Casa dos Jackson - 10:57

Luke acordou com o som das panelas na cozinha," como alguém consegue fazer tanto barulho ? ", ele se perguntou. Abriu os olhos com dificuldade e se sentou na cama, tirando a saliva seca de seu braço, olhou ao redor, em seu criado-muda havia um bilhete, Luke alcançou o papel, e desdobrou-o, em uma letra bonita e pequena, "Feliz aniversário meu filho, que seus sonhos se realizem".

Se levantou da cama, deixando o bilhete onde o havia encontrado, se espreguiçou e trocou-se, deixando os pijamas azuis sobre a cama desarrumada.

Desceu as escadas, foi em diração à cozinha, e um grito em uníssono terminou de acordá-lo.

— Feliz aniversário!!!!

Havia um cupcake azul sobre a mesa, Jennie, seus pais e Charlie batiam palmas.

— Obrigado gente, mas, não precisava.

— Que isso meu filho, são os quatorze – disse sua mãe.

— Sua avó fez o cupcake – disse seu pai, orgulhosos.

Comeram panquecas naquela manhã, Luke pegou o cupcake e saiu pela porta da frente, despedindo-se da sua família.

Atravessou a rua, e bateu na porta de madeira da casa da frente. Um homem de cabelos que já foram loiros um dia atendeu a porta.

— Bom dia senhor Grace.

— Bom dia Luke, Theodore e Sophie já estão prontos, entre.

Luke entrou na casa, Sra. Grace estava preparando chá na cozinha, Theo e Sophie fechavam suas mochilas no sofá.

— Senhora Grace, bom dia.

— Luke, aceita um café?

— Não obrigado, eu já comi – recusou, educado, para depois se voltar para os gêmeos – Estão prontos? Vai passar logo, exatamente daqui a... Cinqüenta e seis segundos.

— Vamos sim – disse Sophie.

— Até mais, pai, mãe – disse Theo, essas palavras ficaram estranhas em sua boca.

— Até mais filhos, tomem cuidado, e não falem com estranhos.

— Ok – disse Sophie.

E saíram os três, em direção ao acampamento mágico onde passavam as férias.

                          ~°-°~

Montauk, Long Island— 14:48

Luke estava se acostumando com o Expresso Mercúrio, mas o motorista com cara de louco continuava o assustando, desceu menos tonto do que a primeira vez.
Andou alguns metros por dentro da floresta densa até encontrar o arco de mármore que marcava a entrada do Acampamento Meio Sangue, o dragão Peleu dormia sobre o galho mais baixo do pinheiro de Thalia, mal viu os três semideuses passando.

O acampamento estava idêntico ao ano anterior, o sol brilhava nos telhados de mármore das construções, pégasos voavam e campistas corriam.

— Tão igual – suspirou Theo.

— Não esperava que ele mudasse – disse Sophie, irônica.

— Oi pessoal!!! – uma voz fina gritou ao longe, sua dona não estava tão longe, a garota de cabelos castanhos curtos corria em direção aos três amigos – quanto tempo, gostaram das férias?

— Foi ótimo Leah, obrigado – respondeu Theo.

— Vamos, estávamos conversando com as náiades – disse a filha de Íris enquanto puxava os amigos até o lago.

Sentaram-se no píer, embaixo, dois semideuses conversavam com duas garotas, não eram bem garotas, mas náiades, mulheres-peixe, não são muito espertas, por isso os filhos de Hermes gostam de pregar peças nelas.

— O que Arthur e Marcus inventaram dessa vez? – perguntou Luke.

— Que abriram o ralo do lago, e que elas precisam sair de lá antes que morram – respondeu Leah.

— Que criativos – observou Sophie.

Uma corneta soou, anunciando a hora do almoço.

— Olha, já é meio dia, vamos almoçar, Quíron provavelmente tem algo a dizer, sempre tem – disse Luke.

Os três se levantaram, se dirigindo ao pavilhão do refeitório, Leah chamou Arthur e Marcus antes de irem, mas os gêmeos disseram que precisavam salvar as pobres náiades, os garotos saíram de lá em gargalhadas.

Luke sentou-se na mesma mesa que Theo, Sophie e Leah, comeu Tacos naquela tarde, Quíron se levantou depois que todos terminaram de comer.

— Saudações semideuses, bem vindos ao acampamento mais uma vez, creio que será um ano como qualquer outro, boas férias para todos!!

Os garotos saíram dali, em direção à floresta, Theo queria treinar alguns golpes com Luke, se embranharam por entre os galhos, até chegar em uma clareira, a clareira em que sempre treinavam, Leah e Sophie sentaram-se em um tronco caído enquanto afiavam as facas, e Theo e Luke trocavam golpes de espada, bronze celestial contra ouro imperial.

                          ~°-°~
Acampamento Meio-Sangue, floresta— 17:38

Em um golpe certo Luke conseguiu desarmar Theo, sua espada caiu a seus pés, Luke ergueu sua espada, apontando para o pescoço do loiro, que levantou os braços em sinal de rendição, as garotas assistiam a luta a distância.

A luz do pôr sol invadia a clareira.

Um som assustou os pássaros nas árvores próximas, era como o som de gavetas se abrindo, todos se entreolharam, Sophie se levantou e sacou as adagas recém afiadas, Theo recuperou a espada na grama úmida, todos preparados para qualquer monstro que saísse de lá.

— O que foi isso ? – perguntou Leah.

— Não sei, mas com certeza não é amigável – disse Sophie.

— Não vamos lá né? – perguntou Theo.

— Estava pensando nisso agora – disse Luke, irônico.

Os arbustos próximos farfalharam, mas nada saiu de lá, os garotos continuaram a postos.

— Eu vou lá – disse Luke, convencido do que queria fazer.

— Luke, não seja estúpido, você não vais fazer isso né ? – perguntou Sophie, indignada.

— Talvez eu vá – disse Luke, enquanto avançava em direção à escuridão.

O garoto não avistou nada, apenas ouviu os sons da floresta, a escuridão aumentava, até que Luke sentiu seu corpo sendo puxado para dentro dele mesmo, ele girava estando no mesmo lugar, suas costas bateram em algo sólido, mas ainda não via nada, apenas sentia o medo que invadia seu ser.