Mais tarde quando chegou em casa, encontrou Alana pintando algo.

G: o que está fazendo?

A: ah! Besteira minha... – disse escondendo o quadro.

G: deixa eu ver.

A: não é nada. – ele pegou o quadro da mão dela e olhou. – está horrível.

G: não. Não está não. Ficou ótimo. Não sabia que sabia pintar.

A: é, eu pintava quando morava com os meus pais e vendia os quadros pra arrumar uma grana. Faz um bom tempo que não faço mais isso, aí eu vi seus quadros e acho que me fez ter vontade de fazer isso de novo.

G: você pintou muito bem, só faltou algumas coisinhas bobas.

A: quais? Você podia me ensinar a fazer quadros como esses? – disse apontando pra um dos quadro que Gerard havia pintado.

G: claro. – disse se sentando ao lado dela. – deixa eu ver... – e pegou o pincel. – é o seguinte, as pinceladas devem ser de leves e assim... – e começou a explicar calmamente. Os dois se divertiram com a aula. Gerard era bem atencioso com ela e um ótimo professor de artes.– olha aqui esse cisne.

A: o que tem ele?

G: olha esse erro aqui.

A: não estou vendo. – disse chegando mais próximo do quadro pra enxergar quando Gerard pintou a testa dela. – Não estou acreditando que você fez isso Gerard. – disse com vontade de rir.

G: ficou tão bonita assim. E que tal isso? – e fez um bigode nela.

A: ah ta. Já que é assim. Que tal isso em você. – e pegou o pincel tentando pinta-lo, mas ele segurou o braço dela impedindo e depois correu pela sala e ela atrás dele. Os dois ficaram nisso até Alana sentir o bebe mexer. – ui!

G: o que foi? – perguntou nervoso quando ela parou com a mão na barriga.

A: ele está mexendo Gerard. – disse ela rindo.

G: ele quer brincar também. – disse indo até ela. Ela pegou a mão dele e levou até a barriga dela.

A: está sentindo?

G: estou.

A: está bem animado hoje. Um pouco antes de você chegar ele estava pulando que só.

G: é a coisa mais linda sabia?

A: nosso filho. – e ela sorriu pra ele que também sorriu feliz.

Mais tarde, de banho tomado, Alana vestiu uma camiseta larga do Gerard como pijama e foi dormir. Quando se deitou ficou pensando nele. Ele foi tão legal com ela lá na sala. Ela estava um pouco arrependida de ter dito aquilo pro Gerard, que não gostava dele. Aquele olhar dele depois da notícia estava fazendo ela ficar com dó dele. Ela nem conseguia dormir de tão nervosa, queria tanto pedir desculpas pra ele por isso. Isso não seria necessário afinal ela não tinha culpa, mas se achava uma bruxa por ter feito aquilo com ele. O que seria pior, deixar ele pensar que podiam ser algo juntos ou cortar todas as esperanças antes que ele se machucasse mais como ela fez? Ela estava lá pensativa quando vê uma sombra na porta. O quarto estava escuro e não dava pra ver quem era, mas ela sabia que era ele. Gerard entrou no quarto e ela fingiu estar dormindo. Ela então sentiu ele pegar a coberta e a cobrir, fez um carinho nos cabelos dela e lhe deu um beijo de leve no rosto e depois na barriga e saiu do quarto. ela sorriu, estava feliz pois ele estava sendo uma pessoa ótima com ela.

A: Gerard quer suco? – disse quando ele chegou na cozinha.

G: Aceito. – disse abrindo a boca de sono. – que horas você acordou?

A: Cinco e meia.

G: Cruzes!

A: É, depois que fiquei grávida tenho acordado bem cedo. Quase nem consigo dormir por que não acho uma posição boa.

G: tem isso também?

A: pra você ver como nós mulheres sofremos.

G: nós homens também sofremos.

A: com o que? nós ficamos mocinha, com cólica, engravidamos, temos que sofrer pra ficar bonita, fazer cabelo, depilação e várias outras coisas enquanto vocês nada...

G: isso por que você não tem bolas. – e ela começou a rir.

A: é, mas você não sente dor aí sem que alguém esbarre.

G: quer ver um filme maneiro?

A: qual?

G: Do que as mulheres gostam, é perfeito pra esse assunto.

A: seria legal. Adoro esse filme.

Os dois foram pra sala e Gerard colocou o filme pra rodar. E os dois deram boas gargalhadas com ele.

A: meu Deus...a mulher...ai...to sem ar... – ela mal conseguia terminar a frase, estava morrendo de rir.

G: muito bom. – disse rindo também. Ele ria mais dela que não conseguia falar do que do filme.

Aquele momento dos dois foi tão bom que se tornarem grande companhia um pro outro pra assistir filmes de comédias. Quase todos os dias eles alugavam filme e ficavam assistindo. Isso quando Gerard estava em casa disponível. Quando ele não estava em casa e ela alugava algum filme, ela ficava acordada esperando por ele só pra poderem dar altas gargalhadas. Gerard adorava ouvir as risadas de Alana, ele morria de rir com elas. Alana estava adorando a companhia dele, era tão bom. eles tinham os mesmos gostos pros filmes, riam das mesmas coisas, conversavam sobre o filme no final e ele era sensível e chorava com ela em alguns, diferente dos outros caras. Estavam tendo dias perfeitos, isso não podiam negar.

Um mês depois...

A: olha essa camisetinha que coisa mais linda. – disse pegando a camiseta do cabide.

G: tão pequena.

A: claro né Gerard.

G: estou só brincando. – disse abraçando ela por trás. Ela sentiu um arrepio imenso quando ele fez aquilo e começou a falar perto de seu ouvido. – achei aquela ali mais bonita.

A: você tem razão. – disse ela andando tentando tirar os braços dele dela com sucesso. – pronto, agora vamos ver os sapatinhos.

Os dois compraram e na hora de sair da loja ela tropeçou e acabou caindo. Ela começou a chorar nervosa por causa do bebê e Gerard a levou no colo enquanto um segurança o ajudava com as coisas. Os dois chegaram no médico e por sorte, nada aconteceu à criança, mas o médico pediu que ela ficasse de repouso.

A: graças a Deus nada aconteceu. – disse deitada na cama.

G: é. – a campainha tocou. – deve ser o Frank e o pessoal. Eu contei a eles o que aconteceu e eles disseram que viriam visitá-la.

A: ta.

Gerard foi até a sala e depois de alguns minutos voltou pro quarto acompanhado pelo pessoal e suas namoradas que ela já conhecia, mas havia alguém a mais ali. Uma garota dos cabelos curtos e negros, bem bonita, mas que Alana nunca vira antes. Alana olhou pra cara de Gerard que parecia meio sem graça com a presença da menina. Ela o olhou de um jeito como se perguntasse quem era a garota e logo teve sua resposta.

G: Alana, essa aqui é Eliza, uma amiga da banda. O resto do pessoal você já conhece né? – disse ele meio nervoso. Essa historia de amiga da banda não havia colado pra ela, havia algo a mais nisso tudo.

O pessoal ficou conversando com Alana sobre o bebê e a presentearam com roupas e brinquedos. Estavam todos se divertindo até que Alana percebeu que faltava alguém lá, ou melhor, dois “alguém”. Ela conversava só que aprestava mais atenção na porta do que neles, foi quando os viu entrar, primeiro Gerard e depois de um tempo a tal da Eliza. Mais tarde todos foram embora e Alana ia dormir quando Gerard apareceu no quarto ligando a luz.

A: que foi? Aconteceu alguma coisa?

G: não. Vim só me despedir do meu filho.

A: ta. – disse se sentando na cama. Ele beijou-lhe na barriga e ia saindo quando Alana sentiu necessidade de perguntar. – quem é Eliza?

G: o que? – ele a olhou surpreso e depois de um tempo respondeu. – uma amiga da banda. Na verdade amiga da Alicia namorada do meu irmão.

A: de verdade Gerard.

G: como assim?

A: quem é ela de verdade.

G: eu não entendi aonde está querendo chegar.

A: tem algo a mais nessa historia toda. Por que está escondendo de mim? – disse ela se mantendo calma.

G: não estou escondendo...- eles ficaram se encarando até que ele não viu não conseguia engana-la. - ta bom...tem mais coisa sim.

A: então me conta vai. Senta aqui. – ele se sentou na cama.

G: Eliza....bem, ela....eu...nós estamos saindo.

A: pronto. Não doeu nada, doeu? – disse forçando um sorriso. Não sabia por que, mas aquela noticia lhe deu uma pontada no peito, sentiu uma angustia por dentro.

G: está com raiva?

A: por que?

G: achei que não fosse gostar que eu tivesse um caso.

A: Gerard você é um cara novo, bonito, inteligente, legal, e novo principalmente. – e eles riram – não deve ficar se prendendo só por que eu vou ter um filho seu. Quero mesmo que você seja feliz. Eu até gostei da notícia, eu até me sinto menos culpada agora.

G: pelo que?

A: me senti muito mal depois daquela nossa conversa na casa da sua mãe.

G: ah...aquela conversa. – disse lembrando. – é, passado.

A: Espero que dê tudo certo entre vocês dois.

G: nós dois quem?

A: você e Eliza oras.

G: ah ta. É...eu também espero... – Alana abriu os braços e ele entendeu o que ela queria e a abraçou. Gerard pensou que ela ficaria com ciúmes, ele não estava com Eliza pra lhe fazer ciúmes, mas bem que no fundo ele gostaria que isso acontecesse, ele queria que Alana mostrasse algum sinal de afeição por ele. Alana sentiu-se um pouco angustiada, mas não quis comentar sobre isso. Queria que ele fosse feliz, não queria estragar aquele momento dele.