Segredo Virtual escrita por Alehandro Duarte


Capítulo 18
Capítulo 18 Noite Estranha


Notas iniciais do capítulo

Depois de décadas sem postar capítulo novo, enfim. Após esse capítulo vai começar a " Trajetória Final " o começo do fim de Segredo Virtual.



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— O que você disse? - Sara não sabia o que dizer ou fazer, apenas queria que o que Rose disse fosse uma brincadeira de mal gosto ou má interpretação.
— Ele tá no porão... - Lídia chega com dois sanduíches no prato, dando um para Rose e outro para Sara. As duas deram uma mordida, se encarando totalmente.
— Gostou, pequena? - Lídia sorria para Rose, que concordava com a cabeça, ainda encarando Sara. A campainha toca. Lídia estranha aquilo, pois era tarde da noite, e se fosse Rebeca ou Jéssica, poderiam entrar sem se preocupar. Sara se levanta e atende a porta. Jason estava ali, segurando seu filho no colo.
— Tava sem nada pra fazer...
— É, realmente sem nada pra fazer. Entra logo. - Ele entra, se dirigindo até a sala, onde todos estão. Rose fica encantada com o bebê e vai logo para cima de Jason.
— Posso segurar ele?
— Tá bom, mas toma cuidado. - Jason o entrega para Rose, que fica lhe encarando.
— É seu filho? - Pergunta ela para Sara.
— Sim.
— Vocês formam um casal bonito. - Diz Rose sorrindo para o bebê. Sara e Jason se olham com um olhar estranho. Lídia ameaça rir, mas se segura, conhecia a história daquele "casal" mal sucedido e dramático. Até ela estranhava eles terem se aproximado tão rápido.

Tyler entrava dentro do carro e sentando no banco do motorista, com Naomi ao seu lado, de roupas novas. Muitas coisas aconteceram nesse meio tempo.
— Pra onde vamos? - Ela o olhava fixamente. Estava com muito medo, passou muito tempo naquele manicômio isolada.
— Eu não sei... - Ele passava a mão nos cabelos com uma expressão de preocupação e abaixara a cabeça, olhando para a blusa suja de sangue.
— Acho melhor a gente... - Ela suspira. Queria uma solução pra tudo aquilo, mas não sabia o que fazer. Era uma situação comprometedora e bastante perigosa.- Ir à polícia?
— Você ficou louca? - Tyler aumenta o tom de voz. - A polícia não é confiável nessa cidade, e o seu marido merece muito mais do que uma simples cadeia!
— Ele não é meu marido...
— Casou com ele e não se divorciou.
— Como eu iria me divorciar? Ele me mataria caso houvesse tal escândalo, e essa claramente não é a hora pra falarmos sobre isso.
Tyler suspira irritado e liga o carro, mas antes que pudesse começar a dirigir, uma pedra que veio pela janela de seu lado o acertara na cabeça. Naomi grita e tenta sacudi-lo quando vê sua cabeça ensanguentada, mas viu Sofia pelo buraco na janela, e já não sabia o que fazer, estava paralisada olhando para ela. Naomi saiu do carro apressada e Sofia foi rapidamente atrás dela.
Flashback on:
Tyler havia lhe cravado um caco de vidro na testa. Oscar correu até Tyler após ver que ele ferira seu pai.
— Chega! - Disse Tyler, tentando acalmar o garoto, que lhe deu um soco no rosto assim que ele terminou de falar.
Oscar não entendia o que estava acontecendo, mas pensava que seu pai era uma vítima de tudo aquilo que acontecia. Ele pegou um caco de vidro, cravando-o na perna de Tyler, que gritou no mesmo instante. Oliver continuava no chão sentindo tamanha dor, mas se colocou de pé, mesmo sangrando com o caco de vidro em sua testa. Naomi, percebendo que Oliver estava indo atrás dela, foi correndo abrir a porta, dando de cara com Marina, que ficou assustada ao vê-la.
— Meu Deus...
Oliver correu até a porta puxando Naomi pelo braço que o empurrara em um ato brusco.
— O que que tá...- Ela não consegue terminar a frase após ter visto os ferimentos em seu pai e a bagunça que estava na sala. Oscar parou de socar Tyler e caminhou até Marina, que estava boquiaberta com a cena.

 

Flashback off:

 

Ellen e Rebeca estavam caminhando lado á lado com seus "uniformes" do Cold Blood, olhando para o chão da rua, que estava desabitada aquele horário, após a informação no jornal local que um terrível assassino estava atacando diariamente e até mais que o próprio Cold Blood. Mas elas não tinham um pingo de medo, queriam se livrar "dele", estava roubando toda a fama que eles conseguiram juntar por anos.
Passos rápidos de uma pessoa andando rapidamente eram escutáveis até o fim da rua. Ellen sorrira para Rebeca, que segurava a faca dentro do bolso do casaco. Ao perceber que os passos estavam mais próximos, Ellen fizera sinal para a outra, que se virou rapidamente, dando de cara com o homem que fora surpreendido pela faca cravada em seu peito na região do coração. Ele também carregava uma faca consigo, mas a soltou após ser atacado. Após alguns segundos, ele caiu morto.
— O que faremos agora? - Perguntou Rebeca.
— Deixamos aqui - Ellen tirou sua máscara, colocando-a em cima do rosto do homem caído no chão - Todos precisam saber que o Cold Blood não está para brincadeiras, e essa é a nossa passagem para o auge.
— Está tramando algo. Dá pra perceber. Pode me contar?
— Você vai saber em breve, no "Baile de Respostas".
— Então, quer dizer que é assim que está chamando sua festa esse ano, "Baile de Respostas". Já estou sentindo pena da Sara.
— Ela não é meu alvo dessa vez, mas faz parte dele. - Um sorriso malicioso surgiu em meio aos seus lábios delicados e avermelhados. Os boatos sobre o batom de sangue realmente eram verdade, mas não era sangue humano, era sangue de cobra.

 

Rose subia as escadas para seu quarto, acompanhada de Lídia, que levava consigo o bebê. Jason e Sara continuavam sentados no sofá. Sara estava desconfortável por Jason estar ali e uma pergunta de repente surgiu em sua mente, algo que ela nunca havia pensado antes.
— Jason - Ela chamou. Ele virou seu rosto em direção ao dela, balançando a cabeça para que ela prossiga - Como era o Cold Blood antes de mim, antes de eu chegar na cidade? - O garoto suspirara e olhava para o chão, pensando em uma resposta.
— Bem... Não sei como explicar isto. Foram experiências totalmente diferentes. - Ela deu um sorriso de lado. Realmente queria saber sobre como as coisas seriam se ela não tivesse vindo à cidade. Será que evitaria as mortes ou provocaria mais? Sua relação com a mãe melhoraria? São perguntas que ecoavam em sua mente e nunca seriam respondidas. Sara relembrava cada vez mais aqueles momentos que vivenciou antes de chegar até aqui, onde agora é uma assassina. - Mas... - Ele resolveu continuar a conversar, via a tristeza nos olhos dela. - Há três anos atrás, o Cold Blood continuava a ser bastante temido, até que a gente parou por algum tempo... E depois veio você...
— Já percebeu que em filmes e novelas as lembranças são retratadas em preto e branco?
Jason estava começando a ficar confuso. Ela mudou de assunto tão rápido, ele pensava até aonde aquela conversa os levaria.
— Eu não acho que seja assim... - Ela continuou. - Se os sonhos tem cores, as lembranças também tem.
— Não acho que seja muito legal recordar algumas coisas que aconteceram naquela época. - Ele se referia aos jogos; A casa incendiada, o abuso, o fake e os assassinatos. - Eu ainda me sinto culpado pela morte da sua mãe...
— Era o mínimo que podia sentir. - Lágrimas ameaçavam descer nos olhos de ambos. Sara o olhava magoada e bastante chateada por tudo aquilo o que vivenciaram.
— Quero te pedir perdão do fundo da minha alma, Sara. - Uma lágrima escorrera de seus olhos descendo até o queixo. - Se eu pudesse mudar as coisas, eu juro que mudaria. Eu abusei de você e... - As lágrimas finalmente desabaram, ele pronunciava cada palavra soluçando em prantos. - ...Me perdoa por todo mal que eu te fiz, por tudo!
O choro de Sara também era presente, mas não tão agoniante como o dele, que colocara a mão esquerda sobre seus olhos, com a intenção de secá-los. Sara pegou suas duas mãos, as apertando, e em seguida o abraçara.

 

— Meu pai esteve aqui ontem. - Dizia o garoto do rosto duplicado.
— Como assim?
— Ele disse que veio rever uma antiga namorada. - Rubi estava preocupada, seu antigo amante estava na cidade e podia jogar atona o segredo sobre seu filho deficiente (Coitada, mal sabe ela que o cara morreu). - Disse que eu tenho uma irmã.
— A gente tem que se mudar agora mesmo!
— Por que você tem tanto medo de que as pessoas me conheçam? Só por que pareço um monstro? - Rubi nunca admitiu que seu filho era um monstro, mas ele já havia aceitado isso. Eles já haviam conversado sobre aquilo diversas vezes. Já tentaram uma cirurgia, mas ela falhou e deixou o garoto em risco de vida. Após isso, Rubi nunca mais deixou seu filho fazer outra cirurgia.
— Você sabe muito bem.
— Acha mesmo que as pessoas me condenariam por ter meu rosto duplicado? Talvez ficassem com pena, a sociedade mudou ao longo dos anos...
— Já conversamos sobre isso, Diogo.
— Eu tenho dezesseis anos!
— Isso pouco importa! As pessoas quando vêem algo diferente, as matam fazendo experiências! - Ela não podia evitar seu filho de ver o mundo, sabia que em breve não teria mais como controlá-lo.
— Um dia eu vou sair e você não vai me impedir.
— Vamos ver se esse dia chega. - Os dois se encaram. Diogo sentia ódio da mãe, mesmo sabendo que ela queria protegê-lo.

 

Naomi corria o mais rápido que podia. Sofia estava apenas alguns centímetros atrás dela e sabia que se diminuísse a velocidade por apenas um segundo, seria pega. Um carro em alto velocidade estava vindo em sua direção. Naomi acenava com as duas mãos para ele, que continuava em alta velocidade. Ao perceber que o carro a atropelaria, ela se jogou no chão, no lado oposto de onde ele vinha. Sofia viu que o homem que descia do carro era o prefeito, que estacionara o carro ao lado de Naomi, que havia desmaiado após bater a cabeça na pista.
— Finalmente você apareceu. - Sofia arfava se dirigindo ao corpo dela, que ainda respirava. - Essa é a chance perfeita pra matar ela.
— Não vamos matá-la. - Ele a pegou no colo com dificuldade.
— O quê?! Você é débil mental?! Essa vai ser a melhor oportunidade que a gente vai ter! - O prefeito a colocara dentro do carro.
— Você já matou quem precisávamos. - Disse ele, se referindo a Tyler morto dentro do carro. Sofia se aproximou dele e o deu um tapa.
— Tentou matá-la no hospital, por que não consegue agora? Ainda gosta dela?
— Eu nunca consegui tocar no corpo dela sem ter nojo!
— Quem tá com nojo de você, agora, sou eu! Se você não matar ela, eu vou matar. - O prefeito não sabia o que fazer. Os dois ouviam passos vindo em sua direção e se viraram ao mesmo tempo para ver quem era.
— Encosta um dedo na minha mãe e você vai morrer, vagabunda! - Ellen acabara de chegar e se aproximava cada vez mais de Sofia, que a encaravam com fogo nos olhos.
— Como você... - Antes que pudesse terminar a frase, ela respondeu.
— Sua filha. Bom saber que, nessa família, ainda tem uma pessoa decente.

 

Jessica abriu a porta de casa, foi até a sala e percebeu o trio na sala
— Onde está Rose? - Lídia se levantou do sofá, caminhando até ela.
— Está dormindo. Trouxe alguns amigos, espero que não tenha mal...
— Claro que não, Sara já é de casa. - Jessica olha pra Sara, que sorri para ela. Em seguida, vê o bebê pela primeira vez. - De quem é essa coisa linda? - Jessica se aproxima do neto e Sara a deixa pegar no colo.
— Meu filho. - Jessica a olha surpresa. A mesma expressão que Lídia tinha em seu rosto quando descobriu.
— Mas você é tão novinha...
— Acho que puxei você. - Um sorriso irônico definia seu rosto.
— Bom, eu vou indo. - Lídia vai embora acompanhada de Jason, ao perceber o clima tenso.
— Sara...
— Eu que vou falar. - Ela a interrompe. - Rose me contou que você matou um homem, quem era ele?
— Olha, Sara eu...
— Quem era ele?! - Jessica olha para o chão, tentando desviar os olhos da filha. - Eu vou embora. - Ela passa pela mãe, que coloca o braço na frente para que não passe. As duas se encaram e Sara se senta novamente no sofá.
— O Conheci a muito tempo... Ele... Era seu pai, Sara.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Se preparem pois o próximo capítulo promete ser espetacular, ele vai ser dividido em duas partes e se chamará " Baile de Resposta ". Até logo!



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