Anjo das Trevas - 2ª temporada escrita por Elvish Song


Capítulo 8
Na casa do Sr. Anjou


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas! Perdão pelo sumiço, mas a faculdade de arquitetura está, oficialmente, tentando acabar comigo. Mas sobrevivi aos últimos trabalhos e, antes que os próximos me consumam, aproveito para postar mais um ou dois caps. Tomara que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/680879/chapter/8

Annika deixara as crianças com Erik e Meg; não disse aonde ia, mas insistiu que precisava ir sozinha, e nenhum argumento do Fantasma ou da viúva a demoveram ou fizeram revelar suas intenções; a dama era firme em seu propósito. Vestida como uma perfeita dama, pegou seu cavalo e galopou pelas ruas da cidade, em direção a um endereço bem definido: a casa de Derrik Anjou.

Não foi difícil encontrar a mansão, que Claude já identificara para ela; no alto portão de ferro, uma sentinela perguntou ameaçadoramente:

— O que deseja?

— Sou Madame Destler, solista da Ópera Populaire. Vim falar com o senhor meu pai, Derrik Anjou.

De imediato o guarda se fez amigável, e desmanchou-se em desculpas ante a dama, abrindo-lhe o portão e permitindo que entrasse, oferecendo-se para levar seu cavalo ao estábulo, onde a égua poderia repousar. A jovem permitiu, e foi-lhe dito que cruzasse o jardim até a varanda, onde os criados a atenderiam. E assim ela o fez.

— Com licença – começou, dirigindo-se a uma moça que limpava o chão – sou Annika Destler... – a menina não lhe permitiu terminar: de um salto largou o que fazia e se curvou, dizendo:

— Ah, Madame! Venha comigo, por favor! O senhor está lá dentro, lendo o noticiário do dia.

Annie estranhou tão calorosa acolhida, mas não questionou: precisava, mesmo, falar com seu pai... A tentativa dele de tomar Gabrielle de seus cuidados não podia passar em branco! Foi recebida dentro da casa por uma mulher jovem, provavelmente da mesma idade que ela, a qual a saudou com uma breve mesura e um lindo sorriso; tinha o rosto gentil e delicado, corpo esguio e franzino, cabelos castanhos levemente ondulados, e aproximou-se a passos de pluma:

— Bem-vinda, senhora Destler! Eu sou Catherine Anjou, esposa de Derrik. – ela estendeu a mão amigavelmente – é um prazer conhece-la pessoalmente; já a vi nos palcos, e poder dirigir a palavra a tal virtuose é um privilégio.

— Obrigada, Madame Anjou – respondeu Annika, surpresa: aquela mulher era tão nova! Bem, é certo que também ela se casara com um homem bem mais velho, mas, mesmo assim, imaginava que a esposa do pai tivesse a idade aproximada do Sr. Anjou. Tampouco imaginava uma moça gentil e delicada... Não sabia exatamente o que esperar de sua madrasta, mas algo parecido com uma velha rabugenta chegara a passar por sua mente...

Madame Anjou a guiou até a sala íntima do casal, onde Derrik lia o jornal. Sem perceber a presença de outra pessoa, ele falou, com os olhos ainda no noticiário:

— Está tudo bem, minha querida? Pensei que fosse sair ao jardim... – só então ele fitou sua mulher, e viu quem estava ao lado dela. Um ar tenso se instalou na sala, e o homem, fitando sua esposa, pediu – Pode nos dar licença, minha rosa? Prefiro falar com minha filha a sós.

— Se precisar de mim, meu amor, estarei no jardim.

Ele anuiu, e foi só quando Catherine desceu as escadas que, finalmente, levantou-se da poltrona e foi até a filha. Havia uma expressão incerta em seu rosto quando, indicando a ela que se sentasse, perguntou:

— A que devo a honra da visita, Madame Destler?

— Ao único assunto que temos em comum, Monsieur: Gabrielle.

— Ah, sim. Imagino que tenha sido notificada de minha solicitação quanto à guarda de minha filha. Solicitação prontamente atendida pelo juiz, é claro.

— Deve ter sido, mesmo. Nem imagino quanto pagou para que o juiz deferisse seu pedido de imediato, sem sequer analisar o caso ou chamar-me a uma audiência. – disparou ela, ferina.

— Talvez ele tenha compreendido que o lugar de uma jovem é na casa de seu pai. – havia cinismo no rosto de Derrik Anjou.

— Sou uma mulher casada e com três filhos, de nome reconhecido em todo o país, e até fora dele. Tenho um trabalho, um lar, e dou a minha irmã tudo o que ela precise, e ainda mais. Se não houvesse suborno, teria sido ao menos chamada para uma audiência, e não me diga que é mentira, pois entendo de leis, Monsieur. – disse ela – de qualquer modo, sua solicitação agora é inócua. Diante da lei, Gabrielle está casada, e o marido se torna seu guardião legal.

— Ah, sim. – Derrik se serviu de um copo de uísque, andando para um lado e pra outro – chegou a meus ouvidos que ela se casou há três dias. Um ruivo, conhecido como Renard, não é? Até onde sei, é chefe de um bando de marginais; assassino, ladrão, estelionatário. Imagine meu orgulho em saber do casamento de Gabrielle.

— Ladrão, assassino, estelionatário e, como eu, disposto a proteger Gabi. – respondeu a moça – sei que vai tentar anular o casamento dela. Vim aqui lhe dizer que não o tente fazer. Ela está feliz, com Renard. Ele foi nosso amigo, nosso suporte, nossa família num tempo em que não tínhamos ninguém por nós. Ele confia nele, é o único homem cujo toque suporta, sem tremer de medo. Não tire essa segurança dela, pai. Sabe que uma anulação de casamente exige motivos muito fortes! Dificilmente conseguirá e, para o fazer, exporá Gabi a um enorme tormento de inquirições, processos, exames e afins. – Annika se levantou e, sem pedir, serviu-se de uísque também – Ela já sofreu muito. Não a faça sofrer mais ainda. Não a faça passar por mais humilhações...

— O lugar dela é comigo. Diz que esse proscrito, esse tal Renard, a protegeu. Que você a protegeu...

— Todos os dias de nossas vidas, desde que mamãe morreu! Tudo o que fiz foi para proteger minha irmã! – ela não admitira que aquele homem, que as abandonara quando ainda eram meninas, ousasse dizer que ela deixara de cuidar de abelhinha.

— Entendo... – o homem coçou a barba curta e grisalha. A tuberculose o envelhecera precocemente, mas havia nele uma frieza e firmeza inesperadas para alguém tão doente. Havia, também, algo de crueldade, como se ele estivesse se vingando de Annika. E realmente estava: jamais perdoaria a filha mais velha por ter permitido, ou melhor, arranjado aquele casamento para a caçula - Diga-me, Annika: como a protegeu de ser violentada e vendida? Como a protegeu de espancamentos, de humilhações, da exposição? Protegeu-a deste atual marido, que macula sua irmã apenas em olhar para ela? Protegeu-a dos clientes que a buscavam, noite após noite, mesmo enquanto ela sequer tivera suas primeiras regras? – Annika ficou pálida, assombrada por aquele passado – Foi isso o que fez, Annika? Protegeu-a? De que modo?

Lívida de ódio, a mulher respondeu:

— Eu fiz tudo o que uma menina de doze, quinze, dezoito anos poderia fazer: eu me prostituí, roubei, matei. Vendi minha alma ao Diabo, entreguei-me a mãos que me faziam querer vomitar, para conseguir dinheiro por nós duas, e impedir que ela tivesse de se vender. Deixei de comer, de dormir, de me aquecer, apenas para pôr um sorriso no rosto dela com uma refeição quente, uma boneca de pano ou um cobertor mais grosso para o inverno. Eu me despi de toda a minha honra, de todo o meu orgulho... Despi-me de mim mesma, atirei-me nos nove círculos do Inferno, violentei minha própria honra para deixa-la tão segura quanto podia, porque eu também era uma escrava. Fiz tudo isso, e faria mil vezes mais, enquanto você enriquecia e discutia sobre dinheiro com o mesmo tipo que homem que comprava os prazeres que eu vendia. – uma lágrima de ódio escorreu por sua face – foi assim que a protegi. E mesmo que eu não tenha conseguido fazer tudo o que desejava, tornei-a fluente em francês e alemão, ensinei-a a ler e escrever, a reconhecer as notas musicais. Ensinei-lhe história e ciência, ensinei-lhe o amor pelo conhecimento. Hoje somos livres. Ela tem uma carreira, um nome, uma família. E é feliz.

— Feliz, sim... Annika, sejamos sinceros: sei bem o tipo que você tomou por marido. Todos em Paris murmuram que a pianista virtuose é esposa do Fantasma da Ópera, um louco assassino que aterrorizou o teatro por anos. E agora, entregou sua irmã caçula a outro assassino barato, para não deixar que ela resida comigo. Não vai funcionar: dinheiro compra tudo, e comprará o juiz, novamente, assim como comprou o esfacelamento de sua honra e dignidade, no passado. Você se recusou a ter minha proteção, mas Gabrielle não tem idade para recusar ou aceitar algo. Vou trazê-la para cá, torna-la uma dama e, quando a doença me levar, sua madrasta encontrará um casamento digno para ela, fora da França, onde seu passado não seja conhecido. Vou remediar esta situação, que jamais deveria ter se dado. Era sua obrigação, como a irmã mais velha, ter-me procurado quando sua mãe morreu, e não enfiar a si mesma e à sua irmã mais nova nessa vida abjeta!

— Acha que eu entrei naquela vida porque quis? – Annika não sabia se ria, gritava ou esbofeteava o homem – Que eu gostava de ser estuprada, de ver Gabrielle sendo violentada? Eu tinha doze anos, fui arrastada à força para aquele lugar imundo! E procura-lo? PROCURÁ-LO?!!! Você nos abandonou, eu sequer sabia onde você vivia, ou mesmo quem você era! Não o via há quatro anos, e não tinha ideia do que fazer. Por Deus, eu era uma CRIANÇA!

— Criança ou não, falhou com seu dever – Annie virou-lhe as costas, agarrando o tampo da mesa com força, os dedos lívidos de tanto apertar a madeira: aquele cretino ousava transferir a própria culpa para ela, para se sentir menos responsável pelo que acontecera a ambas! – Que era me procurar, e manter sua irmã à salvo.

Com ódio violento, a mulher se voltou para seu pai, fulminando-o com os olhos, e sibilou com um tom que teria petrificado qualquer ser humano com um pingo de bom-senso:

— Tente arrastar Gabrielle para esta gaiola dourada, se acha que pode, senhor! – a mulher e seu pai se enfrentaram numa luta de olhares, frente a frente, cada um soltando mais chispas de ódio que o outro – Eu não quero mata-lo, mas por Gabrielle eu já fiz muitas coisas que não queria. Não pense que o pouparei por ser meu pai, se puser em risco a felicidade dela.

— Não pense que não mandarei mata-la, Annika, se tentar impedir. – devolveu o Sr. Anjou - Você e toda a corja de proscritos que a rodeia. – ele a olhou com desprezo – olhe para si mesma: imunda, chafurdando na lama e, como uma porca no chiqueiro, satisfeita com isso. Acostumou-se a ser prostituta, e como não pode mais vender o corpo, prostitui sua própria moral; cerca-se de malandros, assassinos, ladrões... Você pode até ter deixado sua antiga vida de vadia, mas sua vida passada nunca a deixará. Sempre será uma vagabunda imunda, ainda que vista sedas e joias e toque piano para a alta sociedade. Não deixarei o mesmo acontecer com Gabrielle – ele bebeu mais um gole – e nem com meus netos, é cla...

Ele não conseguiu terminar a frase, pois Annika o derrubou com um murro. Com a prática adquirida nas brincadeiras com Renard e os outros, empoleirou-se no peito dele, apertando com uma das mãos a garganta e, com a outra, impedindo-o de arrancá-la de cima de si. Havia uma fúria assassina em seus olhos quando ciciou, junto ao ouvido do homem:

— Se mencionar meus filhos outra vez, vou fazê-lo pedir para morrer. Por Gabrielle eu o mataria. Por meus filhos, eu o manteria vivo, torturando-o até que implorasse pela morte. Se preza o que lhe resta de dignidade, se sobrou alguma, nunca mais mencione minhas crianças. E se preza sua vida, deixe Gabrielle em paz. Foi este aviso que vim lhe dar, e agora já está dado. Viu a facilidade com que o derrubei, sem arma alguma... Não seria mais difícil entrar em seu quarto no meio da noite, e sufoca-lo com uma almofada. – ela se levantou, orgulhosa – era tudo o que eu tinha a dizer. Que o diabo o carregue, senhor Anjou.

A mulher saiu sem dirigir palavra a ninguém. Montou em seu cavalo, e partiu daquela casa maldita; foi só quando já estava longe que suas forças desmoronaram, e ela se debulhou num pranto inconsolável. As palavras de seu pai a haviam afetado, porque apenas reviviam a culpa e os pensamentos que nutria acerca de si mesma. Não que houvesse sequer considerado as afirmações acerca de Erik e Renard, mas as outras... As que falavam sobre si mesma, e o modo como deixara Gabrielle ser arrasada pela vida... Não achava que algum dia livrar-se-ia do peso daquela culpa. Contudo, havia algo que podia fazer: matar o senhor Anjou, tal e qual prometera, para proteger sua irmãzinha de outro sofrimento. Sim, era o que faria. Precisava apenas planejar com cuidado, para não ser envolvida num assassinato.

*

As irmãs se abraçaram com força, ao se reunir no Casarão. Feliz em rever Annika e os sobrinhos, Gabrielle puxou a irmã para, animadamente, contar-lhe sobre os últimos dias. Enquanto seguia a outra, Annie olhou para Renard e Erik, aos quais contara mais cedo sobre a “conversa” com seu pai. E muito preocupou a soprano quando ambos saíram, com aspectos taciturnos, sem nada dizer. Eles a haviam tranquilizado, dizendo que cuidariam eles do assunto, e o Fantasmas dissera a sua esposa que mais tarde conversariam a sós, pois sabia o que ela estava sentindo, naquele momento. Porém, nada disseram a Gabrielle, para poupar a moça, que parecia estar ainda mais feliz do que já fora.

No meio das escadas, Sarah interceptou as jovens, acompanhada por Tarim, e pediu para ficar cuidando de Alain, pelo qual era tomada de amores. O menino foi logo escalando o colo da cigana, feliz em ver a amiga de brincadeiras, e Annika permitiu que ele fosse, com um sorriso, não sem antes recomendar:

— Sarah... Nada de ensiná-lo a escorregar pelo corrimão. Ele ainda é muito pequeno. – e para o irmão dela – Tarim, por favor, vigie sua irmã desparafusada.

O moço sorriu e assentiu com a cabeça, arrancando o menino do colo da irmã e girando-o no ar, o que fez o pequeno gargalhar com gosto. Feliz com os momentos que sua família lhe proporcionava, a pianista acompanhou sua abelhinha até o quarto que esta dividia com o esposo. Sentaram-se na cama como duas adolescentes empolgadas – Annie era mestra em disfarçar quando estava preocupada, ou dilacerada por dentro, e não faria diferente agora – deitaram as gêmeas adormecidas, e Gabi começou a falar:

— Ah, Annie, eu estou muito feliz!

— Para quem estava com tantas dúvidas e medos no dia do casamento, você fez um enorme progresso! – concordou a mais velha – e acho que isso tem a ver com um certo ruivo... – ela conhecia bem demais a irmã, então arriscou perguntar – fizeram amor, não foi?

Gabrielle corou violentamente, com um sorrisinho bobo no rosto, e as duas riram baixinho. Com um suspiro sonhador, a mais moça falou:

— Ah, Annie... Ele é perfeito! Foi tão gentil, tão delicado, tão... Eu nem senti medo, consegue acreditar? E não só no quarto... Ele se esforça para que nada me aborreça, quer que eu me sinta em casa... Está tão preocupado em me fazer feliz, que eu precisei lembrá-lo de que eu já estou em casa, que os Garotos do Beco sempre foram minha família. – ela riu, divertida e sonhadora – não pensei que fosse assim...

— Não pensou que o que fosse assim?

— Casamento. Agora entendo seu sorriso constante, Annie. Eu achava que o casamento era uma prisão, que era abrir mão de si mesmo... Mas não é. Não pe nada do que pensei.

— Não é, porque você se casou com alguém a quem ama, e que te ama de volta. Casou-se comm um homem decente e apaixonado; mas seu conceito anterior, infelizmente, é o correto, na maioria dos casamentos.

— Alegremo-nos que não se aplique a nós, então. – disse a menina. Vendo os olhos da mais velha, perguntou – o que aconteceu, Annie?

— Como assim?

— Está me escondendo algo. Sei quando está mentindo pra mim, acerca de seus sentimentos, e você está, neste exato momento. Aconteceu algo que te aborreceu muito. Mas o que?

— Nada importante, abelhinha. Nada importante. Concentremo-nos em sua felicidade, está bem?

A mais moça olhou enviesado para a outra, sabendo que havia ali algo muito errado, mas que Annie não revelaria. Bem, iria inquirir Renard, mais tarde. Ele certamente teria sabido de qualquer ocorrência. Fingindo ter desistido do assunto, declarou:

— Bem, conversei com Renard e os outros, e vou voltar a frequentar o teatro em dois ou três dias. Não quero parar os ensaios, especialmente agora, quando se aproxima a nova temporada de concertos.

— Ótimo! Até porque, quero lhe fazer um convite – e ante o olhar curioso da pequena – faz uma apresentação comigo? Um piano e um violino no palco, e só. Solos alternados, e então um dueto.

— É claro! – exclamou a menor, pulando sobre a irmã. Seu grito de empolgação acordou as gêmeas, que dormiam sobre os travesseiros. Annika ralhou com a irmã caçula, mas em meio a risos, enquanto acalmava as fihas.

Enquanto as moças conversavam no quarto, Erik e Renard perdiam-se num assunto bem mais sério. O rapaz voltou-se para seu “cunhado”, e perguntou:

— Annika lhe contou sobre a conversa que teve com o pai, não contou?

— Estou ciente dos fatos, sim. Aquele homem não passará desta noite. – havia um brilho assassino no olhar do músico, que deixou o mais jovem levemente apreensivo; gostava de Erik, mas sabia que aquele era um homem a ser temido. Um assassino sempre reconhecia outro.

— Era exatamente sobre isso que queria lhe falar, monsieur: sabia que iria querer matar o pai das meninas, mas...

— Não me peça para deixa-lo viver, Andrieux! – cortou o Fantasma, ríspido – ele ameaçou minha mulher, meus filhos e minha aluna, que tenho como minha irmãzinha menor. Ele não verá outro alvorecer.

— Não era o que eu queria dizer. Mas não quero deixar o trabalho só a seu encargo.

— Como assim?

— Gabrielle é minha mulher. Que homem eu seria, se não matasse aquele que está tentando tirá-la de mim, causar-lhe dor e sofrimento? Não vou ficar de braços cruzados.

— E o que está pensando em fazer? Eu trabalho sozinho.

— Geralmente, eu também. – o moço descruzou os braços e começou a andar para lá e para cá, na viela ao lado do casarão - Mas matar um homem com a influência o Sr. Anjou, e que nunca sai de casa, não será fácil. Acredite em mim, eu tenho experiência em assassinar pessoas; os nobres são os mais difíceis.

— Morrem como os porcos que são, no final. Todos eles.

— Mas têm, também, escoltas e segurança. Você já é procurado pelo incêndio da Opera, e eu... Tenho amigos na polícia, mas também sou procurado por crimes. E se formos associados ao assassinato de um homem influente, estamos perdidos. Teríamos de sair da França, para não morrer.

— Então, talvez uma aliança não seja má ideia, já que estamos na mesma situação. Diga-me o que tem em mente, raposa.

Por um bom par de horas, os dois homens conversaram acerca de seu plano, definindo detalhes, cuidando de nada deixar passar. Quando finalmente foram ao encontro de suas amadas, já tendo chegado a um acordo, uma coisa era certa: Derrik Anjou tinha uma cova garantida para si, e não veria outro nascer do Sol.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Reviews? Reviews?
Beijos, minhas flores! Aguardo ansiosamente saber o que acharam, e o que esperam para os próximos capítulos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anjo das Trevas - 2ª temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.