Phoenix escrita por Shiori


Capítulo 2
Clube de Astronomia


Notas iniciais do capítulo

Hello darkness, my old friend!
Sim! Novo capítulo, minha gente!
Agradecem ao Ovo da Páscoa, deve ter sido por causa dele que tive ideias pro fim do capítulo QQ
Enfim, Feliz Páscoa atrasada! (/owo)/
De qualquer forma, ah, o karma! Fico a tentar ficar doente durante as aulas e quando vem as férias, bang! Fico doente! Espero que continue doente até o início das aulas pra faltar----
Continuando, este capítulo só traz cinco personagens vossos. Os outros vão estrear no próximo. É que seria muito nome para memorizar num só capítulo----
Só penso em vocês----
Aliás, permitem-me que vos agradeça pelos personagens fantásticos que enviaram! São uns amores ♥
Não tenho mais nada a dizer aqui, então, boa leitura ♥



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Ziva encarava a porta do clube de astronomia com uma certa curiosidade; o professor Matteo dissera para vir no primeiro tempo disponibilizado para os clubes e aulas extras. Por sorte, Ziva não tinha clubes ou aulas extras naquele tempo.

Na placa onde indicava o nome do clube, havia um “64”. A israelita arqueou a sobrancelha. Duvidava imenso que o internato tivesse 64 clubes, mas talvez fosse isso. Era a única teoria que tinha.

Ignorou isso e bateu à porta, a medo. Esperou até que um rapaz alto abriu a porta. Ziva não conseguiu evitar arregalar os olhos. O rapaz era gigante.

O rapaz que, pela altura, deveria estar no terceiro ano, sorriu.

— Está interessada em participar no clube? – questionou.

— Er… N-Não! – apressou-se em dizer, após de engolir em seco. – Eu vim por parte do professor Matteo e…

— Jonathan-a[1], diz para ela entrar. – uma voz feminina disse dentro da sala.

Jonathan afastou-se da entrada e fez um gesto com o braço para Ziva entrar. Ela assim o fez, sem desviar o olhar do rapaz. Ele possuía cabelos castanhos bem claros e olhos verdes, por detrás de óculos de ver. Se havia coisa que Ziva adorava era olhar para os olhos e tentar descobrir a personalidade da pessoa. A cor esverdeada era clara e era relaxante olhar para os olhos dele. Aparentava ser uma pessoa de confiança.

— Oh, é a Ziva-ya[2].

— Hae-Ju? – Ziva olhou para a pessoa que falara ao reconhecer a voz.

— Oh, vocês se conhecem? – Jonathan perguntou.

— Sim, a Ziva-hubae[3] faz parte das aulas de artes marciais assim como eu. – explicou, de forma séria.

Hae-Ju era sul-coreana e, portanto, tinha a cor de pele típica entre os asiáticos, assim como longos cabelos lisos incrivelmente negros e olhos castanhos. Ela arrastou uma cadeira e se sentou, com o seu semblante tipicamente sério. Ziva só conversou com ela poucas vezes, mas nessas conversas, parecia que havia uma muralha invisível entre ambas por conta da falta de expressividade de Hae-Ju.

Sentado na cadeira ao lado, estava um rapaz moreno (tanto de cabelo e de pele) com olhos de tom azul do céu, num dia ameno e sem nuvens; no canto do olho direito, havia um sinal que chamava logo à atenção. Ele sorria de forma carinhosa, o que fazia crer a Ziva que ele era um rapaz gentil.

— Olá, Ziva! – cumprimentou de forma animada e se levantou, estendendo a sua mão direita em direção da Ziva. – Molt de gust[4]! O meu nome é Nicolau Bonaventura e sou do terceiro ano.

Ziva olhou para a mão de Nicolau, sem saber o que fazer. Ela não podia tocar nele, nem vice-versa. No entanto, não agarrar-lhe a mão iria parecer rude. Além disso, não entendera o que o rapaz moreno acabara de dizer; ele falara em espanhol? Por fim, forçou um sorriso.

— Igualmente? Ah, desculpa, mas não posso lhe agarrar a mão. É contra a minha religião.

Ao ver a dúvida no rosto de Ziva, Nicolau riu-se de si mesmo.

— Desculpa, falei em catalão sem reparar. – disse ele. – Prazer, Ziva.

— Ah, sim, prazer!

Jonathan aproximou-se e sorriu para a Ziva.

— O meu nome é Jonathan Monstar e sou do primeiro ano.

— Primeiro ano…?

Custou imenso engolir aquela informação. Como era possível que aquele moço, mais novo que ela, fosse muitíssimo mais alto que ela?

Bom, ao menos, a Hae-Ju era mais baixa que ela… Era errado pensar assim?

Ela balançou a cabeça, a fim de afastar os seus pensamentos em relação à sua altura. 

— É um prazer conhecê-lo, Jonathan.

Olhou em volta da sala do clube. A sala era grande, tendo várias mesas juntas no meio e as suas devidas cadeiras. Havia alguns armários de madeira e estantes com livros. Ao lado da janela, havia um telescópio grande que, provavelmente, teria sido caro. No entanto, aquilo que mais chamou à atenção foi o teto.

Pintado de azul-escuro, havia vários pontos brancos que, na teoria da Ziva, seriam estrelas. Sem prévio aviso, Nicolau fechou as cortinas da janela e o Jonathan desligou a luz.

Para a surpresa da israelita, os pontos começaram a brilhar no escuro e muitos ficaram interligados; eram as constelações!

— Bonito, não? – Jonathan questionou.

— Sim…!

A porta abriu-se, o que fez a iluminação entrar e “estragar” o espetáculo.

— Hm? Por que as luzes estão desligadas? – Ziva ouviu uma rapariga a dizer. – Ah, não me digam que a lâmpada se fundiu! – pelo tom de voz parecia que ela estava a brincar do que qualquer outra coisa.

A luz foi ligada, não pela tal rapariga, mas sim por um rapaz loiro. Ambos olharam para Ziva, sem saber o que fazer.

A rapariga passou a sua mão no cabelo, preto por sinal, e murmurou algo que a Ziva não conseguiu ouvir.

— Ela é uma nova membra do grupo? – questionou o rapaz.

— Foi o Seonsaeng-nim[5] quem disse para ela vir. – Hae-Ju explicou.

— Oh! – a rapariga sorriu e se aproximou. – Olá! O meu nome é Miku e o teu?

Ziva, antes de responder, analisou a moça; como mencionado antes, o cabelo dela era preto e, para além disso, era curto, à altura das orelhas. Os seus olhos eram bem escuros – Ziva podia jurar que eram negros.

— Ziva Hirsch.

— Prazer, Ziva! – ela exclamou e, de seguida, olhou para o rapaz que a acompanhava. – Hey, Sting, apresenta-te!

Sting aproximou-se com um sorriso no rosto. Os cabelos loiros dele eram curtos e espetados; Ziva presumiu que ele tinha usado gel para tal. Os olhos dele eram belos: azuis-escuros acinzentados. Eram o oposto de Nicolau: parecia a cor do céu quando este ameaça com chuvas e tempestades. Ele ainda possuía uma cicatriz intrigante no canto do lábio inferior.

— O meu nome é Sebastian. – informou. Ziva notou que os dentes caninos dele eram afiados. – É um prazer conhecê-la, Ziva.

— Igualmente.

— Bom, – começou Nicolau, voltando-se a sentar. – senta-te, Ziva, e conta-nos o que vieste aqui fazer.

Ziva fez como o catalão disse e se sentou à frente de Hae-Ju, que somente a observava. Parecia desconfiada, na opinião da israelita.

Os outros também se sentaram e, naquele momento, a judia era o centro das atenções. Ignorou o desconforto que sentia e suspirou fundo.

— Eu aceitei a proposta do professor Matteo…– murmurou, sem saber se devia dizer aquilo.

— Oh, sobre….– Miku iniciou a fala e apontou para um cartaz com uma constelação. – Aquilo?

Ziva olhou para o cartaz. Por baixo da constelação, estava o nome dela em itálico. Phoenix. Ao lado do nome, estava o número 64. Ah, era o número da constelação…?, questionou-se a judia para si mesma, lembrando-se do número da porta.

— Sim… Sobre isso. – apressou-se em responder.

— Como conheceste o professor? – Jonathan perguntou, se inclinando sobre a mesa.

A israelita não respondeu de pronto. Ainda não assimilara muito bem a partida de Théo, afinal, fora naquela manhã que ela soube.

— Eu estava no terraço quando ele apareceu. – murmurou. – Começamos a falar sobre…

— Sobre…? – Sebastian perguntou, ao ver que Ziva parara de falar.

— Sobre Théo Dupont.

— Conheces o Théo?

— Sim. Ele é um colega… Que faleceu durante um experimento.

— O Théo o quê? – Nicolau questionou, não acreditando no que ouvia.

A israelita conteve as lágrimas que queriam sair. Respirava pesadamente. Por que o Théo teve que ir desta para melhor?! Por que eles estavam naquele inferno de internato?! Por quê?!

— O professor Matteo não nos disse nada…! – Jonathan exclamou, incrédulo com as palavras de Ziva.

— Ele voltará. – Hae-Ju afirmou. A judia não entendeu o que a outra acabara de dizer; quem voltará? E por que ela falou algo tão aleatório naquele momento?

— Quem voltará?

Ziva sentiu uma mão sobre as costas dela e ela olhou para Miku, a dona da mão. Ela sorriu de uma forma carinhosa, apesar de estar destroçada por dentro.

— O Théo voltará.

***

O som dos objetos a cair ecoou durante alguns segundos até cessar por completo. Frustrado com a situação, o homem, de cabelos castanhos (e alguns brancos) e de olhos castanhos-avermelhados, deixa-se cair na cadeira e dá um murro na secretária de madeira de carvalho. A dor foi quase imediata, mas ele manteve uma expressão neutra; não queria demostrar fraqueza.

— Senhor Timberlake…– começou uma bela mulher com a pele do tom da canela, até ser interrompida pelo diretor do internato.

— Agora não, Afolayan! – vociferou ele; estava farto de tudo aquilo. No entanto, quando se apercebeu que tom acabara de usar, suspirou fundo.

A mulher estremeceu com o berro do homem, mas não se rendeu. A figura esguia aproximou-se de Joseph e começou a acariciar o cabelo dele.

— Desculpa, Folami…– ele murmurou. – Mas é complicado…

— Eu compreendo, Joseph. – Folami sussurrou. – Vem, descansa no sofá. Tu precisas.

Muito a contragosto, Joseph se levantou da cadeira e circulou até ao sofá bordô localizado à frente de uma pequena mesa. Sentou-se no sofá e olhou para Folami, como se esperasse que ela também sentasse ao lado dele. Ela sorriu e lá fez a vontade.

Folami era uma mulher belíssima. O seu cabelo preto era rente à cabeça e os seus olhos eram de um castanho-achocolatado.

— Há algo que me queiras contar? – ela perguntou com um belo sorriso. Os seus lábios eram ligeiramente grossos e lhe davam um ar esbelto à constituição física dela.

— Sim… Já ouviste aquilo?

— O quê?

— O Projeto Circe.

Ela balançou a cabeça positivamente. Sabia da mais recente desgraça ocorrida durante os experimentos. Um descuido imperdoável pelos cientistas encarregados pelo projeto.

— Queres que eu trate disso, é?

— Sim. – ele respondeu. – És a única que o pode fazer, Ami.

Ele se inclinou e se deitou no sofá, com a cabeça pousada nas pernas magras da mulher.

— O ano letivo mal começou e já temos um caso destes…– ele declarou, extremamente frustrado. Previa mais casos similares naquele ano.

— Todos anos há casos desses, Seph! – exclamou ela. – Até no nosso tempo...!

— Mas estás a gastar demasiada energia com isto!

— Por Olódùmarè[6]! – ela exclamou, revirando os olhos. – Não te preocupas com isso, sim? Agora dorme!

Ela ousou fazer um peteleco no meio da testa dele, que prontamente foi tapada com a mão.

— Hey!

A secretária riu-se. Joseph resmungou algo e abraçou a cintura dela. Inspirou fundo e exalou o doce perfume de canela que ela usava. Adorava o aroma. Com ele, lembrava-se da adolescência, a época em que conhecera Folami.

Encerrou os olhos e, em meros minutos, adormeceu. Coitado, estava mesmo cansado…, pensou a nigeriana. Agarrou nos seus documentos e começou a analisar.

O Projeto Circe consistia em dar a consumir venenos às pessoas com um paladar avançado, capazes de identificar todos os ingredientes utilizados. Assim, além dessas pessoas ficarem imunes, seriam capazes de identificar venenos.

O sujeito em questão neste experimento era Théo Dupont. 15 anos, ele nasceu em Flandres na Bélgica. Filho do famoso chefe de cozinha e dono de uma cadeira de restaurantes de primeira qualidade, Louis Dupont, Théo sempre esteve rodeado por sabores, o que fez desenvolver o seu paladar requintado. Era da turma 2ºB, sendo o melhor aluno na disciplina de Atividades Domésticas e tinha bons resultados em Química e Física. Faz parte do clube de Astronomia, de Culinária e de Teatro, além de pertencer à Orquestra, sendo que tocava clarinete. Folami parou de ler e torceu o nariz ao ver as horas: eram quase seis horas da tarde. O ensaio da Orquestra iria começar e iriam estranhar a ausência de Théo. Isto se não haver ninguém da turma dele lá.

Folami continuou a ler o perfil dele. O sonho dele era ser um cozinheiro de renome como o pai, para honrar o apelido Dupont, e ser pai de família.

A nigeriana parou de ler por uns momentos, visto que Joseph apertara-a um pouco, enquanto dormia. Ela sorriu e acariciou o rosto do adormecido.

Joseph sempre fora uma pessoa séria e, muitas vezes, mal entendida. Sabia do ódio que os alunos tinham por ele. Mas ele era uma pessoa orgulhosa e não fazia nada para mudar essa imagem. Ele seria o mau da fita para sempre, caso necessário. Desde que cumpra os seus objetivos, oh, sim, tudo estará bem.

De uma forma ou de outra, a Folami estaria sempre com ele. Pois, só ela, e mais ninguém, conseguia compreender Joseph completamente.

E, bom, também tinha ele, não?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? x33
E sim, gente. O Joseph é... HUMANO! ISSO! NADA DE VILÕES QUE SÓ TÊM DEFEITOS! (/OWO)/ Ele terá os seus defeitos, assim como qualidades! Ele será uma pessoa normal que, por acaso, é considerado como um vilão a derrotar pelos protagonistas. E só.
E a Folami criou-se só ontem na minha cabeça. Nem sei porque quis que ela fosse africana---- Ah, pera, lembrei-me. Não vos digo porque é spoiler. Q
Já agora, teorias para os próximos capítulos? Fiquei curiosa!
Não se esquecem que as vagas ainda estão abertas! By the way, cadé os moços hetero?--- Cadé os tímidos?--- Cadé---- Nem sei mais o que falta, mas enfim----
Ah, os personagens foram bem usados? Por favor, avisem-me se não! Quero melhorar!

Até à próxima!
~~
Glossário:
[1] -a (아): honorífico usado para pessoas íntimas de nível hierárquico igual ou inferior a do falante, seja homem ou mulher. É usado quando o nome termina em batchim (consoantes sem vogal, que se unem à vogal da palavra seguinte).
[2] -ya (야): honorífico usado para pessoas íntimas de nível hierárquico igual ou inferior a do falante, seja homem ou mulher. É usado quando o nome não termina em batchim (ou seja, termina em vogal).
[3] -hubae (후배): honorífico usado para se referir, na terceira pessoa, os juniores, independente do sexo destes.
[4] Molt de gust: "É um prazer" em catalão. Expressão usada quando se conhece uma pessoa nova.
[5] Seonsaeng-nim (선생님): "Professor" em corano. Pode ser usado como substantivo ou como honorífico.
[6] Olódùmarè: É o Ser Supremo na religião yorùbá e nas afrodescendentes, que vive numa dimensão paralela à nossa, conhecida como Òrun.
Nota: Devem ter reparado que "espanhol" está em itálico. Isso deve-se ao facto de "espanhol" não é uma língua, mas a Ziva não sabe, so... :v



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