Hogwarts, biblioteca - 20:34

— Alice! – Rose ralhou quando a castanha falou uma baboseira em voz alta, chamando a atenção de algumas pessoas que estavam na biblioteca e fazendo as duas receberem um olhar feio da mal encarada bibliotecária.

Alice sorriu inocentemente e fez um coque com os cabelos que antes caiam livremente por seus ombros, e depois voltou a olhar para seu questionário de Historia da Magia suspirando em seguida.

— Me deixa fazer pelo seu? – pediu.

— Já disse que não – Rose revirou os olhos, sem nem olhar a amiga. –, largue de ser preguiçosa. Você é filha de um professor, deveria dar exemplo.

— Eu sou ótima em Herbologia, que é a única matéria que ele ensina. Também sou ótima em Defesa Contra Artes das Trevas – revirou os olhos –, e até em Poções onde ele era péssimo. Mas tem que ser muito nerd para ser dar bem em História da Magia, Rose.

— Se você não passasse todas as aulas ou dormindo ou conversando com a Black também saberia – a Weasley ignorou amiga lhe chamando de nerd e falou sem nem olhar para ela, agora ela já estava terminando o próprio questionário –, então não. Eu não vou te dar nada.

— Então eu realmente vou ter que pegar emprestada a copia respondida com o Professor Binns – Alice falou dramaticamente, suspirando.

A Weasley bufou se perguntando como que tinha virado amiga daquela coisa, lhe entregou o questionário completamente respondido. Alice sorriu para a amiga fazendo a outra revirar os olhos, a castanha mandou um beijo no ar e voltou o olhar para o questionário para copiar e fazer no seu.

— Sun! – Rose chamou a descendente de japonês quando a castanha estava por volta da questão 50, fazendo Alice levantar o olhar para ver de quem se tratava.

Sun Kyoto era do mesmo ano que elas, só que de Ravenclaw. A garota tinha olhos e cabelos pretos, esses eram curtos, além do rosto robusto. Alice tentara socializar antes com a corvina algumas vezes, mas parecia impossível. A castanha até estranhou o fato de Rose conhecer, e falar com ela.

— Oi – cumprimentou tímida, segurando um grosso volume de Historia da Magia.

— Senta com a gente – Alice convidou sorrindo –, eu não mordo.

Sun, parecendo hesitante, sentou-se ao lado das duas garotas e abriu o livro.

— Trabalho? – indagou Rose.

— Não – ela levantou o olhar para a Weasley, que tinha um sorrisinho gentil nos lábios –, distração mesmo.

— Corvinos são tão nerds quando você – Alice falou com um sorriso divertido nos lábios, olhando para a amiga –, não sei como você não foi parar lá.

— Você fala “nerd” como se fosse uma coisa ruim – Sun olhou para a Longbottom, que ficou instantaneamente mais vermelha que os cabelos da amiga. A japonesa riu disso junto com Rose.

— Desculpa – o tom demonstrava que ela ainda estava com vergonha, mesmo que o rubor das bochechas tenha sumido –, não queria ofender.

— Tudo bem – a corvina sorriu tranquilizadora, observando o rosto da outra ficar vermelho de novo.

Ela se virou para Rose de novo, e sem nem ligar para a Alice que também estava ali perguntou:

— Ela cora assim sempre?

— Aham – Rose falou divertida –, igual ao pimentão.

— Ei! – Alice brigou, emburrada – Eu ainda estou aqui.

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Hogwarts, Salão Comunal da Sonserina - 21:18

Scorpius conversava com Albus, sobre a festa que dariam na sala precisa. Eles já estavam no dormitório, e com os vários feitiços de segurança que tinha ali, eles conversavam em tom normal; Albus falava todo tipo de bebida que eles podiam contrabandear com a ajuda de Jorge, quando a porta foi aberta e uma loira toda vestida de preto, e com uma mochila nas costas entrou.

— Vai para onde? – O loiro questionou, passando os olhos pela mochila que estava pendurada nas costas dela.

— Para onde nós dois vamos, você quis dizer Malfoy – ela o corrigiu puxando o cobertor do louro –, levanta logo. Olá Albus, vou roubar Scorp um pouco. Antes de amanhecer eu devolvo.

— E quem te disse que eu vou para algum lugar? – O Malfoy indagou revirando os olhos.

— É seu dever como meu melhor amigo, caramba – a loira olhou para Scorpius com os olhos estreitos –, levanta agora ou vou arrancar teu amiguinho e dar para a Lula Gigante.

O Malfoy levantou da cama rapidamente e olhou com cara feia para Albus, que gargalhava. Scorpius pegou uma roupa qualquer no malão e andou até o banheiro soltando mil e uma pragas em francês na amiga, que respondeu na mesma língua.

Quando voltou ao dormitório, agora com uma roupa apropriada, encontrou Albus todo coberto e Lawren andando de um lado para o outro, murmurando coisas aleatórias em um idioma que o Malfoy não soube distinguir qual.

— Para onde vamos? – questionou chamando a atenção da loira, enquanto colocava a capa em si próprio.

— Explorar o castelo – falou feliz, puxando Scorpius pelo braço para fora do dormitório.

— Você conhece esse castelo como a palma da tua mão, Lawren – o loiro revirou os olhos, mas seguindo a loira.

— Não a sala do Filch – ela abriu um sorriso travesso, e Scorpius soube que vinha roubada naquilo.

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Hogwarts, Sala de Argus Filch - 21:38

James observou o corredor atentamente e, ao não ver ninguém, fez um sinal para Fred e Teddy o seguir. O trio andou cautelosamente até a sala de Filch, tomando cuidado para não fazer barulho e chamar atenção de algum dos quadros que dormiam por ali.

O moreno andava na frente, liderando o grupo, parou na frente da sala, sinalizando para os amigos fazerem silencio e abriu a porta da sala devagar. Como eles tinham previsto, a sala estava vazia.

Lançou um sorriso maroto para os garotos e entrou na sala com os amigos em seu encalço, assim que os três estavam lá dentro e a porta devidamente fechada James lançou um abaffiato no local e sorriu abertamente passando os olhos pela sala.

A sala é era um local encardido e escuro, sem janelas, iluminado por uma única lâmpada de óleo pendurada no teto baixo. Muitos arquivos de madeira estão dispostos ao longo das paredes. Uma gaveta que diz Confiscado e Muito Perigoso e atrás da mesa abarrotada uma coleção muitíssimo polida de correntes e algemas estava pendurada na parede. E um cheiro de peixe frito impregnava a sala.

— Para que algemas e correntes? – Ted indagou descrente, pegando uma das algemas para se certificar que realmente era real.

— Filch é doido. – Fred riu mexendo nos arquivos, a procura de nomes de pessoas que ele conhecia. –, Rose já pegou alguma detenção? – indagou, tirando uma pasta com o nome da prima do arquivo. Revirou os olhos ao ver que não tinha nada, somente uma pasta vazia.

— O que a santinha aprontou? – James perguntou curioso, andando até o primo; – Porque isso tá vazio?

— Filch tem uma pasta dessas para cada aluno. – Teddy avisou passando os olhos por cima da mesa do zelador, mas sem tocar em nada. – Acho melhor cuidarmos, ele pode voltar.

— Ele só volta daqui à uma hora – James informou revirando os olhos –, mas é melhor prevenir. Estão com as bombas?

Com sorrisos marotos iguais, Potter, Lupin e Weasley assentiram e logo, com cuidado para não ativar nada antes da hora, eles começaram a espalhar as bombas por toda a sala.

Quando colocou a ultima, James se assustou ao ouvir a porta ser aberta sorrateiramente.

Sentiu um alivio imediato ao ver duas cabeleiras loiras entrarem na sala com as varinhas erguidas, a garota arregalou os olhos ao ver o trio maroto e o Scorpius só bufou impaciente murmurando algo para a loira. Lawrence abriu um sorriso para o Malfoy murmurando ao de volta, voltando à atenção para os grifinórios.

— O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou com um sorriso sacana, andando cautelosamente pelo local.

Ao que parece a loira conhecia bem a fama do trio, já que não pisava em nenhum canto antes de examinar bem o local.

— Filch nos deixou de detenção – Fred comentou dando de ombros, sentado-se na cadeira giratória do zelador –, e resolvemos deixar um presentinho para ele.

— Já descobriram, agora vazem – James falou autoritário.

Lawrence poderia ser gata e tudo mais, contudo ainda era sonserina e James Sirius Potter de maneira alguma confraternizava com inimigos. Nem mesmo com Albus, que era seu irmão.

— Saio quando eu quiser – a loira revirou os olhos –, a sala não é tua.

— E muito menos sua – James se aproximou dela ameaçadoramente, só para assustar a garota.

— Encoste um dedo dela e eu te quebro, Potter – Scorpius falou irritado indo para cima de James, mas um barulho fez o loiro parar.

Primeiramente James achou que o idiota loiro tinha ativado uma das bombinhas, mas o barulho se intensificou fazendo ele reparar que aquilo não podia ser as bombinhas. De jeito nenhum.

O som parecia mais com pedras se chocando, e antes que ele pudesse falar qualquer coisa ele só sentiu o chão se abrindo e a sensação de estar em queda livre nada agradável num grande abismo.