O Amor Vence Barreiras escrita por kaka_cristin


Capítulo 21
Capítulo 21 - A sogra




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Algumas horas depois, os dois pararam de carro em frente a uma mansão enorme. Antes de saírem do carro, Gerard achou melhor dar algumas recomendações.

G: antes de entrarmos, quero que saiba que minha mãe é insuportável. De vez em quando gosta de alfinetar as pessoas. Não ligue se ela disser alguma coisa, algum insulto.

A: ok. – respondeu com receio.

G: ok. Então...vamos.

Os dois saíram do carro e Gerard tocou o interfone e o enorme portão se abriu. Adentraram pelo enorme jardim em frente a casa e ao longe, Alana pôde ver a porta se abrindo e alguém saindo dela. Uns minutos andando, e chegaram perto da mulher que olhou sorridente pro Gerard e o abraçou.

R: quanto tempo meu filho. – disse ainda o abraçando.

G: é, alguns meses...

R: cinco meses e vinte dois dias pra ser exato.

G: mãe, essa aqui é Alana. – disse quando deixaram de se abraçar.

R: é ela? – disse entortando a boca.

G: não sei se você lembra, Alana Bedingfield, da novela laços de paixão.

R: não perco meu tempo com essas coisas. Sou uma mulher muito ocupada.

A: muito prazer. – disse estendendo-lhe a mão e ela só recebeu uma bela de uma olhada de cima abaixo por ela.

R: vamos entrar. – disse dando-lhe as costas.

G: eu te disse. – disse Gerard pra Alana quando sua mãe se virou. – tenha calma. - Alana fez um gesto com as mãos que tudo bem.

Os dois entraram e se sentaram à mesa e logo alguns empregados puseram comida nela.

R: foi bom ter vindo jantar com sua mãe. – disse de mãos dadas ao Gerard e o encarando. Ela evitava olhar pra Alana.

G: vim mais pra te apresentar a Alana.

R: hum. – disse revirando os olhos. – e quando vai ser o próximo show?

G: não vou fazer mais.

R: por que não?

G: alana está grávida e eu quero estar ao lado dela durante a gestação. – Alana arregalou os olhos e olhou pra ele não entendendo nada.

R: ta falando sério?

G: é sério.

R: mas que ridículo. Largar sua carreira por causa de...

G: está decidido. – disse encerrando-lhe pra que não dissesse algo ofensivo.

R: ok. – ficou tudo em silencio, só se ouvia o barulho do ponteiro do relógio que tinha na parede da sala de jantar. Foi então que depois de alguns minutos de silêncio, ela resolveu puxar assunto com alana. – e onde trabalhava quando conheceu Gerard, menina? Já era atriz?

A: não, na verdade nos conhecemos num dos meus empregos numa lanchonete no Texas.

R: um dos? Quais eram os outros?

A: eu tinha dois empregos. Um nessa lanchonete e outro numa livraria.

R: que empregos mais desvalorizados.

A: mas eu me orgulhava deles. Antes isso do que roubar. – disse calma sem alteração na voz.

R: e como conseguiu se tornar atriz? Gerard a ajudou?

A: bom, eu confesso que ele teve um pouco a ver sim, mas, acredito que passei também no teste pelo meu esforço.

R: ah é? interessante. E você...

G: está fazendo faculdade pra repórter mamãe? – perguntou Gerard encarando sua mãe que se calou naquele instante. Alana sentiu vontade de rir, mas se conteve. Ela fingiu não ter ouvido Gerard e continuou.

R: Você tem certeza que esse filho é mesmo do Gerard? não pode ser de algum outro?

A: como é que é? – Alana irritada alterou o tom de voz.

G: já chega mamãe, já passou dos limites a senhora.

R: estou só curiosa.

G: não creio que você perguntou isso. – disse ele ainda sem acreditar com a atitude da mãe.

A: com licença. – Alana se levantou e se retirou da mesa deixando os dois a sós.

No caminho encontrou um empregado e perguntou onde era o banheiro e foi até lá. Trancou-se no banheiro, lavou o rosto e respirou fundo. teve vontade de chorar, mas permaneceu-se forte e conteve as lágrimas. Tinha que ser forte. Depois de uns dez minutos ela saiu do banheiro e ia pra sala de jantar quando ouviu a conversa dos dois.

G: como pôde insinuar isso dela?

R: é normal pra gente da laia dela.

G: laia dela? Não entendi.

R: pobre e negra. Meu filho, que desgosto para a sua mãe. Tinha que arrumar os dois de uma só vez? Quer fazer sua mãe infeliz? O que eu te fiz?

G: deixa de ser ridícula, olha só o que você está falando.

R: é uma interesseira meu filho. Eu só quero defende-lo. Não vê a historia de como se tornou atriz? Aposto que engravidou de você com o intuito de subir na vida, por que garotas como ela nunca vão conseguir nada além de um empreguinho de limpadora de chão de lanchonetes.

Alana não agüentou mais ouvir essas coisas e resolveu não voltar mais praquela sala e saiu da casa indo pro jardim. Sentou-se num banco no jardim em frente a casa. Ficou olhando uma borboleta voando e desejou ser ela. Seria bem mais fácil, pois poderia sumir dali num bater de asas.

G: alana. – ela se virou e Gerard estava parado perto do banco.

A: oi. – respondeu sorrindo pra ele tentando conforta-lo.

G: me desculpa. – disse se sentando ao lado dela.

A: tudo bem.

G: não sabia que ela seria tão perversa com aquele interrogatório todo. Geralmente ela se contém.

A: tudo bem. Esqueça. – os dois se calaram até Alana resolver dizer tudo a ele. – eu ouvi tudo Gerard.

G: tudo o que?

A: não pude deixar de ouvir a conversa de vocês dois quando voltei do banheiro. Ela não gosta de mim por que sou negra e pobre.

G: mas eu não me importo com isso Alana. Eu juro. – disse pegando na mão dela.

A: eu sei. – disse recolhendo sua mão. - Infelizmente quase ninguém nesse país pensa como você. E ainda dizem que os americanos vivem num país livre...grande mentira...

G: Alana, não queria que você passasse por isso. Ainda mais grávida, poderia passar mal e tudo. Eu não imaginava que seria desse jeito.

A: eu não ligo Gerard. eu já passei tanto por esse tipo de preconceito na vida que já nem ligo mais.

G: é admirável...a sua força. Por isso que gosto muito de você. – e ela virou o rosto buscando palavras.

A: Temos muito que conversar Gerard.

G: sobre minha mãe?

A: não. Sobre o que disse lá dentro da sua banda.

G: eu já decidi alana.

A: prometeu pra mim que não largaria a banda.

G: mas Alana...

A: não vai fazer isso. Você prometeu Gerard. eu te disse que se fizer isso eu volto pro Texas.

G: mas eu quero estar presente.

A: mas vai estar. Vai estar entre um show e outro.

G: mas você vai ficar sozinha enquanto eu não tiver aqui.

A: não precisa disso. Se for por isso eu peço pra alguém ficar comigo, a Ju, por exemplo.

G: Alana...

A: nem mais um A. você vai continuar com sua vida normalmente e não vai se preocupar. Promete? Vai continuar sua vida como se eu não estivesse aqui. Como antes...

G: mas...

A: me prometa! – disse segurando no queixo dele.

G: ta...tá bom eu prometo.

A: ótimo. – e abaixou a cabeça pensando se falava ou não o que estava lhe incomodando. – Gerard...eu não queria nem dizer, mas acho que não é justo eu não esclarecer umas coisinhas. – e ele a olhou esperando. – eu ouvi quando disse ao Frank que gosta de mim.

G: você ouviu...?

A: sim, eu ouvi. Me desculpa, eu não estava dando uma de bisbilhoteira, foi só que quando eu cheguei pra te entregar o telefone, acabei ouvindo...

G: nossa! Não queria que soubesse desse jeito. Eu ia te dizer... – disse ele sem graça.

A: Gerard! – disse o cortando. – antes que você fale qualquer coisa quero que saiba que... Eu só queria te dizer que fiquei com medo quando ouvi você dizer aquilo.

G: medo? Mas por que?

A: Gerard...eu não sinto o mesmo por você. – e ele a olhou perplexo por uns segundos e depois sorriu sem graça.

G: ah...tudo bem. – disse ainda sem graça com um sorriso tímido no rosto.

A: me desculpa. – ela sentiu pena e ficou nervosa por talvez tê-lo magoado. - eu não queria que fosse assim, mas...eu não agüentei quando ouvi você dizer aquilo e eu não podia deixar você na esperança. Me desculpa mesmo. Se é isso que você sente por mim, eu quero que apague. – ele ficou calado de cabeça baixa aumentando o nervosismo de Alana.- está tudo bem?

G: ok.

A: está mesmo tudo ok?

G: não, tudo bem, eu...eu não vou ficar mal por causa disso. Acontece. Nem sempre gostamos de alguém que sinta o mesmo por você. essa é a graça né? Não teria graça se todo mundo de quem gostássemos gostasse da gente sem que lutássemos por ela.

A: é...infelizmente. – disse sem graça virando o rosto e olhando qualquer coisa.

G: não precisa ficar sem graça.

A: eu não estou. – disse disfarçando.

G: bom, é...

A: é...

G: acho melhor sairmos daqui antes que a minha mãe apareça. – disse dando um sorriso pra ela.

A: é. acho melhor mesmo. – e sorriu também.

Os dois foram embora e depois de deixar Alana em casa, Gerard foi pro ensaio da banda. Ao chegar lá o pessoal estava comendo, então ele sentou no sofá esperando eles terminarem. Ele estava sem fome e pensativo.

F: o que está pegando Gerard?

G: hoje foi péssimo.

F: por que?

G: minha mãe tratou a Alana super mal.

F: eu te avisei. Você sabe como sua mãe é.

G: sei, mas não imaginava que fosse pegar tão pesado com a garota. Fiquei com dó dela.

F: de quem? Da Alana?

G: também. Mais ainda da minha mãe, por ser tão ruim.

F: me desculpa, mas eu também acho tudo isso aí dela.

G: Tudo bem. – e voltou a ficar pensativo.

F: cara, esquece isso. Tenho certeza que a Alana compreende. Toda sogra odeia a nora, é lei.

G: não é por isso que estou assim.

F: então por que? o que houve?

G: ela me disse que... – e abaixou a cabeça. – ela não sente nada por mim.

F: mas como não?

G: fazer o que né?

F: que tipo de mulher transa com um cara, engravida e não quer nada com ele? Ainda mais você, é rico, bonito, famoso. Todas morreriam pra ficar com você.

G: não ela. Alana é diferente das outras. É disso que mais gosto nela.

F: e agora? O que você vai fazer? Continuar morando com alguém que não quer saber de você?

G: eu vou conquista-la.

F: mas como?

G: ainda não sei. Mas eu vou conseguir.

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