Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oiii
Desculpa a demora! Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681401/chapter/24

 

Continuo encarando os olhos do homem, inúmeras vezes Nana me contou histórias sobre uma gangue que roubava os frutos do Rei Ken IV, seus olhos entravam em transe quando ela falava que o filho mais velho do rei, chamado Koda, se rebelou e formou uma gangue de ladrões que roubava para sobreviver. Mas desde a queda do Rei Ken IV, eles tinham desaparecido, sempre achei que era apenas um conto para assustar criancinhas. Mas nós sempre estávamos em alerta, para um possível ataque, naquela época nós não pensávamos que poderia haver uma guerra e que muito menos, eu era a líder dela.

Só agora o encarando nos olhos percebo que ele era meu tio, desde que descobri ser filha do rei minha vida havia se tornado em enxurrada de descobertas.

— O que você quer comigo, Koda? – pergunto, falando seu nome com determinação. Seus olhos claros sobe o luar, era incrivelmente familiares, obviamente por sermos o mesmo sague.

— Eu ouvi boatos de uma guerra e me senti na obrigação de conhecer a líder dela – ele sorri – Tenho que confessar, imaginei você de diversas formas, mas nunca pensei que fosse tão parecida com Ken e Nana – o orgulho enche meu peito – Por falar nisso, onde está Nana? Aposto que foi ela que fugiu com você, no dia da queda...

Encaro os meus pés, não sabia ao certo o que ele queria e não sabia o quanto eu podia contar, era melhor não compartilhar nada com ele.

— Não me diga que ... – ele fala, visivelmente abalado.

— Ela não morreu – rebato – Vou perguntar mais uma vez, o que você quer comigo?

— Hum – ele reflete – Estamos aqui com mesmo ideal, Aika – ele sussurra – Eu não pretendo lhe atacar, até porque somos família – ele abre mais uma vez um sorriso falso. Eu já estava impaciente, eu não tinha certeza das suas intenções, estava curiosa para saber o que ela pretendia – Estamos em guerra, todo o nosso povo percebeu isso... - ele encara a noite como se estivesse transcendendo para outro local, isso me lembrou Nana – Eu estou aqui para ajudar...

— Pensei que você só pensasse em roubar o nosso povo – rebato sem pena. Ele abre um sorriso fraco, mas continua.

— Minha era de roubo passou, desde que o nosso povo começou a morrer de fome – seu rosto fica sombrio – Foi divertido quando meu irmão era o rei, mas agora nós roubamos da rainha para dá ao nosso povo – ele aparentava ser sincero, mas eu ainda não tinha compreendido o que ele queria – Eu só quero fazer uma proposta...

— Que proposta? – pergunto.

— Kedon pode ser um bom general, mais ele deixou minha presença passar, observo o andamento dessa aldeia desde o dia de sua criação, treinar soldados debaixo do nariz da rainha a coisa mais estupidas que Kedon já fez. Os anos se passaram e aldeia ia aumentando, o exército de Kedon ia crescendo, mas eu ainda achava que a Rainha ia chegar a qualquer momento e arrancar a cabeça de todos eles – ele para um momento para refletir.

“Foi quando você chegou Aika, tenho que confessar que vaguei por todas as aldeias dessa nação a procura de Nana, queria ao menos saber se ela estava viva, mas acabei deixando alguma aldeia passar, porque aparentemente você foi criada por ela e se tornou essa grande guerreira. E tudo o que tenho a pedir a você, Aika, é que me deixe lutar ao seu lado no ápice dessa guerra – ele me encara, seu olhar carregar um misto de emoção e ódio, que tantas vezes eu senti.

— Você quer guerrear conosco? – pergunto.

— Eu e meus homens queremos derrubar a Rainha, com o seu exército podemos conseguir isso – reflito por um momento, mais homens sempre são necessários, mas o que ele pretendia com isso?

— De quantos homens estamos falando? E quem são essas pessoas? – questiono.

— Cerca de duzentos homens, moradores do Sul que querem vingar o seu reino – ele responde.

— Pensei que os moradores do Sul estivessem conosco – rebato.

— Eles estão, mas alguns eu conquistei além de um discurso moralista de guerra, alguns estão mais dispostos que outros.

— Você quer tomar o reino das mãos de meu pai? – pergunto sem rodeios. Ele parece surpreendido com a pergunta, talvez não esperasse que eu pensasse tão rápido. Ele me encara com o olhar inabalável.

— Não – responde, seu olhar não desvia do meu, algo em meu coração diz que ele está sendo sincero. Dou as costas e encaro a aldeia, as inúmeras casas estão com suas velas acesas, apesar da noite gélida ela pulsa como uma chama viva. A única coisa que consigo refletir é o que Nana faria em meu lugar? Depois de pensar mais um pouco respondo.

— Uma coisa que aprendi nesse curto tempo de líder, é que o ódio só tende a ruir – ele continua em silêncio – Esteja no raiar da próxima lua cheia nos esperando na entrada de Lupus, espero contar com seus homens para derrotar a Rainha – começo a andar em direção a aldeia. Mas antes que me afaste ele volta a falar;

— Você sabe que se eu fosse Rei, isso nunca teria acontecido ... – reflito sobre suas palavras.

— Talvez estivéssemos predestinados a isso – respondo sem olhar para trás.

***

No outro dia, estávamos em uma mesa no refeitório, desde que os soldados da Rainha tinham queimado a Toca, utilizávamos as mesas do refeitório para fazer nossas reuniões. Um mapa de Lupus banhava a mesa, sobre ele havia pedrinhas pintadas de diferentes cores sinalizavam pontos no mapa.

Kedon e Thiberius discutiam quais são as melhores posições dos pelotões, enquanto Karol anota informações freneticamente em um papiro. Também estão conosco alguns homens e o velho Brókus, ele não se envolve muito, mas de vez enquanto lança um olhar para mim. Kaio está sentado ao meu lado, completamente em silêncio.

— Se colocarmos nossos arqueiros nos últimos pelotões, eles serão completamente inúteis – comenta Thiberius, enquanto encara as pedrinhas que representa os arqueiros no mapa – E se colocarmos eles nos primeiros pelotões, eles alcançarão facilmente nossos inimigos, mas ficam desprotegidos, tendo em vista que não poderão se proteger com escudos – reflete.

— Não podemos colocar um pequeno pelotão de soldados para protegerem os arqueiros? – pergunta um dos homens presentes.

— Infelizmente não, temos que proteger Aika, que estará na linha de frente – todos refletem por um longo momento.

— Se Naila estivesse aqui, ela montaria uma estratégia perfeita – Karol comenta encarando os papiros.

— Eu sei – comenta Kedon decepcionado; eu ainda não tinha contado a ele sobre a visita de Koda, na noite passada.

— Não sei nada sobre estratégias, mas posso sugerir algo? – pergunto, esse era o momento perfeito para contar para eles que tinhamos duzentos soldados a mais – Colocaremos os soldados que ficariam no pelotão a minha frente protegendo os nossos arqueiros. Felizmente agora temos duzentos soldados a mais – todos me encaram com expectativa, esperando uma explicação – Noite passada tive uma visita...

— De quem? – pergunta Kedon com um olhar sério.

— O líder da gangue Estrela da Meia-noite me procurou – todos ficam perplexos.

— Koda? Koda falou com você? – pergunta o velho Brókus assustado, sinto Kaio me fulminar com os olhos.

— Em carne e osso – respondo com um sorriso sem jeito.

— Aquele rebelde maldito, ousou se aproximar de você? – pergunta Thibeirius com fúria. A essa altura Kedon já estava sentado com as mãos na cabeça, sem me encarar.

— Ele veio em paz, fui bastante cautelosa com ele – minto, lembrando-me que minha única proteção era Zandor – Ele se ofereceu para nos ajudar, disse que não ia ficar de braços cruzados enquanto todos lutavam pelo reino e nos ofereceu seus homens.

— Você acreditou nele? – pergunta Thiberius ainda com fúria.

— Ele não parecia mentir, ele quer lutar pelo nosso reino tanto quanto nós – agora foi a vez de Kedon explodir.

— COMO VOCÊ PODE ACREDITAR NAQUELE HOMEM? ELE TRAIU NANA E SEU PAI! – ele fala enfurecido. Fico assustada com a sua raiva e não consigo responder. A porta da entrada do refeitório bate com força, uma jovem entra com os olhos arregalados.

— O que está acontecendo aqui? – ela pergunta, suas feições são leves e seu cabelo longo está preso em um rabo de cavalo, eu a conheço.

— Liah! – Kaio fala em voz alta com um sorriso no rosto reconhecendo a irmã.

— Oi irmãozinho – ela responde com um meio sorriso – Não sei o que está acontecendo aqui, mas eu tenho notícias péssimas – ela fala se aproximando de nós – É melhor se acalmarem para escutar o que eu vou falar.

— Perdão Liah – Kedon fala com um tom de voz mais calmo – O que aconteceu?

— Bem, desde que voltei para Lupus comecei a trabalhar em um bar no porto ao norte do país, era um trabalho por um teto e comida, mas também um ótimo lugar para ter notícias do Oeste – ela pausa para respirar – Os boatos de uma aldeia rebelde começaram a voar por todo o país, o conselheiro da rainha disse que o tudo estava sobe controle, mas o Oeste não reagiu bem a notícia - ela encara Kedon preocupada.

— O que aconteceu, Liah? – ele pergunta ainda sério.

— Eles estão vindo, Kedon – ela fala com tristeza – Centenas de soldados estão vindo do Oeste – o silencio cai sobre o recinto.

— Eles ainda suspeitam de nós – Kedon fala reflexivo.

— Quando eles começaram a desembarcar, inventei uma história para o dono do bar e fugi para contar para você. Vamos precisar de todos os soldados possíveis agora.

— Parece que o menino Koda apareceu na hora certa então – Brókus fala com um sorriso, era nítido que ele gostava de Koda.

— Vamos aumentar o ritmo da nossa preparação para a guerra, não podemos nos atrasar nem um minuto – Kedon fala direcionado para Karol, ele se volta para Thiberius.

— Deixaremos os homens de Koda no pelotão da frente, protegendo Aika – por fim ele se volta pra mim e diz: Deixarei Koda se envolver, somente porque você permitiu, Princesa Aika, mas se algum momento eu suspeitar que ele vai lhe trair, eu cortarei o seu pescoço! – ele fala com determinação.

— Tudo bem – respondo.

— Koda não nos trairia – o velho Brókus intervém, ele me olha com uma cara de satisfação, isso não me deixa feliz. Kedon ignora seu comentário. Todos começam a sair da sala, mas eu continuo para falar com Kedon a sós, de longe vejo Kaio abraçando sua irmã.

— Perdoe-me, Kedon, minha intenção não era preocupa-lo – falo sendo sincera. Ele solta um longo suspiro.

— Nana confiou sua vida a mim, mas parece que você está sempre escapando de minhas mãos. Que tipo de general sou eu? Que não consegue proteger sua única princesa? – penso por um instante e respondo.

— Nana não confiaria em você se não fosse digno e independente de onde ela esteja, ela estar acreditando que podemos vencer essa guerra – ele pensa por um instante, mas logo fica em pé, confiante.

— Nós vamos vencer essa guerra! – assinto confiante em suas palavras. 

......................................................................................................

 

BÔNUS PRA VOCÊS

 

Obs.: Se a imagem não abrir, cliquem AQUI. Essa genealogia é baseada no que a Aika viveu até agora, não vou entregar a parentada toda pra vocês.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AEWWWW
Próximo capítulo é o preparativo para a guerrra! Aguardem fortes emoções.
beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guerra dos Lobos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.