The Supernatural escrita por Lady Collins


Capítulo 3
Fist Case


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas lindas do meu coração.
Eu sinceramente não curti tanto o cap de hoje, então, mil desculpas por ele okay? Vou tentar recompensar vocês no próximo cap.

Me desculpem pelos erros.
Boa leitura
Xoxo.



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Passei longos 11 anos do lado de Bobby. Um salvava a vida do outro, um cuidando do outro. Bobby e Luna contra o mundo. Mas isso já estava começando a ficar... meio chato. Queria poder sair com meu próprio carro, escolher minha própria seleção musical, ter meus livros no banco traseiro, e minha total liberdade.

Decidi que estava na hora de falar com Bobby e dizer que queria caçar sozinha.

Esperei o velho Singer voltar de um pequeno caso, mas estava com tanto sono que acabei adormecendo e tive meus pesadelos. Corpos sangrando, os olhos pretos da minha família, o frio percorrendo a minha espinha. Me levantei e como sempre estava suada. Esses malditos me perseguiam onde quer que estivesse. Tirei o edredom, porque me sentia como se estivesse no inferno, coloquei meus pés no piso gélido, caminhei descalça para a janela do quarto e olhei as estrelas, elas sempre me acalmavam. Meu pai dizia que elas eram anjos no céu que cuidavam das pessoas na terra. Na época acreditei nele mais quando cresci me convenci que anjos não existiam, então só admirava a beleza delas.

Minha barriga emitiu um som exótico, eu estava com fome e decidi descer para comer algo, mas antes fui no banheiro e me encarei no espelho. Meu cabelo estava parecendo um ninho loiro, meus olhos estavam um pouco mais vermelho que o azul que eram. Lavei meu rosto com água e sequei com uma toalha. Desci as escadas e fui para a cozinha, abri a geladeira e comecei a preparar um lanche de presunto. Me perdi em meus pensamentos de como iria dizer a Bobby que queria poder caçar sozinha pois estava com medo de ele ficar triste ou algo do tipo. Estava tão concentrada em meus pensamentos que nem percebi que o Singer havia descido, me virei e me deparei com ele dando um sorriso e tentando não rir .

–Não acha que está grandinha para ter um short do Barney? - Ele disse rindo e vindo em minha direção.

– Hey Barney é legal, okay?! - Falei apontando meu sanduíche em sua direção.

– Claro. Não acha que vai ficar gorda comendo que nem um porco?

– Você não acha que adora implicar comigo? - Dei um soco em seu braço. O mesmo me olhou e fez o mesmo.

– Então o que houve para você estar aqui atacando a minha geladeira? - Ele disse sentando em uma das cadeiras da mesa.

– Tive meus pesadelos e fiquei com fome. - Sentei na outra cadeira e fiquei de frente com ele.

Mesmo não tendo muita iluminação no local, a pouca luz que entrava pela janela ajudava a ver os olhos castanhos de Bobby, e me lembrei da primeira vez que o vi. Ele estava com os olhos de pena quando me encontrou e me acolheu.

– Bobby eu poderia te falar uma coisa? - Cortei o silêncio. Ele se endireitou na cadeira.

– Aconteceu algo? - Seus olhos deram lugar a preocupação

– Não nada desse tipo. Eu só queria saber se bem , sabe, eu poderia caçar sozinha ? - Olhei para ele com esperanças dele poder dizer sim sem colocar alguma coisa contra. Parecia até que eu estava pedindo algo tão sério.

– Você quer morrer ? - Ele pegou uma garrafa de whisky e um copo. Encheu o copo e botou o líquido para dentro de sua boca - Você ainda é uma criança.

– Bobby acho que você precisa de óculos - Disse rindo baixo de minha própria piada - Eu já tenho 20 anos, e sei me cuidar super bem.

– E se acontecer algo e eu não estiver por perto? - A voz dele transmitia preocupação.

– Singer, você não pode me cuidar o tempo todo. Sei que é difícil mais eu tenho que fazer algo por conta própria. Sei me cuidar porque tive o melhor professor do mundo. - Coloquei minha mão na mão dele. - Então sei que nunca vou falhar.

– Não sei. - Ele disse colocando mais bebida em sua boca e saboreando ela.

– Bobby assim você pode ter tempo para poder fazer as coisas que você não me conta. - Disse tentando expressar indignação na minha voz.

– Eu… - E por sorte do destino, um de seus vários celulares tocou. O Singer levantou o dedo e procurou o celular, até que achou e atendeu. - Oi - Depois que respondeu a expressão de Bobby mudou - John Winchester onde diabos você se meteu? Os garotos devem estar loucos atrás de você.

Bobby nunca havia me apresentando a nenhum John Winchester, mais já havia visto ele uma vez antes. Eu devia ter uns 10 anos na época mais ele tinha chegado na casa de Bobby com raiva e estava acompanhado de dois garotos que pareciam ter 12 e o mais velho 16. Me lembro desse John gritar com Bobby e dizer que ele não deveria ensinar outras coisas aos filhos que não seja caçar. Nunca tinha visto Bobby cuidar ou ensinar aqueles garotos, suspeitava que era por isso que ele me mandava na casa de seus amigos. Enquanto eles ficavam discutindo eu e os garotos nos encarávamos, parecia aquele jogo de não desviar o olhar. E essa era a única lembrança que eu tinha de John Winchester.

– John você é um tremenda de um filho da … John?… maldito - Parece que Jonh havia desligado na cara dele. Ele jogou o celular na mesa e me encarou novamente

– Aonde páramos? - Ele se virou para me olhar.

– Na parte que você disse que iria me deixar caçar sozinha - Disse dando um sorriso

– Bem … ok. Mais se cuide e faça tudo que eu te ensinei - Ele pegou meu último pedaço do sanduíche. Pulei da cadeira, dei um abraço nele e corri para escada.

– Vou partir amanhã cedo - Disse contente.

– Tão rápido assim?

– Quanto mais cedo eu for mais pessoas eu salvo, vovô. Mais por que mudou de ideia? - Disse confusa.

– Bem eu provavelmente vou ter visitas e não quero que vejam você e achem que aqui é um hospital para pessoas com problema.

– Também te amo Singer. - Disse colocando meu pé no degrau seguinte.

– Espera. - O Singer disse indo perto de uma mesinha perto da sala cheia de livros que ele tinha e voltando com algo entre as mãos - Toma de presente. - Ele disse jogando uma chave para mim, peguei e um sorriso apareceu imediatamente no meu rosto - É seu, sua chata.

– Valeu Velhinho. - disse mandando um beijo para ele.

– Ah meu deus, não vejo a hora de você ir. - disse sorrindo.

– Vai sentir a minha falta - Subi as escadas e me joguei na minha cama pensando que agora era a minha vez de sair por aí sozinha e nada iria impedir isso, nem mesmo meus pesadelos que iriam vir novamente. Fechei os olhos e esperei o dia clarear para poder finalmente cair na estrada com o vento batendo no meu cabelo ao som de metalica.

O meu pesadelo foi o de sempre. Havia uma poça de sangue cobrindo meus pés, o frio e o medo dominavam o local. Não conseguia sequer mover meu corpo, estava paralisada, com medo, com raiva. Vários sentimentos estavam foram de seus devidos lugares, um furacão estava na minha cabeça, eu não estava mais no meu corpo. Eu estava lá, flutuando, sem ao menos saber o que fazer. Ninguém nunca havia me ensinado como agir quando demônios tomavam o lugar de sua amada família.

Encharcada de suor, era assim que eu estava quando acordei. Me sentei bruscamente na cama, minha cabeça doía, os móveis do quarto pareciam dar piruetas sem descanso. O que estava acontecendo? Por que esses malditos pesadelos não me deixavam? Parecia que eu carregaria esse fardo para sempre.

O sol nem havia dado as caras, mais se eu esperasse sequer um segundo eu iria enlouquecer. Pulei da cama e fui direto para o banheiro. Tomei o banho mais rápido que pude, e vasculhei a montanha de roupa que eu chamava de guarda roupa, peguei qualquer roupa que estava no topo da grande bagunça. Peguei tudo o que iria precisar, e dei uma última olhada para o pequeno mais belo quarto que tinha. Desci as escadas, que mesmo sendo velhas e barulhentas, consegui descer sem fazer um barulho, não queria acordar Bobby.
Peguei tudo que tinha que pegar, armas, mapas, sal, água benta, comida, e todas as coisas que eu via caçadores pegarem antes de uma caçada. Deixei um pequeno bilhete para Bobby, e fui para o belo carro que agora eu podia chamar de meu.

Saí de Sioux Falls e fui procurar um caso. Estava a tanto tempo na estrada que minhas mãos começavam a ficar doloridas de tanto apertar o volante, meus olhos fechavam, como se não estivessem mais em meu controle, precisava descansar. Com um pouco de lucidez que tinha, vi um pequeno hotel de estrada, sua placa dizia "Sharks", e tinha um pequeno tubarão sorrindo no lado. Sem saída, estacionei no hotel e paguei por um mísero quarto. As paredes do quarto eram azuis com pequenos tubarões brancos nelas, a cama tinha um tubarão branco pintado nela, os quadros eram de diferentes tubarões.

– Até parece que eu estou em um tanque de tubarões. - Falei tocando uma cortina que estava feita de dentes de tubarão. - Isso é estranho.

Joguei as coisas no chão e me joguei na cama, sem perceber acabei pegando no sono. Acordei assustada, mais dessa vez não foi nenhum pesadelo e sim um maldito celular. O barulho de "Back In Black " ecoou pelo quarto, estiquei meu braço no criado mudo na tentiva de apagar e voltar ao meu belo sonho. Mas em vez de acertar as coisas, o celular acabou caindo no chão. Merda. Olhei para o celular caído, esperando que a pessoa que estava me ligando desistisse, mais não foi o que aconteceu. Me estiquei até o aparelho, sem sair da cama.

– Tomara que seja uma emergência, se não for eu juro que eu vou te matar. Seja lá quem estiver do outro lado da linha.

– Isso é jeito de falar com alguém que te criou? - O Singer disse sussurrando.

– Se a pessoa que me criou gostasse de mim, ela não me ligaria às... - Olhei para o pequeno relógio da cabeceira. - QUATRO HORAS DA MANHÃ?

– Não sabia que tinha horário para te ligar?! Mais como vai a caçada? - Ele ainda sussurrava.

– Bem... não encontrei nada ainda. Mais por que diabos você esta sussurrando?

– Não quero incomodar os vizinhos.

– Bobby deixa eu te contar uma coisa... você não tem vizinhos. - Agora era eu também susurrava

– Por que esta sussurrando?

– Porque você está sussurrando.

– Tudo bem. Tenho um caso pra você, fica em Coralville, Iowa.

– Bem, fica à algumas horas daqui... tudo bem, amanha estou indo para lá. Mas antes você vai me contar por que você esta falando assim e... Bobby? Bobby Singer? - Ele desligou na minha cara. Maldito Singer.

Na manhã seguinte acordei com a mensagem de Bobby dizendo novamente o local do caso. Paguei o quarto e caí novamente na estrada, dessa vez com meu café do lado, pois seriam 4 horas de viajem até Iowa e minha noite não foi a melhor.

Coralville era uma pequena cidade do campo, bom para pessoas que queriam ficar longe da cidade grande. Parei para abastecer o carro, enquanto fazia isso, avistei uma pequena lanchonete. Minha barriga fez um som que dizia tudo.

– Acho que está na hora de comer. - Dirigi até o estacionamento que havia na frente da lanchonete, e adentrei no local.

Apesar de ser velha, ela tinha sua beleza, que francamente eu não conseguia encontrar. O piso era de uma madeira bem velha, que rangia a cada passo que dava, as paredes eram de um verde musgo, e as mesas eram de madeira que parecia cair aos pedaços. Me sentei perto de uma das janelas, rapidamente uma garçonete loira, que para ser sincera era bem bonita, se aproximou.

– O que vai querer? - Seus olhos eram de um castanho tão bonitos que fiquei perdida por alguns segundos. Não que eu gostasse de garotas, mas quando algo é bonito tenho que admirar. Peguei o pequeno cardápio da mesa e comecei a procurar por algo.

– Hum... um café e um misto quente, por favor. - Ela anotou tudo e saiu.

Pensei como Bobby estaria, mas provavelmente bem, ele já era bem "grandinho". Olhei em direção a rua, e vi crianças brincando tranquilamente, como se o mundo fosse feito de pura alegria. Pensei em como seria se minha família estivesse viva. Talvez estaria em um curso de medicina, trabalhando, ou até formando uma família.

Não.

Tudo isso me assustava. Ser uma garota normal, e sem saber o que de verdade acontecia no mundo real, era quase impossível pensar nisso. Eu gostava do que fazia, "salvar pessoas" e "caçar coisas".

A garçonete se aproximou da mesa com a comida, assim me tirando de meus profundos pensamentos. Olhei ao redor a procura de um jornal, peguei um que estava na mesa do lado e comecei a ler enquanto tomava meu café. Não precisei me esforçar para procurar o caso, ele estava bem na primeira página.

"Estudante aparece morto em dormitório da faculdade. Tudo indica que o garoto se suicídou batendo a cabeça na parede mais de 50 vezes"

– Nada estranho. - Ironizei. Dei uma última mordida no misto quente e deixei dinheiro da conta na mesa.

Dirigi até a faculdade, que não ficava tão longe do local onde estava. Quando cheguei ao local, que aliás estava repleto de carros de polícia, peguei meu distintivo do FBI e saí do carro.

Havia alunos e outras pessoas na porta da escola, o que dificultou a entrada. Levei alguns empurrões mas no final consegui entrar na faculdade.
O local era elegante, com suas paredes brancas e douradas, tinha fotos dos professores nas paredes, salas e armários decoravam o lugar.
Segui alguns policiais que subiam uma escada, que parecia levar aos dormitórios. Vi um quarto com uma facha amarela na porta, e decidi entrar nela.

– Xerife? - Um homem de aproximadamente 40 anos se virou.

– Quem deseja? - Ele me olhou confuso.

– Agente White, FBI. - Mostrei meu distintivo falso rápido e depois guardei. - O que houve?

– Ah, Olá Agente. O nome do garoto é Jason Lewis. E ao que parece o garoto voltou de noite para o quarto, surtou e começou a bater a cabeça na parede. - Ele olhou para o corpo do garoto. A cabeça da vítima estava afundada de tanto bater a cabeça na parede, e ao lado tinha uma poça de sangue. - Trágico.

– Triste. Alguém viu a cena? - Fitei o corpo.

– Ninguém. - O xerife disse suspirando.

– Algum motivo pra ele fazer isso? Brigas com a família? Amigos?

– Não. Ele era um garoto exemplar.

– Alguma coisa estranha? Como órgãos faltando? - Disse olhando fixamente para ele.

– Bem, se bater a cabeça até a morte é normal, então eu não sei o que é estranho. - O xerife disso dando certo sorriso de lado.

– Você não sabe nada do estranho. - Sussurrei.

– O que você disse? - O xerife olhou para mim.

– Nada. Vou dar uma olhada por aqui. - Disse me afastando do xerife e indo em direção ao corpo.

– Se precisar de mim é só ligar. Vou deixar você trabalhar. - Ele se direcionou até a porta e desapareceu.

Procurei alguma coisa no corpo que me pudesse ajudar no caso, mais nada encontrei. Então tirei do bolso meu medidor de ondas eletromagnéticas, mais não aconteceu nada.

Fui para a delegacia descobrir onde moravam os pais do garoto, e fui para lá.

Bati na porta e uma mulher, com os olhos vermelhos, apareceu.

– FBI. Tenho algumas perguntas. - Mostrei de novo o distintivo.

– Tudo bem. Entre. - Ela abriu a porta e entrei. A casa era simples e aconchegante.

– Sra. Lewis, eu quero saber se seu filhos tem inimigos ou algo do tipo? - Ela tinha uma foto em mãos, que deduzi ser do filho.

– Não. Sabe ele era um garoto incrível, era o capitão do time de futebol. Meu orgulho. Podia até ter alguns garotos que poderiam ter inveja, mais não inimigos. - Ela soluçava. - Mas por que a pergunta? Se não foi um assassinato?

– E-Eu sigo normas. Posso dar uma olhada no quarto de Jason? - Perguntei. Ela já estava com lagrimas escorrendo pelas bochechas.

– Claro. Segunda porta a direita. - A mulher apontou para as escadas.

Subi as escadas,e vi a porta que ela disse e entrei. Isso sim é um quarto bem sujo, pensei. O quarto era uma bagunça, até parecia que eu nadava em um rio de sujeira. Encontrei um celular, que provavelmente era de Jason, e comecei a procurar algo nele. Encontrei fotos de Jason e mais uma garota, ele com alguns amigos, e mais um vídeo do Jason com os amigos jogando um garoto na lixeira.

– Que garoto exemplar. - Dei um suspiro.

Depois de um bom tempo procurando por algo, acabei desistindo e voltei para o hotel. Fiquei pesquisando algumas mortes, coisas incomuns, mais nada, e sem perceber acabei caindo no sono.

Acordei com o som do celular tocando novamente.

– BOBBY SINGER, EU JÁ DISSE QUE... -Porém a voz que ouvi não tinha nada a ver com a voz do velho Singer.

– É o xerife.

– Ahm certo... desculpe... o que houve? - Meu rosto ficou quente de tanta vergonha. Parabéns Luna, pensei.

– Outro garoto acaba de aparecer morto.

Desliguei rapidamente e corri para a faculdade. Segui o xerife até a quadra da faculdade, e lá avistei um corpo caido.

– Agente, um amigo de Jason se matou. Ele... bem ele... acho melhor você ver.

Chegamos mais perto do corpo do garoto, que por sua vez, estava jogado no gramado e lhe faltava um braço e meio.

– O que aconteceu? - Olhei a "bela" imagem com certa vontade de vomitar. Já tinha visto vários casos, mais aquele era de dar uma pequena dor de estomago.

– E-Ele comeu os própios braços - O rosto do xerife expressava horror e medo. Não o culpei, a cena era de um filme de terror.

– Isso que eu chamo de estar com fome. - Dei uma leve cotovelada no braço dele e um sorriso travesso. Ele se virou com uma carranca estampada na cara. - Okay. Acho melhor você ir, quero dizer, eu cuido do caso.

Ele nem se opôs ao que eu disse, somente saiu de lá o mais rápido possível. Cheguei mais perto do corpo, vi que o garoto tinha comido os braços, pelo menos um ele tinha comido por inteiro e o outro pela metade, a boca dele tinha sangue escorrendo e com pele entre os dentes. A cena em si era horrorosa, mais como não tinha tempo para admirar então comecei a procurar alguma coisa no corpo. Até achar um saquinho no bolso da calça do garoto.

– Parece que temos uma pequena bruxa. Fabuloso - Disse sem ânimo. Odiava bruxas. Elas eram totalmente loucas e ainda faziam coisas nada agradáveis.

Corri para dentro da faculdade e entrei com pressa para o quarto de Jason, quase tropeçando nas escadas, mais cheguei. Procurei por baixo da cama, atrás da TV, em todos os cantos possíveis. Quando finalmente olhei na gaveta da cômoda, lá estava o saquinho. Peguei e segui para o hotel, pois estava cansada. Coloquei os saquinhos de bruxa em cima do criado mudo, depois me joguei na cama para ter um descanso merecido.

Acordei, dessa vez não foi um celular, e sim um passarinho que havia batido na janela. Me levantei, pois não era sempre que alguma coisa dessas acontecia, e fui até a janela para verificar a ave. Abri a janela, deixando uma brisa gélida bater no rosto e cabelo, e vi o pequeno passarinho morto. "Merda", pensei comigo mesma.

Fui para o banheiro e tomei um banho frio, para poder tirar aquela cena do pássaro morto da cabeça, que por sua vez não conseguia sair dos malditos pensamentos. Terminei o banho e coloquei um jeans e uma camiseta do batman. Peguei a chave do carro e segui novamente para a faculdade, pois algo me dizia que finalmente tudo iria acabar hoje.

Quando cheguei no local, havia adolescentes andando e conversando como se nada acontecesse. Revirei os olhos e fui procurar o "grupinho" de Jason. Avistei uma roda de jogadores de futebol com algumas lideres de torcida do meio. Eles pareciam rir de alguma coisa, e no meio de tudo havia um casal trocando beijos e carícias. Rapidamente reconheci a garota, a mesma era namorada de Jason, que agora parecia namorar com um outro amigo de Jason, e ele por sua vez parecia ter virado o novo "chefe".

– Nada clichê. - Ironizei. Aquilo parecia até uma novela mexicana. Onde um garoto mata os amigos para poder ficar no lugar deles. Estava fácil demais para ser verdade.

O sinal tocou, desmanchando o grupo e levando cada um para suas devidas aulas. Segui o amigo de Jason, o garoto parecia nervoso com algo e, em certas vezes, olhava para trás para ver quem o seguia. O segui até ele entrar em uma porta. Tirei minha arma, apontei para a porta e chutei a mesma.

Ouvi alguns gritos de garotas e algumas coisas caindo no chão. Entrei e dei de cara com um grupo de... musica??

Os garotos me olhavam com certa estranheza, e as garotas por sua vez estavam com olhares assustados. Abaixei minha arma e guardei ela nas costas. Procurei pelo amigo de Jason entre a multidão, até dar de cara com o mesmo segurando uma guitarra e me fitando com certo ponto de interrogação na cabeça.

– A gente não está fazendo nada de errado. - Um garoto disse com a voz trêmula.

– Bem... ahm... me desculpa. - Saí rapidamente do lugar, fechando a porta atrás de mim e suspirando. Aquilo me lembrou os tempos que eu estava na escola, o que não foi nada legal pelo meu ponto de vista. Eu era a típica garota excluída e que sofria bullying, ou seja, os anos de escola não são as melhores lembranças que tinha.

Minha mão suava levemente, tratei de limpar na calça e voltei meu foco para o caso na minha frente. Esse vexame tinha me levado a estaca zero no caso, pois eu não tinha mais nenhum suspeito. Minha cabeça já estava a ponto de explodir, esse caso estava me dando nos nervos. Olhei ao redor e me dei de conta de que não sabia aonde estava. Andei até um corredor e dei de cara com portas de salas de aulas, então olhei para o outra lado. Mais salas. Eu realmente estava perdida, estava tão focada em não perder o garoto de vista que nem me dei de conta que não sabia aonde diabos estava.

Entrei em um outro corredor e depois em outro. Esse lugar era um labirinto e parecia que eu me perdia mais e mais nele à cada passo que dava. Eu estava quase me rendendo até dar de cara com um garoto de óculos. Batemos as nossas testas e cada um deu de cara no chão, me levantei e fiquei ajudando o garoto a pegar os livros que estavam espalhados pelo chão. Quando finalmente peguei o último livro de matemática e depositei a mesma nas mãos do garoto, ele me olhou nos olhos e deu um pequeno sorriso de lado. Soltei sua mão e quando fui me virar, uma mão me puxou e voltei a encarar o garoto novamente, e ele por sua vez deu novamente um sorriso.

– Onde acha que vai? - Olhei confusa, pelo menos até entender tudo. Droga.

Abri minha boca para dizer algo, mas o garoto foi mais rápido e pegou algo na mochila que não pude ver o que era, e bateu com ela na minha cabeça.

Abri meus olhos, e percebi que estava em um porão, pelo menos era o que parecia. A luz vermelha do lugar era forte e já estava fazendo meus olhos arderem. Sim, eu disse vermelha. Vermelha. O cara só podia ser realmente louco. Revirei os olhos e procurei por algo para soltar minhas mãos que estavam presas por uma corda. Corda? Sério? Até parece que isso iria me segurar. Tentei pegar a faca que estava na minha bota, o que não estava sendo nada fácil. Até que depois de muito esforço consegui pegar a gloriosa faca e comecei a cortar a corda.

Um barulho de passos vindo em minha direção, me fez perder a concentração. Subi meu olhar até encarar novamente aquele par de olhos castanhos. O garoto fez questão me se aproximar de mim e sorrir, como se tudo estivesse bem. Ele me analisou e foi até uma pequena mesa. A mesa de madeira estava coberta por um pano preto e tinha algum desenho no meio dela, no meio do desenho tinha um pote pequeno com ossos e mais algumas coisinhas que eu já tinha visto antes. Olhei para um painel de ferro, e nela estavam penduradas algumas fotografias. E as fotografias eram dos garotos mortos, e de mais outros. Pude reconhecer Jason e seu amigo nas fotos, e em cada foto deles havia um ✘ em uma cor vermelha, que depois de analisar bem, vi que era sangue. Voltei a analisar as fotos e a maioria era de jogadores de futebol ou lideres de torcida, ignorei isso e voltei a analisar esse painel intrigante, até parar em uma fotografia minha. Sim, minha. Esse maldito estava pensando em me matar. Meu sangue estava fervendo.

– Você ia me matar, seu desgraçado?? - Disse calmamente, tentando ao máximo conter minha raiva.

– Ah, acho que você já viu a foto,né? - Ele se virou e me encarou. - Bem...sim. - Fiz uma cara de indignação, Ele viu e rapidamente acrescentou. - Nada pessoal. - Ele levantou as mãos como se rendesse de algo. - É só que você está entrando em algo que não devia, só isso. Você recebeu meu recado e ainda continuou com esse caso. - O garoto me olhou com um olhar inocente e eu por minha vez fiz uma cara de que não estava entendendo nada. E realmente não estava. Ele pareceu entender e continuou. - O pássaro. Eu te mandei um pássaro pra você saber que tinha que desistir desse caso, mas você não fez isso então eu tinha que ter um outro plano.

– E seria me matar? - Disse com a voz alterada.

– Meio radical, né? Mas sim. Você não me deu escolha. - Ele disse finalizando o discurso. O garoto voltou a se virar para a mesa e pegou um livro. O livro era bem velho e tinha algumas palavras e símbolos que eu desconhecia.

– O que você vai fazer? - Terminei de cortar a corda e soltei minhas mãos, mas ainda tentando aparentar presa.

– Terminar o que eu comecei, bem, não exatamente, eu ainda tenho que fazer umas coisas mas agora vou tirar uma pedra do caminho. - Ele se virou novamente para mesa e fez algo, depois abriu o livro e ficou folheando as páginas.

– Você não precisa fazer... - Quando ia pronunciar a última palavra, o garoto me interrompeu e começou a falar algumas palavras que eu nem sabia o que eram. No mesmo instante senti uma pontada na barriga. E outra. E mais uma. Pareciam pregos que entravam e saiam de mim ao mesmo tempo. Arquiei as costas, pois aquilo estava sendo uma coisa insuportável, tentei me levantar mas a dor não deixava eu sequer mover um maldito músculo. O garoto se aproximou do meu ouvido e sussurrou:

– Eu não preciso fazer isso? Aqueles babacas me jogavam na lixeira e faziam da minha vida um inferno e eu não preciso fazer isso? Agora se eu fosse você, deixava esse caso e iria embora. - Ele sorriu e se afastou. Me levantei o pouco que pude e cheguei perto de seu rosto.

–Vai se ferrar. - Cuspi em seu rosto. Ele começou a limpar o rosto com as costas da mão, e sem esperar um segundo a mais Peguei minha arma que estava nas costas e apontei para a cabeça do nerd. Ele terminou de limpar o rosto, e se deparou com o cano da minha pistola. Seus olhos se arregalaram, mas logo depois um sorriso apareceu em seu rosto.

– Você não vai faz... - Então eu atirei. O som da bala me fez ficar meio zonza porém logo depois voltei ao normal.

O corpo do garoto caiu na minha frente. Seus óculos se quebraram e um pouco do vidro se espalhou, mas eu ainda me contorcia de dor. Eu precisa acabar com aquilo. Me arrastei até a mesa e me apoiei nela para poder ficar de pé.

Vi o pote no centro da mesa, nele estava uma foto minha com sangue e algumas coisas mais. Peguei meu esqueiro, acendi e joguei no pote, que queimou e no mesmo instante a dor cessou. Suspirei e voltei a olhar para o corpo do garoto. Ele podia até ser um louco, mas no fundo eu sabia como ele se sentia. Me virei e observei a mesa, precisava me livrar daquilo o mais rápido possível. Peguei o pano da mesa e coloquei nela tudo que precisava, menos o livro de bruxaria, e joguei na lixeira que havia alí. Taquei fogo na lixeira, e vi tudo se queimar. O meu trabalho estava feito.

Saí da faculdade, tentando aparentar tudo bem e não que tinha acabado de matar um garoto no porão dela. Entrei no carro, e joguei o livro no banco de trás, depois dirigi até o hotel para ter um bom descanso antes de botar o pé na estrada.

Cheguei na espelunca do hotel, me joguei na cama e decidi ligar para o velho Singer. Fiquei um tempo tentando me comunicar com o velho, que por sua vez não atendia o maldito celular, até que por obra de um milagre ouvi a voz de Bobby.

– Bobby, por que não me atendeu? - Perguntei indignada.

– Bem... estou um pouco ocupado. Trabalho. - O velho Singer disse e soava nervoso.

– Você está bem? - Disse preocupada.

– Claro que... Bobby, onde está o Dean? - Um homem gritou no fundo. - Sam... eu...

– Bobby, quem diabos são Sam e Dean? - Perguntei confusa.


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Notas finais do capítulo

Acho que vocês perceberam que eu amo notas né? Kkkkk mais bem espero que tenham gostado ( e eu sei que ficou muito grande mas eu realmente tirei um pouco do que eu tinha escrito mas mesmo assim ficou desse tamanho. Sorry. )

Bem é isso. Aliás, eu queria muito que quem estiver lendo comentasse algo, sabe eu adoraria ver comentários dos leitores que estão gostando. Please. Bem, se estão gostando da história votem e comentem, isso Vai me deixar muito feliz. E se não é pedir muito, vocês poderiam me ajudar a divulgar minha fanfic? Isso seria super legal.

Espero que tenham gostado.
Obrigado por lerem.
Até a próxima quinta
Xoxo.



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