Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 14
Sábado, 19 de Dezembro, 12h20min.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoal :)
Como passaram o feriado? (pergunta atrasada, minha querida autora shsushsh) Muitas atividades? Me contem ^^
Tiveram tempo de sentir minha falta? Hehe
Eu demorei um pouquinho pq esse capítulo foi um pouco lerdo para finalizar, mas aqui está. Ele está compridinho, então, espero que aproveitem.
Um beijo e boa leitura :3



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Sábado, 19 de Dezembro, 12h20min.

A primeira coisa que faço, assim que adentro a casa, é ir em direção ao banheiro para tomar um refrescante banho. Após tudo o que aconteceu na festa, meu corpo cheira a vomito e bebida e é realmente um milagre minha mãe não ter percebido o odor forte que exalo.

Sorte, eu acho.

Retiro minhas roupas, deixando-as espalhadas pelo banheiro e logo a água morna do chuveiro entra em contato com minha pele, fazendo-me suspirar de satisfação.

Não existe coisa mais relaxante do que tomar um bom banho morno. Além de ele aliviar a dor persistente que sinto na cabeça, causada pelo excesso de bebida, ele também ameniza um pouco da vergonha que sofri noite passada, levando-a consigo ralo a baixo. Eu deveria, pelo menos, ter pegado leve na bebida por ser minha primeira vez, como Alec bem disse, mas, não, eu tinha que mostrar o quanto "curtição" eu sou e, agora, tenho que ir fazer trilha quando, na verdade, tudo que mais quero é dormir. Deixando de fora a parte em que terei que aguentar Alec durante esse passeio e todas as sensações confusas e contraditórias que ele está começando a provocar em meu ser, mas que estou determinada a combater.

Não vou permitir isso.

Com uma nova determinação em mente, começo a ensaboar todo o meu corpo e o enxáguo logo em seguida. No entanto, no meio desse processo, assusto-me quando a porta é aberta bruscamente e minha irmã entra, um pouco eufórica, por ela.

— Cassie! - Eu grito e desesperadamente pego a toalha pendurada no gancho ao lado do chuveiro a fim de cobrir-me. - Sai daqui!

Cassie me observa com o olhar brilhante e, ignorando minha ordem, ela senta na tampa abaixada do vaso.

— Quero saber de tudo! - Cassie pede e animadamente bate palmas. Ela não estaria tão ansiosa assim se soubesse que nada aconteceu ontem a noite com Alec. Espere, por que estou pensando nisso como se fosse uma pena, ou algo ruim?

É algo bom, sim, nada ter acontecido, não é?

Eu solto um grunhido de frustração por meus estranhos pensamentos e irritada com a perturbação da minha irmã.

— Sai! - Eu ordeno com a voz elevada, gesticulando a saída com uma das mãos - Eu estou tomando banho. Ou pelo menos tentando.

— Não. - Ela réplica, batendo o pé no chão, indignada - Você precisa me contar tudo. Como foi dormir na casa do Alec, em? O que fizeram? - Pergunta com a voz maliciosa e um sorriso sugestivo.

— Cassie. - Eu choramingo, mas minha irmã não se dá por convencida.

— Não vou embora até você me contar todos os detalhes interessantes. - Ela diz e cruza os braços determinada, fazendo-me grunhir novamente em frustração por sua infantilidade.

Eu deveria ter imaginado que isso aconteceria quando lhe contei onde passei a noite, mas, no momento, só quero terminar meu banho em paz, porém, como conheço bem minha irmã, sei que ela não deixará esse assunto para trás enquanto eu não lhe der uma resposta satisfatória, por isso, faço meu melhor em desempenhar uma boa atuação.

— Foi muito bom. - Digo, ganhando o sorriso de incentivo de Cassie e, então, eu começo a sussurrar as próximas palavras como se fossem um segredo. - Ele me carregou no colo até sua cama, cobrindo meu corpo com o seu sólido abdômen e, então, começou a distribuir beijos intensos em minha boca e pescoço - Eu tiro uma das mãos da toalha e levo até o meu pescoço e vejo o olhar de Cassie seguir atentamente o meu movimento - E começou a descer cada vez mais, arrepiando todos os pelinhos da minha pele com seus lábios macios e sedosos, que me davam uma onda de excitação a cada toque. Ele me beijava como se eu fosse a pessoa mais preciosa que ele já conheceu, enquanto eu acariciava suas costas firmes. Alec foi acariciando meu corpo com sua mão, como se o estivesse mapeando e guardando todos detalhes e depois... - Eu paro de falar e vejo o olhar da Cassie brilhando em expectativa para que eu continue, mas, como não faço isso, ela cruza os braços.

— Continua! Quero saber mais. - Ela exclama impaciente e eu balanço a cabeça.

— Não. - Eu falo indiferente, só para torturá-la mais - Eu preciso terminar de tomar banho. Um dia eu termino de contar.

Cassie bufa e ergue os braços para cima, antes de deixá-lo a cair.

— Você só pode estar brincando comigo, né? Continue tomando banho, só não pare de contar o resto do que aconteceu. - Ela pede e eu lanço a ela um olhar estranho, fazendo uma careta.

— Não.

Cassie revira os olhos.

— Minha filha, eu tenho tudo o que você tem aí em baixo. Não precisa ser nenhum bicho do mato por causa disso. - Ela diz dando de ombros.

— Só por que você tem a mesma coisa que eu, não quer dizer que precisa ver o que é meu aqui dentro. - Replico indignada e apertando a toalha um pouco mais em volta do corpo.

Cassie só faz cruzar os braços e me encarar.

— Tanto faz. - Ela diz, porém, não faz nenhum movimento indicando que vá sair do banheiro e eu reviro os olhos.

Ter irmãos as vezes é insuportável, mas no caso da Cassie isso é sempre. Então, como vingança pela noite passada e por estar cansada desse joguinho idiota, alem de querer terminar meu banho em paz, eu rapidamente pego o chuveirinho e o ligo, acertando em cheio água no rosto maquiado de Cassie, molhando-a inteira.

— Sua filha da mãe! - Ela exclama em espanto, levantando-se rapidamente e passando a mão pelo rosto e roupa agora encharcados - Eu acabei de fazer minha maquiagem e essa roupa é nova, sabia?

Eu dou de ombros e desato a rir com sua cara de indignação. Pego o chuveirinho, mais uma vez apontando para seu rosto e Cassie semicerra os olhos para mim em desafio.

— Você não ousaria. - Ela duvida inclinando a cabeça para o lado e eu arqueio as sobrancelhas.

Que vergonha, Cassie, pensei que me conhecesse melhor. Uma pena.

— Quer apostar?

Então, eu imediatamente ligo o chuveirinho e jogo água nela novamente. Cassie grita e irritada, saí com passos pesados do banheiro, enquanto xinga-me de todos os palavrões existentes na terra.

— Vai ter volta. - Ouço ela gritar do outro lado da porta fechada e então rio alto dentro do banheiro.

Vingança é uma coisa maravilhosa.

***

Após o banho revigorante e merecido, opto por usar um short e uma blusa regata e como calçado, meu velho companheiro de guerra, AllStar. Ele não é um dos mais confortáveis para fazer uma trilha, mas nem por isso eu o abandono. Pego minha bolsa, colocando dentro dela os itens que mais preciso para conseguir ignorar Alec hoje, que são: o livro que já deveria ter terminado a essa altura, Hopelless, uma estória cheia de drama psicológico e emocional envolvido. Meu celular e fone de ouvido. Levo comigo também meus documentos, caso algum urso queira me levar para um passeio.

Com todos os meus pertences na bolsa, finalmente, desço as escadas indo em direção ao andar de baixo. Vejo a bolsa da minha mãe em cima do balcão assim que adentro a cozinha e a abro, já sabendo que vou encontrar o que necessito dentro dela. Achando o comprimido para dor de cabeça, eu o tomo com um copo d'água a fim de extinguir de vez a, agora fina, porém persistente, dor na cabeça.

Saio da cozinha, dando poucos passos até chegar a sala de estar e nela encontro meu pai olhando pela janela, com uma careta estampada no rosto. Não percebendo minha presença no cômodo, ele grita:

— Liza! Tem um cara sentado no nosso quintal. O que eu faço? - Ele se vira e desmancha o semblante esquisito ao me ver parada na entrada da sala de estar, substituindo-o por um sorriso acolhedor - Ah, oi Caty. Já terminou?

Eu assinto balançando a cabeça e ele continua:

— Tem um cara sentado no quintal de casa com uma mochila nas costas. - Ele informa e se volta para a janela a fim de vigiar o tal cara novamente.

Eu reviro os olhos e vou até a janela para observar também, por mais que já saiba quem seja o "cara". Pelo vidro, vejo Alec sentado na grama verde do quintal, logo abaixo da escada, e com o olhar concentrado em alguma coisa na rua. Sua roupa está diferente da que vi está manhã. Ele usa uma regata preta que salienta bem seus músculos firmes e uma bermuda um pouco apertada e, como eu, Alec tem como calçado um tênis preto, mas no estilo esportivo. O sol esta calmo no céu, limpo de nuvens, tornando o clima um tanto agradável e logo me dou conta de que observar Alec sentado na grama, com os joelhos erguidos e o olhar de gelo hipnotizado, se torna uma bela visão. Acho que tentar ignorá-lo não será uma tarefa tão fácil quanto pensei, mas estou determinada a fazê-lo a qualquer custo.

— Caty. - Não percebo que meu pai estava me chamando até dizer o meu nome pela segunda vez e eu finalmente desvio meu olhar hipnotizado por Alec, para focar nos olhos inquisitivos do meu pai.

— O que?

— Eu perguntei se você o conhece?

Eu estava pronta para responder, quando minha mãe, que não percebi se aproximar, me corta.

— Ah, ele é o amigo da Caty. - Ela explica animada, assim que também observa Alec da janela. Meu pai me encara surpreso, o que só me faz revirar os olhos. É tão surpreendente assim o fato de eu ter um... amigo? Pior que é sim. - Eu o convidei para fazer trilha com a gente. - Ela conta e dessa vez meu pai torna a fechar um pouco o semblante.

Parece que ele não gostou muito da ideia de ter Alec conosco hoje.

— Ele não vai roubar nada, né? - Meu pai pergunta desconfiado, olhando pela janela novamente e eu desato a rir com sua pergunta, enquanto minha mãe lhe dá um leve tapa no ombro.

— Não. Ele não vai. - Respondo, mas logo paro a fim de refletir sobre isso por um momento - Bom, eu espero que não.

Meu pai arregala os olhos e minha mãe cruza os braços, emburrada.

— Ele não vai roubar nada. Eu não chamaria um ladrão para fazer trilha com a gente - Minha mãe diz indignada, enquanto meu pai passa o braço ao seu redor, aconchegando-a ao seu corpo.

— Como você pode ter tanta certeza? -Pergunto, arqueando uma sobrancelha - Ele pode muito bem ser um agente da máfia Irlandesa e estar planejando, nesse exato momento, a morte dos turistas bobos que o chamaram para uma trilha.

Minha mãe arregala os olhos, assim como o meu pai e os dois voltam a observar Alec fixamente pela janela. Eu até acharia graça da situação, se não estivesse tão concentrada em saber se consegui convencer minha mãe com meu argumento infundado, mas, ela me surpreende ao dizer:

— Como pode dizer isso, Caty?! - Exclama em tom de repreensão - Ele não é uma ladrão. Ele é seu amigo. - Argumenta ela, como se o fato de ele ser meu amigo significasse grande coisa. - Eu reconheço uma boa pessoa quando vejo uma e Alec É uma boa pessoa. - Diz convicta.

Insistente, eu tento argumentar novamente.

— Você o viu por cinco minutos. Como pode saber uma coisa...

— Caty, sua mãe sabe de tudo. - Minha mãe diz encolhendo os ombros - Simplesmente sinto isso, então não duvide do meu julgamento.

Eu assinto, finalmente, concordando com ela, até por que, o olhar em seu rosto mostra claramente que o assunto está encerrado, por mais que eu já soubesse que Alec fosse uma boa pessoa apenas por ele ter conseguido manter uma conversa comigo por mais de cinco minutos e não fugir para longe depois disso e, principalmente, devido a tudo o que aconteceu noite passada. Não vou dizer isso a ela, porém.

Meu pai, no entanto, observa Alec pela janela ainda com um olhar desconfiado em seu rosto.

— Vou ficar de olho nele apenas por precaução. - Meu pai diz e eu desato a rir. Já minha mãe revira os olhos e bufa, retirando o braço do meu pai do pescoço dela com um tapinha.

— É brincadeira. - Ele diz, mas pelo seu tom de voz, tenho certeza absoluta que não é. Meu pai vai vigiar Alec o tempo inteiro.

— Você não presta, Willian. - Mamãe diz fingindo estar emburrada, mas percebo o sorriso querendo escapar de seus lábios e como eu, papai sorri.

— Tudo bem. Chega de vigiar o menino. Vamos logo fazer a trilha. - Minha irmã diz, assim que adentra a sala. Noto que ela já trocou sua roupa, antes molhada, por outras secas e bem curtas e eu estranho o tom animado em sua voz. Ela, normalmente, não gosta de nada relacionado a natureza e pensei que esse passeio seria mais como um tipo de tortura para ela.

— Tem razão, vamos. Nós já deveríamos ter saído. - Meu pai concorda, com o rosto sério e pegando pequena mochila em cima do sofá, jogando-a sobre as costas.

Eu e minha mãe os seguimos e assim que todos nós saímos no quintal, Alec nos nota aproximar e levanta-se do chão, esboçando um sorriso simpático a todos. Minha mãe e Cassie o cumprimentam animadamente e eu apenas dou um sorriso condescendente, por estar determinada a ignorá-lo já que não consegui evitar sua ida conosco. Meu pai, assim que o cumprimenta com um rápido, porém forte aperto mão, só faz o encarar e intercalar seu olhar entre mim e Alec nos momentos em que ele nota o olhar azul intenso dele focar em mim por longos segundos antes de voltar aos outros. Eu deveria sentir vergonha pelo olhar fixo que ele procura manter comigo, mas meu orgulho impede isso de acontecer e eu simplesmente encaro de volta, acreditando que quanto mais eu vê-lo, mais eu me acostumarei com a sensação que está se apoderando de mim ao olhá-lo, até chegar no ponto em que ficarei indiferente a sua presença e o mundo será preto e branco outra vez, como era antes de eu chegar nessa praia.

Ignore, ignore, ignore.

Não dá para ignorar.


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Notas finais do capítulo

Olá novamente, caro leitor (a)
Bom, espero que o capítulo tenha sido satisfatório. Eu gostei de escreve-lo, particularmente. A confusão da Caty e a parte em que ela joga água na Cassie. Hehe. Fora aquela parte em que ela descreve infundadademente o que Alec fez com ela na noite anterior.
Hsushsushsus
O clima esquentou, não é mesmo?
Na verdade, acho que gostei de escrever o capítulo inteiro. Assim fica melhor hehehe.
Favorite e comentem por favor. Me contem tudo o que acharam desse capítulo e o que mais gostaram :)))
Um beijo no core :33 e até o próximo.
Ps: Graves erros na escrita, me comuniquem, pois estou sem PC e ficarei assim por um longoooo tempo. Sorry desde já por isso. :/



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