batendo a parte de trás do carrinho em outra pessoa. Tal pessoa entrou na brincadeira e os três continuaram se trombando até que o tempo acabou.
Saindo do brinquedo o menor olhava a irmã com graça, segurando fortemente o riso.

— O que foi?

— Nada. — Respondeu Bruno, rindo no final como se lembrasse de uma boa piada.

— O que foi? É o meu cabelo? Ele tá zuado, é isso? — Bruno nada respondeu, apenas ria ao olhar a irmã.

 — Fala moleque! Quer perder os dentes? — Ameaçou, puxando-o pelo braço e deixando toda a educação de lado.

Logo atrás dela apareceu o terceiro integrante do trio bate-bate, meio envergonhando por começar uma conversa enquanto os dois brigavam.

— Er, oi? — Disse.

Jéssica sentiu um arrepio percorrer seu corpo, “De todos os momentos para um menino vir falar comigo, por que esse Deus?”, largou o irmão e virou com um belo sorriso como se nada tivesse acontecido.

— Oi... — Puxou os cabelos para detrás da orelha. Já havia reparado no menino antes, parecia uns dois anos mais velho que ela e era lindo, simplesmente lindo. Olhos verdes enormes, com cílios que dariam inveja a qualquer menina, era mais alto do que a mesma e o cabelo grande na última moda. Jéssica estava derretida, mal acreditava que o garoto veio falar com ela mesmo a vendo brincar naquele brinquedo de criança.

— Será que eu posso andar com vocês? Eu vim só com os meus pais e brincar sozinho é um saco.

— Ah, claro! — Disse, animada com a possibilidade de ficar próxima a um garoto mais velho bonito que não fosse da família.

— Então, vocês já foram na montanha russa?

Bruno respondeu animado que ainda não havia ido, Jéssica sentiu medo só de pensar em ir, mas se conteve para não afastar o garoto. Depois ocorreu uma sucessão de ida a brinquedos que faziam Jéssica arrepiar, até chegarem na casa assombrada.

— Não, nesse eu vou ter que deixar vocês irem sozinhos. Não rola. — Falou decidida a esperar em frente ao local, sentada em um banquinho.

— Vamos, vai ser legal! — Respondeu Bruno puxando a roupa da irmã.

— Não mesmo, de jeito nenhum! — Disse colando sua bunda ao banco.

O garoto mais velho acabou resolvendo o problema, sugeriu ao menos comprar um sorvete, dando seu próprio dinheiro para acalmar a situação. Depois sentou ao lado da garota, perguntando se estava tudo bem.

— Sim, é só que eu não curto essas coisas apavorantes.

— Sem problemas. — Sorriu, mas logo ficou um tanto envergonhado. — Hum, eu tava meio curioso... Bom, qual é o seu nome? 

— Ah, é Jéssica! Desculpa, esqueci de me apresentar.

— Bom, eu também esqueci. – Riu.

— E você? Como se chama?

— Filippe, prazer.

A conversa continuou até que Bruno chegasse rindo, e falasse sem pensar duas vezes:

— Tão namorando, tão namorando.

Os dois ficaram roxos de vergonha e Jéssica deu um pito no irmão que correu atrás dos pais que estavam sentados um pouco mais à frente. Eles tinham a intenção de deixar seus filhos bem à vontade, porém observavam tudo a uma distância segura.

— O que foi menino? — Dona Martha perguntou.

— A Jéssica vai namorar aquele garoto! — Apontou.

—  Jéssica o que? — Olhou assustada.

— Vai namorar mãe! Eles tem aquela linha que junta!

— Que linha Bruno?

— Aquela mãe! Essa que você tem! — Apontou para a mão da mãe. — Mas a dela vai até a mão do garoto! É diferente!

— Ai Deus, você vai voltar a falar dessa linha? Eu já não disse que é feio mentir? — Disse Enzo irritado, já estava cansado das besteiras do filho.

— Não seja assim amor, ele é apenas uma criança.

— De dez anos e continua fantasiando essas coisas. Você que fica mimando demais, por isso não toma jeito.

Bruno não gostava que o pai falasse assim com ele e logo teve que segurar o choro.

— Mas... eu... vi...

— O querido, não fica assim. — Abraçou o pequeno e depois lançou um olhar de reprovação para o marido.  — Vai lá brincar, tá? Daqui a pouco a gente vai para casa e você não vai ter conseguido ir em todos os brinquedos.

Bruno passou a mão em seus olhos e dispersou as poucas lágrimas. Odiava que os pais não acreditassem nele. “ Eram cegos? Estava tão clara a linha! Como não viam? ”
Depois correu, precisava ser rápido, afinal de jeito nenhum ele ia embora sem ir em todos os brinquedos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O ministério da saúde adverte, comentários deixam os escritores longe da depressão. Pratique comentar.