Midnight Princess escrita por Anaiis


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Pov misto da Selene e do Dylan



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Pov. Dylan:

Eu nunca tive problemas para lutar, sempre gostei de ir á guerra, o grito de meus inimigos pedindo clemencia era melhor do que qualquer sangue que eu já havia tomado antes, ver o medo nos olhos deles no momento em que eu chegava era maravilhoso e ver o desafio de lutar com outro rei era ainda melhor, eu nunca perdi nenhuma luta, fui feito para ganhar, para reinar e nada menos do que isso seria aceito. Mas hoje era diferente, eu não queria ir, eu queria ficar ao lado de Selene, protege-la eu mesmo, mexer em seus cabelos enquanto ela dormia, vê-la sorrir quando eu dizia algo, ouvir sua voz me chamando. Tudo aquilo ainda era estranho para mim, desde o primeiro dia eu sabia que eu amaria, mas nunca imaginei que poderia ser tanto quanto era.

Chegamos a enorme clareira e todos foram para suas formações, Alexander, Simon e Raphael estavam ao meu lado com suas espadas em mãos, todos preparados. Os caçadores pareciam um pouco nervosos, mas controlados, estavam com suas armas e espadas em mãos, os vampiros se colocaram a minha frente com a intenção de proteger a mim e aos demais membros do conselho. Os lobos apareceram aos poucos com seus rosnados ecoando pela floresta, talvez eles realmente quisessem me amedrontar, sorri de lado e olhei para trás, Kira desfilou até meu lado com um grande sorriso no rosto, seu cabelo estava tão prateado quando a luz da lua que deixava os lobos tão fortes. Ela era a melhor feiticeira que existia, a feiticeira do Sol e da Lua, sempre ao lado dos vampiros desde a época em que o Conde ainda era rei e mesmo assim continuava com a aparência de uma garota de vinte anos. Ela se posicionou ao meu lado e fez uma pequena reverencia para mim. Os lobos nos olharam um pouco confusos com a aparição da feiticeira. Eu conseguia sentir o ódio do rei deles a me ver. Sorri de lado e olhei para Kira.

—Já sabe o que fazer. Segure o máximo que conseguir. –eu disse baixo.

—Sim mestre. –ela disse olhando para cima.

O vento ecoou uivando tão alto quanto os lobos conseguiam e os trovões ecoaram tão altos que os caçadores tamparam os ouvidos. Olhei para Kira e seu rosto estava sombrio, seus olhos que antes eram castanhos agora estavam completamente pretos, sem nenhum resquício de branco neles, seus cabelos que antes eram brancos agora estavam tão escuros quanto seus olhos. Ela encarou os céus falando tão baixo que nem eu conseguia ouvir, sua boca se mexia rapidamente, logo ela se calou e então as enormes nuvens negras começaram a se formar tampando a luz da lua.

—Soldados, protejam-na, isso é uma ordem. –eu disse

Vinte de meus soldados foram para o lado da feiticeira a levando para o fundo da clareira, onde a luta não poderia atrapalha-la em sua concentração. Voltei meu olhar para frente e observei o rei dos lobos, ele estava furioso, suas presas saíram e ele rosnou alto tentando me intimidar. Sorri para ele deixando minhas presas visíveis, levantei minha espada e então os vampiros avançaram juntamente com os caçadores.

 

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Pov. Selene: 

Continuei olhando para a enorme porta, como se de alguma forma isso fosse mudar, como se eu fosse acordar de um terrível pesadelo. Naquele momento comecei a me recordar e entender a aflição que minha mãe sentia toda vez que meu pai tinha uma missão para completar, ela costumava ficar sentada olhando para um ponto fixo por pelo menos dez minutos, seus olhos sempre ficavam cheios de lágrimas e ela sempre segurava sua adaga com uma força que deixava a ponta de seus dedos brancos. Eu nunca havia conseguido entender sua reação, ela era uma guerreira já estava acostumada com a guerra, com lutas, com missões para fazer, mas ainda sim ela sempre entrava nesse pequeno estado de choque todas as vezes que meu pai saia. Agora eu a entendia, ela tinha medo, medo de que aquela fosse à última vez em que ela o veria, medo de não escutar a voz dele, de não acordar ao seu lado, de nunca mais ver seus olhos brilharem.

Era idiotice a minha pensar daquela maneira, ele tinha muito mais experiência em lutas do que eu, mas ainda sim a ideia de que algo poderia machuca-lo me doía profundamente. Eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse isso, também não conseguia mexer minhas pernas ou parar de encarar aquela porta. Nunca pensei que ficaria tão dependente de alguém como eu me sentia agora.

—Selene? Você está bem? –perguntou Stacy estalando os dedos na frente de meus olhos. Pisquei voltando à realidade e lhe dei um pequeno sorriso.

Eu duvidava que conseguisse responder naquele momento, me virei e me sentei no sofá de veludo preto que tinha no canto da sala, ao lado do de Sam. Coloquei minha espada apoiada ao lado dele e suspirei. Logo a luta acabaria e Dylan estaria de volta.

—Selene, você me parece um pouco branca, quer um copo de água? –perguntou Lucia agachada na minha frente, ela parecia realmente preocupada.

—Estou bem, obrigada Lucia. –eu respondi respirando fundo

—Está preocupada com Dylan não é? Fico assim sempre que Simon sai, é a ligação. Tente se acalmar ou Dylan vai começar a sentir tudo que você está sentindo. Ele ficará bem, é o melhor guerreiro que se tem conhecimento. –ela disse

—Meu problema é com aqueles que ainda não se tem conhecimento. –eu disse baixo

—Eles provavelmente serão os filhos de vocês. Então não há com que se preocupar. Além do mais, a luta vai acabar antes da noite, tenho quase certeza. Tudo ficará bem.  –ela disse com um sorriso

—Obrigada. Lucia, eu nunca me desculpei por...

—Não se preocupe com isso, eu te entendo. Se eu estivesse no seu lugar teria feito a mesma coisa. E eu sempre soube que o fim de minha irmã seria daquela maneira, ela nunca aceitou perder algo ou alguém, sempre arrumou um jeito de se vingar. –ela disse entendendo o que eu quis dizer

—Ainda sim, ela era sua irmã, eu nunca tive a intenção de te magoar, mas sei que o fiz. Sinto muito. –eu disse

—Está tudo bem, eu te perdoo. –ela disse me abraçando.

Recebi o abraço de Lucia de bom grado. Tinha ficado feliz por ela me perdoar, eu a achava uma pessoa boa demais para ser magoada da forma que eu a fiz. E eu sabia a dor que era perder alguém que se ama. Ela se sentou ao lado de Samanta e começou a fazer tranças no cabelo dela. Sam estava muito feliz, sua barriga estava enorme e ela a olhava com uma felicidade que chegava a fazer seus olhos brilharem. As duas ficaram conversando sobre como era à vida de Lucia antes de Simon, ela tinha dezessete anos quando o conheceu em um show de rock, aparentemente ele a salvou de um lobisomem, desde então os dois ficaram juntos, eles se casaram quando ela fez vinte anos. Atualmente ela tem vinte e seis.

—Selene, sente-se melhor? –perguntou Stacy se sentando ao meu lado.

—Acho que sim, contanto que eu não pense na luta eu ficarei bem. –eu respondi a olhando

—Majestade? Ligação para a senhora. –disse um vampiro me entregando o telefone

Olhei o aparelho por alguns segundos estranhando, quem me ligaria? Peguei o aparelho e coloquei no ouvido me levantando.

—Sim?

—Majestade, que linda voz você tem. Pergunto-me se seu rosto é tão lindo quanto ouvi dizer. –disse a voz masculina na outra linha

—Quem fala? –eu perguntei tensa

Percebi Stacy e Jonny ao meu lado tensos. Pareciam ouvir tudo o que a voz dizia.

—Você vai descobrir logo querida.

A ligação caiu e eu olhei para o aparelho. Um barulho baixo ecoava no andar de cima. Jonny olhou para Stacy e ela assentiu.

—Soldados em seus postos. Protejam a rainha, estamos sobre ataque. –disse Jonny me entregando minha espada.

 Stacy foi até o sofá onde Sam estava e a ajudou a se levantar, Lucia veio atrás dela. Fomos levadas para o canto mais longe da porta, os soldados ficaram em posição na nossa frente, outros foram mais para perto da porta. Eu conseguia ouvir os gritos no andar de cima ficarem mais altos, seja lá quem fosse estava se aproximando.

Stacy, Jonny e mais dois guardas levantaram suas armas apontando para a porta e fazendo uma pequena barreira na nossa frente. Segurei minha espada com mais força e a levantei vendo Samanta fazer o mesmo. O barulho cessou e então ouvimos um grande estrondo. A porta foi quebrada e a poeira tomou conta do lugar. Quando baixou pude ver a figura de alguém a nossa frente. A mulher de vestido branco, manchado de sangue sorriu deixando as presas brilharem e o sangue em seu rosto escorreu um pouco mais, olhei para baixo em suas mãos onde havia a cabeça de um dos guardas. Olhei novamente para o rosto da mulher e o baque surdo de minha espada caindo no chão ecoou no recinto. A mulher aumentou seu sorriso olhando diretamente para mim e seus olhos azuis brilharam provocando em mim um arrepio em minha espinha.

—Oi filha. –ela disse

 

 


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Notas finais do capítulo

Kira: http://nicksaglimbeni.com/wp-content/gallery/gabrielle-union-bts/wmb-gabrielle-union-nick-saglimbeni-11.jpg



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