Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Venho pedir mil perdões pela demora, aconteceu algo muito triste comigo, eu perdi meu Zandor, meu cachorrinho :( Isso me fez ficar muito triste, ele era em todos os momentos o meu Zandor, meu protetor. Mas eu consegui vencer essa tristeza e não vou desistir de escrever, não se preocupem.
Esse capítulo ficou grandinho e não tem nem da metade do que eu queria escrever kk mas enfim, o próximo vai ser ainda melhor. Esperem e Confiem. Boa leitura.



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Eu mergulhei em um sono tão profundo, que nenhum pensamento conseguia ser forte o bastante para me fazer despertar. Foi uma noite turbulenta, sonhei que estava mais uma vez em uma tempestade, só que dessa vez eu estava só. Eu conseguia sentir a presença de Zandor perto de mim, mas não conseguia vê-lo, procurei em meio o vento forte o grande lobo cinza, mas não havia nada. Foi quando um som veio por trás, eu não conseguia olha para trás, eu estava paralisada na neve. Um rugido de tigre fez todos os meus ossos tremerem! Dei um salto, eu estava acordada agora.

Olhei ao redor a procura de algo familiar, mas não reconheci nada. Eu estava em quarto espaçoso, tinha a cama que eu estava deitada e um armário grande, as luzes do dia penetravam pelo telhado. Alguém havia retirado minhas roupas molhadas de ontem, pois eu estava vestida com uma camisola fina e muitas camadas de cochas grossas sobre mim, rezei a Khosmos que não tivesse sido Kedon. Olhei para o chão do quarto e encontrei Zandor dormindo relaxadamente no chão.

—Zandor? – sibilei. O lobo despertou e veio em minha direção – onde nós estamos? – perguntei como se o lobo fosse me responder. Ele apenas me olhou confuso. Levantei-me e fui em direção ao guarda-roupa, talvez minhas coisas estivessem lá, mas batidas na porta me impediram.

—Princesa Aika? – uma voz feminina me chamou – posso entrar?

—S-sim – respondi insegura. Uma senhora entrou no quarto, ela era roliça, tinha os cabelos brancos presos em um coque e vestia um vestido verde simples, mas muito bem bordado em linhas douradas.

— Ola princesa, meu nome é Dinah e o Sr. Kedon me deixou encarregada de ajudar a senhorita, no que precisar. – ela falou com um grande sorriso. Ela seria minha serviçal? Eu não queria uma serviçal!

—Hmm, como assim? – perguntei insegura.

— Bom, podemos dizer que serei sua servente, o tempo todo. – ela falou com um sorriso maior ainda. Eu não queria, mas fiquei com receio de falar pra ela, ela parecia genuinamente feliz.

— Hum, a Senhora não precisa se incomodar ...

— Ah, Princesa Aika, não será incomodo algum! Na verdade estava bem ansiosa por esse dia, desde que o castelo foi tomado por aqueles soldados do Oeste...

— A Senhora era de lá? Estava no Castelo? – perguntei curiosa.

— Oh sim! Eu estava no dia da traição, na verdade, eu era umas serviçais que ajudava Nana cuidar de você! – ela respondeu muito satisfeita.

Nana! Os acontecimentos do dia anterior voltaram a tona, os aldeões, os guardas, a tempestade. Onde será que ela estava? Será que tinha chegado? A preocupação tomou conta de mim mais uma vez.

— Nana chegou? – perguntei para Dinah.

— O Sr. Kedon me explicou o que aconteceu durante a viagem – ela disse calmamente – infelizmente não temos nenhuma notícia deles – esmoreci, sentei na beirada da cama – não se preocupe senhorita Aika, eles devem está bem – Dinah tentou me acalmar – além do mais, Nana deve está muito orgulhosa com você, veja que moça forte e linda você se tornou! – ela falou animada. Eu dei um leve sorriso, ela era muito bondosa.

— Dinah, a senhora não será minha serviçal... – disse de forma séria.

— Não?  - ela perguntou triste.

— A senhora será minha amiga! – falei com um sorriso. Seu rosto logo se animou.

— Se é isso que a senhorita deseja, princesa Aika! – ela falou animada.

— E, por favor, me chame de Aika, nada de senhorita ou princesa. – implorei.

— Claro e a senhorita pode me chamar de Dinah, ‘senhora’ me faz parecer uma velha – eu sorri – posso pentear seu cabelo, senhorita Aika?

— Só Aika, Dinah e não precisa ...

— Não vai ser incomodo nenhum – ela pegou um pente, que parecia ter surgido do nada e começou a pentear meus cabelos.

— Dinah, não quero você me servindo em tudo, eu sei me cuidar! – resmunguei.

— Eu sei que sim senhorita Aika, eu só quero ajudar em pequenas coisas – bufei, não tinha jeito, eu estava presa a ela. Ela penteou meu cabelo de forma delicada e finalizou com lindas tranças presas entre si – a senhorita gostou? – Eu tinha que reconhecer, ela tinha talento.

— eu amei Dinah – respondi, passei a mão nas tranças, eu estava encantada com elas - onde está Kedon? – perguntei.

— Ele estar esperando a senhorita, - ela foi em direção do guarda-roupa – aqui tem alguns vestidos para a senhorita vestir... – VESTIDOS? NEM MORTA!

— Não, não, não, cadê as minhas roupas? – perguntei nervosa.

— Também estão no guarda-roupa, senhorita Aika, mas não seria melhor ...

—Nem morta, Dinah, - respondi exasperada – pode deixar que eu me visto, me espere lá fora – falei em um tom de ordem, mas não propositalmente.

— Tudo bem – ela sorriu e saiu. Abri o guarda-roupa e encontrei minhas coisas perfeitamente arrumadas junto com alguns vestidos. Puxei um vestido, só por curiosidade, ele era de um tecido luminoso branco o qual eu nunca tinha visto na minha vida, tinhas longas mangas largas que pareciam asas, era trabalhado em uma linha cinza e rico em detalhes. Eu tinha que confessar que era lindo e só olhar pra ele dava vontade de vestir, mas isso teria que ficar pra outro dia. Peguei uma blusa de tecido fino e outra de tecido grosso pra vestir por cima, uma calça velha e minha bota.

Vesti minhas roupas, peguei minha faca e como de costume escondi na minha bota. Chamei Zandor, que até agora cochilava aos pés da minha cama, ele se espreguiçou e ficou aos pés da porta me esperando.

— Preparado? – perguntei nervosa, eu sabia que no momento que saísse por aquela porta começaria tudo, as pessoas curiosas, a guerra, o treinamento... Pedi a Khosmos forças para suportar o que estava por vim.  Para minha surpresa, aquela não era a porta da cabana, a porta levava ao um corredor longo, no fim do corredor tinha uma outra porta. Fui em direção à porta e antes que chegasse a ela já comecei a escutar o som das pessoas do lado de fora, suspirei mais uma vez e abri a porta com toda coragem que tinha.

Assim que cheguei à porta, o vento frio banhou minha pele, eu sabia que deveria está congelante, mas como de costume não senti nada. Olhei ao redor e percebi o quão grande era a aldeia, havia centenas de pessoas passando para todos os lados. Elas estavam imersas a casacos de pele e faziam seus afazeres com ar de seriedade. Dinah veio em minha direção, eu percebi a sua cara de decepcionada com a minha roupa, mas eu não ia me render àqueles olhos claros.

— Já pedi para que alguém chamasse o Senhor Kedon – ela falou – a senhorita está com fome?

— Não, eu estou bem...

— Vou buscar alguns bolinhos de mel, a senhorita não pode ficar sem se alimentar – ela não me deu nem chance de negar. Finalmente Kedon apareceu, ele não aparentava cansaço, seu cabelo estava puxado pra trás e ele estava com grande casaco cinza.

— Aika, você está melhor? – ele perguntou de forma gentil.

— Estou bem, recuperada, perdão pelo desmaio de ontem – falei envergonhada.

— Tudo bem, eu não devia ter exigido tanto de você, você precisava ver o alvoroço que foi depois que você desmaiou – ela falou gargalhando – todos ficaram desesperados querendo ajudar. – as pessoas mal me conheciam e me tratavam com tanta preocupação, aquilo me tocou profundamente – aliás, você gostou de Dinah?

— Faz pouco tempo que estou com ela e ela já quer me colocar nos braços, eu não preciso de uma servente Kedon – falei quase choramingando.

— Ela ficará magoada se você rejeita-la, ela lhe espera há muito tempo – eu não queria magoar ninguém, só queria ser um pouco independente.

— Isso é chantagem – retorqui séria. Ele abriu um largo sorriso.

— Entenda como quiser, lá vem ela ... – Dinah se aproximou de nós.

— Aqui senhorita Aika, uns pães de mel! – ela me entregou um saquinho, eles ainda estavam quentes e o cheiro era delicioso, o que me fez ficar com água na boca. – Sr. Kedon! Eu insistir para que a senhorita Aika vestisse um vestido, mas ela não aceitou – ela falou como se anunciasse uma morte. Kedon gargalhou.

— Dinah, logo você vai perceber que Aika é mais teimosa que toda essa aldeia reunida – os dois sorriram. Apesar de estar com a boca cheia de pão de mel, aquilo me deixou desconfortável.

— Alguma noticia deles? De Nana? – perguntei tentando mudar o rumo daquela conversa.

— Infelizmente não, - Kedon respondeu com o rosto sério – teremos notícias hoje, a viagem era longa e ainda teve aquela tempestade, isso provavelmente os atrasou.

— Ainda tinha os guardas – ressaltei, minhas palavras fizeram seu rosto ainda ficar mais sombrio.  

—Sim, os guardas – por um momento ele ficou em silêncio, mas logo voltou – Bom, agora temos que nos preocupar com você, Aika. Agora que você chegou teremos uma reunião com os lideres e o conselheiro Real.

Assenti, o conselheiro era provavelmente o conselheiro do Rei, meu pai. Aquilo me deixou ansiosa, eu queria saber de tudo, mas ao mesmo tempo estava receosa do que estava por vir. E aquela pequena chama de ódio voltou a crescer em mim, todo sofrimento que a Rainha causou...

— Vamos para o nosso local de reuniões, no caminho eu lhe explico algumas coisas – ele disse.

— Eu ficarei esperando por aqui, Senhorita Aika – disse Dinah – se precisar de alguma coisa é só me chamar – mesmo com todos os cuidados extremos de Dinah, eu fiquei feliz, era sempre bom ter alguém com quem contar.

— Obrigada Dinah – disse com um sorriso. Zandor e eu começamos acompanhar Kedon. Enquanto caminhávamos, percebi que as pessoas ainda estavam assustadas com o lobo, elas evitavam o máximo possível se aproximar dele. Já comigo, elas faziam questão de falar, diversas pessoas que passavam por mim me cumprimentavam com “Princesa Aika”, respondi a todos com um sorriso.

— Desde a queda do Rei, – Kedon começa a fala – temos tentado nos estabelecer aqui, durante esses anos todos os dias chegam pessoas com diferentes pedidos, uns querem lutar, outra querem ajudar e outros só querem um lugar pra sobreviver. Tentamos sobreviver de diversas formas, plantamos, caçamos, vendemos, até agora temos conseguido – ele falava de forma séria, mas havia um tom orgulhoso na sua voz – Acredito que Khosmos tem nos sustentado. Mas agora que você chegou Aika, tenho certeza que isso vai mudar. Quando chegar aos ouvidos da população do Sul que o lobo despertou, tenho certeza que todos viram para ter certeza disso. E quando tiverem, vão querer lutar conosco;

— Como eles vão ficar sabendo que estou aqui? – perguntei.

— Não espalharemos essa notícia, mas eles saberão. Desde o dia que Nana me mandou a carta, pedindo que eu fosse buscar vocês. Eu senti algo mudar, é como se a terra despertasse, como se tudo de repente ganhasse vida – ele parou no meio do caminho e encarou tudo ao redor, eu e Zandor lhe observamos, seu olhar estava vazio – Antes disso, eu olhava para essas pessoas e elas pareciam mortas, vivendo por viver. Agora olhe para elas, Aika... – eu observei os aldeões, eles trabalhavam animados, carregando comidas, roupas, terra, apesar do tom sério, eu podia sentir a alegria delas – elas estão vivas! – Kedon completou emocionado.

— Eu entendo – realmente entendia. A minha vida toda, eu e Nana, apenas sobrevivemos. Tentando escapar da miséria, sobrevivendo um dia de cada vez. Mas desde a aparição de Zandor, desde o despertar do lobo, eu sentia algo novo em mim. Eu era a mesma Aika de sempre, mas agora o sangue do lobo corria nas minhas veias.

—Vamos – Kedon me chamou.

Quando finalmente chegamos ao centro de reuniões, notei que era um local diferente dos outros: era um compartimento alto, com varias janelas, sua madeira era mais clara e no seu exterior havia marcas azuis em formas de símbolos. Eu conhecia aqueles símbolos, Nana tinha me ensinado sobre eles quando era pequena, a maioria significava bênçãos de Khosmos ou palavras sagradas. Um grupo de símbolos me chamou a atenção, ficava mesmo em cima da porta, eles significavam “A Rainha cairá, o Rei retornará, quando o Lobo despertar!”, essas palavras me fizeram arrepiar.

— Aika, seja bem-vinda a Toca do lobo!- Kedon anunciou. Entramos pela porta principal, era um lugar espaçoso, havia uma mesa enorme redonda no centro da sala, com cadeiras ao redor dela.  Aproximei-me da mesa e escapou um sussurro assustado: no centro dela havia um enorme mapa da Nação do Sul desenhado, com marcas que representavam todas as aldeias e locais.  A minha aldeia natal estava destacada no mapa, com um peso de madeira na cor azul. Foi quando percebi, eles me vigiaram a vida inteira, eles me controlaram para que ficasse presa naquela vila até hoje. Senti uma pontada de ressentimento, se havia uma coisa que eu não gostava der ser, era ser controlada.

Kedon apresentou alguns homens para mim, a maioria era seus auxiliares naquela batalha. Mas um chamou a minha atenção em especial, era um senhor de idade avançada, tinha os cabelos brancos como a neve e estava vestido com um manto azul chamativo. Seu olhar tinha um tom de desprezo, como se ele fosse superior a todos.  Quando ele se aproximou de nós, pude sentir um forte aroma de sândalo.

—Aika, este é Brókus, o antigo conselheiro do Rei Ken, na época de seu reinado - disse Kedon.

— O único que sobrou, ao menos – respondeu o velho. Seu olhar me analisou friamente e depois voltou para Zandor, ele não parecia muito impressionado. Eu queria dizer que era um prazer conhecer ele, mas sabia que seria uma grande mentira – vamos ver até onde isso vai ...  – ele completou. Aquelas palavras me cortaram como uma faca, foi quando outra verdade caiu sobre mim: fazer isso, não seria nada fácil.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? DIZ QUE SIM haha
Gente o próximo capítulo vai ser muito bom, porque vai ter vários personagens novos hihi
Espero vocês ok? Beijos ♥
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