5 anos depois..

  Desci do avião com cuidado carregando minha bagagem de mão e sorri para o sol que começava a nascer. Fui andando no aeroporto e retirei minha mala na área de desembarque. Apenas uma mala e mais a bagagem de mão vieram comigo, o resto já havia vindo tudo durante a semana.

   Sorri em expectativa ao pensar no que me aguardava e saí do aeroporto procurando meu pai e logo o encontrei parado ao lado do carro me procurando também. Acenei para ele e sorri mais ainda. Mesmo depois de tanto tempo eu havia conseguido. Eu estava de volta a Califórnia.

    Meu pai me abraçou e me ajudou a guardar as malas, nós havíamos nos visto essa semana quando vim em uma viagem rápida fazer a matrícula na Universidade Stanford e sorri com a lembrança de quando contei a minha mãe que eu iria vir para cá. Ela simplesmente enlouqueceu, mas eu era maior de idade e ela não poderia me proibir, ainda mais que dentre todas as faculdades em que eu fui aceita, a Stanford foi a que me ofereceu a bolsa mais generosa.

   Entramos no carro e meu pai acelerou e sorri novamente sentindo o calor que eu tanto sentia falta aquecer meu rosto.

— Feliz? – meu pai perguntou.

— Muito. Eu realmente senti falta daqui e de você pai. – falei entusiasmada.

— Eu também senti sua falta querida. – ele disse sorrindo para mim.

  Nesses anos meu pai e eu havíamos nos visto pouco, ele ia me visitar em datas importantes, mas assim como minha mãe havia dito eu não fui autorizada a vir visita-lo, uma regra que eu odiava. Reconheci a nossa rua assim que passamos em frente a antiga casa dos Cullen e dos Hale e meu entusiasmo acabou na mesma hora.

   Assim como havíamos prometido, tentamos manter o máximo de contato o possível, porém com o tempo foi ficando mais e mais difícil e não nos falamos há uns três anos. Eu perguntava deles para o meu pai, mas a última notícia que ele tinha, foi de que eles haviam se mudado há uns dois anos. Meu pai não sabia aonde eles estudavam então eu nem saberia como encontra-los.

   Meu pai estacionou do lado de fora da casa ao lado de outro carro. E eu o olhei para o meu pai com a sobrancelha arqueada.

— Por que você tem dois carros? – perguntei.

— Um é da empresa. Eles acham melhor trabalharmos com os carros deles. – ele falou tirando minha mala do carro. – Se você quiser usar o outro fique a vontade. – ele disse piscando em seguida.

— Sério? – perguntei animada.

— O carro fica parado mesmo. Agora vamos para dentro. – ele respondeu e foi para a frente da casa já abrindo a porta.

  Entrei na casa e me surpreendi sem lembrar o quão grande a casa era. Meu pai largou a minha mala na base das escadas e veio até mim.

— Tudo bem querida? – ele perguntou.

— Tudo ótimo pai, eu só não lembrava direito da casa. – eu sorri para ele.

— Bella. – Sue, a noiva do meu pai saiu da cozinha e veio até mim. – É tão bom te ver novamente meu amor. – ela sorriu e me abraçou.

— É bom ver você também Sue. – sorri de volta para ela.

   Sue e meu pai se conheciam há bastante tempo, porém só há dois anos eles começaram a sair, acho que grande parte disso foi por minha mãe ter casado com um colega de empresa apenas seis meses depois de conhece-lo. No começo nós brigamos um monte pela imaturidade da minha mãe, mas por fim aceitei que ela estava feliz.

   E agora era a vez do meu pai ser feliz também, e eu realmente gostava de Sue apesar de nos termos visto poucas vezes, dava para ver que os ela e meu pai se amam de verdade.

— Eu tenho que ir trabalhar. – meu pai falou olhando para o relógio que marcava 07hrs30min.- Se eu não sair agora eu irei me atrasar. – ele falou. – Você vem comigo? – ele perguntou para Sue.

— Vou sim. – ela respondeu. – Vou apenas pegar minha bolsa. – ela disse e saiu para a cozinha.

— Você ficará bem? – meu pai me perguntou.

— Vou sim pai, não se preocupe. Eu vou desfazer as malas e descansar, talvez mais tarde eu vá comprar algumas coisas que estão faltando. – eu respondi.

— Tudo bem. Sue deixou o café preparado para você, coma antes de arrumar seu quarto. – Sue voltou para a sala na hora que ele terminava de falar. – Até mais tarde querida. – ele beijou meu rosto e foi para a porta. – Ah, a chave do carro está ali na gaveta. – ele apontou para uma estante da sala.

— Okay. Tchau pai, tchau Sue. – me despedi dela quando ela veio me abraçar. – Vejo vocês mais tarde.

    Eles saíram me deixando sozinha. Meu pai trabalhava em uma grande empresa como contador e sempre estava trabalhando. Já Sue trabalhava em um restaurante perto da empresa do meu pai.

   Olhei ao redor pensando em o que eu deveria fazer primeiro e resolvi seguir o conselho do meu pai e fui tomar café que estava simplesmente delicioso. Depois de arrumar tudo subi para o meu quarto e fiquei completamente chocada quando abri a porta.

   Meu quarto estava totalmente diferente, ele continuava enorme igual eu me lembrava, porém a decoração estava diferente. De algum jeito meu pai e Sue acertaram em cheio nos meus gostos e eu estava apaixonada pelo meu quarto. Meu entusiasmo diminuiu um pouco quando eu vi as caixas e malas no chão.

    Depois de duas horas eu esvaziei a última mala no closet que meu pai havia feito para mim, notando que tinha bastante espaço sobrando. Quando terminei me joguei na cama e o cansaço da viagem me tomou e eu dormi rapidamente.

...

  Acordei e vi que já passava da uma da tarde me levantei e fui tomar um banho, colocando uma roupa básica para ir ao shopping perto da minha casa para comprar alguns itens para o meu quarto também para as aulas que começavam amanhã e aproveitar para almoçar alguma coisa.

   Peguei o carro e fui seguindo por onde eu achava que era o caminho, no início me perdi um pouco, mas rapidamente me lembrei do caminho e quinze minutos depois estava no estacionamento do shopping estacionando ao lado de um volvo prata. Entrei no shopping indo direto para a praça de alimentação, visto que meu estômago agora roncava alto.

   Comprei um lanche qualquer e comi rapidamente, doida para comprar as coisas e ir para casa, eu não era muito fã de shoppings. Assim que terminei fui a uma loja com itens para casa. Comprei algumas almofadas, uma luminária para a minha escrivaninha e uma roupa de cama que combinasse com a decoração do meu quarto.

   Saí da loja com três sacolas e fui em direção à papelaria que ficava na direção oposta a da loja. Caminhei um pouco e passei por um grupo barulhento com umas cinco pessoas, achava que tinha reconhecido algum deles, mas meu celular tocou e me virei para a bolsa para pegá-lo, era o meu pai.

— Oi pai. – falei.

— Oi querida, você está bem? – ele perguntou.

— Estou, eu vim no shopping comprar algumas coisas para o quarto. – falei.

— Tudo bem, eu chegarei em casa no início da noite e Sue terá a noite de folga hoje no restaurante, iremos jantar em algum lugar, tudo bem? – ele perguntou.

— Claro pai. – respondi chegando à papelaria.

— Tudo bem então, vou voltar para o meu trabalho, tenha uma boa tarde querida. – ele falou e desligou.

   Comprei o que precisava e fui para o carro guardando as sacolas e indo para a casa. Cheguei em casa na hora em que o relógio marcava três horas e ai que reparei em como as horas voaram enquanto eu estava lá.

    Guardei minhas compras no quarto, já colocando tudo em seu devido lugar. E quando terminei fiquei assistindo filmes até meu pai e a Sue chegarem, troquei de roupa e fomos jantar em um dos meus restaurantes preferidos daqui.

   Tivemos um jantar bem agradável e conversamos bastante. Voltamos para casa um pouco antes das dez e cai na cama assim que cheguei até ela, dando tempo apenas de programar meu celular para as 07hrs.

...

  Acordei com a música do despertador tocando pelo quarto. Desliguei o meu despertador e com dificuldade me levantei e fui tomar um banho. Coloquei uma roupa e fui arrumar meu cabelo e quando terminei passei uma leve maquiagem, não podia enganar ninguém eu estava mega ansiosa para o primeiro dia na faculdade. Arrumei minha bolsa colocando algumas coisas básicas e desci para o café.

— Bom dia Bella. – Sue falou. – Uau, você está linda.

— Bom dia Sue, obrigada – respondi sorrindo.

— Bom dia querida. – meu pai falou sentando em sua cadeira. – Muito ansiosa? – ele perguntou.

— Bastante. – respondi já pegando café para eu tomar.

— Você vai de carro? – ele perguntou.

— Acho que sim, eu vi que a faculdade tem um estacionamento grande. – respondi.

— E tem mesmo, e acho melhor você ir de carro, é mais seguro. – ele falou e eu apenas concordei.

   Terminamos de tomar café e enquanto meu pai e Sue iam para o carro para trabalhar, eu entrava no outro carro, pronta para meu primeiro dia na faculdade, sorri para mim mesma e liguei o carro fazendo o caminho que eu tinha já gravado na minha cabeça. Uns vinte minutos depois cheguei na faculdade notando que ela estava lotada de carros, estacionei na primeira vaga que encontrei e sai do carro indo para a secretaria onde eu tinha que entregar alguns documentos e pegar meu horário.

    Notei alguns olhares direcionados a mim, provavelmente veteranos avaliando as novas opções do semestre, cheguei à secretaria sem problemas e entrei sabendo que teria que esperar um pouco, pois a sala estava lotada. Depois de dez minutos fui chamada e entreguei meus documentos e esperei mais algum tempo até receber meu horário. Já estava pronta para sair quando escutei uma voz feminina falar.

— Ai meu Deus.  – instantaneamente me virei para a direção da voz.

    Olhei para as duas pessoas em minha frente e algo em minha mente me fez os reconhecer na hora, Alice e Jasper estavam em minha frente me olhando provavelmente com a mesma expressão com a qual eu os encarava.