Choque de Tempo escrita por Miss Krux


Capítulo 11
Capítulo 11 - E o café esfriou?




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John e Marguerite estavam vivendo aquele momento pelo qual tanto esperaram, estavam deitados na cama, ainda dando risada e trocando carícias. John não parava de admirar a beleza da sua Lady, sua futura esposa; ele mal podia acreditar que ela havia aceitado seu pedido, seu coração parecia que ia explodir de tanta felicidade, seus olhos brilhavam ao olhar a herdeira ao seu lado. Marguerite, por sua vez, estava com suas mãos para o alto ainda analisando cada detalhe da aliança, um de seus mais belos sorrisos estampado no rosto; finalmente, ela havia se permitido entregar-se para o homem que amava e ia se casar... Ainda não conseguia acreditar nisso, ia se casar por amor e não por dinheiro como já havia feito várias vezes anteriormente. Quando por um momento ela tirou a aliança de seu dedo, reparou também que havia o nome de John gravado e a data era a de quando chegaram ao platô, praticamente quatro anos atrás.
M – John, porque mandou que gravasse essa data?
John, agora desperto de seus pensamentos e admiração, olhou profundamente nos olhos dela, como estavam deitados um de frente para o outro.
J – Porque, minha querida, foi a partir dessa data que vi que tinha algo ou alguém por quem viver novamente. Você. Você passou a ser o ar que respiro todos os dias. E nada mais certo do que torná-la minha esposa, embora eu admita a Vossa Alteza que deu trabalho, mais do que eu esperava. Mas valeu a pena.
Marguerite não disse nada, seu sorriso apenas cresceu com a declaração do caçador e logo ela estava enchendo-o de beijos por todo o rosto.
J – Sabe, se continuar me dando tantos beijos assim posso pensar em lhe pedir mais do que isso.
A herdeira fez cara de incrédula quanto ao que John havia comentado e deu-lhe um tapa no ombro como advertência.
M - Como pode pensar tal malícia? Você, sendo um cavalheiro, deveria ter no mínimo maior consideração por uma dama como eu.
Claro que John sabia que ela estava brincando, conhecia a herdeira melhor do que ninguém, a cada dia que se passava ele tentava desvendar cada vez mais mistérios sobre ela, porém, seu lado de garoto maroto queria saber até onde ela iria com essa brincadeira.
J - Não sei se recorda, e acredito que sim, mas eu já lhe falei que estou tão longe de ser um cavalheiro quanto você está de ser uma dama.
M - O que está insinuando, Milord? Ou melhor, onde planeja chegar?
J - Eu insinuando algo? Oh… Não, não. Está equivocada. Quanto a onde pretendo chegar... Bem, o mais longe que me permitir.
Logo, antes mesmo que Marguerite percebesse a aproximação súbita do caçador, ele já estava extinguindo a distância que havia entre eles, tomando-lhe os lábios avidamente, sugando-os com beijos profundos, selvagens, necessitados. Uma de suas mãos já havia aberto o hobby de Marguerite, deixando-a parcialmente apenas com suas roupas íntimas. As mãos de John pareciam percorrer todo o seu corpo, mostrando o quanto ele a desejava, deslizando pela pele branca e macia, passando por suas pernas, que já se encontravam entrelaçadas com as dele, e subindo pela cintura dela apertando-a levemente, mas o suficiente para trazer Marguerite mais perto ainda de seus corpo. Ele deslizava as mãos pelas costas da mulher fazendo-a se arrepiar por inteiro e, por fim, subia pronto para abrir o zíper da pequena blusa branca rendeda que ela usava. A herdeira retribuir cada carícia, seus beijos eram tão urgentes quanto os de John, quentes e molhados. Ela, por sua vez, mantinha uma de suas mãos na nunca do belo caçador, mantendo o rosto de ambos mais do que próximos para que aqueles beijos não se interrompessem a não ser para tomar fôlego, mas logo recomeçavam a se beijar. Com a outra mão ela deslizava por baixo da camisa de John, por toda a sua parte torácica e costas, apertando-o levemente com a mesma intenção dele: manter seus corpos o mais junto possível; até que John pegou sua mão guiando-a para que descesse um pouco mais, deixando-a sobre sua parte intima que, pelo volume que fazia, deixava nítido o tamanho de sua excitação. O caçador a ajudou que abrisse sua calça, abaixando-se o suficiente para que Marguerite pudesse tocá-lo.
Ambos estavam tão envolvidos e desejavam tanto um ter o outro naquele instante que haviam até esquecido que ainda tinham companhia, quando um barulho forte de algo caindo veio do andar de cima, fazendo o dois saltarem de susto e se separarem de imediato.
M - Olha o que você fez! Fez eu me esquecer totalmente que ainda temos companhia. Challenger pode querer vê lo ainda, saber como está. Já pensou se ele desce aqui e nos vê assim? O que ele iria pensar? Tudo culpa sua.
J - Minha? Ora, você não estava retribuindo? Eu estava fazendo à força? Engraçado, não foi o que me pareceu. E outra: George já é crescido o suficiente, ele não iria pensar nada. Como se ele nunca tivesse feito isso antes... Além do mais, logo que Verônica chegar todos irão saber que daqui em diante pertencemos um ao outro, então que mal tem?!
Marguerite olhou para ele; de fato, o caçador estava certo, ela não tinha nem palavras para responder, porém, não queria sua intimidade exposta assim como se estivesse em uma vitrine para todos verem.
M – Tudo bem. Pode ser, pode ser... não que seja assim sempre, mas dessa vez você está certo. De qualquer forma, não quero que vejam o que fazemos ou deixamos de fazer. Isso é algo meu e seu. Temos que ter mais cuidado, principalmente quando eles estiverem em casa. Certo, John?
J – Certo, Vossa Alteza. Como preferir.
Marguerite, que devido ao barulho havia levantado da cama quase caindo por se enroscar nos lençóis, em seu hobby e no próprio John, estava agora em pé, próxima a cômoda, tentando se arrumar. John ainda estava deitado do mesmo jeito que Marguerite o havia deixado. Quando ela olhou para ele com uma cara de interrogação parando seus olhos em certa região que se elevava por baixo do lençol, ele logo percebeu o motivo de ela o encarar daquele modo e tentou cobrir com as próprias mãos, ainda um tanto envergonhado pela situação.
J - O quê? O que está olhando? A culpada disso tudo é você mesma. E agora, o que sugere que eu faça com nosso amigo aqui? Porque se George decidir descer para me examinar quem irá dar explicações para ele é você.
M - Eu? Por que eu? Ele faz parte de você, não de mim. Você que tem que saber se controlar. Quer saber? Sugiro que façamos o que era para termos feito desde a minha chegada: tomar café.
John apenas balançou a cabeça concordando em tomar o café como Marguerite sugeriu, até porque ele estava faminto e... bem, sua situação não o ajudava muito. Logo Marguerite o estava servindo com uma xícara de café. Ao tomar um gole, John fez uma cara feia, parecendo mais que estava tomando um dos remédios de Challenger.
M - O que foi agora? O café do Challenger não é tão ruim assim.
J - Não, não é. Mas quando está quente, porque frio parece um dos remédios dele.
M - Acho que demoramos tempo demais para tomarmos, por conta das suas brincadeiras. Essa sua mania de ver até onde pode chegar com uma brincadeira... Agora terei que subir e esquentar novamente.
J - Isso, faça isso, por favor. Com sua ausência será o tempo do nosso amigo se acalmar, sabe... E quanto às minhas brincadeiras, minha querida, em se tratando de você meus limites são indefinidos. Quanto mais a tenho, mais a quero.
Marguerite apenas esboça um sorriso de canto, balança a cabeça e segue com as xícaras e um pequeno bule.
No andar de cima, ela logo vê os dois homens arrumando as armas e as mochilas para sair. William agora até chegava a lembrar um pouco seu irmão, principalmente por estar bem arrumado e com roupas limpas – roupas de John. Usava uma de suas calças cáqui, uma camisa branca e o casaco que George havia lhe sugerido que colocasse, pois por conta das chuvas a temperatura poderia cair; as botas e o chapéu eram dele mesmo, mas se assemelhavam aos de John. Era um homem bonito e educado pelo que se percebia, mas não chegava perto de ser o cavalheiro que John era.
Challenger estava entusiasmado com o novo assistente; eles haviam conversado durante algum tempo enquanto faziam os preparativos para sair e William mostrava que entendia sobre muitos assuntos: cálculos, ciência, biologia, finanças, áreas administrativas, leis, literatura, línguas, anatomia. Deveria ter sido um aluno empenhado, senão o melhor na sua época de escola e faculdade. Certamente, também, Lady Roxton o instruiu muito bem. Era o tipo de aluno com quem George adorava conversar ou discutir sobre algum assunto de seu interesse. O cientista nem havia notado ao certo o que a herdeira estava fazendo de volta a cozinha, mas como a viu levando um pequeno bule ao fogo imaginou que seria chá.
C - Minha cara, porque está preparando chá? O café não bastou para você e para o John?
M – Não, George. Não estou preparando chá, apenas voltei para esquentar o café que esfriou.
C - Esfriou? Mas você o levou fumegante de quente! Minha nossa, será que está tão frio assim e eu que não percebi?!
A morena, vendo a confusão do amigo, se aproxima e dá-lhe um tapinha no ombro para tranquiliza-lo.
M – George, alguém já lhe disse que você pensa demais? Está tudo bem, é só que demoramos para tomar o café. Preferimos nos alimentar primeiro e agora que nos demos conta de que o café havia esfriado.
C - Bem, pensar demais não faz mal algum; pelo contrário, nos ajuda a aprender mais sobre este lugar em que vivemos.
M - Você quer dizer nesse maldito platô?
Challenger apenas riu da expressão da mulher, estava demorando para ela dizer essa frase naquela manhã. Na verdade, ela estava até mais bem humorada depois que voltou do quarto de John. William, por sua vez, não teve a mesma distinção que o cientista e acabou por se intrometer no assunto, ainda mais porque o seu interesse por aquela mulher parecia só aumentar.
W - Senhorita, acredito que é maldito dependendo do ângulo que o vê. Eu nunca conheci lugar tão fascinante quanto este; ainda estou encantado pelo que o professor me falou e pelo pouco que vi no caminho para esta casa. E se me permite a liberdade, devo dizer que sua presença só deixa o local ainda mais belo.
Marguerite e George o encaram com total descrença no que ele havia dito. George por se sentir embarassado e com medo das próximas atitudes da mulher, pois sabia o quanto ela odiava tais intromissões e, por assim dizer, investidas daquele modo. E Marguerite ainda assimilava o que acabara de ouvir; não acreditava ter dado ao homem tal liberdade e não gostava de sentir-se invadida, ainda mais por ele ser irmão de quem era.
M - Concordo que mulheres com as qualidades que eu tenho não se acham fácil nesse lugar, até por ser um lugar ainda pré-histórico. E é por isso mesmo que alguém como eu não seria deixada sozinha nesse lugar. Como de fato não estou sozinha. Portanto, Senhor William, não lhe dei tal liberdade e devo lhe informar que a pessoa com quem estou comprometida deve pensar a mesma coisa que você. Tanto deve pensar que se souber que me falou algo desse tipo iria lhe ensinar muito bem a não se intrometer onde não é chamado.
William ficou branco, lembrando-se do que ela seria capaz de fazer se lhe faltasse com respeito, como havia dito naquela manhã. Ele se sentia envergonhado e ao mesmo tempo com raiva e rancor; só poderia ser uma pessoa essa de quem a Senhorita Krux se referia: seu querido irmãozinho. “Ele não perde a oportunidade mesmo... O mesmo mulherengo de antes...”. Porém, William ainda estava prestes a descobrir o quanto seu irmão havia mudado e o quanto ele lutaria pela mulher que ama.
Challenger não entendeu nada do que havia acontecido ali, apenas que William havia tentado em vão galantear Marguerite, esta o havia rechaçado, o que não era novidade, pois ela sempre fazia isso com John. “Mas comprometida? Ora, com quem? Ou ela estava blefando muito bem ou... Espera, ou de fato ela e John haviam decidido se unir”. Foi então que ele percebeu uma aliança na mão esquerda de Marguerite, quando ela depositou sua arma na mesa; o cientista não se lembrava de ter visto essa aliança antes do café da manhã e há alguns dias, quando John o ajudava no moinho de vento, também não viu o anel de família dele – ao perguntá-lo sobre o assunto, o caçador respondeu que havia perdido seu anel. Portanto, lhe parecia que sim, que os dois estavam juntos. Claro que ele queria perguntar algo, mas sabia que seria inapropriado fazê-lo na frente de William, ainda mais depois da resposta de Marguerite, seria o mesmo que contradizê-la. Preferiu apenas calar-se, embora estivesse feliz pela união do casal. Deixou ainda um sorriso de canto escapar-lhe, o qual não passou despercebido por Marguerite.
M – Challenger, do que está rindo? Não sabia que agora ria sozinho, além de falar sozinho e se fazer de cobaia para seus próprios experimentos.
C – Não é, Marguerite, nada. Apenas estou entusiasmado para estudar o que houve de errado com a minha experiência e, claro, saber como é possível que William esteja aqui. É uma nova descoberta e você sabe o quanto novas descobertas me deixam animado.
Marguerite dá um sorriso torto, sem graça; ela sabia o quanto ele ficava entusiasmado com novas descobertas e sabia também das encrencas em que elas os metiam.
M – Sim, claro, George. Bem, faça boa viagem e não se esqueça de vir antes do escurecer, são as regras. Tome cuidado lá fora e não digo só com os dinossauros. – se referindo a William, que estava atrás dela já com a mochila nas costas e pronto para a partida.
C - Eu sei quais são as regras, fique tranqüila. Antes do escurecer estarei de volta. Você deixe a cerca ligada e o elevador travado aqui em cima. Não vá se esquecer.
M - Claro que não. Até mais, então.
Logo os dois homens já estavam indo rumo a caverna, sumindo no meio da mata, Marguerite obedeceu as ordens de Challenger quanto a segurança e, já com o café esquentado, rumava para o quarto do caçador.


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