Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 15
Sábado, 19 de Dezembro, 12h45min.


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee, eu voltei
Sentiram saudade? E como passaram a semana, em? Bom, a minha semana, por mais que ninguém tenha perguntado, foi ótima. Com exceção de ontem que eu dormi no hospital. Fiz uma polissonografia e não foi muito bom. Eles falam "Podem dormir normalmente" Como alguém consegue dormir lotada de fios pelo corpo e com um tubo no nariz? Eu não consegui.
Em fim, vamos falar sobre o capítulo, já que é o que interessa, não é mesmo?
Cá trago a vcs mais um capítulo e espero que gostem. :)
Boa leitura e obrigado a vc que está lendo essa estória. ^^



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Sábado, 19 de Dezembro, 12h45min.

Utilizamos o carro como nosso meio de transporte até a trilha por ela estar localizada em uma área afastada da nossa residência atual e, após alguns minutos discutindo qual caminho iríamos percorrer a fim de chegar ao nosso destino, apenas o som abafado do rádio torna a circular pelo veículo. Aproveito o momento de silêncio para focar no livro em minhas mãos, mas, esse simples ato torna-se especialmente difícil quando noto o olhar intenso de Alec me observando.

— Tira uma foto que dura mais tempo. - Eu sussurro, assim que, finalmente, viro o rosto para encará-lo após um longo tempo.

Alec sorri, como se guardasse um segredo que não sei e, então, sussurra de volta, aproximando os lábios do meu ouvido:

— Não se preocupe. Eu já tirei. - Diz ele, com uma piscadela, assim que se afasta e penso estar brincando, mas logo recordo das muitas fotografias espalhadas pelo seu quarto e ligo os pontos. Uma careta toma conta do meu rosto.

— Espere, você tirou fotos...

— Eu acho que não chegarei na trilha a salvo. - Ele comenta em um tom baixo apenas para eu ouvir e mudando completamente de assunto. Eu apenas o encaro, confusa com sua declaração.

— Por que? Meu pai não está dirigindo tão rápido assim.

Alec faz um gesto com a cabeça em direção ao retrovisor e, seguindo seu movimento, me deparo com os olhos frios do meu pai nos observando cuidadosamente por ele. Quero dizer, observando Alec cuidadosamente. Assim que nosso olhar se encontra no espelho, eu sorrio tranquilamente e meu pai retribui da mesma maneira, mas não se preocupa em ser pego em flagrante, pois apenas encolhe os ombros, enquanto continua a dirigir pela rua pedregosa, cheia de árvores e mato ao redor.

— Se seu pai continuar me encarando assim, não sei se vou sobreviver até lá. - Alec brinca, ainda em um tom baixo ao meu lado e ele sorri quando lhe dou um tapa de leve no ombro.

— Ele acha que você vai nos roubar a qualquer momento e depois nos matar e nos jogar em algum buraco na trilha. - Conto com a voz num sussurro e Alec arregala os olhos, fazendo-me rir com a careta em seu rosto.

— Por que ele pensaria isso?

Eu paro e penso cuidadosamente em minhas próximas palavras.

— Nem todas as pessoas são boas nessa vida Alec. - Respondo e vejo o olhar desconfiado que ele lança para mim e eu suspiro - Ou eu talvez sugeri que você fosse um agente da máfia Irlandesa e nos mataria hoje.- Encolho os ombros, fingindo inocência - Acho que ele levou isso a sério demais. - Eu aproximo o polegar e o dedo indicador um do outro a fim de mostrar o meu ponto e vejo que Alec fica um pouco tenso com minhas palavras.

Ótimo. Era exatamente isso que eu queria. Afaste-o, Caty.

Escuto-o engolir em seco, mas logo um sorriso cruza o seu rosto.

— Primeiro: Se eu fosse da máfia por que eu iria atrás de turistas? A menos que vocês sejam golpistas, eu acho que o último lugar que eu estaria seria aqui - Ele responde em um tom divertido - E segundo: Por que você diria isso a eles?

— Nem tudo vale a pena o esforço, Alec. - Eu digo de uma maneira indireta e por mais que essa frase não faça muito sentido, sei que Alec entende plenamente o que insinuei, pois a compreensão fica evidente em seu rosto e seu sorriso é substituído por um semblante sério.

— Você tem razão. - Ele diz, ainda em voz baixa e me surpreendendo ao concordar com minhas palavras - Mas, há sempre acontecimentos e pessoas durante a vida em que vale a pena qualquer esforço. - Ele diz, encarando-me seriamente e por mais que tenha vontade de encará-lo de volta, eu desvio o olhar.

O que ele quis dizer com isso? Não seja boba, Caty. Você entendeu muito bem o que ele insinuou, minha consciência acusa e eu tento argumentar com ela.

Sim, é apenas um pouco inacreditável para mim.

Permanecemos em silêncio por alguns minutos e o ar entre nós fica estranhamente pesado, então, eu finjo ler atentamente uma frase do livro em meu colo, quando, na verdade, estou pensando nas palavras de Alec.

— Então... - Cassie pronuncia, após estranhos minutos de silêncio de sua parte, interrompendo meus devaneios. Pelo seu tom de voz posso dizer que nada de bom está por vir - Como você passou a noite, Alec? - Ela pergunta sugestivamente e alto o suficiente para todos no carro ouvirem, principalmente meus pais.

Eu abaixo o livro e ergo a cabeça em sua direção, arregalando os olhos, pois sei exatamente a onde ela quer chegar com essa pergunta.

Oh, não.

Alec também percebe a insinuação e para minha surpresa ele sorri de um jeito satisfeito e estica suas longas pernas antes de responder.

— Foi a melhor noite que já tive. - Ele responde com o olhar pairando sobre mim e meu interior se agita estranhamente, mas procuro não corresponder ao seu olhar, pois agora estou ocupada demais tentando matar minha irmã com ele.

— Que bom. - Ela sorri maliciosamente e olha para mim antes de continuar - A Caty me disse que você foi para uma festa? Como foi? Algo interessante?

— Foi muito bom. Conheci uma garota lá. - Ele diz e mesmo que de maneira leve, não posso deixar de demonstrar surpresa e acredito que uma pontinha de decepção com sua declaração. Não me lembro de tê-lo visto com uma outra garota além de mim na festa, fora que ele não me conheceu lá, me conheceu na praia. Deve ter sido antes de eu chegar.

— Os jovens e suas festas. - Escuto meu pai murmurar, mas Alec finge não ter escutado, assim como eu, que compareci nessa tal festa as escondidas. Vejo quando minha mãe dar um tapa no braço do meu pai como alerta e ele faz uma cara de inocente, mas não comenta mais nada e procura se concentrar na estrada.

— É mesmo? Como ela era? - Cassie pergunta, mas ela não parece tão surpresa quanto eu.

— Bom, ela era linda. Nunca vi alguém igual. - Conta ele e não posso deixar de ficar inquieta no assento, mas finjo não me importar quando ele começa a contar sobre a garota - Tinha longos cabelos castanhos e a pele clara e estava um pouco chateada quando me deu, sem querer, eu acho, uma portada no rosto quando fui ao banheiro, por mais que escondesse sua chateação numa pose de durona. - Ele diz e vejo Cassie gargalhar alto, assim como minha mãe no banco da frente. Até mesmo meu pai dá uma risadinha, enquanto eu, nada consigo fazer além de encará-lo.

Ele estava falando de mim. Ele percebeu minha chateação. Ele me acha bonita. Ok, isso não é nada. As pessoas podem achar outras bonitas sem ter um real interesse nelas. Nada demais.

— Ela te deu uma portada? - Cassie diz entre risos e olhando incrédula para mim e eu apenas encolho os ombros, indiferente.

Alec assente.

— Sim. Descobri que ela é mais determinada do que aparenta. - Diz olhando-me diretamente nos olhos.

— Essa garota parece ser muito legal. - comento fingindo indiferença e Alec sorri para mim.

— A melhor que eu conheci. - Ele diz com os olhos brilhando de um jeito estranho e eu rapidamente desvio o olhar para a janela. Ele não vai conseguir me fazer entrar no seu joguinho.

— Eu imagino que seja mesmo. - Cassie comenta, após alguns minutos de riso incontrolável - E você Caty? Como passou a noite? - Ela pergunta e sei exatamente qual é sua intenção com essa pergunta, aparentemente inocente.

— Foi boa, Cassie. - Eu a fito com o olhar e posso sentir Alec ao meu lado me analisando - Dormi como em qualquer outro dia.

— Acho que você fez tudo menos dormir, Caty. - Ela murmura maliciosamente e no mesmo segundo eu arregalo os olhos.

Ela não disse isso aqui dentro. Não na frente dos meus pais. Não na frente de Alec, que agora me encara surpreso e um pouco confuso.

Agora lascou.

— Como assim querida? - Minha mãe pergunta, assumindo seu conhecido tom preocupado - Não conseguiu dormir, por quê?

Eu olho para os lados tentando pensar em uma resposta e vejo Cassie soltar uma risadinha, antes de pegar seu celular, que apitou indicando receber uma mensagem, do bolso do short. Sinto uma vontade súbita de soltar o cinto de segurança e esganá-la aqui mesmo por sua inconveniência, mas, com muito esforço, consigo controlar meus impulsos.

— Eu... Eu... tive uns pesadelos durante a noite, sabe e por isso eu fiquei um pouco perturbada.

Ouço Cassie rir levemente do outro lado do carro, mas procuro ignorá-la.

— E que pesadelo foi esse que não te deixou dormir? - Mamãe pergunta e eu choramingo internamente por que nunca dei tantas desculpas esfarrapadas em minha vida.

— Ah, não foi nada demais. Não se preocupe, já passou. - Respondo encolhendo os ombros e fingindo desdém, esperando seriamente que essa resposta seja suficiente. Minha mãe me encara do banco da frente e mais uma vez seu olhar avaliador entra em ação, julgando minha resposta não muito convincente.

— Hum. Que bom que passou. Mas você me fale da próxima vez que isso acontecer. - Minha mãe murmura, antes de voltar o olhar para a estrada a sua frente e eu suspiro aliviada.

— O melhor pesadelo da vida dela. - Escuto Cassie sussurrar e por sorte meus pais não esboçam nenhuma reação sobre o que ela disse por, provavelmente, não terem escutado. Alec, por outro lado, tem uma bela expressão confusa em seu rosto.

Penso em jogar o livro no rosto da minha querida irmã, mas deixo por isso mesmo. Vou procurar outra maneira de deixar as coisas acertadas entre nós. Porém, aparentemente, Alec não planeja colaborar comigo.

— Do que ela está falando? - Ele pergunta em um tom baixo o suficiente para meus pais não ouvirem do banco da frente, por mais que os dois estejam conversando atentamente entre si.

Antes que eu possa inventar uma desculpa, Cassie me corta.

— Ora, ora, como assim? - Cassie diz um pouco confusa e passa a sussurra as próximas palavras - Caty me disse que ontem vocês dois...

— Chegamos. - Anuncia meu pai, assim que adentramos em uma estrada lotada de matos e longas árvores ao nosso redor e nunca fiquei tão grata por uma interrupção em minha vida.

Obrigado, pai. Agradeço mentalmente.

Deixando completamente de lado o assunto a ser discutido anteriormente, um sorriso empolgado assume o rosto de Cassie e eu realmente não entendo o por que de toda essa animação.

Com certeza não é pelas árvores ou caminhar entre elas por mais de duas horas, acredito.

Alec fica esperando Cassie continuar sua explicação, mas quando nota que ela não fará isso, ele direciona o olhar para mim e eu finjo não notar a questão pendente em seus olhos azuis.

Não tem uma explicação racional para isso.

Assim que o carro é estacionado, desço rapidamente do veículo e Alec me segue, a poucos passos de distância e sinto seu olhar queimando em minhas costas, por mais que não posso vê-lo.

Todos nós caminhamos em meio ao mato alto que nos cerca, em direção a uma residência vermelha e noto que não é somente nós que optamos por fazer trilha hoje. Há também algumas famílias e casais solteiros, reunidos em volta de dois homens. Creio que aproximadamente umas 15 pessoas estão presente no local, contando com duas pequenas crianças e, assim que nos aproximamos, observamos um homem moreno de porte atlético e com o nome GUARDA escrito no uniforme, dar a seguinte explicação:

— Vamos entregar a vocês o mapa da região em que farão a trilha. Há várias espalhadas e vocês podem escolher qualquer uma.

O jovem homem de cabelos escuros e boa aparência atrás dele, com um semblante sério e entediado, porém extremamente familiar, começa a entregar a cada um de nós um mapa detalhado do local e noto a maneira com que ele e minha irmã se entreolham, além do leve roçar de dedos que os dois trocam quando ele lhe entrega o dela.

Estranho.

— Todas as trilhas são identificadas pelo caminho com uma bandeirinha vermelha, por isso, é só a seguirem que estarão indo bem. - O guarda continua - Há várias cachoeiras espalhadas, como mostra o mapa, fiquem a vontade para visitar a que quiserem, menos as que tiveram com uma bandeira amarela na frente. Essas são perigosas. Procurem sempre seguir essas demarcações a fim de não ocorrer maiores problemas durante o percurso. - Ele instrui e logo sorri - Bom, é apenas isso. E para tornar as coisas mais divertidas, vamos dividir vocês em duplas.

Assim, o guarda separa a todos em duplas e quando começa a dividir minha família, coloca meu pai e mãe juntos, porém, em vez de eu ter como dupla, Cassie, o moreno coloca a mim e Alec, que está ao meu lado, sorrindo satisfeito, juntos.

— Opa! - Minha irmã exclama rapidamente e ergue a mão - Parece que eu estou sobrando.

O guarda estava pronto para dizer alguma coisa, mas foi interrompido, quando o homem ao seu lado o cutucou e sussurrou algo para ele, que um pouco relutante assentiu.

— Tudo bem. - Ele olha para minha irmã - Você pode ir com o Chad. Se não tiver problema.

Chad.

Sabia que o conhecia de algum lugar. Foi o cúmplice da minha irmã e a mente brilhante que teve a ideia de me ligar na madrugada, dizendo que Cassie estava desmaiada, quando, na realidade, estava se esfregando nele.

Cassie o encara, nem um pouco surpresa com seu companheiro de trilha, mas procura disfarçar.

— Sem problemas para mim. - Ela diz com falso desdém e o guarda assente, voltando sua atenção as outra pessoas, enquanto seu amigo sorri maliciosamente para ela.

Agora está explicado o por quê de sua animação em fazer trilha.

Escuto meu pai chamar meu nome, então me viro e o vejo, junto com minha mãe, pronto para iniciar a trilha. Nem percebi que tinham se afastado. Parecem estar bem empolgados mesmo. Caminho até onde estão, deixando Alec sozinho em frente a residência vermelha. Assim que próxima a eles, meu pai passa o braço protetoramente ao redor do meu pescoço.

— Você vai ficar bem com ele? - Pergunta com a voz levemente preocupada e encarando Alec, que noto estar cumprimentando Chad.

Eu reviro os olhos assim como minha mãe. Meu pai age como se eu ainda fosse sua menininha indefesa de nove anos. Mal sabe ele que sua filha deu um chute nas jóias preciosas de um homem noite passada.

— Ela vai ficar bem, Will. - Mamãe garante - Já lhe disse que ele não vai matar ninguém.

Meu pai assente meio a contragosto e eu sorrio.

— Vou ficar legal pai. Alec não vai fazer nada e se fizer eu dou nele um dos golpes que aprendi na aula de boxe. - Falo e meu pai sorri e beija minha testa, enquanto minha mãe faz uma careta.

— Essa é minha garota. - Ele diz, então se despede de mim e logo depois de Cassie e rapidamente some ao adentrar em um dos caminhos, com minha mãe tagarelando ao seu encalço.

A sua preocupação era mais comigo e meu par, do que com Cassie e seu companheiro. As pessoas acham que só por que usam uma farda é de confiança.

Eu reviro os olhos para esse pensamento e volto para o lugar onde deixei Alec e o vejo, de longe, sorrir brilhantemente e uma expressão divertida tomar conta do seu rosto, enquanto Cassie o encara um pouco confusa. Assim que me aproximo o seu riso logo cessa.

— O que foi? - Pergunto cruzando os braços e os dois se entreolham, mas não respondem - Quer saber? Tanto faz. Vamos. - Eu chamo entediada e Alec assente e começa a seguir-me pelo caminho pedregoso e cheio de mato alto. Antes que possamos desaparecer dentro da trilha escolhida por mim, ouço Cassie gritar:

— A floresta pode ser um lugar muito interessante, Caty. Tente deixar. - Aconselha ela em um tom malicioso e eu apenas reviro os olhos, não me dando ao trabalho de me virar para encará-la.

Mal sabia eu que essa declaração poderia ser verdade.


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Notas finais do capítulo

Bem gente, por hj foi só. Sei que foi sem muitas emoções esse capítulo :/
Sorry. Mas ao meu ver era necessário.
Mas no próximo, Caty e Alec estarão sozinhos, em? Hahahahha. Pode ser interessante isso.
Em fim, por favor comente o que está gostando na estória e não esqueça de favoritar ou recomendar. Ajuda muito.
Só mais uma coisinha. Recentemente postei uma oneshot. Ela é curtinha e se quiser lê-la deixarei o link aqui em baixo. Esta muito lindo e é muito especial para mim.
https://fanfiction.com.br/historia/686480/A_Noiva/

Bjs pessoal e vejo vcs na outra fic. Espero, pelo menos



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