Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

OIII GENTE!! EU NÃO ABANDONEIII!
Juro que voltei pra ficar hahaha
Já que demorei a postar, APROVEITEM!



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Observo de longe a conversa do Kedon com o que parece ser o líder dos soldados do Oeste, eles estão em dez. A aparência deles é semelhante a de Lax, soldado que me atacou na floresta, a pele é levemente escura e o cabelo castanho dourado, quase ruivo. Os soldados estão vestidos armaduras de couro, no tom marrom, Kedon não se demonstra ser uma pessoa receptiva, mas não mostra nenhuma resistência. Depois de uma longa conversa e algumas respostas indiferentes de Kedon, finalmente o líder da frota sobe de volta a seu cavalo.

Mas para minha surpresa eles não seguem o caminho de saída da aldeia, os soldados começam a vagar entre as casas, o som da marcha do seus cavalos é assustador, fazem com que toda a aldeia fique agitada. Karol estava certa, eles procuravam por Lax. Em alguns pontos os soldados entram em casas, mas não encontram nada. Se eles encontrassem a Toca, estávamos em apuros. Toda a aldeia tinha parado para observar a busca dos soldados, mesmo de longe, reconheço Dinah na multidão, seu rosto está completamente calmo, nem parecia esconder segredos, ela provavelmente era mais resistente que eu.

Os soldados começavam a se aproximar da toca, todos aqueles símbolos na entrada chamariam atenção, começo a ficar tensa. Depois de rodar as ruelas da aldeia sem encontrar nada, eles se deparam com a Toca. O líder do pelotão desce do seu cavalo como uma cara de completa de indignação, “O que é isso?” escuto ele gritar para as pessoas, ninguém responde, ele balança a cabeça, reconheço o ódio em seus olhos. Ele grita algo para os seus soldados e eles invadem a Toca, me coloco de pé sobre o galho, o soldado ainda estaria lá? Kedon se aproxima, mas não se envolve, seu rosto parece um pouco tenso agora. Meu coração bate mais forte a cada passada que os soldados dão dentro da Toca, Zandor se coloca em estado de alerta em baixo da árvore.

Um dos soldados traz algumas folhas de dentro da toca, o líder do pelotão ler o que está escrito mas não da muita importância, joga os papéis de volta para Toca. Algo passa pela minha mente, pego a arco que ainda está acomodado nas minhas costas e posiciono a flecha, miro diretamente no líder dos soldados, minha flecha era capaz de acertar sua cabeça em cheio. O que aconteceria depois? Os demais soldados pensariam que foram as pessoas da aldeia que o matou e podiam querer represália. Volto atrás e acomodo o arco de volta, eu tinha que ter paciência e esperar.

Os soldados do Oeste saem de dentro da toca de mãos vazias, respiro aliviada, Kedon tinha se antecipado e levado o soldado para outro canto. O líder do pelotão ainda aparenta está enfurecido, “tragam fogo” escuto ele gritar, o que ele pretendia fazer? Alguém na multidão entrega algumas tochas acesas para ele e seus soldados.

— A PARTIR DE HOJE – o líder do pelotão grita para a multidão – DECLAREM SUA LEALDADE A RAINHA LÊIA! – ele e os soldados jogam as tochas sobre a Toca, o fogo começa pequeno, mas logo se alastra pela cabana inteira. Os soldados sobem em seus cavalos e calvagam em direção a saída da aldeia. As pessoas ainda observam a toca ruir em chamas, noto que seus olhares são tristes e ressentidos, aquilo atinge meu coração como uma flecha envenenada.

Quando retorno a aldeia, encontro olhares tristes em direção a Toca, o ódio arde no olhar de Kedon. A velha cabana, onde acontecia nossas reuniões se desfaz em chamas, alguns aldeões já tinha diminuído o fogo com água, mas não adiantava, estava tudo condenado. Num galho distante, escuto um corvo piá.

— A guerra está declarada! – sussurra Kedon.

***

No dia posterior a visita dos soldados, sou chamada por Gordo, Kedon me acompanha. Ele está mais silencioso, seu olhar é sério.

— Você está preocupado? – pergunto retoricamente, sei muito bem que os acontecimentos passados ainda lhe atormentam. Ele não me encara, mas responde:

— Não tanto, estou em alerta ... O que aconteceu ontem foi um aviso do que estar por vir – ele fala pensativo. Reflito por um momento, será que ele estava inseguro quanto aos nossos soldados? Ou quanto a mim?

— Você confia em seus soldados, Kedon? – pergunto sem encara-lo. Sinto seu olhar voltar pra mim, não tivemos tempo de escutar sua resposta,

— PRINCESA! FINALMENTE! – Gordo grita da porta da oficina – Kedon!

— Minha armadura está pronta? – pergunto com ansiedade.

— Sim! – ele responde animado, Gordo corre pela oficina com pequenos saltos de excitação, sorrio com a cena; ele trás uma maleta grande e abre com delicadeza, de dentro ele puxa um colete tão prateado que faz os meus olhos brilharem – Princesa, por favor, erga os braços! – levanto os meus braços e ele logo encaixa a armadura em meu peito, o peso recai sobre o meu corpo, mas não chega a incomodar.

Gordo amarra a armadura no meu peito e dá espaço para eu dar uma olhada, um lobo feroz enfeita meu peitoral em dourado.

— Ohh! – é tudo que consigo falar, admirada com tamanha beleza.

— Nem o melhor ferro do Oeste, poderá encostar no seu coração – arreganho os olhos para ele – e isso não é tudo, ele pega um objeto circular enrolado em um tecido grosso, ergue na minha frente, sem sombra de duvidas era um escudo. Puxo com delicadeza o tecido e o objeto prateado se ergue na minha frente, mais uma vez um enorme lobo dourado me encara, mas agora meu reflexo surge através dele. Encaixo as amarras do escudo em meu braço direito e seguro com firmeza, continuo encarando minha artilharia com admiração.

— Não sei se sou digna... – confesso em um sussurro.

— Você é! – rebate Kedon, ergo meu olhar em sua direção e vejo uma lágrima escondendo sobre o seu rosto – olhar pra você assim, renova a esperança de todos nós – Gordo concorda com ele com um olhar orgulhoso. Fico constrangida, mas um sentimento de gratidão me envolve e por um segundo, toda a preocupação sobre a guerra passa.

— Colocaremos essa proteção sobre Zandor – gordo ergue um colete prateado com linhas dourado - mas não precisamos testar ele agora – ele parece nervoso com a presença do lobo. Sorrio mais uma vez, removo cuidadosamente meu escudo e minha armadura e devolvo para Gordo.

— Obrigada, Gordo! – falo com um enorme sorriso no rosto.

— Tudo pela família real! – ele fala animado. A emoção me invade mais uma vez, a calma se acomoda em mim, mal sabia eu que isso não duraria muito tempo.

***

No decorrer dos dias que se passaram, não pude deixar de notar que um corvo sempre pairava sobre mim, tentei ignorar no inicio, mas aqueles olhos negros sempre me encarando me incomodavam. Comentei com Kaio, enquanto jantávamos, ele pensou um longo momento e depois respondeu.

— Sei que você é mais do que capaz disso, mas se você quiser eu acerto uma flecha nele – sorrio com sua petulância – mas Aika, minha avó sempre dizia algo muito sério...

— O que? – pergunto curiosa.

— É melhor o olhar de urso feroz sobre você, do que de um corvo possuído – ele fala sério. Meu corpo estremece, mas não me abalo, assinto e continuo o meu jantar.

Na hora de dormi, reviro-me na cama sem sono. Escuto o piar de um corvo sobre o meu quarto, aquilo me incomoda. Salto da cama e visto a primeira roupa que vejo, Zandor já está de prontidão ao meu lado, saio da cabana e olho para o teto e vejo o corvo, mesmo sendo da mesma cor da noite. Junto uma pequena bola de neve e jogo na sus direção, ele salta mais acaba voltando para o mesmo lugar.

— O QUE VOCÊ QUER? – grito na sua direção, ele continua pacificamente me olhando. A aldeia estava completamente silenciosa, mas um homem surge na escuridão,

— Princesa Aika, está tudo bem? – ele pergunta preocupado.

— Não! – respondo com mais raiva do que o necessário. – Traga-me um arco e flecha rápido, por favor! – ele me encara confuso, mas sai. Encaro o corvo e percebo que há algo balançando sobe uma de umas pernas, isso só me deixou mais curiosa. O homem volta com um arco e flecha muito grande, mas o pego mesmo assim – Obrigada – respondo sem nem olhar nos seus olhos.

Como se soubesses dos meus planos, o corvo alcança voa sobre mim me fazendo girar o corpo, corro sem pensar em sua direção, posicionando a flecha no imenso arco.

— PRINCESA! – o homem grita, mas ignoro. Zandor corre junto a mim atrás do corvo, como só tinha uma flecha, não podia arriscar perde-la. Depois  de já estar cansada de caminhar pela aldeia, o corvo finalmente pousa sobre uma árvore, posiciono a flecha no arco e miro diretamente nele, mas ele não se move. Acho estranho, já que ele estava fugindo de mim até nesse instante. O corvo encara a flecha apontada em sua direção, mas não parece ter medo. Solto a flecha e ela o acerta em cheio, seu corpo cai aos pés da árvore, corro na sua direção, mas Zandor chega primeiro, ele o cheira e dá um passo pra trás.

Avisto o objeto que está nos pés do corvo, é um cordão com um circulo de madeira. No centro do circo há algo entalhado, aproximo-me para poder identificar o que é, é um símbolo com pontas por todos os lados, parecia uma ... Estrela. Dou um passo para trás quando lembro o que isso remete, mas já é tarde, escuto passos saindo da floresta.

— Parece que finalmente nos conhecemos, Aika – uma voz grossa fala através das árvores. Mantenho o rosto firme, não há mais formas de fugir dele. Um homem alto, surge entre as árvores, sua pele é branca sobre a lua e sua barba é alva, as marcas da idade estava sobre o rosto do líder do bando de ladrões do grupo Estrela da Meia-noite.

— O que você quer comigo?  - pergunto firme. Zandor fica em estado de alerta, mas não se agita.

— Apenas uma conversa amigável – ele responde com um sorriso falso – até porque, aposto que a essa altura você já sabe que eu sou seu tio – seu sorriso se alarga mais, a única coisa que consigo pensar é que eu preciso parar de andar sozinha pela floresta.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM? Sei que fiquei meses sem postar, mas pf comentem! hauhsauda
Vamos nos amar ♥
Esperando os comentários...
Vou explicar esse parente, juro por Khosmos :*
Beijos



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