Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 3
Sexta-feira, 18 de dezembro, 17h30min.


Notas iniciais do capítulo

ola :)
Olhe quem voltou rapidinho heheeh
Enfim, nesse capitulo as coisas se animaram um pouco e vamos conhecer um novo personagem. Quem será? Só lendo para saber heheeheh
Então, boa leitura pra vcs :)
E peço desculpa por qualquer erro encontrado



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Sexta-feira, 18 de dezembro, 17h30min.

— Não vai entrar na água, Cat? – Papai pergunta e, muito relutantemente, ergo meu olhar de A Garota Que Esconde Um Segredo, da Sara Dessen, para olhá-lo.

Ele está deitado em uma cadeira de praia, usando apenas o seu calção florido e ridículo e com o peito nu brilhando. Suponho que ele deve ter acabo de dar um mergulho ou deve estar bem suado.

Eu aposto na primeira sugestão.

— A água está ótima, querida. – Mamãe comenta quando retorna do quiosque de alimentos com uma garrafinha de água em mãos. Ela toma um gole antes de sentar-se na cadeira ao lado do meu pai.

Eu realmente não entendo porque eles insistem tanto que eu nade.

— Não, não. Eu estou bem lendo aqui. – Respondo e abaixo o olhar para continuar minha leitura. Eu estava na parte mais interessante.

Mamãe solta um suspiro e ao espiar pelos meus óculos escuros, vejo-a ter uma conversa silenciosa com meu pai. Nem me dou o trabalho de tentar entender o que a troca de olhares significa, pois, com toda a certeza, é sobre meu comportamento antissocial.

— Qual é, Catherine? Você leu desde que saímos do restaurante. Dá um tempo, também. – Cassie reclama da cadeira ao meu outro lado e eu solto um suspiro cansado, mas continuo a ler. – A vida não é apenas ler o dia inteiro.

Por que todos tem que se incomodar com os meus hábitos? Eu não estou prejudicando ninguém. Eles deveriam dar graças a Deus que eu estou lendo e não nas ruas me prostituindo ou vendendo drogas.   

Isso que não é vida. Pelo menos, não para mim.

Mamãe se levanta da cadeira e junta às palmas das mãos.

— Tudo bem. Vamos dar uma volta. Juntos.

Eu arregalo os olhos e minha mente roda freneticamente em busca de uma saída.

Eu sorrio.

— É uma boa ideia, mamãe. – Meu sorriso murcha e uma falsa tristeza toma conta de minhas feições. Eu poderia ganhar um Oscar por boa interpretação. – Mas, infelizmente, Cassie disse que queria muito dar uma volta na praia com você porque ela tem grandes coisas para contar – Cassie dá um chute em minha perna e eu tenho que me esforçar para controlar o riso – Como ela queria contar essas coisas pra você, acho melhor dar esse momento às duas. Sabe, mãe e filha e coisa e tal. Além do mais, alguém precisa ficar e olhar as nossas coisas.

O rosto de minha mãe se ilumina de alegria. Ela ama quando lhe contamos as coisas de adolescentes. Antes que eu perceba, ela está puxando Cassie e papai pelo braço e os levando para dar uma volta. Papai me lança um sorrisinho antes de ser arrastado, indicando que, provavelmente, sabe que tudo que eu disse foi uma mentira deslavada, mas não comenta a respeito. Cassie, por outro lado, ao passar em torno da minha cadeira, me lança um olhar do tipo “acertamos isso mais tarde” e murmura um palavrão não tão apropriado para um ambiente familiar. Eu sorrio vitoriosamente e empurro os óculos de sol em meu rosto antes de voltar a ler meu livro.

Agora sim!

Finalmente paz e sossego. Ou era o que eu pensava, pois minutos após a saída dos meus pais e irmã, a cadeira ao meu lado é ocupada.

Solto um longo suspiro.

— Este lugar está ocupado. – Comento com a voz ríspida e sem desviar o olhar de minha leitura.

A pessoa ri. Uma risada rouca e divertida. 

— Agora está mesmo. – Responde uma voz levemente grave e masculina.

Era só o que me faltava.

— É sério. É melhor você sair antes que eles voltem.

— Aquela foi realmente uma boa jogada. – Ele comenta, ignorando totalmente meu pedido.

— A que se refere?

— A mentira que você contou para se livrar de seus pais.

— Eu não menti. – Eu minto tranquilamente e viro uma página do meu livro. Tento fazer o meu desinteresse na conversa bem óbvio, por mais que o fato de que ele estivera me observando não tenha passado despercebido. No entanto, ele não parece se importar e isso me frustra.  Concentração, mais uma vez, mostrou ser um desafio a partir do momento que este cara sentou-se ao meu lado. 

— Sim, você mentiu. – Ele diz – Vi isso em seu rosto.

Eu reviro os olhos.

— Não é como se você me conhecesse. – Respondo - Acabou de sentar-se ao meu lado e realmente acha que pode saber se eu menti ou não? Poupe-me de sua falha azaração.

Sinto o sorriso do garoto murchar com minha resposta dura e interiormente me dou pontos pela vitória. Talvez, agora, finalmente, ele possa dar o fora da cadeira e me deixar em paz, lendo. Caso a tática da má resposta não tenha funcionado, eu poderia simplesmente lançar meu livro em sua direção para que ele pare de me encher a paciência de vez.

Eu balanço a cabeça, descartando essa opção. Eu não poderia fazer isso com o meu precioso livro.

Após alguns segundos, eu realmente pensei que o tinha feito se mandar com minha resposta dura. Contudo, um olhar de relance para o lado me mostrou que eu estava enganada.

— Por que você não olha para mim? - Ele finalmente pergunta e eu suspiro frustrada.

Vou jogar eu seu joguinho e, talvez, daqui a cinco minutos, quando eu fingir ser uma vadia louca você dê o fora.

Fecho meu livro e o guardo em minha bolsa.

— O que você quer? – Pergunto e quando lanço o olhar em sua direção, tenho que controlar a boca para não cair aberta.

O cara ao meu lado é lindo! Seu cabelo é num tom castanho e seus olhos são do azul céu mais lindo que eu já vi. Usando apenas um calção de banho, ele exibe seu perfeito abdômen tonificado. A pele bronzeada e musculosa de seus braços só evidencia o fato de que ele deve morar na praia. Nenhum turista conseguiria um bronzeado desses.

Não consigo impedir meu olhar de viajar por seu corpo mais uma vez e, por mais que esteja de óculos escuros, infelizmente, ele percebe isso.

— Admirando? – Ele diz, fazendo-me sair do transi e erguer o olhar para seu rosto. Vejo um sorriso presunçoso em seus lábios que me faz praguejar e querer socar-me pela brecha que lancei – Por favor, não pare. Eu estava gostando.

Não perdendo a compostura ao ser flagrada olhando, lanço um sorriso da mesma altura.

— Sim, eu estava. – Respondo honestamente e o vejo arquear uma das sobrancelhas – Na verdade, eu estava tentando te ler. 

— E o que descobriu?

— Nada demais. Apenas que você mora por aqui.

Ele sorri.

— Bom. E foi o meu peito bronzeado que mostrou isso a você?

Sinto meu sangue ferve com sua provocação. Não apenas pelo o que ele disse, mas, por ser exatamente o fato de fitar sua pele bronzeada que me indicou ele morar na praia. Contudo, jamais admitirei que estivera observando seu perfeito abdômen. Notei que seu ego já faz isso o suficiente.

— Sabe o que eu também descobri? – Eu o encaro e cruzo os braços em sinal de desafio – Que você é bem ousado se sempre senta na cadeira de estranhos que poderiam socar a sua cara agora mesmo.

Ele franze as sobrancelhas e, por um breve momento, vejo a surpresa tomar conta de suas feições. Até eu fico surpresa com minhas palavras diretas e penso se foi realmente uma boa ideia dizê-las. Esse cara é visivelmente maior do que eu e poderia bloquear um soco facilmente. Porém, a gargalhada que escapa dos seus lábios em seguida, só me faz repensar esse último pensamento.

Não custa nada tentar.

— Você é sempre assim direta?

Eu arqueio a sobrancelha com a pergunta inesperada.

— Normalmente, não. Você sempre enche a paciência de turistas?

— Normalmente, não. – Ele lança de volta e inclina o corpo em sua cadeira, aproximando os lábios do meu ouvido. Sinto os pelinhos da minha nuca se arrepiarem, mas não recuo do desafio – Apenas quando a turista é linda. – Ele dá uma piscadela e um meio sorriso antes de se afastar.

Por mais que ele tenha me elogiado, tenho que reprimir a vontade de socá-lo. O cara é, notoriamente, um garanhão e conseguiu provocar uma reação estranha ao meu corpo. Nada que eu tenha gostado, no entanto.

Nos encaramos por longos segundos, até que uma voz fina interrompe o nosso joguinho de  quem é o primeiro a piscar.

— Quem é esse? - Cassie pergunta abertamente e se senta na cadeira ao meu outro lado.  

— Ele é um Idiot...

— Eu sou Alec. – O cara interrompe minha tentativa de dizer o seu verdadeiro nome e lança um sorriso maroto para minha irmã. Imediatamente sinto vontade de vomitar quando ela sorri de volta.

— Olá, Alec. – Cassie estende a mão, que Alec aperta – Eu sou Cassie, irmã da Caty.

Eu reprimo um gemido de frustração.

Droga, Cassie.  

Alec volta o olhar em minha direção assim que solta a mão de Cassie.  

— Então, esse é o seu nome. Por que não me disse?

— Você não perguntou.

— Se eu perguntasse você diria?

Eu dou de ombros.

— Não.

Alec sorri. Eu não entendo porque ele sorri tanto. Não me lembro de ser tão engraçada.

Sinto Cassie empurrar meu braço com o cotovelo, mas a ignoro e me levanto. Pego minha bolsa e a passo em um dos ombros, aproveitando a brecha do retorno de Cassie para poder ir embora.

— Tudo bem. Eu acho que já vou embora. Deu pra mim. – Olho para Cassie – Onde estão o papai e a mamãe?

— Eles estão no quiosque comprando algumas porções de camarão. – Ela responde – Por quê?

— Diga a eles que eu não me senti muito bem. Só quero ir para casa. – Isso não era tecnicamente uma mentira, pois eu não estava me sentindo bem desde que certa pessoa sentou-se ao meu lado. Não estou acostumada a receber atenção dos caras e essa situação me deixou um pouco desconfortável, principalmente o fato dele não ter recuado quando mostrei o meu desinteresse óbvio.

Direcionei o olhar para Alec e o flagrei encarando minhas pernas.

— Apreciando a vista? – Comentei e Alec finalmente desviou o olhar delas para encontrar o meu.

Ele sorriu maliciosamente.  

— Sim. É a melhor que eu já vi.

Eu bufei e girei em meus calcanhares antes que o desejo de socar a cara desse idiota me vencesse.

— Foi um prazer conhecê-la, Caty.

Eu parei de andar ao ouvi-lo me chamar pelo apelido e uma careta tomou conta das minhas feições. Apenas pessoas íntimas me chamam de Caty. Mas isso é tudo culpa de Cassie que nunca me apresenta como Catherine. Porém, eu estava preocupada demais em despachá-lo para corrigi-la quando ela disse.

 Forcei um falso sorriso em meu rosto antes de me virar.

— Digo o mesmo, Alec.

Alec me lança um sorriso e um aceno de mão. Cassie ri e a vejo sussurrar algo para ele, que logo a acompanha com um riso divertido. Alec ergue o olhar e me pega ainda parada no mesmo lugar o encarando. Ele leva a mão aos lábios e me lança um beijo.  Eu reviro os olhos e dou meia volta, me afastando.

Caminho em direção ao mar e deixo que a água fria cubra meus pés. Observo a beleza azul a minha frente e sorrio. Por mais que a viagem até aqui seja repetitiva, admirar o mar continua sendo uma bela visão. É incrível como o balanço suave das ondas traz uma sensação de calmaria ao corpo. Deixo que essa paz invada meus pensamentos sobre esta tarde, enquanto caminho entre a areia solta da praia e a água salgada.

O rosto de Alec aparece em minha mente e eu balanço a cabeça. Admito que fiquei admirada com a coragem e ousadia dele ao sentar-se na cadeira ao meu lado. Normalmente, não são muitos os garotos que conversam comigo. Eles e, até mesmo as garotas, costumam dizer que sou mal-humorada e sem graça apenas porque não faço as coisas que a maioria deles fazem como: namorar frequentemente, beber e ir a festas todo o fim de semana. Não é como se eu fosse convidada para isso, também, ou como se eu me importasse. Só porque acho mais interessante a vida literária do que a minha própria, sou a chata do colégio.

Balancei a cabeça novamente, deixando que o pensamento dos meus colegas de escola se esvaísse da minha mente. Estou aqui para, pelo menos, relaxar, e ficar pensando neles não é relaxar. Na verdade, é um tormento.

Assim que sai da praia, atravessei a avenida movimentada e caminhei na calcada, em direção a casa em que estamos hospedados. Quando por fim avisto a bonita residência de madeira, amarela, a sensação estranha de estar sendo observada me faz virar a cabeça para trás. Meu coração dá um pulo quando vejo Alec caminhando presunçosamente a poucos metros atrás de mim.  

Eu bufo. Ele realmente me seguiu até aqui?

Não. Mesmo.


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Notas finais do capítulo

Hi pessoal
Cade vcs amores? 0.0
Quero saber o que estão achando, então não deixem de comentar pelo menos um " continuaaaaaa " hehehehe
um beijo da Tefy e até próximo ;p
Espero que estejam gostando.



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