Zumbiwitch escrita por Paul


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Triste é aquele que não possui amigos.

— Não lembro o autor-



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Às vezes eu achava que Brandon sabia mais do que ele realmente queria demonstrar. O garoto corria pelos tuneis sem nem ao menos parar para olhar onde estava indo, ele só corria, dobrava para um algum lado e continuava a correr.

Fazia algum tempo em que eu não ouvia o som dos nossos perseguidores, mas Brandon, como sempre, insistiu para que continuássemos correndo. A sensação de fugir de um exército de caras fortemente armados, loucos para te matar, não é nada legal. Vai por mim.

Já devíamos ter percorrido mais de 4 km, quando a luz do sol apareceu. O chão se inclinou nos levando de volta a superfície. Estávamos na quarta avenida, que não era muito diferente das outras ruas, com carros capotados e enferrujados, ervas daninhas crescendo por entre as rachaduras do asfalto. Desviamos de alguns carros e vigas de metal, que deviam ser de algum dos enormes prédios.

Podia ouvir a respiração pesada e os gemidos de cansaço de Brandon e Scarlet, que corriam um pouco atrás de mim.

— Precisamos despistar esses caras. – disse Brandon, ofegante. – Eles tão quase nos alcançando, e não parece que eles quererem desistir.

Pense Marck, pense!

Não haviam caminhos por onde nós poderíamos seguir, a não ser correr em linha reta. Todas as curvas terminavam em algum beco, e vamos admitir que essa não é uma boa hora pra ficar encurralado. Então resolvi fazer algo arriscado.

A quarta avenida terminava em uma bifurcação, ou seja, ela se dividia em outras duas ruas, em sentidos opostos.

— Brandon! Leve a Scarlet pela rua da esquerda! Eu encontro vocês depois!

— O que? – gritou ele. – Você tem certeza!?

— Não. Agora vão! Me encontrem na ponte da rua sete. – e então sem pensar duas vezes, entrei na rua da direita, correndo loucamente. Eu não sabia se meu plano ia dar certo, mas foi o único que eu consegui pensar. Olhei para o lado, enquanto Scarlet e Brandon desapareciam de vista. Com o rabo do olho, percebi que havia apenas a silhueta de algumas pessoas ao longe, isso me deu esperanças, talvez saíssemos vivos dali.

Entrei em um beco. Ta, eu sei que isso foi estupido da minha parte, mas eu precisava recuperar o folego e descansar, nem que fosse apenas um milésimo de segundo.

O suor pingava pelo meu queixo, escorrendo pelo meu rosto. Meu moletom estava encharcado. Respirei grandes bocados de ar.

Talvez você já tenha sentido como se seu coração tivesse ido parar na boca, quando se assusta com algo. Bem, se o meu coração não parou na boca, ele procurou outro lugar para sair. Senti cada parte do meu corpo entrando em desespero, quando duas mãos fortes me puxaram. O mundo escureceu, enquanto o barulho de uma porta se fechando ecoou pelo ar.

Me debati enquanto implorava pela minha vida. Ta, exagero da minha parte.

— Por favor, não me mata, eu não fiz aquilo por mal.

As mãos me soltaram, enquanto alguém ria.

Me virei e encarei o garoto parado a minha frente. Ele possuía cabelo escuro, tão escuro quanto os meus, e tão escuro quanto piche, seus olhos eram da mesma cor, tão escuros que era impossível ver as pupilas. Sua pele era bronzeada, não demais, na medida certa. Seus braços e músculos eram definidos, e se destacavam na regata branca que ele usava. A calça estava com alguns rasgos e seu tênis Nike estava meio que detonado.  

Esse povo ta se vestindo bem demais para um apocalipse. Serio, sempre que eu imagino uma cena apocalíptica, imagino as pessoas vestindo trapos, roupas detonadas e com o corpo meio que desnutrido.

O garoto parou de sorrir e me encarou.

— Ham... Oi? – belo jeito de começar uma conversa, espero que ele não corte seu pescoço, idiota.

— Olá. – disse ele erguendo as sobrancelhas. – Aposto que ta fugindo do  do Octavian.

— Você conhece el...- fui cortado pelo som dos passos do lado de fora. O garoto levou o indicador aos lábios, pedindo silencio.

Alguém tentou abrir a porta, mas ela não cedeu.

— Ta trancada. – disse um cara, sua voz era grave. – Impossível de eles terem entrado aqui. Devem ter seguido rua abaixo. Vamos.

Apenas fiquei ali parado, encarando o garoto, enquanto o som dos passos parecia ficar cada vez mais distante.

— Acho que eles já foram. – disse ele. – Vem. – ele se virou e começou a caminhar armazém adentro.

Hesitei um pouco antes de segui-lo. Mas vamos fazer o que né? 

— Vamos, comece a falar. Quem é você e por que o Octavian esta atrás de você?

— Eu me chamo Marcos, mas pode me chamar de Marck. Bem, eu e meus amigos fugimos da Arcade ontem à noite. E ele esta atrás de mim, porque eu soquei ele, e depois aconteceram umas coisas que eu não sei muito bem como explicar.

— Teve algo haver com aquela explosão? Perguntou ele parando perto de uma escada, que dava acesso ao segundo andar.

— Tem sim. Mas e você, quem é?

— Eu me chamo Scott, já fui da equipe do Octavian, mas aquele cara me irritava, admiro sua coragem de ter socado ele.

— Foi meio que sem querer, eu não sabia o que estava fazendo. – corei. – Que lugar é esse?

— Bem, esse é um dos meus lugares favoritos, e sorte a sua que consegui chegar aqui. Cara, vocês correm muito, quase não consegui te alcançar. – Scott se sentou em uma caixa e cruzou os braços.

— Pois é, quando tem uma multidão querendo te matar, você consegue correr rápido. – sorri. – Mas por que você esta me ajudando? Eu não tenho dinheiro para lhe pagar.

Scott revirou os olhos enquanto suspirava.

— Sabe como é bom saber que tirando as pessoas da Arcade existem outros sobreviventes? Perguntou ele olhando dentro dos meus olhos.

— Acho que sim. – respondi sem jeito.

— Então, eu vi quando vocês chegaram à cidade e segui vocês deste então.

— Então foi você que chutou aquela lata?

— Bingo! Exclamou ele sorrindo. – Um pequeno erro. Eu ia ajudar vocês, mas os babacas vieram e não quis me meter, tenho assuntos pendentes com o Octavian.

— Que falta de sorte a nossa. – me sentei em uma, das varias, caixa de madeira.

— Mas cadê os seus amigos?  Não lembro de ter visto eles no beco.

— Seguimos por caminhos diferentes, pra tentar despistar. – corei de novo.

— Vocês realmente são muito azarados. – Scott sorriu, enquanto se levantava. – Vem Marck, eu vou te arranjar comida, e vamos achar seus amigos.

Scott se dirigiu até a escada, e eu o segui.


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Notas finais do capítulo

OLHA QUEM SAIU DAS PROFUNDEZA PRA TRAZER CAP NOVO PRA VCS!
Então gente, vamos lá. COMENTEM, FAVORITEM, INDIQUEM AOS ABIGOS QUE AMAM ZUMBIS.
Bem, se você é de Sp e quiser me conhecer, comenta ae, e me chama no face. Pq Tio Paul ta voltando pra casa.
Eu pensei em uma trilha sonora, mas ela não se encaixou na cena.
Quem se inscreveu pro Enem? Só pra saber mesmo.
Oq acham que vai acontecer agora?
Review me motivam, e visus também.

Atenciosamente Eu



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