Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 4
Sexta-feira, 18 de Dezembro, 18h00min


Notas iniciais do capítulo

Oiee
Eu de novo :)
Me pediram para postar mais, então, aqui está.
É curtinho esse, mas espero que mate a vontade.
Boa leitura



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Sexta-feira, 18 de Dezembro, 18h00min.

Aperto a alça da bolsa firmemente sobre o braço e tento andar o mais rápido possível. Espio por cima do ombro para ver se Alec continua a seguir-me e quando o encontro fitando-me intensamente, solto um suspiro.

Isso não pode estar acontecendo. 

Paro de caminhar quando estou apenas a cinco passos de casa e me viro para enfrentá-lo. O sorriso encantador estampado em seus lábios imediatamente cessa, assim que ele se depara com o olhar mortal estampado em meu rosto.

Ele se aproxima com passos cautelosos e ergue as mãos, como se estivesse rendendo-se.

— Muita calma, Caty. Eu...

— Primeiro: Não me chame de Caty. Eu não te conheço e não lhe dei essa liberdade. Você pode me chamar de Catherine, no entanto. – Eu instruo e o fulmino com o olhar em seguida – Segundo e mais importante: O que você está fazendo aqui?

Vejo o vislumbre de um sorriso cruzar o canto de seus lábios, mas ele o engole ao cruzar os braços na frente do peito largo.

— Nada demais. – Ele encolhe os ombros – Apenas dando uma volta.

— Você não poderia dar uma volta em outro lugar?

— Não.

Eu semicerro os olhos.

— Você é algum tipo de perseguidor?

— Na verdade, sou. Eu gosto de perseguir turistas. Eles ficam apavorados quando eu invado suas casas durante a noite. – Ele responde e por um momento penso que ele está zombando da minha cara, mas, basta apenas um olhar para o seu rosto sério para provar que estou errada. Ao notar meus olhos arregalados, Alec desfaz sua pose de sinistro e ri histericamente da expressão assustada em meu rosto. – Eu estava brincando. Você deveria ter visto a sua cara. Pareceu que estava diante de um terrorista ou algo assim.

Não posso evitar suspirar de alivio.

— Há, há, há. – Sorrio de um jeito falso – Muito engraçado. – Cruzo os braços – O que você está fazendo aqui?

— Já disse, eu estou apenas dando uma volta.

— Era suposto eu acreditar em você? – Eu reviro os olhos e lanço um olhar cético para ele em seguida – Que coincidência você decidir dar uma volta bem atrás da garota que conversou na praia, não é?

— Na verdade, é realmente uma coincidência que essa garota esteja parada bem em frente a minha casa, também.

Choque toma conta das minhas feições com sua declaração. Eu lanço o olhar para a casa toda fechada em que estou parada em frente e depois para o sorriso presunçoso no rosto de Alec.  

Não pode ser.

— Você mora aqui? – Pergunto incrédula, apontando para a bonita casa, cuja árvore no quintal Cassie estivera brincando mais cedo.

A casa ao lado da que estou hospedada neste final de semana.

— Sim.

— Nessa casa marrom?

— Sim.

—Tem certeza?

— Bom, é suposto eu saber em que casa eu moro, não? – Ele sorri e por mais que eu não queira acreditar em sua afirmação, vejo a verdade brilhar em seus olhos azuis.

— Ótimo. – Eu resmungo.

— Você não parece muito feliz ao saber que eu moro aqui.

— Você acha?  - Eu bufo e um sorriso divertido aparece nos lábios dele. Alec deposita as mãos nos bolsos de seu calção e dá alguns passos a frente para se aproximar de mim.

— Você é petulante, né?

Eu não recuo do desafio.

— E você é um pouco inconveniente, não é?

— Você sempre responde perguntas com outras perguntas?

— Por quê? É mais um costume seu fazer? Além de perturbar turistas com péssimas cantadas, é claro.

Alec semicerra os olhos com minha alfineta, mas não recua.

— Você tem algum problema com isso, Caty?

É minha vez de fulminá-lo com o olhar ao ouvir o modo com que ele pronunciou meu apelido. Finjo não me importar com a azaração dele, quando, na verdade, só o fato dele se dirigir a mim mais cedo na praia tenha me deixado desconfortável. Não estou acostumada com garotos vindo até mim, ainda mais da maneira audaciosa que ele fez.

— Por que eu teria motivo para isso?

Com um olhar de xeque-mate em meu rosto, arqueio as sobrancelhas quando ele fica em silencio e o desafio a continuar. Alec abre a boca para tentar soltar uma de suas respostas espertinhas, mas gagueja quando nada vem à mente.

— Há! – Eu aponto o dedo em sua cara e desdenho – Parece que eu ganhei. Eu pensei que você era melhor que isso, garanhão!

— Não fique tão animadinha. – Ele retruca com uma careta – Eu deixei você ganhar.

— É claro que você deixou. – Eu reviro os olhos.

Nós rimos, divertidos com nossa boba troca de palavras. Por um breve momento eu estranho esse fato, pois, há poucos minutos, eu estava a ponto de chutá-lo nas bolas e chamar a polícia ao pensar que ele estava me seguindo.

Quando nossas risadas por fim se extinguem, nós olhamos um para o outro. Seu olhar penetrante e azul me avalia, enquanto o silêncio se estende sobre nós como uma longa ponte. 

— Eu acho melhor eu ir para casa. – Eu desvio o olhar de seus hipnóticos olhos para o chão quando o desconforto me atinge. Silencio nunca foi um problema para mim. Eu nunca me importei quando conversava com as pessoas e, de repente, o silencio reinava sobre a conversa. Contudo, dessa vez, isso realmente me incomodou e a estranha necessidade de comentar alguma coisa para cortá-lo me fez agir.

— Onde você está hospedada? – Ele pergunta e eu penso em mentir, dizendo que estou morando do outro lado da cidade, bem distante dele. Contudo, o fato de a casa dele ser ao lado da que estou morando temporariamente impediu minha tentativa. Em algum momento ele iria descobrir a mentira mal contada e seria em vão até mesmo tentar enganá-lo agora, por isso, eu suspiro dramaticamente e aponto para a casa ao lado da sua.

— Bem ali.

Alec segue meu dedo e surpresa toma conta de seu rosto assim que ele vê a casa amarela ao lado da sua. Um sorriso surgiu em seus lábios rosados em seguida e ele cruzou os braços, com o olhar presunçoso de volta a seu rosto.

— Olha só. – Seu sorriso se alarga – Isso que é coincidência, em? – Ele me lança um olhar pensativo - Então, é por isso que você não estava muito feliz quando eu disse que morava aqui. Por que você está hospedada na casa ao lado.

— Surpresa. – Eu finjo um sorriso feliz – Que sorte a minha, em!

— Na verdade, a sorte é minha. 

Eu balanço a cabeça.

— Você vai lamentar isso em breve assim que ouvir eu e minha irmã brigando uma com a outra. – Eu faço uma careta ao me lembrar do atrito que Cassie e eu tivemos quando chegamos à casa de praia essa tarde. Aquilo foi apenas uma preliminar para nós - Vai por mim, não é nem um pouco silencioso.

Alec franze a testa.

— Obrigado pelo aviso, então.

— De nada.

Ele sorri e novamente o silencio reina, mas eu me apresso em cortá-lo antes que o desconforto tome conta mais uma vez.

— Agora eu já vou. – Eu sorrio levemente e dou meia volta a fim de me afastar. Porém, antes que eu possa ir muito longe, Alec agarra meu braço e seu aperto me faz virar o corpo para encará-lo.

Ele está com o rosto serio, mas posso ver um pouco de inquietude em sua expressão. Ele solta meu braço quando estou frente a frente com ele novamente e deposita suas mãos nos bolsos de seu calção.

— O que foi?

— Você vai fazer alguma coisa hoje à noite?

— Vou ler e dormir. – Eu o olho desconfiada – Por quê?

 - Por que meu amigo vai dar uma festa hoje e eu gostaria de saber se você quer ir comigo. – Um pouco de esperança passa por seus olhos bonitos - Vai um monte de gente. Meus amigos e turistas também estarão lá. É meio que uma festa aberta.  

Sua pergunta me pega totalmente desprevenida. Ele está me chamando para ir a uma festa? Com ele? Nós dois juntos? Eu nunca fui convidada para uma festa ou, muito menos, fui convidada para ir com um garoto antes e, por isso, não sei como reagir ao seu convite inesperado.

Meu circulo social nunca foi muito abrangente.

— B-Bom, e-eu não posso. – Eu gaguejo e vejo seu olhar cair um pouco. Dou um sorriso de desculpas e acrescento – E não sou o tipo de garota que vai a festas. Na verdade eu nunca vou a festas. Principalmente com desconhecidos – Percebo que estou divagando quando ele arqueia uma sobrancelha. Sinto vontade de engolir minhas palavras assim que elas saem. Devo parecer uma anormal por assumir nunca sair socialmente a lugares desse tipo. Contudo, eu dou de ombros ao ver que não passa da mais simples e triste verdade – Eu não curto muito.

Alec me encara por alguns segundos, mas, depois, balança a cabeça.

— Tudo bem. – Ele dá um meio sorriso decepcionado e se afasta alguns passos para trás – A gente se vê por ai, então, vizinha.

— Claro, vizinho. – Eu sorrio.

Observo Alec dar as costas e se afastar em direção a sua casa e eu faço o mesmo. Caminho pelo verde gramado do quintal e coloco as chaves na fechadura da porta de madeira, que raspa no chão ao ser aberta. Quando estou no silencioso hall de entrada, volto-me para a porta e encontro Alec me encarando de sua própria casa. Nos observamos por um breve momento, até que eu finalmente quebro a troca de olhares bato a porta fechada.

Com um suspiro, uma pergunta, de repente, invade meus pensamentos:

Deveria ter aceitado ir à festa com ele?

Definitivamente, não.  


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Notas finais do capítulo

Oiee
Então, meus amores, o que acharam?
Comentem que eu respondo com todo prazer. Favoritem que eu agradeço e muito. E esperem os próximos capítulos. Muitas coisas vão rolar e acho que vão curtir :)
Um beijo da tefy *3*



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