Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 13
Sábado, 19 de Dezembro, 12h00min.


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente
Dessa vez eu voltei mais rápido, né? Para a alegria de vcs.
Espero que gostem do capítulo e mesmo que eu seja suspeita em falar, eu gostei de escreve-lo.
Boa leitura e sorry pelos erros.
*3*



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Sábado, 19 de Dezembro, 12h00min.

Um som persistente invade minha cabeça e aos poucos vou recobrando a consciência.

Onde estou? Eu me pergunto.

Assim que lentamente abro meus olhos e a claridade presente no quarto os invade, imediatamente procuro fechá-los, um pouco atordoada quando uma dor lacerante penetra minha cabeça.

O que aconteceu?

Aos poucos meus olhos se acostumam com a iluminação, então, eu finalmente consigo abri-los por completo, ignorando a dor que persiste em continuar e me surpreendendo ao notar que esse não é o quarto que eu deveria estar e que a pessoa ao meu lado não é minha irmã Cassie, mas, sim, Alec, que está sem camiseta e com o corpo nu da cintura para cima completamente grudado ao meu, enquanto uma de suas mãos dá a volta pela minha cintura e seus pés quentes se enroscam nos meus.

Assustada, dou um grito e um leve empurrão em Alec, mas percebo tarde demais que estava na ponta da cama e acabo caindo no chão. Além de ter que aturar uma dor de cabeça, agora tenho que lidar com um corpo dolorido.

Ótimo.

— O que foi? - Alec pergunta assustado ao acordar e me encara da cama com o rosto apoiado na mão - O que você está fazendo no chão?

— O que você está fazendo aqui? - Eu pergunto assim que me levanto, passando a mão nas partes doloridas do meu corpo que no caso são as costas e a bunda. - Ou melhor, o que eu estou fazendo aqui no seu quarto e você dormindo comigo? Ou seria eu dormindo com você? - Eu balanço a cabeça, confusa. - O que eu estou fazendo aqui?

Alec me encara por alguns instantes, com os olhos azuis mais brilhantes do que em qualquer outro momento que eu tenha notado e com o peito nu em exposição, tornando difícil concentrar-me em outra coisa.

— Você não se lembra? - Ele pergunta e percebo o tom malicioso em sua voz assim como o sorriso satisfeito em seus lábios quando ele joga as pernas para fora da cama, pronto para se levantar.

Eu imediatamente arregalo os olhos quando minha mente finalmente processa o que ele quis dizer.

— Deus! Eu... a gente... - Eu gaguejo ainda incrédula, colocando a mão na cabeça que parece doer com mais intensidade nesse momento.

Não pode ser.

Alec se levanta e fica em frente a mim, invadindo completamente o meu espaço pessoal e tornando um pouco mais difícil o simples ato de respirar quando seu peito nu quase esfrega o meu.

— Sim. - Ele diz sério, focando em meus olhos - E é uma pena que você não se lembre, por que foi ótimo. - Ele sussurra sensualmente em meu ouvido e sinto um leve arrepio.

Eu fiz mesmo isso? Por favor, não. Não dessa maneira. Não consigo me lembrar de nada.

Ao notar minha expressão, Alec sorri e novamente aproxima os lábios do meu ouvido:

— Principalmente a parte em que é mentira. - Ele sussurra e logo em seguida desata a rir.

Irritada com a brincadeira, eu bufo e tento dar um soco em sua barriga, mas ele segura minha mão antes que eu possa fazê-lo.

— Não vai dar muito certo. - Ele sorri - Você não gostou da brincadeira? - Ele pergunta fazendo uma carinha de decepção e com os lábios a milímetros de distância dos meus - Eu gostei de imaginar.

Deus, os lábios estão muito, muito perto e é difícil não encará-los sem pensar como seria beijar sua boca, porém, eu corto esse pensamento tão rápido como ele chegou.

Não posso pensar isso.

Sorrindo, eu aproximo meus lábios de seu ouvido e sussurro sensualmente:

— Eu gostei. - Falo e vejo a boca de Alec abrir um pouco e sorrio em seu ouvido descendo meus lábios a fim de ficarem próximos aos seus e posso sentir sua respiração acelerar. - Principalmente a parte em que piso no seu pé. - Dito isso, ergo minha perna e dou fortemente um pisão no pé dele e Alec dá um pulo para trás, assustado.

— Caraca! Era brincadeira, não precisava ficar brava. - Ele reclama, com uma leve careta de dor ao sentar na cama e avaliar seu pé - Pensei que você só era violenta quando estava bêbada.

Violenta quando estou bêbada?

Assim que ele diz isso, uma enxurrada de memórias invadem minha mente e, por mais que um pouco embaçadas, me fazem choramingar com tudo que relembro.

Ligação na madrugada, briga com Cassie, encontro com Alec, jogo das perguntas, perseguição policial e dormir na casa de Alec.

Deus, onde eu estava com a cabeça ao cogitar a ideia de dormir em sua casa? Estava louca? Parece que sim, pois, até ontem, nunca havia feito tanta maluquice em minha vida e pretendo não repetir a dose.

Um pouco envergonhada, coisa que raramente eu fico, caminho até a cama evitando contato com visual com Alec.

— Eu preciso ir. - Afirmo, logo pegando rapidamente minha bolsa ao lado dele, mas Alec segura meu braço antes que eu possa me afastar.

— Por que? Espere um pouco. Você não precisa ir agora. - Ele pede seriamente me encarando.

— Eu preciso, sim. Eu já deveria ter ido a muito tempo. - Digo e solto sua mão do meu braço e paro por um minuto para medir minhas próximas ações. - Obrigado pelo que fez por mim.

Então, eu ousadamente e se alguém perguntar negarei até a morte, deposito meus lábios em sua bochecha, deixando-os lá por uns segundos, antes de rapidamente sair do quarto e não chegar a ver sua reação ao meu ato totalmente impulsivo.

Eu não o verei mesmo.

Escuto Alec gritar meu nome do seu quarto, mas eu o ignoro e caminho pelo corredor a fim de descer as escadas. Assim que o faço, o som que outrora me acordou invade novamente meus ouvidos e logo percebo ser o toque do meu celular. Eu o retiro da bolsa e reviro os olhos ao ver 20 chamadas perdidas de Cassie na tela.

— Está ligando da prisão? Eu não vou pagar sua fiança. - Eu digo sem qualquer outro tipo de cumprimento adequado e abro a porta da frente, saindo da casa de Alec.

— Haha engraçadinha. - Cassie responde - Onde você está? Estou te ligando faz horas. Eu estava muito preocupada. - Ela diz e posso realmente notar um tom aliviado em sua voz, mas não dou o braço a torcer.

— Agora você está preocupada? Não estava ontem quando me ligou de madrugada por nada. - Eu provoco e escuto Cassie suspirar.

— Você não vai esquecer isso?

— Não e nunca vou.

Ela suspira novamente.

— Tudo bem, depois a gente resolve isso. Não foi para isso que eu liguei. - Ela diz - Mamãe vai te esganar se não aparecer aqui em dez minutos.

Deus, esqueci completamente desse detalhe.

— Ai, droga! Isso é tudo culpa sua. - Eu acuso e escuto Cassie resmungar na linha - Eu já estou chegando. - Informo, enquanto caminho apressadamente pela calçada.

— Onde você estava?

Como responder a essa pergunta sem dar a entender coisas além do que na realidade foram?

— Bom, eu... eu... - Suspiro, antes de entrar no quintal da minha casa e fazer uma pausa - Eu estava na casa do Alec.

Eu escuto Cassie soltar um gritinho animado fazendo-me afastar o telefone da orelha ao sentir novamente uma pontada de dor na cabeça.

Nunca mais vou beber.

— Não grite tão alto. Eu ainda preciso dos meus ouvidos e da minha cabeça. - Eu resmungo no telefone, mas Cassie não me dá atenção.

— Estava na casa de quem? - Eu congelo, assim que escuto a voz fria da minha mãe questionar atrás de mim e imediatamente arregalo os olhos e desligo o telefone.

— Casa? Não. Eu... bom... Eu estava dando uma volta. - Respondo fazendo uma careta pelo leve gaguejo, antes de me virar para enfrentá-la.

Minha mãe me encara, avaliando cuidadosamente minha resposta e eu odeio o olhar em seu rosto, como se ela soubesse que essa não é a estória verdadeira.

— Você nunca caminha, Caty, principalmente pela manhã. - Ela diz após alguns segundos - Onde você estava?

Droga! Onde você estava, Caty? Onde?

— Eu... Eu...

— Ela estava comigo. - Eu de repente escuto a voz de Alec e o vejo se aproximar de nós no quintal completamente vestido e com seu olhar intenso pairando sobre mim.

Parece que vou vê-lo de novo.

Minha mãe se vira e assim que observa Alec, um expressão de surpresa toma conta de seu rosto e acredito ver o pequeno vislumbre de um sorriso.

— E quem é você? - Pergunta ela, um pouco curiosa.

Alec foca seu intenso olhar azul em mim antes de olhar para minha mãe.

— Eu sou Alec. - Ele responde e volta a me encarar - Amigo da Caty.

— Amigo?! - Ela exclama, mais surpresa ainda com o fato de ouvir a palavra amigo e Caty andarem juntas na mesma frase e eu reviro os olhos.

— Sim, mãe, eu tenho um... amigo.

Minha mãe nos observa intercalado, enquanto eu e Alec trocamos alguns olhares comunicativos que questionam a mesma coisa "Será que ela vai cair?"

— Eu chamei a Caty para sair e nós ficamos tão distraídos que nem vimos o tempo passar, não foi Caty? - Alec diz e eu assinto na mesma hora.

— É, claro, nós nos distraímos a beça. - Falo, dando uma ênfase exagerada e vejo Alec sorrir ao entender sobre o que me refiro.

Na verdade, eu nem chamaria a noite passada de uma distração, pois ela está mais para momento insanidade total para mim.

— Cedo do dia? - Minha mãe questiona, ainda desconfiada, mas não vejo Alec vacilar nem por um segundo.

— A senhora já viu a praia pela manhã? É incrível. - Ele diz e eu franzo as sobrancelhas, admirada. Por mais que não admita em voz alta, nem eu pensaria em uma resposta tão boa quanto essa.

— Tem razão. - Mamãe diz com o olhar um pouco mais suave e se volta para mim - Mas você poderia ter me falado que saíria com ele, não é Caty?

Eu abro a boca para tentar bolar uma boa resposta, mas Alec é mais rápido do que eu e diz:

— É culpa minha. Eu deveria ter avisado que iria dar uma volta com ela. Sinto muito.

Mais uma vez minha mãe o examina por longos minutos e eu realmente não entendo o que ela está fazendo, até que por fim ela diz:

— Tudo bem. Só... Não façam isso de novo.

Ao ouvir sua resposta não posso evitar um suspiro de alívio escapar dos meus lábios. Eu escapei, por pouco, mas, escapei.

— Não vai acontecer. - Alec concorda e minha mãe assente.

— Bom. Agora, Caty vamos entrar por que seu pai já está desesperado para sair. Hoje nós todos vamos fazer trilha. Você sabia que aqui tem trilha? Seis anos vindo no mesmo lugar e eu não fazia ideia. - Ela diz animadamente, enquanto me puxa pelo braço e eu reviro os olhos, murmurando um obrigado silencioso para Alec antes de ser arrastada e ele me dá um sorriso solidário colocando as mãos nos bolsos da calça.

Percebi que ele sempre faz isso quando está pensando e me pergunto se deveria falar ou fazer alguma coisa, pois toda vez que me afasto dele tenho sempre a sensação de esquecer algo, mas não faço nada com respeito a isso. O que eu deveria fazer? Antes que possamos adentrar a casa, de repente, minha mãe para abruptamente e diz:

— Eu tive uma ideia. - Ela se vira e olha para Alec, que ainda estava parado no quintal nos observando - Que tal você ir com a gente, Alec? Você e Caty são amigos, então, acho que seria bom para ela que você fosse com...

— Não! - Eu exclamo e vejo os dois me olharem - Quero dizer, não. Alec está, com certeza, cheio de coisas para fazer e ele deve estar enjoado dessas coisas de trilha, afinal, ele mora aqui, mãe. - Digo, encolhendo os ombros e minha mãe faz uma cara de decepção.

Não por que não gosto de sua companhia que falo isso, na verdade, é bem o contrário. Eu realmente gosto de sua companhia e isso me assusta.

Eu não gosto de ninguém. Eu não posso gostar de alguém principalmente se este for Alec.

— Na verdade, acho que posso faltar aos meus "compromissos" Caty. - Ele sorri cinicamente para mim e eu semicerro os olhos, mas ele ignora meu olhar e em seguida sorri brilhantemente para minha mãe. - Eu quero muito fazer trilha com vocês. Disso eu não enjoo.

— Ótimo. - Mamãe responde empolgada e eu apenas assinto sorrindo da mesma maneira para ela, quando o que quero e fugir para o alto das colinas.

Parece que você vai vê-lo por mais tempo ainda, Caty.

Ótimo.


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Notas finais do capítulo

Hahahaha minha gente
Esse capítulo, eu amei. O Alec zoando com a Caty no início foi clássico, ainda mais com a reação dela.
Espero que tenham gostado e gostaria de agradecer aos lindos comentários que me deixaram no capítulo passado. Lua, sophiatotti e Flávia, eu amei o que escreveram e muito obrigada por estarem aqui. *3*
Ok, chega de puxa saco e espero que estejam ansiosas para o próximo capítulo e o que vai rolar nessa tal trilha.
Bjs da Tefy