Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

GENTE! AMORES DE MY LIFE! sdds ♥
Não vou falar nada, só que aqui tem mapa improvisado: http://guerra-dos-lobos.tumblr.com/ (O mapa é improvisado, só pra vocês terem um pouco de noção de espaço )
. Beijos ♥



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— São soldados da Rainha. Eles estão rodando a floresta – Nana olha automaticamente pra mim, sua cara transparece medo. Kedon abre o mapa em um movimento rápido.

— Seria impossível despistá-los com tantas pessoas – ele fala, todos se viram para o mapa.

—Também seria perda de tempo voltar – completa Nana.  Uma onda de pavor toma conta de mim, se eles nos alcançarem? O que pode acontecer? Nós ainda estávamos na metade do caminho, apenas um milagre podia nos ajudar.

— Se tentarmos passar por eles? Seria possível que nos barrariam? – Nana lança mais uma vez um olhar aflito pra mim. Eu sei o que ela está pensando: que seria arriscado de mais, ela por tantos anos me escondeu para agora me colocar cara a cara com eles.

— Eles com certeza vão fazer perguntas e nos revistar, soldados do Oeste não são conhecidos por sua simpatia – diz Kedon.

— Não podemos deixar eles se aproximarem da Aika – Nana falou perdida em seus pensamentos.  Eu estava mais preocupada com a população, se descobrissem quem eu era e que todos estavam tentando me esconder, eles iriam pagar um alto preço.

— E se ela fosse por um caminho alternativo? – Thiberius perguntou.

—Isso! – Nana falou de supetão – ela pode ir por dentro da floresta, enquanto o resto passa pelos guardas reais! – tentei imaginar eu rodando a floresta sozinha, era melhor que ariscar com os guardas, mas as chances de eu me perder eram grandes.

— Mas como ela chegaria a aldeia sozinha... – Kedon começou, mas não terminou seu rosto de repente ficou sombrio – Nana, não acho...

—Tem que ser você, eu não conheço tanto a floresta! – ela respondeu decidida. Do que eles estavam falando? Nana olhava séria para Kedon, seu olhar era cortante, foi quando percebi do que se tratava. Kedon me levaria e ela seguiria viagem.

— Então, estamos resolvidos - Thiberius falou e se dirigiu para frente da caravana.

—Nana, eu não vou ... – tentei falar, ela não deixou.

—Aika, isso é muito importante, você precisa confiar em mim – ela pegou o mapa e entregou para Kedon, seu rosto ainda estava sombrio, ele olhava sério para Nana – leve o mapa, Thiberius deve ter outro. Leve-a em segurança – ele não respondeu nada. Eu estava aterrorizada, nunca tinha me distanciado de Nana, em toda a minha vida, ela era o meu porto seguro, não podia deixar ela.

— Nana, por favor, não faça isso! Venha conosco, nós precisamos de você! – implorei. Ela me olhou calmamente e me abraçou.

— Eu ficarei bem, Aika, são só alguns soldados, nos encontraremos na aldeia – eu queria acreditar naquelas palavras, mas a garotinha dentro de mim não conseguia.

— Mas Nana...

— Não Aika, já chega, o tempo está correndo. Pegue seu cavalo, Kedon lhe levara e você tem Zandor, ele vai lhe proteger – ela se voltou mais vez para Kedon, antes que ela falasse algo, ele falou:

— Eles podem lhe reconhecer! Você é diferente de todo mundo assim como a Aika! – Mas isso não a assustou, seu rosto continuou calmo e inabalável.

— Kedon, você sabe que isso é o certo, não poderia confiar ela para a mais ninguém! Confiaria minha própria vida a você – ela encostou a testa na dele – nós encontraremos de novo, sempre nos encontramos – ele assentiu meio ressentido, ele fez menção que ia falar alguma coisa, mas antes de falasse Nana se afastou e falou convicta – Eu sou a chefe da Guarda real e isso é uma ordem! – tanto eu quanto Kedon se sobressaltamos com a mudança brusca de tom, ele pegou as rédeas do cavalo e subiu.

—Vamos Aika, - ele me chamou, eu não queria ir, mas Nana já estava decidida, ela me levou até o cavalo e me ajudou a subir, sentei na frente de Kedon na posição diagonal, Zandor me acompanhou.

— Nos veremos em breve, eu prometo - ela falou – cuide bem dela!

— O que eu não faço por você, mulher? – ele falou num tom brincalhão, mas eu sabia que ele estava aterrorizado tanto quanto eu.

—Agora vão, que Khosmos os proteja!  – ela falou mais vez em um tom de ordem, Kedon não pensou duas vezes bateu com as rédeas no cavalo, e logo já estávamos entrando na floresta. Tentei olhar para Nana enquanto me distanciava, mas a posição não me favorecia; mais uma vez eu sentia como se faltasse um pedaço de mim, mais uma vez algo havia sido deixado para trás.  Cavalgamos por um longo tempo, a floresta estava cada vez mais escura, havia muitas árvores altas que não nos permitia ver o céu. Cada parte do meu corpo estava preocupada com Nana, apesar de Zandor está ali ao meu lado, o medo ainda me dominava.

Paramos diante de uma árvore com raízes grandes, Kedon pulou do cavalo e começou a mexer em uma bolsa que estava pendurada.

—Vamos descansar um pouco – ele disse, sentamos nas raízes e comemos de alguns mantimentos. Peguei uma garrafa e derramei água na boca de Zandor, ele pareceu muito satisfeito. Eu ainda estava preocupada com Nana, se os guardas suspeitassem de algo, ela e os outros pagariam muito alto.

— Eu também estou preocupado – Kedon falou percebendo minha aflição – mas temos que confiar neles, existe muita coisa em jogo.

Não respondi, nada que ele dissesse ia me acalmar, só ficaria calma quando visse Nana salva de qualquer coisa. Alguma coisa chamou a atenção de Zandor, ele percebeu algo pelo faro. Eu e Kedon ficamos em pé, ele juntou as coisas e colocou de volta no cavalo. Um som também me chamou atenção.

— Espere! – falei, tentei me concentrar na origem do som, mas era muito distante.

— Você está escutando algo? – ele perguntou preocupado. Continuei em silencio tentando me concentrar ao máximo no som, eu escutava um cintilar de ferro, mais não entendia o que era.

— Escuto um cintilar, mais não compreendo o que é – Kedon me olhou assustado, e subiu no cavalo.

— Vamos! Agora! - ele disse em um tom urgente.

— Mas o som é muito longe, deve...

— Aika, não seja teimosa, vamos! – teimosa? Eu? Subi relutante no cavalo – eles devem está em confronto, foi pior do que esperávamos, temos que chegar a aldeia o mais rápido possível.

— Confronto?! – perguntei preocupada – Mas e a Nana? Temos que voltar...

—Não podemos! – ele falou sério – foi uma ordem, você escutou. – ele não podia abandonar a Nana assim! Ela precisava de ajuda!

— Kedon! Temos que voltar! Nana precisa da gente!

— Aika, isso não está em discussão - ele me repreendeu.

— Temos que ajudar, Kedon! Você não a ama?! – ele parou de repente, eu tinha tocado na ferida, mas eu estava desesperada, tinha que o fazer mudar de ideia. Seus olhos ficaram perdidos por um tempo, fico imaginando o conflito que passava na cabeça dele. Seu rosto ficou sombrio, ele abaixou a cabeça e murmurou:

— Tenho que obedecer às ordens dela...

Mais uma vez estávamos correndo pela floresta congelada, se algo acontecesse com Nana, eu ficaria sem chão. Lagrimas brotaram dos meus olhos, não me incomodei em enxuga-las. Olhei para Zandor, ele deu gemido fraco, era como se ele sentisse minha dor, eu queria dizer que ia ficar tudo bem, mas não tinha certeza disso.  Foi uma longa viagem, quando a tempestade nos alcançou, o vento era cortante, Kedon e eu lutávamos para nos manter em cima do cavalo, Zandor ainda continuava firme na caminhada. Pra piorar, não conseguíamos enxergar nada a nossa frente, o risco de nos perder era constante, apesar de Kedon conhecer a floresta como a palma da sua mão, ele tinha que parar inúmeras vezes para entender nossa localização. Depois de um longo período já estávamos exaustos, sem forças, meus olhos sofriam para se manter abertos.

— Estamos próximo? – gritei para Kedon em meio ao vento forte.

— Eu não sei, Aika, sinceramente não sei. – eu estava preocupada, mas entendia, a tempestade estava muito forte. Pensei em Nana, onde ela estaria? E as outras pessoas? Estariam sofrendo com aquela tempestade? Olhei para Zandor, me apeguei a um ultimo fio de fé e fui a sua direção, Kedon tentou me segurar em cima do cavalo, mas não conseguiu. Puxei uma das rédeas do cavalo e fiquei de joelhos na altura da cabeça do lobo.

— Zandor! – eu o chamei, seus olhos despertaram e me encararam – nós precisamos de você, nós leve em segurança! – coloque as rédeas na sua boca, ele segurou – Eu preciso de você – sussurrei sem forças.

Subi no cavalo e Zandor começou a puxar as rédeas, não sei com que força, mas conseguimos recomeçar a caminhada, talvez Khosmos estivesse mesmo ao nosso favor. Foi uma longa noite, eu não conseguia manter meus olhos abertos, quando Kedon sussurrou:

— Chegamos Aika! Finalmente chegamos! – a tempestade tinha passado, levantei o olhar e tudo que consegui ver foi uma pequena bandeira em uma árvore, a bandeira era azul e tinha um lobo estampado em dourado. Depois que minha visão foi se adaptando, consegui enxergar muitas casas banhadas pela neve, a aldeia era muito maior que a aldeia onde cresci – Zandor conseguiu.

Olhei para o lobo, ele parecia exausto assim como nós, queria sussurrar um obrigado, mas não tinha forças. Escutei passo se aproximando, mas não me incomodei em olhar, estava exausta. Um homem surgiu no meio das árvores, ele parecia assustado.

— Kedon? É você? – ele perguntou.

— Sim, avise aos outros que chegamos – ele pediu. O homem ficou parado me encarando, meus olhos lutavam para se manter abertos.

— É ela? a Princesa? – ele perguntou curioso.

— Sim, é ela – ele respondeu com um meio sorriso – agora vá. Avise que precisamos de quartos e comida, estamos exaustos da tempestade – o homem lançou um último olhar curioso pra mim e correu em direção à aldeia. Quando finalmente chegamos no centro da aldeia,  já havia varias pessoas, todas curiosas, animadas. Kedon me ajudou a descer do cavalo, eu me sustentei nele, a tempestade tinha consumido todas as minhas forças. Abaixei-me para falar com Zandor.

— Obrigado, meu amigo – abracei-o. Algumas pessoas murmuram com a minha ação, a tão esperada Princesa Aika havia chegado.

— Aika – Kedon me chamou – sei que você está cansada, mas estávamos há muito tempo esperando você – ele indicou a multidão de pessoas formada na sua frente, havia mulheres, jovens, anciãos, pessoas de todos os tipos. Todos me olhavam de forma diferente, alguns curiosos, outros impressionados, incrédulos, milhares de olhares me julgavam agora – então, se você me permite – ele se virou para a multidão, e falou em um tom mais alto: Moradores do Sul! Por muitos anos vivemos sobre um inferno glacial, mas isso está prestes a mudar! Finalmente a hora chegou, o sangue do lobo despertou! Eu lhes apresento a PRINCESA AIKA! – ele gritou, um a um as pessoas foram se ajoelhando em reverencia em minha presença. Eu queria dizer que não precisava, mas não tinha forças, não sabia nem como estava conseguindo me manter em pé. Quando por fim, todos estavam ajoelhados, Kedon gritou:

—Salve a Princesa! – a multidão respondeu uníssona ‘Salve a princesa!’ Eu dei um sorriso fraco, automaticamente me lembrei de Nana, como ela teria ficado orgulhosa de mim naquela situação, pensar nela me abalou, meus joelhos tremeram, Kedon foi rápido e me segurou. De repente tudo começou a girar, minha visão escureceu, eu desmaiei.

 


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM? :)
só uma coisa: confiem em mim, por favor hahaha
Estou amando escrever essa história, espero que vocês também!! As coisas vão ficar mais animadas, agora que Aika chegou a aldeia de treinamento.
Obrigada pela leitura, deixem um comentário feliz pra mim ♥ beijoos



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