Dias de chuva escrita por Sazi


Capítulo 22
Achados e perdidos


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos, que bom que chegaram até aqui me acompanhando. Hoje eu apresento a vocês uma nova personagem. Espero que gostem dela e shipem com ela e um dos meninos.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681416/chapter/22

A noticia correu pela escola com uma velocidade recorde. Tayla me olhava com um ar diferente. Ela sabia que eu estava realmente apaixonado por ela, mas o que ela queria dizer com aquele olhar, creio que seria outra coisa.

— Será que foi ele. – ela disse por fim. Logo meus amigos estavam chegando e nos abordaram. Sabiam o que tinha acontecido.

— Vamos pra biblioteca. – eu disse caminhando na frente.

Quando chegamos ao local eu avistei quem eu realmente queria ver. Matando a aula de filosofia, a que ela mais odiava. Hirome Aizawa. Ela era a melhor amiga de Larissa, mas parece que quando ela terminou comigo elas se separaram. A japonesa sempre fora daquele tipo de pessoa firme e nada fútil. Ou seja ela é a versão feminina do Matheus. Eu sempre achei as amigas da minha ex-namorada umas bonecas de plástico. Mas ela era única que tinha neurônios ativos.

— Hirome. Eu disse me aproximando. – ela retirou a atenção do livro que tinha em mãos.

— Leonardo Walker. Que bom que não é mais uma ameba. – eu queria rir, mas aquela não era a hora. Esse lance de ameba pegou mesmo.

— Bem eu vim aqui para saber sobre o caso da Larissa. – ela olhou toda aquela pequena comitiva que estava atrás de mim, revirou os olhos e apontou as cadeiras da mesa. Todos nos sentamos. Ela deu uma rápida olhada em todos. Como quem analisa antes de tomar uma atitude. Aquela era a Hirome que eu conheço.

— Bem, depois que vocês terminaram eu me separei dela. Aquela garota até que é legal, mas de uns meses para o dia em vocês terminaram. Ela estava diferente, mudando aos poucos. Você sabe que eu não gosto dessas futilidades. Então por causa disso que eu me separei delas.

Na realidade eu nem sei o que uma garota como ela fazia com a Larissa. Parecia que ela era o cérebro e aquelas duas eram apenas um enfeite. Já Rebeca, a outra amiga da minha ex também era um bom exemplo de futilidade. Creio que a japonesa me visitou em casa apenas uma vez. A maturidade daquela menina me assustava.

— Depois de um tempo eu soube pela Rebeca que ela havia conhecido um cara. Ele era bem mais velho e parece que frequentava os mesmos bares que o irmão dela. – ela continuou

Deixa eu explicar. Larissa tinha dois irmãos mais velhos, Nick e Thomas. Os dois já estavam na faculdade e um deles se casou dois meses depois que eu e ela começamos a namorar. Então ela era princesinha da casa e tinha tudo o que queria nas mãos. Os pais dela eram muito legais e sempre tinham a gentileza na ponta da língua. Não entendo de onde ela tirou aquele senso de futilidade que as vezes demostrava. Impressionante que ela sempre foi assim e eu não via. Acho que tudo era apenas a questão de não querer enxergar.

— Então ela estava saindo com ele e sumiu de repente. – Laís tomou a palavra. Achei um milagre ela estar quieta.

— Bem, o que eu soube foi isso. Mas eu não ia com a cara daquele sujeito quando eu o ví. Mas não queria mais me meter. Brigamos e eu não tinha mais o interesse de estar ao lado de uma garota assim. Pra mim já fiz demais no tempo em que fomos amigas.

Ela era assim mesmo, se acostumem. Faz tudo por você, mas quando não quer mais. Adeus!

— Você acha que pode ter sido ele? – Matheus disse. Ele estava bem pensativo o tempo inteiro. Todos estavam apreensivos. Ela não fazia mais parte do nosso convívio, mas era uma colega de escola, de classe e também já significou muito pra mim um dia.

— Eu não sei, não quero julgar e nem acusar sem antes ter um embasamento preciso. Mas quem pode saber disso, de como ele se comportava com ela seria Rebeca. Eu posso conversar com ela. Creio Larissa dizia tudo pra ela, já que eu não estava mais lá para ouvir.

Sabia que podia contar com ela. Que seriamos ajudados por aquela garota.

— Bem Hirome, deixa eu te apresentar, minha namorada Tayla. – eu disse com um sorriso.

Ela estendeu a mão e cumprimentou a japa, que correspondeu com um sorriso.

— Vocês são amigos? – Laís quis saber. Ela não conhecia pessoalmente a ex amiga da loira.

— Somos sim, digamos que tenho um pequeno dó por garotos ameba. – ela disse olhando pra minha irmã que tentou não rir tapando a boca com a mão. Acho que essas pessoas me amam. Só pode. Ficamos conversando mais um pouco alí. Todos tinham perdido a primeira aula mesmo. Apresentei melhor a minha amiga pra eles, que ficaram surpresos e encantados com ela. Principalmente Matheus. Era a primeira vez que eu o via querer puxar assunto com uma garota. Mas venhamos e convenhamos ela é muito bonita, além de inteligente e segura. Sempre me dava àqueles sermões. Pena que eu não ouvia.

Tayla estava quieta, eu entendia a sua preocupação. Ninguém melhor ali conhecia o que Trevor podia fazer. Ela estava com medo de que o pior pudesse ter acontecido. No fundo eu também.

...

Uma semana inteira se passou depois daquilo. Os pais da Larissa me ligaram umas duas vezes, perguntando por ela. A escola inteira estava apreensiva. Os professores pediam qualquer noticias de quem pudesse ter. Rebeca sempre chegava na escola com a cara inchada de chorar. Eu sabia que elas eram como irmãs. Aquilo devia estar causando certo sofrimento a ela.

— Bem o que eu fiquei sabendo é que eles começaram um relacionamento. Rebeca dizia que não gostava muito dele. Parecia bruto as vezes. – Hirome dizia tomando um suco. Eram quase dezesseis horas e estávamos todos da lanchonete.

Tayla por si só contou a ela o que houve no passado. Fiquei surpreso por ela confiar aos poucos nas pessoas. Se fosse antes ela não teria nem aberto a boca. Mas aquele caso também requeria um pouco de condolência.

— Entendi. – a japa disse. – Realmente precisamos que os pais dela saibam disso. Fiquei sabendo que ele sumiu assim do nada. A policia está atrás dele como suspeito, mas ninguém conseguiu encontrar nada que comprovasse que ele seria um culpado. Mas pelo menos foi proibido de sair do estado até segundas ordens.

Onde será que essa garota estava?

Mais dois dias se passaram e nada de encontrar Larissa. Rebeca não ia mais a escola e Hirome disse que ela estava depressiva.  Tayla tinha medo de andar sozinha. E eu de deixa-la sozinha também. Mas todos estávamos ali por ela e pra ela. Porem fiquei pensando na loira por uns tempos. Devia ser horrível aquela situação. Eu estava ficando aflito.

— Onde será que ela está? – minha irmã dizia sempre. Apesar de não gostar da garota ela tinha aquele senso de justiça embutido. Assim sendo liderou um grupo de distribuição de panfletos com a foto dela. Os cartazes de procura-se eram espalhados por alguns pontos da cidade. Não eram muitos os que queria ajudar. Percebi que ela não havia plantado coisas boas. Isso era ruim. Apesar de tudo que ela havia feito, não desistíamos.

Matheus e Hirome orquestravam uma busca online. Eles eram bons nisso e fizeram um local onde as pessoas poderiam dar noticias de se viram ela ou não. Os dias iam se passando. E passando e nada dela. Hoje completaram exatas suas semanas do desaparecimento.

...

Pouco a pouco aquele furor dos primeiros dias ia se perdendo. Não por querer, mas a vida ia passando por nós e nos exigindo que caminhemos com ela. Meu namoro estava bom, logo faríamos um mês juntos e isso me deixava feliz. Minha irmã e Daniel estavam mais unidos do que nunca. Se você o vissem diriam que eram amigos, antes de namorados. Kevin?

Ele não desistia por nada. Sempre estava alfinetando um ou outro. Desculpem se eu não narro aqui esses atos que ele faz. Minha irmã não é de se lamentar por pouco e isso eu admiro nela. Assim sendo eu mal sei o que ele faz. Vou perguntar a Daniel e logo falo.

Matheus esta caidinho por Hirome, eu percebi isso e creio que os meninos também. Mas ela parece ligada em outro. Estranho isso. Vou deixar a curiosidade lhes corroerem um pouco.

Já que em uma manhã de domingo, quando eu estava completando um mês de namoro com a Tayla, o meu celular toca.

— Leo, Leo. Acharam ela. – Era Rebeca. Eu ia chegando a casa de Tayla, já que íamos ao shopping. Parei por um instante. Não sabia se contaria para ela. Mesmo que ela soubesse do que eu sinto, não sabia ainda como ela iria encarar. Se eu fosse atrás da Rebeca a fim de receber noticias.

Quando ela abriu a porta, estava como sempre. Calça jeans preta, uma blusa da mesma cor com um pequeno lacinho rosa e seu all star de praxe. Como assim? Esperava que ela estivesse mais bonita ou arrumada.

— Leonardo. Larissa apareceu. Precisamos ir ver como ela está. – ela disse trancando a porta. Agora entendi. E ao mesmo tempo agradeci a Deus por ter uma garota incrível ao meu lado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam da nossa Hirome?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dias de chuva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.