Midnight Princess escrita por Anaiis


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

roupa da Selene:http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=192575005



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Abri meus olhos para o teto cinza da sala de interrogatórios, tudo aquilo, apesar de muito real, não tinha passado de um sonho, talvez uma alucinação. Minhas costas estavam doendo, mas não tanto quanto estava ontem a noite. Levantei-me devagar e fui até o banheiro, ali não tinha nenhum espelho, mas os azulejos da parede eram bem claros e dava para ver meu reflexo. Tirei minha blusa e olhei os ferimentos, por sorte tinham sido superficiais, não estava infeccionando como pensei, na verdade estavam até se curando rápido. Quanto tempo eu tinha ficado ali? Observei novamente os azulejos e sorri tendo uma ideia. Fui até a cama e tirei a fronha do travesseiro, enrolei em meu punho e acertei um dos azulejos, a primeira coisa que se aprende aqui, é que tudo pode virar uma arma nas mãos certas. Voltei para o quarto e escondi o pedaço que tinha ponta no colchão.

Depois de pouco tempo, uma enfermeira veio até mim. Ela limpou meus machucados e me entregou roupas novas e sabonete. Disse para eu tomar um banho. 

—Não coloque a blusa, fique com o sutiã e venha para que eu possa fazer um curativo. –ela disse baixo

Fui ao banheiro e tomei um banho com cuidado, coloquei as roupas que ela mandou. Era uma calça preta, uma blusa de frio vermelha escura, meias e um tênis. Eram minhas roupas, provavelmente tinham pedido para Samanta pegar. Sorri olhando as escolhas que ela tinha feito, ela sabia que eu conseguiria fugir. Voltei para o quarto usando todo menos a blusa como ela tinha pedido. Ela fez os curativos e eu coloquei minha blusa. Ela saiu depois e eu peguei minha mais nova arma e coloquei no bolso da blusa. Sentei-me na cadeira e esperei. Uma mulher entrou e colocou na minha frente uma garrafa de água e um prato com comida. Comi e bebi tudo o que ela me trouxe, precisava estar forte para quando ele viesse. Respirei fundo várias vezes e fiz um coque no meu cabelo, assim ele não me incomodaria para correr. Puxei a uma das mangas e observei minha tatuagem, eram as fazes da lua, Samanta e eu tínhamos feito juntas, exatamente iguais e no mesmo lugar. Sorri sabendo que ela me ajudaria. Nos duas sempre planejamos coisas assim, deixávamos uma mochila de emergência pronta uma para a outra em lugares estratégicos, ela ter mandando essa roupa só mostrava que ela ainda estava do meu lado. Eu pegaria uma que ficava perto da floresta e fugiria da cidade ainda hoje.

A porta foi aberta e o homem entrou em passos confiantes. Respirei fundo me preparando e ele parou do outro lado da mesa me observando.

—Selene, pronta para conversar comigo? –ele perguntou

Assenti fingindo estar com um pouco de medo dele e ele sorriu.

—Muito bem, me diga como conheceu Dylan. –ele pediu

Olhei para a mesa fingindo pensar e respirei fundo novamente arregaçando as mangas da blusa. Coloquei uma de minhas mãos na cadeira e a virei para cima jogando em cima dele. Ele correu para cima de mim e eu chutei sua garganta o fazendo engasgar, aproveitei seu descuido e o empurrei para a parede fincando a ponta do azulejo em sua garganta. Seus olhos se arregalaram e seu aperto em meu braço foi perdendo as forças em poucos segundos. Sorri e fui até a parede, escrevendo com o sangue do homem a palavra ‘’filhos da puta’’. 

Revirei meus olhos para minha própria infantilidade e comecei a contar, eu teria dez minutos para sair antes que eles trancassem o prédio. Revistei o corpo do homem e peguei duas adagas. Andei ate a porta e a abri correndo pelo corredor, um dos seguranças correu atrás de mim eu parei finquei minhas unhas, que estavam enormes, em seus olhos e peguei seu braço batendo sua cabeça na parede, ele caiu desmaiado e eu continuei correndo, mais três seguranças, o primeiro eu joguei a adaga acertando sua cabeça, os outros dois vieram agir juntos, um segurou meu braço e o outro tentou me bater, chutei o queixo do homem e ele caiu no chão inconsciente, o que me segurava me jogou na parede segurando meu pescoço entre suas mãos.

—É uma pena matar uma menina tão linda como você, mas sobreviverei com isso. –ele disse rindo

Chutei entre suas pernas e enfiei a adaga no seu pescoço.  Voltei a correr até chegar à parte da frente do Instituto, o lugar estava incrivelmente vazio. Isso não era um bom sinal. Consegui sair de lá de dentro e corri para a rua, corri sem parar por pelo menos vinte minutos, olhei para uma das ruas vazias e quebrei o vidro de um dos carros e abri a porta, fiz ligação direta e comecei a dirigir para longe dali, parei alguns quilômetros perto da floresta, atravessei a rua até um pequeno comercio e abri o fundo falso da parede dali, peguei minha mochila, minha espada, uma arma e três adagas e corri para longe dali.

Parei em um comercio e comprei água comida e medicamentos, fui até o banheiro deles e lavei o rosto e soltei meu cabelo, fazendo uma trança em uma parte dele, isso ajudaria a não parecer uma fugitiva. Sai da loja e fui direto para a floresta. Lá havia uma pequena cabana que ninguém além de mim tinha conhecimento, nem mesmo Samanta sabia do local, eu contratei um feiticeiro uma vez para enfeitiçar o local, de modo que apenas eu visse o lugar, depois é claro que tive que mata-lo. Não demorou muito para eu encontrar a velha cabana, entrei e olhei o lugar, de fato estava vazio. Fui até a sala e abri a mochila jogando o conteúdo no chão. Tinha roupas, minhas armas, comida, bebida e um bilhete de Samanta.

Se cuide, espero te encontrar de novo. Tome cuidado.

Senti as lágrimas caírem e amassei o bilhete o jogando fora. Guardei tudo de volta, menos uma batata frita e uma garrafa de água, comi e bebi tudo e então me deitei no chão.

Devo ter dormido por algumas horas, pois quando acordei estava ainda mais escuro. Sentei-me e olhei em volta, onde estava minha mochila e minhas armas? Merda. Tinha alguém ali. Girei o anel de Dylan no meu dedo com a intenção de usa-lo como soco inglês. Virei-me encarei o homem ruivo na minha frente, seus olhos eram cinza claros e seus dentes pontiagudos estavam visíveis, ele olhou para o anel e deu um pequeno sorriso, depois levantou suas mãos em sinal de rendição.

—Se acalme caçadora, vim em paz. –ele disse

—Paz? Com um vampiro? Desconheço. Como me achou? –eu disse o olhando

—Acontece que seu cheiro é muito forte. E esse lugar? Só está enfeitiçado para humanos.

—O que você quer? –eu perguntei

—Conversar. Toma, pode pegar suas coisas se isso te fizer se sentir mais segura. –ele disse me entregando minha mochila, arma e espada.

Peguei as coisas e apontei a espada para ele.

—Pode falar. –eu disse o olhando

—Ele te deu esse anel ou você roubou? É claro que ele deu ninguém consegue rouba-lo. –ele disse bufando em seguida

—Veio até aqui para me perguntar isso?

—Desculpe, apenas fiquei curioso, gostaria que você me acompanhasse. Dylan deseja te ver. –ele disse sorrindo

—Me ver? O que ele quer comigo? –eu perguntei confusa

—Ele não é muito de justificar as coisas, ele apenas me ordens e eu tenho de cumpri-las. Por favor, me acompanhe. –ele disse

—Não confio em vampiros.

—E nós não confiamos em caçadores. Especialmente em uma Collins. Mas não tenho outra escolha. Ele deu sua palavra que ninguém vai tocar em você. –ele disse revirando os olhos

—E por que eu deveria ir? –eu perguntei

—Porque até então eu estou sendo educado. –ele disse ficando nervoso

—Querido, já matei vários de vocês que não foram educados, matar mais um não me faz diferença. –eu disse rindo

—Já chega. Jonny vá lá pra fora. –disse alguém atrás de mim.

Virei-me e encarei o enorme vampiro na minha frente, seus olhos eram verdes e brilhava um pouco, ele tinha uma barba rala e seu cabelo era curto. Ele estava usando uma roupa toda preta com um enorme casaco, em sua cintura era possível ver o brilho de uma espada, seus dentes eram um pouco mais pontudos do que os dos outros e ele era muito bonito.

—Selene. Sou Dylan Vladescu, me acompanhe. –ele disse

Olhei para ele estreitando os olhos e sentindo minha marca de nascença arder um pouco. Levantei minha espada e tentei acerta-lo, ele segurou a lamina entre as mãos e algumas gotas de sangue caíram no chão, mas ele não pareceu sentir dor alguma, ele puxou minha espada e a jogou no chão segurando meu pulso e me puxando para mais perto.

—Não tente isso de novo ou vou me esquecer de que preciso de você. Preste atenção, se eu quisesse você morta, eu teria feito isso naquela noite que fui atrás de você. Agora fique quieta e me siga, ou terei que leva-la a força e acredito que você não gostaria disso. –ele disse estreitando o olhar.

Fiquei em silêncio e ele assentiu tirando de minhas costas minha mochila e a colocando nos ombros dele. Depois olhou em meu dedo e deu um pequeno sorriso.

—Jonny, pegue a espada e as armas de Selene. Agora que estou aqui ela não vai precisar delas. E vamos embora. –ele disse puxando-me puxando pelo pulso enquanto passávamos pelo ruivo

—Ei, eu consigo andar sem precisar segurar na mão de alguém. Não sou criança sabia? –eu disse com raiva

—É mesmo? Se comparada com minha idade você ainda é um bebê. –ele disse rindo

—Para onde está me levando? –eu perguntei

—Para um lugar seguro, tem muita gente atrás de você, sabia? –ele disse

—Os caçadores devem estar mesmo bem nervosos comigo, mas por que você se importa? –eu perguntei confusa

—Não estava falando apenas dos caçadores. Alguns lobisomens também estão atrás de você. Quando chegarmos ao lugar, eu irei lhe explicar tudo que você precisa saber, por enquanto apenas fique quieta. Seu cheiro já não esta ajudando muito, a voz então deve dar pra escutar de longe.  –ele disse olhando em volta.

Olhei para trás e vi Jonny levando minha espada na mão. Ele deu um pequeno sorriso.

—Não estou falando alto. –eu disse mais baixo

—Mas lobos tem audição muito sensível. Por falar nisso, senhor, estou sentindo o cheiro de pelo menos dois deles. –disse Jonny atrás de mim

—Também estou. Dê a espada a Selene e fique aqui com ela. –disse Dylan me largando

Jonny me entregou minha espada e ficou ao meu lado.

—Fique aqui. A espada é só se for extremamente necessário. Eu cuido deles.  –disse Dylan me olhando e deixando minha mochila no chão

Dois enormes lobos pretos se aproximaram, olharam para mim e rosnaram. O primeiro correu e Dylan pegou seu pescoço o quebrando com facilidade e o jogando para longe, o segundo correu até ele tentando o atacar, Dylan o chutou e o lobo voou para longe batendo em uma árvore, o animal se recuperou e correu de volta atrás dele, Dylan o chutou novamente prensando o pé no pescoço do animal até que ele parasse de se mexer e morresse esmagado.

Ele se virou, tomou a espada de mim entregando a Jonny, fez um sinal para que eu ficasse em silêncio, pegou minha mochila a colocou no ombro novamente e pegou meu pulso voltando a me puxar para que eu o seguisse.


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