Apesar de Jonny dirigir rápido, os lobos nos alcançaram com facilidade, tinham seis deles, Vi ao lado de Dylan minha espada e a peguei saindo do carro. Nunca fui do tipo de garota que ficava sentada esperando que a salvassem e não seria agora que eu seria. Dylan saiu do carro atrás de mim assim como Jonny e Stacy.  Dois lobos correram até mim, levantei minha espada a fazendo atravessar a mandíbula de um dos lobos. O outro correu atrás de mim, mas Dylan o pegou quebrando seu pescoço, um deles correu até Stacy e Jonny, eles estavam lutando enquanto eu matei mais dois. O carro que estava atrás de nós também tinha parado. Andei até ele a abri a porta do passageiro puxando Samanta para fora do carro, seus braços estavam amarrados e seu olho vendado estava claro que eles não sabem que caçadores tem um ótimo senso de direção, não precisamos ver para saber para onde estamos sendo levados, Tirei a venda de seus olhos e cortei a corda.

—Sam, você está bem? –eu perguntei

—Sim. –ela disse esfregando os pulsos

—Selene. –disse Dylan atrás de mim

— Me dê dez minutos com ela. –eu pedi sem tirar os olhos de Sam

—Não é seguro. –ele disse

—Você está aqui com mais seis ou sete vampiros e duas caçadoras. Eu dava conta dos seis lobos sozinha, eu sei muito bem o que é seguro ou não. Antes de você aparecer eu sempre me virei sozinha. Estou pedindo apenas dez minutos. –eu disse o olhando

—Estarei esperando no carro. –ele disse se virando

Virei-me de volta ara Samanta e a puxei até perto de algumas árvores.

 -Sam, você trouxe eles? –eu perguntei

—Claro que não Selene! Eles devem ter me seguido, mas não tinha ninguém perto de mim. Eu não vi ou senti nada de diferente enquanto vinha para cá.

—Acha que o feiticeiro realmente morreu? –eu perguntei

—Eu coloquei fogo no corpo dele depois que cortei a cabeça Selene, tenho certeza que ele está morto. –ela disse revirando os olhos

—O que está acontecendo com você? Samanta você foi rendida por dois vampiros. –eu disse indignada

—Estou me sentindo meio fraca ultimamente, talvez eu esteja doente ou sei lá. –ela disse

—O que aconteceu na sala de interrogatórios? Eles te machucaram? Injetaram algo? –eu perguntei a analisando

—Não, eles apenas me fizeram algumas perguntas, ai meus pais apareceram e mandaram me soltar. –ela disse dando de ombros

—Senhorita Selene? –chamou Stacy

Olhei para trás observando a vampira que parecia um pouco assustada.

—Sim?

—Precisamos ir, Dylan está muito nervoso. –ela acrescentou

—O chame para mim, por favor. –eu pedi

Ela assentiu e correu para onde ele estava, e em alguns segundos, Dylan estava na minha frente com uma feição não muito feliz, estava começando a me acostumar com seu jeito meio rabugento.

 -Quero te pedir uma coisa. Quero que liberte Samanta, ela não fez nada. Se fizer isso eu vou com você, sem oferecer nenhuma resistência. –eu disse o olhando

Ele levantou uma de suas sobrancelhas e então chamou um vampiro loiro, disse alguma coisa para ele e então o vampiro pegou o braço de Samanta a puxando para longe.

—Ele vai leva-la para casa, em segurança. –ele disse

Eu assenti e olhei para trás, Samanta me olhou preocupada e entrou no carro com o homem, indo embora em seguida. Virei-me e voltei para o carro sentindo Dylan me seguindo, não conseguia acreditar que eu estava concordando em ir embora com um vampiro, nunca imaginei que isso poderia vir a acontecer algum dia em minha vida, estava confusa com tudo aquilo, sempre fui ensinada a mata-los, que eles eram demônios sugadores de sangue que só mereciam nossa repulsa. Mas eles não tinham me mostrado isso, Dylan era um idiota e grosso, mas até agora ele só estava preocupado em cuidar de mim, Stacy cuidou de meus ferimentos sem nem ao menos se importar de eu já ter matado pessoas de sua espécie antes.  Todos eles me respeitavam, quando ameacei matar um deles por Samanta eles hesitaram, mas não me atacaram.

Estava preocupada com Samanta, eu percebia que ela não estava bem, ela não tinha conseguido se defender de dois vampiros, nós duas já lidamos com muito mais e saímos sem nenhum arranhão. O que me deixava mais confortável é saber que ela chegaria a casa em segurança e teria sua família para cuidar dela, eu queria estar ao lado dela e cuidar dela como eu sempre fiz por ela e ela sempre fez por mim, mas eu não podia, ela não estava segura ao meu lado mais, nem mesmo eu estava segura no momento, pensar que os lobos e os caçadores estavam atrás de mim me deixava com raiva, não me interessa a quem eu esteja destinada, sempre servi aos caçadores com lealdade e muita dedicação, o que eles fizeram a mim foi um total desrespeito.

Dylan estava em silêncio me observando, o carro continuava em alta velocidade, a estrada estava vazia, escura e silenciosa, silenciosa até demais na verdade, olhei para o vidro do carro tentando me focar mais além, como minha mãe me ensinou, não tinha nenhum ser sobrenatural através das sombras das árvores da estrada, mas com toda certeza tinha alguma coisa ali, alguma coisa que estava nos seguindo.

Dylan chegou mais perto de mim e olhou para onde eu estava olhando, mas não pareceu ver nada de diferente. Ele colocou em volta de mim seu casaco e voltou ao seu lugar em silêncio, minha cabeça estava doendo, talvez fosse o sono, acho que eu não dormia direito á pelo menos três dias. Deitei minha cabeça para trás ainda olhando para fora do carro, aquela sensação ainda não tinha saído de minha cabeça e eu me recusava a dormir ou a largar minha espada. Às vezes eu desejava ser uma daquelas garotas normais, daquelas que sua única preocupação é a escola ou o cara que ela gosta, queria minha mãe e meu pai ao meu lado de novo.

O carro parou e eu olhei para fora, estávamos em um lugar parecido com uma pista de voo, longe dali tinha um jato. Dylan saiu do carro e abriu a porta para mim, andamos juntos e entramos no jato, o lugar era todo branco com poltronas pretas e uma cabine no fundo. Dylan me puxou para a cabine e fechou a porta se sentando em uma das poltronas, me sentei na outra que ficava de frente para ele e encostei minha espada na parede da cabine, ele me olhava com curiosidade.

—Vai ficar me encarando até quando? –eu perguntei

—Até eu conseguir te decifrar. –ele disse

—Boa sorte então. –eu disse olhando a janela

Senti o jato decolar e Dylan finalmente relaxou, parecendo mais calmo agora. Será que ele sentiu a mesma coisa que eu?

—Dylan? Quando chegarmos lá, como vai ser? –eu perguntei

—Vamos para casa, onde você estará mais segura e amanhã à noite, teremos uma reunião, com os integrantes das outras casas. –ele disse

—Não sei se percebeu, mas não sou muito fã de vampiros.

—Na verdade não, você fica bem à vontade ao nosso lado. –ele disse sorrindo

—Sei que eles não farão nada comigo por sua causa e sei que posso mata-los se eu desejar.  Mas isso não me faz gostar de sua espécie. Vocês matam a minha.

—Você mata a minha e nem por isso eu estou reclamando. –ele rebateu

—Veremos o que seus amigos pensam disso. –eu disse

—Não me interessa o que eles pensam, acho que ainda não ficou claro, eu sou o rei. Eu mando aqui, o que eles pensam ou deixam de pensar é problema deles, se eu decidir algo, eles terão que respeitar. Você vai perceber que eu sempre tenho o que eu quero. –ele disse

—Veremos. –eu disse

—Veremos. –ele repetiu sério