Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oi! Oi! Gente!
Como estão o coração de vocês. espero que bem! Depois de todaas aquelas emoções hahah enfim, tenho algo pra contar a vocês! Mais só no final, então, boa leitura!!
ps: Desculpa a falta de capa, estou postando direto do trabalho, beijos



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Treinei incansavelmente os dias que seguiram, parecia que minhas forças haviam sido renovadas após os sonhos que Khosmos me concedeu. Treinei com arco e flecha, espada, luta corporal, de todas as formas possíveis. O tempo passou rápido e só faltavam dez dias para a guerra. Após os ocorridos, Luke e Kaio sempre estavam comigo, eu sabia que eles estavam apenas sendo protetores, mas eu gostava da companhia dos dois.

Eu estava no centro de treinamento, segurando minha espada de lado, esperando uma oportunidade de lutar contra alguém quando Kedon se aproximou de mim, de inicio ele não falou nada apenas ficou observando as pessoas lutarem. Os sons do encontro das espadas e dos grunhidos dos lutadores invadiam o local, até um vento cortante nos abraçar, fazendo meu cabelo voar na direção do meu rosto.

— Uma tempestade está vindo... – falei quebrando o silêncio. Kedon olha para o céu.

— Eu não dou mais que um dia para ela nos alcançar – ele completa. Seria uma pena, teríamos que parar todo o treinamento até ela passar – Aika, precisamos falar sobre Max e o soldado – meu corpo estremeceu, não por medo ou raiva, eu só não suportava a ideia de ficar no mesmo local que Max. A verdade é que eu tinha pena dele, ele representava todo o desespero do nosso povo – Sei que você tem evitado falar sobre isso, mas...

— O que você descobriu? – o pergunto, cortando o seu sermão e indo direto ao ponto. Kedon suspira e continua.

— O soldado, apesar da relutância, não parece ser alguém muito importante, mesmo dias depois de sua captura, ninguém no castelo parece sentir sua falta. Ele não gosta de falar, apesar da nossa insistência – Kedon limpa a garganta, imagino o que eles estão fazendo com o soldado do Oeste – Já Max...

— Max é um coitado desesperado – falo cortando seu diálogo mais uma vez. Zandor suspira ao meu lado, como se concordasse com o que digo.

— Bem, é exatamente isso – Kedon fala concordando – Ele não é nenhuma ameaça e está preso em uma das nossas prisões – continuo em silêncio – Então, acredito que seria bom se você tentasse dialogar com o soldado do Oeste – ele fala com cautela.

— Por quê? – pergunto sabendo muito bem a resposta. Eu apenas estava evitando isso.

— Porque você é a princesa ... E talvez ele se abra com você – ele responde. Eu tinha que fazer isso, eu só estava evitando o quanto podia, para me focar na guerra, mas o momento havia chegado, eu teria que encontrar aquele olhar feroz mais uma vez. Solto um longo suspiro antes de falar.

— Onde ele está? – pergunto.

— Em um dos quartos da Toca, você não precisa temer, há guardas com ele.

— Eu não tenho medo dele – rebato séria – Preparem ele, logo estarei lá.

— Tudo bem – Kedon assenti e sai.

Luke se aproxima, ele percebe a minha cara de preocupação.

— Aconteceu alguma coisa? – ele pergunta.

— Chegou a hora de encarar o soldado – respondo.

— OH! Quando ele te ver, vai se tremer todinho! – Luke fala animado. Sorrio com sua excitação.

— Você é ridículo – falo brincando.

— Ridículo e lindo – ele fala balançando os cabelos, gargalhei mais uma vez. Um vento mais forte nos atinge, a tempestade chegaria ainda hoje.  

—COMECEM A GUARDAR OS EQUIPAMENTOS, A TEMPESTADE ESTÁ CHEGANDO! – Karol grita no meio do centro de treinamento.

— Ela parece uma louca – Luke sussurra pra mim, ele pega minha espada – acredito que você não vá precisar disso.

— Obrigada, Luke – falo com um sorriso. Ele faz uma reverencia e sai. Começo a minha caminhada junto com Zandor em direção a Toca.

                                              ***

Assim que chego a Toca sou recepcionada por Kedon.

— Ele está no quarto dos fundos – Kedon fala – Você quer que eu a acompanhe?

— Não – falo decidida, caminho silenciosamente com Zandor pelo corredor que leva ao quarto, empurro a porta e me deparo com um quarto completamente escuro, sem nenhuma janela e com apenas duas velas que iluminam pouca coisa. O soldado, estava completamente arrasado, amarrado em uma cadeira no centro do quarto. Dois homens estão de guarda, ao seu lado.

— Vocês podem me deixar a sós com ele – o soldado que estava com a cabeça caída, levanta rapidamente e me encara, seu olhar é perdido.

— A senhorita tem certeza? – pergunta um dos homens. Zandor entra no quarto com os dentes à mostra na direção do soldado.

— Absoluta – falo na direção dos homens. Eles assentem com o rosto e saem. Me volto mais uma vez para o soldado, noto que sua boca está amarrada com um pano, me aproximo dele com a intenção de soltar, mas sou impedida por Zandor.

Lanço um olhar de ‘contenha-se’ para ele, que geme ressentido mas dá pra trás. Vou por trás do soldado e puxo lentamente a amarra que segura sua boca. Noto que seu corpo está coberto de marcas, provavelmente de pancadas violentas. O que Kedon andava fazendo com ele?

— Então – começo a falar – Você deve imaginar quem sou eu... - fico frente a frente com ele. Seu olhar continua feroz, ia ser difícil manter alguma conversa com ele – Mas eu não faço a mínima ideia de quem seja você... – o soldado me encara, mas logo seu olhar se volta ao chão. Suspiro – Se você pensa que vou fazer Zandor arrancar um pedaço seu pra você falar, você está muito enganado, se você não quiser falar, eu simplesmente vou embora.

Ele continua a encarar o chão, dou as costas pra ele e suspiro.

— Você não pode ser a princesa... – ele fala com a voz rouca, viro pra ele e o encaro – A princesa está morta – ele fala decidido, ele levanta o olhar e me encara – Como você pode ser ela? – ele agora tem um olhar confuso – Eu ouvi as histórias da sua morte... – seu olhar recai mais uma vez. Isso era bom, ele começou a falar, eu só precisava manter um diálogo pra ele me contar algo.

— Porque não fazemos um acordo – começo – Eu respondo uma pergunta sua e você responde uma pergunta minha. – proponho, eu poderia contar qualquer coisa pra ele, desde que ele continuasse preso aqui na aldeia.

— Eu prefiro a morte – ele cospe no chão com fúria. Reviro os olhos sem paciência.

— Soldado – falo com a voz firme – Olhe a sua situação, o único futuro certo que você tem é a morte!

— Eu só preciso de uma espada para derrotar todos vocês! – ele fala com raiva. Puxo a minha faca da bota com raiva e aponto na sua direção.

— E EU SÓ PRECISEI DISSO PARA DERRUBAR VOCÊ – grito, ele se assusta mas não se abala. Guardo a faca de volta na bota e sentei em uma cadeira vazia que tinha no quarto, ele fica um longo momento em silêncio, mas logo faz a primeira pergunta.

— Você é realmente a princesa? – parecia que tínhamos um acordo. O encaro e respondo.

— Sim – percebo que seu corpo estremeceu e sua respiração ficou mais rápida.

— Como-o? – ele pergunta assustado.

— Minha vez de perguntar! – rebato – Quem é você? – ele respira fundo.

— Meu nome é Lax, sou um soldado do Oeste – ele fala.

— Isso eu já sabia – rebato mais uma vez. Ele pondera por um longo momento.

— Sou um mensageiro – ele finalmente diz. Então ele estava realmente vigiando nossa aldeia – Como você pode ser a princesa? Você está morta! A rainha exalta isso todos os dias!

— O que me levou até aqui, foi uma longa história, o mais importante é que eu estou viva e vou derrotar a rainha em breve – respondo. Ele me encara assustado, mas logo seu rosto vira de deboche.

— Você não pode nos derrotar, nós somos muitos – o encaro incrédula. Como ele é capaz de dizer isso mesmo depois de tudo que ele passou.

— Porque a rainha mandou você nos vigiar? – pergunto ignorando o seu deboche.

— Ela não mandou – ele fala encarando o chão mais uma vez. Espero que ele continue, mas ele se cala.

— Isso não é uma resposta – falo. Ele volta a me encarar.

— Foi Eli quem me mandou, ele não confia em vocês, povo do Sul.

— Eli? O conselheiro da Rainha? – pergunto. Ele não responde – Não deveria ter tomado o nosso reino, para começar então... – falo de forma ácida.

— É fácil falar isso quando se nasce no Sul – ele rebate como se isso justificasse tudo – Como é seu nome? – ele pergunta ainda descrente de quem eu realmente sou.

— Aika – respondo, dando de ombros. Ele me encara por um longo momento.

— Se isso for uma mentira, a rainha queimará todos vocês vivos – ignoro seu comentário, suas ameaças não me causam medo.

— Somente Eli sabe que você está aqui? – ele abaixou o olhar mais uma vez, isso é um bom sinal. Significa que só Eli saberia que ele estava aqui e só ele sentiria sua falta.

— Sim – ele responde sentido. Era isso, estávamos seguros, pelo menos por enquanto. O encaro, como deveria ser triste está nessa situação, ninguém sentiria sua falta, ou seja, ninguém viria lhe salvar. Ele estava apenas esperando a morte.

— Bom, acredito que está tudo bem resolvido agora. Você sabe quem sou eu e eu sei quem você é – ele tem um olhar de derrota – Podemos seguir nossas vidas – reflito por um longo momento – Pedirei para que parem com a torturar e ordenarei que você fique preso até o fim da guerra, quando tudo acabar, você será devolvido ao seu rei – ele suspira aliviado – Mas não por pena de você, e sim porque não somos selvagens.

                                         ***

Repasso toda a conversa pra Kedon e ele parece satisfeito.

— Mais uma vez você provou ter sangue real, Aika! – ele fala orgulhoso – Agora vá pra casa, a tempestade já está chegando.

Apesar do vento avassalador, caminho lentamente em direção a minha cabana. A aldeia já está praticamente vazia, as maiorias das pessoas já estão acolhidas em casa, protegidas da tempestade. Paro no meio da aldeia e olho para o céu, quem está completamente cinza. O vento me balança mais uma vez, é quando noto os pequenos flocos de neve caindo do céu sobre mim. Abro as mãos pra cima, como se fosse possível segurar todos com a mão.

Zandor se balança, incomodado com a neve.

— Vá pra casa, seu lobo rabugento – falo com um sorriso. Ele se balança e corre em direção a nossa cabana. Continuo encarando o céu, sentindo os flocos de neve cair sobre o meu rosto. A sensação era boa, era como se cada floco de neve me concedesse um pouco de força, força pra seguir em frente e continuar lutando.

Uma pessoa se aproxima e para na minha frente, não preciso olhar pra saber quem é, eu já me sentia intimamente ligada a ele.

— O que você está fazendo em meio a uma tempestade de neve, Aika? – ele pergunta com sua voz habitual. Abaixo o rosto e o encaro.

— Estou sentindo-a – respondo com um sorriso bobo. Ele sorri pra mim e se aproxima.

— Vá pra casa, Aika – ele fala num sussurro. Seus dedos descem sobre o meu rosto arrastando os cabelos molhados. Continuo o encarando, como se pudesse eternizar esse momento. Olho mais vez para o céu, agora está completamente negro, está na hora de ir pra casa. Aproximo-me de Kaio e roço meus lábios nos seus, não da forma selvagem, que eu sempre quis, mas gentilmente, como se pudesse deixar aqueles lábios com saudade dos meus.

Afasto-me e seguro uma de suas mãos, pude sentir no seu olhar que aquilo não foi suficiente, que ele queria mais, ele me queria. Solto sua mão e corro pra casa, na tentativa de conter tantos os meus impulsos, como os dele.


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Notas finais do capítulo

IAI? GOSTARAM? Kaio e Aika, meus amores ♥
Bom. dia 24 vou postar um capítulo especial ♥ Vai ser um presente de natal pra vocês hahah
Aguardem e comentem!
Beijos



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