Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 12
Sábado, 19 de Dezembro, 04h00min. da madrugada.


Notas iniciais do capítulo

Oii gente :)
Estou de volta. Sei que demorei um pouquinho, mas fiquei tão entretida lendo o livro Rainha vermelha, que acabei esquecendo de postar esse capítulo.
Espero que gostem e boa leitura :)
Qualquer erro me avisem, pois ainda estou sem PC e fazer correção a olho sempre passa alguma coisa.
Sorry :/



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Sábado, 19 de Dezembro, 04h00min. da madrugada

Cansada de tentar escalar a montanhosa sacada, eu sento na grama verde do quintal, encostando minhas costas na parede da casa a fim de pensar em um plano de ação:

Eu não posso dormir aqui fora e muito menos tentar acordar meus pais para abrirem a porta. Isso resultaria em um imenso sermão se descobrissem que a filha deles havia sumido durante a madrugada e voltado completamente bêbada.

Não, obrigada.

Após pensar por mais alguns minutos, finalmente, achei uma solução completamente irresponsável a qual eu realmente não acho ser uma boa ideia, mas, ignorando totalmente o meu bom senso e orgulho, eu me levanto do chão e tontamente caminho até a casa do vizinho.

Bato na porta que rapidamente é aberta por um Alec apenas de calça moletom, exibindo seu lindo e bronzeado abdômen. Não impeço meus olhos de avaliá-lo por um breve momento antes de focar em seu rosto.

— Nossa! - Eu exclamo inconscientemente e Alec sorri.

— Caty? O que foi?

— Oh, nada. Oi. - Eu dou um aceno com a mão para ele, fazendo o meu máximo para não abaixar o olhar, mas é um pouco difícil já que ele está bem na minha frente com toda a sua boa forma em exposição.

— Oi, Caty, o que houve? - Ele pergunta e logo percebo que fiquei parada em sua porta o encarando pateticamente e sem dizer uma única palavra e posso ver o sorriso em seus lábios ao notar a direção do meu olhar.

— Ah... bom... eu... é que... - Eu suspiro tentando controlar o inexplicável gaguejo que adquiri. - Eu preciso dormir em algum lugar. Posso ficar na sua casa?

Alec arregala os olhos e eu internamente lamento ter vindo até aqui. Talvez não tenha sido uma boa ideia.

Não, não foi uma boa ideia.

— Olha, se não der não tem problema, eu vejo o que eu faço. Acho que eu posso dormir em algum banco ou sei lá...

— Caty. - Seu olhar se suaviza ao dizer meu nome - Você pode ficar aqui. Eu jamais deixaria você dormir na rua, muito menos em um banco.

Eu sorrio um pouco sem graça.

— Bom, obrigado.

Continuo parada na porta o encarando e sem saber o que fazer a seguir, até que, tomando consciência, ele diz:

— Pode entrar. - Ele abre passagem para que eu possa entrar e dou apenas um passo, ficando frente a frente com ele e digo:

— Se vou ficar aqui eu tenho uma coisa a pedir.

Alec arqueia as sobrancelhas e se encosta na porta, me avaliando.

— O que a senhorita deseja?

— Que você coloque uma camiseta. -Respondo direta.

Ele me olha e logo começa a rir.

— Por que? Pelo o que me lembro, da primeira vez, você gostou da vista e está gostando agora. - Sorri malicioso e eu reviro os olhos, claro, não negando o fato, pois é a total e verdade.

O que ele esperava ao atender a porta apenas de calça?

— Ah, vai por mim, esse não é o problema. - Respondo e então adentro em sua casa, enquanto finjo apreciar a escolha da mobília - O problema é que não vou conseguir pensar direito com você assim. E eu realmente odeio isso. - Eu confesso e imediatamente arregalo os olhos.

Não acredito que acabei de dizer isso! Meu Jesus, o álcool também faz você assumir as coisas em voz alta?

Estou. Lascada.

— Bom, nesse caso... - Ele diz e eu me viro, encontrando-o me analisando, com a mão no queixo - Eu ainda não vou colocar a camiseta. - Alec sorri satisfeito e eu semicerro os olhos, mas ele ignora meu olhar e vai até onde parece ser a cozinha, pois, de onde estou parada, consigo ver um fogão no outro cômodo.

Eu começo a andar pela sala de estar analisando o lugar e noto que há várias fotografias espalhadas em cima dos móveis e nas paredes. Alguém aqui gosta muito de tirar fotos. A maioria delas retrata uma bela família com dois filhos e reconheço o pequeno Alec em diferentes faixas etárias em várias delas. Uma das imagens me chama a atenção quando vejo um sorridente menino de lindos olhos azuis e cabelos castanhos com o braço ao redor de um garoto, aparentemente seu irmão pelos traços similares, pois, como Alec, ele também possui redondos olhos azuis, mas o cabelo de um tom um pouco mais escuro.

Eu sorrio ao olhar a foto dos dois pequenos meninos. Bons genes.

— Para você poder ficar aqui eu preciso saber uma coisa. - Alec diz ao retornar da cozinha e eu assinto.

— O que o senhor deseja? - Eu pergunto e então incenicamente me curvo.

— Por que não pode dormir na sua casa? Só por curiosidade. - Pergunta um pouco indiferente.

— Ah, bom, isso é uma longa história. - Eu suspiro dramaticamente, mas Alec não se dá por convencido.

— Ainda tenho mais algum tempinho. - Ele diz cruzando os braços e se escorando no batente da porta da cozinha e eu suspiro.

— Ok. Mas, resumidamente: Eu pulei a sacada para sair de casa e agora, considerando meu estado atual, eu meio que não consigo subir de volta. Na verdade, eu acho que é impossível subir de volta.

Alec dá uma risadinha e descruza os braços, caminhando em minha direção.

— Eu notei.

Eu entorto a cabeça para o lado avaliando o que ele disse.

— Espere, como você notou? Você estava me olhando? - Eu pergunto desconfiada.

— Talvez eu estivesse por que talvez meu quarto fique em frente ao que você está dormindo temporariamente. - Ele responde, dando de ombros como se não fosse nada ver minhas tentativas totalmente arruinadas de subir a sacada.

— Você me viu caindo no chão igual a uma gelatina? Ótimo. - Eu coloco a mão na cabeça e suspiro frustrada, principalmente pelo fato de agora me importar com isso - Esse dia está cada vez melhor.

— Não é como se eu nunca tivesse visto alguém cair, Caty. - Ele diz e começa a subir a escada colocando o seu braço ao redor do meu pescoço e encostando seu peito nu no meu. Perto demais. Perto demais. - Além do mais eu até fiquei impressionado com as suas habilidades mesmo estando bêbada. Foi impressionante.

Eu faço uma careta e dou um tapa em suas costas nuas e macias como desculpa para tocá-las e Alec fingi ter doído.

— Obrigado, eu acho.

Nós chegamos ao andar superior onde há um corredor com alguns quartos fechados e ele me leva até o último quarto a esquerda. Eu caminho cuidadosamente para não fazer barulho e acordar os presentes nos outros cômodos.

— Seus pais dormem a onde? - Eu pergunto em voz baixa, curiosa.

O que eles achariam se me vissem bêbada as quatro horas da manhã na casa de seu filho?

Com certeza não seria nada bom.

— Meus pais não estão em casa e nem o meu irmão. Os três trabalham juntos e foram em alguma negociação de trabalho ou algo assim. - Ele diz indiferente.

— E por que você não foi junto?

Alec me encara pensativo por alguns minutos.

— Bom, por que eu não trabalho com eles. - Ele responde vago e apesar disso eu não insisto em obter uma resposta mais ampla.

Logo em seguida, Alec abre a porta do seu quarto revelando um cômodo um tanto arrumado e cheio fotografias nas paredes de várias paisagens e pessoas, além de muitos pôsteres espalhados. Há também, no canto do quarto, algumas sagas de livros organizados em uma pequena estante.

— Nossa. - Exclamo impressionada.

— O que?

Eu caminho pelo quarto analisando-o mais de perto, até que me viro para ele.

— Eu não esperava um lugar tão arrumadinho. Nem o meu quarto é assim.

Alec ri e se encosta no batente da porta, cruzando os braços e observando-me sentar em sua cama.

— E o que você esperava?

— Bom, um quarto cheio de roupas sujas e comida velha espalhados pelo chão. Uma cueca pendurada na porta e...

— Está bem. Acho que já entendi. - Ele diz sorrindo e então caminha até o seu guarda roupa pegando um travesseiro e uma coberta em uma das prateleiras - Fico feliz ao te surpreender, então.

— Pois fique mesmo, por que é quase nada que me surpreende.

— Fico feliz novamente em agradar a senhorita não agradável - Ele sorri e me entrega a coberta e o travesseiro - Você pode dormir na minha cama.

— Onde você vai dormir?

— Com você na cama. - Ele responde e eu arregalo os olhos fazendo-o rir com minha expressão de espanto - É brincadeira, mas eu tinha que tentar. Mesmo bêbada você é difícil, em? Não se preocupe, eu vou dormir no chão.

Ele retorna ao guarda-roupa retirando de lá mais uma coberta e travesseiro e os arruma no chão, enquanto eu, timidamente, me acomodo em sua cama.

Alec logo apaga as luzes e eu fico em silêncio encarando a escuridão por alguns minutos.

— Alec?

Escuto ele se remexer no chão.

— Sim, Caty?

— Obrigado por me deixar ficar. - Eu agradeço me virando na cama para conseguir enxergá-lo no escuro.

— De nada. Agora vamos dormir, pois está muito cedo e hoje foi mais agitado que o previsto. - Ele diz e eu solto uma risadinha grogue.

— Foi o dia mais agitado da minha vida.

Ficamos em silêncio novamente, até eu quebrá-lo mais uma vez:

— Alec?

Eu escuto-o suspirar e se remexer novamente.

— Sim, Caty?

— Se você quiser pode dormir aqui comigo, afinal a cama e sua. - Ofereço - Contanto que não me viole durante a noite, está tudo bem - Digo e ele ri, mas para minha tristeza não se levanta.

— Tudo bem, mas acho que não daria muito certo. Seria um pouco difícil de me segurar.

Eu sorrio bobamente com sua declaração.

— Alec?

— Caty?

— Boa noite. - Eu digo, fechando meus olhos e escutando um distante, "Boa noite, Caty." Ouço Alec se mexer no chão e logo sinto algo suave pressionar minha bochecha, mas não tenho forças para abri-los e ver o que é, pois minha mente começa desaparecer e eu literalmente apago.


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Notas finais do capítulo

Olá novamente.
Então, a nossa Caty achou uma solução um tanto boa, em? Pena que nada rolou entre eles. Por enquanto. hehehe
Favoritem e comentem a vontade sobre o que acharam desse capítulo.
Logo mais eu vou postar o próximo.
Bjs da Tefy *-*