Dias de chuva escrita por Sazi


Capítulo 21
Namoro pertubador


Notas iniciais do capítulo

Devo admitir que estou bem feliz com os comentários de todos e com a atenção que estão dando a história. Comentem sempre, isso me ajuda demais.
Abraços dessa autora pequena e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681416/chapter/21

Procurei sair do banheiro sem fazer barulho e depois andei até o começo do corredor com passos pesados. Queria que soubessem que eu havia chegado e assim se refizessem. Claro que eu tinha a necessidade de me fazer de idiota.

— Cheguei gente. – eu disse entrando no quarto. Minha irmã estava sentada ao lado do Daniel que fingia estar lendo alguma coisa, estavam sorrindo e aquela cara de felicidade. Não podia esconder de mim essa alegria toda. – Ue, aconteceu alguma coisa? Parecem tão felizes. – eu disse sentando-me ao lado deles.

— Leonardo.

— Sim.

— Estamos namorando. – minha irmã completou.

Fiz aquela comemoração besta e eles riram de mim. Abracei os dois e queria urgentemente ligar pro Kevin e dizer que ele havia perdido a minha irmã. Mas não faria algo assim. Seria muito cruel.  Eu não sou assim, não seria assim nunca.

Ficamos conversando, os dois se aninhavam na cama como dois bobões. Não sabia o que dizer. Eles estavam felizes e eu por eles.

No dia seguinte Tayla e eu estávamos chegando na escola de mãos dadas, o sorriso que ela trazia no rosto sumiu na hora. Quando ela avistou Larissa acompanhada por um rapaz.

Ele parecia bem mais velho do que ela. Estavam descendo do carro e ela estava visivelmente animada. Ele deu um beijo nela e logo partiu com o veiculo. Quando o carro passou por nós ela me abraçou enterrando a cabeça como quem quisesse se esconder. Percebi isso na hora o motivo de tal ato e o sangue me subiu a cabeça. Tinha de manter a calma, tanto porque ela já estava começando a chorar. Percebi que ela poderia entrar em pânico, se fosse realmente quem eu estava pensando o trauma deveria estar inundando sua mente. Era compreensível.

Nesse instante a pessoa que eu queria que aparecesse surgiu do nada. Matheus chegava tranquilamente. Ele me olhou nos olhos e percebeu a minha aflição.

— Vamos pra biblioteca. – ele disse me puxando. Eu estava com o braço em volta o ombro de Tayla que andou conosco sem pestanejar.

— O que aconteceu? – ele perguntou pra minha namorada. Estávamos no fundo da biblioteca, nas cadeiras mais afastadas que havia, perto da janela que dava para o fundo da escola. Matheus não demostrou cerimonias em perguntar isso a ela, não me ofendi. Já que em nível de maturidade mental ele era o cara.

— Era ele. – ela disse. Meus amigos sabiam da historia de Tayla, mas por ela mesma. Um dia a esmo ela contou tudo. Parecia se sentir segura e segredou isso.

— Nossa, sinto muito. – ele disse passando as mãos naquele cabelo preto. – Mas ele não deveria estar em outra cidade?

— Ele chegou com a Larissa. – eu completei confirmando as minha duvidas.

Ele pensou por um momento, compreendia o receio dela, mas ao mesmo tempo sabia que eu estaria lá para protege-la como também meus amigos. Não deixaríamos que ele fizesse mal a ela de maneira nenhuma.

— Fique tranquila O.K? nós estamos todos ao seu lado e creio que ele não seria louco de chegar em você e tentar alguma coisa. Você não esta mais sozinha. Tem não somente seu namorado, mas todos nós por aqui.

Depois ele saiu de perto dela e pegou o celular, creio que estava mandando umas mensagens.  Não reconheci minha namorada naquele momento. A garota forte e decisiva estava diminuída. – Olha meu amor, eu estou aqui. – eu disse tocando em seu rosto com as minhas mão. – Eu quero te proteger e cuidar de você. – eu tentei colocar o máximo de firmeza na minha voz. Queria que ela soubesse disso e que eu não sou mais um daqueles caras que deixa sua namorada passar por momentos ruins.

Ela se tranquilizou um pouco mais e depois fomos pra aula. Aquilo não significava que ele fosse atrás dela. A aula correu bem, o dia minguou logo. O clube de boxe em peso estava sempre ao lado de Tayla. Pareciam seguranças. Algumas meninas do ballet vieram a casa dela, no horário em que eu estava, ficaram conversando, animando e distraindo-a. Senti-me um pouco desolado, mas tinha de entender.

Nos sempre saiamos com os meus amigos, víamos o meus programas favoritos e o que eu gostava de fazer. Fiquei feliz que ela dividisse um pouco do que ela gosta comigo.

Havia apenas uma pergunta que não quer calar. Como Larissa conheceu aquele canalha e como se tira sangue de uma pessoa, sem que ela saiba. O que é? Ainda estou curioso.

Uma semana se passou e a mesma cena causou repercussão na escola inteira. Larissa chegando na escola, em companhia daquele rapaz. Desfilando.

Tayla chegava sempre cedo demais, queria evitar que ele a visse. Então as vezes eu ia com ela e lanchávamos juntos. Laís fazia o favor de cozinhar alguma coisa. Meio que virava um pequeno piquenique. E isso nos dava mais tempo de conversar e entende um pouco ao outro.

Falando na minha irmã. Ela e Kevin brigaram feio. Ele foi lá em casa quando soube do namoro dela com o Daniel e começou a jogar na cara dela que ele a amava, que sabia que ela sentia o mesmo por ele. Que não era justo ela não dar uma chance ao amor deles e tudo mais. Fiquei perplexo, parecia aquele tipo de mulher egoísta que derramava a sua insatisfação nos outros quando não conseguia algo. Eu fiquei com raiva e quis expulsa-lo da minha casa. Mas minha irmã lançou aquele olhar que eu aprendi a entender. Dizia simplesmente que não fizesse nada. Fiquei apenas observando ela dar um show de argumentação.  Ele ficou no chão e foi embora. Depois disso ela se sentou pesadamente no sofá e começou a chorar.

Fazia tempo que ela não chorava. Fiquei com muita pena dela. Já que não era possível negar o amor que ela ainda sentia por ele. Crescemos juntos e eu acho bem entendível que o que havia não poderia morrer da noite para o dia. Era impossível.

Daniel chegou naquele dia com um cachorrinho de pelúcia. Ela amou e contou tudo a ele. eram bem cumplices e estavam sempre procurando se entender. Ele era ciumento e isso não via nele como amigo. Já como namorado dela, podemos em fim ver coisas que até então estavam subentendidas. Era muito interessante olhar para as pessoas e enxergar nelas o que não sabíamos que elas sempre tinham. Foi uma surpresa pra nós.

Mais um tempo se passou, o loiro não vinha mais aqui em casa. Sempre saiamos juntos, mas aqui ele não pisava. A convivência dele com Daniel mudou da água pro vinho. Não se falavam mais como antes, mas não brigavam. Não posso dizer que ficávamos divididos, pois procurávamos sempre não demostrar nada.

As coisas caminhavam assim, até quando recebemos a noticia de que Larissa havia desaparecido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dias de chuva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.