Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 16
Sábado, 19 de Dezembro, 14h00min.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, pessoal.
Sei que ainda é cedo e que a maioria das pessoas não se encontra no Nyah essa hora, mas é o único tempo que tenho para vir postar capitulo para vcs. :/
Em fim, tomara que gostem do capítulo dessa semana. Ele é mais curto do que os que postei anteriormente, mas eu espero ser satisfatório.
Nos vemos nas notas finais :)
Um beijo e um queijo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/680963/chapter/16

Sábado, 19 de Dezembro, 14h00min.

Caminhamos em meio as gigantescas árvores que nos rodeavam, com apenas o leve piar dos pássaros ecoando entre o repleto verde que nos cercava e a brisa fresca que circulava. Fico perdida em meu próprio mundo, enquanto caminho pela trilha irregular e sequer presto atenção em Alec atrás de mim. Ou procuro me esforçar para não prestar atenção nele e, por incrível que pareça, isso é muito difícil, principalmente quando sinto seu olhar queimando em minhas costas. No entanto, após muito andar e escalar, por longos minutos em silêncio, percebo o som de um click logo atrás de mim e não lutando contra a vontade de me virar, vejo Alec a poucos passos de distância, com uma câmera na mão.

— A quanto tempo você está com essa câmera? - Pergunto com a voz calma tentando ocultar minha curiosidade e Alec sorri de canto ao abaixar sua máquina profissional e me encarar.

— Eu sempre estou com minha câmera.

— Não, não está. - Eu balanço a cabeça em negativa - Eu não me lembro de tê-lo visto com uma câmera desde o momento em que nos conhecemos.

Alec sorri e então ergue sua câmera tirando uma foto minha e eu reviro os olhos, em seguida.

— Só por que você não me viu com ela, não significa que eu não estava com ela. - Ele diz e eu só faço encolher os ombros fingindo não me importar menos com isso.

Dou as costas para Alec, pronta para subir o pequeno barranco a minha frente e ouço o click de sua máquina por mais duas vezes e eu realmente não entendo o porquê de tantas fotos se tudo aqui é igual.

— Para que tirar tantas fotos? - Eu questiono, me virando novamente para encará-lo - Aqui só tem árvores. Todas iguais. Todas com tronco e folhas, então, para que tirar fotos do que é igual?

Alec sorri, porém não responde minha pergunta de imediato, pois está concentrado demais em observar com reverência as repetitivas árvores que nos rodeiam.

— Oh, elas não são iguais. - Diz ele e então arranca um pequeno galho de árvore ao seu lado, com algumas folhas nele e caminha até onde estou - Se você olhar de longe parecem iguais, mas, se você olhar de perto. - Ele eleva a folha na altura dos meus olhos - Vai ver como são diferentes. Sua estrutura, suas raízes, até mesmo o tom de verde que a pinta é diferente.

Eu pego o galho de sua mão e, ao examinar atentamente a folha, noto realmente que ela é diferente das outras que nos cercam. Ela é mais pontuda e também um pouco maior. Não deixo que um sorriso admirado escape dos meus lábios com sua observação inteligente.

— Além disso, algumas árvores tem flores. - Comenta ele e eu sorrio desdenhosamente.

— Não me diga, Sherlock. - Brinco e Alec sorri divertido dando mais alguns passos a frente, ficando assim a distância de um dois centímetros do meu corpo. Tento controlar a leve acelerada que meu coração deu com proximidade focando no galho em minhas mãos.

— Alem de tudo isso, então, Caty. - Ele diz recobrando minha atenção e quando desvio o olhar da planta, ele novamente tira uma foto minha com sua câmera - Não há só árvores para fotografar aqui.

Ele sorri antes de dar alguns passos para trás e eu apenas reviro os olhos e dou meia volta para tentar subir o barranco lamacento a minha frente.

— Então - Alec começa, sua voz soando logo atrás de mim, mas não procuro me virar, pois estou concentrada demais em descobrir como subirei esse ingrime terreno. - Você vai ficar me ignorando o tempo inteiro?

Eu faço um barulho com a boca, fingindo não saber do que ele está falando.

— Eu não estou te ignorando. Acabei de falar com você.

— Ah, você está sim. Mal olha nos meus olhos desde de manhã. - Ele observa, mas eu não respondo, pois não sei como explicar o fato de eu estar ignorando-o porque ele causa sensações estranhas em meu corpo. O silêncio as vezes é a melhor reposta.

Mas não no caso de Alec, claro.

— Viu só. Está me ignorando agora por não responder minha pergunta sobre estar me ignorando - Escuto ele dizer e eu suspiro.

— Eu só não quero conversar. Só isso.

— Mentira.

— Perdão? - Eu exclamo cruzando os braços e me virando para encará-lo novamente. Eu tento falar com a voz mais convincente que consigo - Eu não estou mentindo.

— Sim, você está mentindo. - Ele afirma e então dá alguns passos a frente, avaliando-me cuidadosamente. Sinto como se ele visse através de mim e isso me assusta. Tento recuar, mas o barranco atrás de mim impede isso de acontecer e acabo permanecendo no mesmo lugar. Alec sorri. - Você está mentindo. Não é por isso que está me ignorando. Você está me evitando propositalmente e acho que sei o por quê.

Ele dá mais um passo a frente e nosso peito se encosta um no outro. Um arrepio passa pelo meu corpo quando noto nossos lábios a pouca distância um do outro. Uma outra Caty com certeza fecharia esse espaço e o beijaria até ficar sem fôlego. Mas essa Caty, não. Não posso dizer que isso e fácil, no entanto, mas sei que se eu beijá-lo vou estar arruinada. Nós estamos tão próximos agora que posso sentir sua respiração em meus lábios e eu tenho que me lembrar, mais uma vez, por que beijá-lo não é uma boa ideia.

Você não faz isso, Caty.

Não pode beijá-lo.

Você vai embora amanhã.

Isso é perda de tempo.

— Você não gosta de como eu faço você se sentir.

Eu balanço a cabeça, negando é claro. Jamais admitiria a ele que é exatamente por isso.

— Não. - Replico, encarando-o e aponto um dedo para seu peito - Eu não gosto de você.

Alec sorri.

— Eu não disse que você gostava. - Responde ele, ainda com um sorriso patético em seu rosto. Eu semicerro os olhos e bufo.

Droga! Ele me pegou agora e eu odeio isso.

Dou as costas para eles em responder, irritada por ter conseguido me deixar sem palavras e imediatamente começo a subir o barranco, apoiando minhas mãos nas árvores inclinadas, a fim de colocar um espaço entre mim e o rosto bonito de Alec. Escuto ele rir e apenas lhe mostro o dedo do meio, sem me virar para encará-lo. Sua risada aumenta mais ainda com meu gesto, no entanto.

— Acho melhor você não fazer isso. - Ele diz, sua voz agora assumindo um tom sério, o que eu estranho.

— Fazer o que? - Pergunto agora virando o rosto em sua direção.

Alec permanece no mesmo lugar em que o deixei, uns bons metros abaixo de mim e ele aponta para uma parte do barranco em que eu estava prestes a colocar meu pé.

— Se eu fosse você eu não colocaria o pé ali. O terreno esta muito íngreme. Você pode cair. - Ele aconselha e eu bufo.

— Desde de quando você sabe tudo sobre trilhas? - Arqueio as sobrancelhas encarando-o de longe.

— Mais do que você, acredito. - Responde ele e eu reviro os olhos.

Eu definitivamente não gosto das pessoas me mandando o que fazer e, ignorando seu conselho, piso exatamente a onde ele disse que eu não deveria e lanço um sorriso convencido em sua direção ao ver que nada aconteceu. Alec franze os lábios, fingindo estar impressionado e faz um gesto com a mão me incentivando a continuar. Ele cruza os braços em seguida, me observando.

Alec não sabe de nada.

No entanto, no momento em que solto meu peso sobre o pé esquerdo e avanço com o direito, o terreno cede e eu dou um grito estrangulado quando caio de costas e começo a escorregar morro abaixo. Ralo meus pés e braços durante a descida e uma careta de dor toma conta do meu rosto. Quando prestes a bater com tudo no chão plano, Alec me agarra pelo braço, segurando-me e impedindo assim um possível ferimento em minha cabeça, porém eu ainda caio levemente no chão, com ele por cima de mim.

Estou de costas na terra lamacenta agora e permaneço com os olhos fechados por um longo tempo, tomando de longas respirações. Sinto a cabeça de Alec pressionada contra meu peito e seu corpo em cima do meu, mas ainda não tenho coragem de abrir os olhos.

Não deverei tê-lo ignorado tanto assim. Pelo menos ele tem bons conselhos.

Deus, que vergonha!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá de novo.
Então, meus xuxus, Alec conversando com ela e explicando sobre as árvores...
Virão, só? Alec também é cultura, minha gente. Hsushsushssh
Então, por favor comentem o que acharam do capítulo. Recomende ao amigos. Favorite a história. Façam o que quiser :)
E nos vemos no próximo capítulo, que já adianto a vcs: O clima vai subir um pouco entre Alec e Caty. (Aquela carinha)
Um beijo da Tefy :3