Segredo Virtual escrita por Alehandro Duarte


Capítulo 17
Capítulo 17 Paz


Notas iniciais do capítulo

Depois de vários dias sem postar(14) aqui estou eu de volta com mais um capítulo de Segredo Virtual.



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Na manhã seguinte, Sara saiu bem cedo da pousada para ir até o restaurante, encontrar Lídia novamente como na noite passada. Mas para a surpresa dela, Lídia estava com seu namorado na esquina. Ela chorava, parecia ter recebido uma noticia triste, deduziu Sara. Daniel tentou abraçá-la, mas ela negou, se virando e avistando Sara, que acompanhara tudo aquilo de longe.

— Lídia! - Ela correu ao vê-la. Sara se aproxima de Daniel, querendo respostas sobre o que acabara de presenciar. - O que aconteceu?

— Terminamos. - Daniel vai embora e ela o observa se retirando.

— Sara? - Ela reconheceu a voz, era Sofia. - Eu já sei que você entrou no Cold Blood, não precisa gastar sua saliva. Eu quero trégua, cansei de provocações e brigas. Ano passado foi um ano estranho, e acho que seria melhor ele não se repetir.

Sara realmente estranhou o discurso barato de Sofia, sabia que ela poderia ser um dragão quando quisesse, então, por que essa trégua? Estava planejando algo, disso Sara tinha certeza.

— Isso vai depender de você, e não de mim.

— É, realmente... - Quando percebe que Sara já estava a se retirar, ela a chama. - Sara...- Sara se vira arfando.

— O que foi?

— Cuida do Jason. - Sofia diz e Sara estranha. - Você foi a única pessoa que meu filho amou.

Sara se retira, indo atrás de Lídia para consola-la. Sofia a olha se retira e dá um sorriso misterioso. O que passava pela sua mente, realmente queria paz? Ou mais sacrifícios?

Rose se encontrava-se na cozinha, estava bebendo algo e não parava de olhar para o relógio, que marcava sete e meia. Mas não estava prestando tanta atenção nisso, estava pensando nas fotos que tirara no verão do ano passado. Elas foram a praia como sempre vaziam e acampavam lá. Jessica estava em outro cômodo passando a roupa de Rose para ir á escola, sua aula começava ás oito e quarenta e cinco. Ela se levanta, botando o copo dentro da pia.

— Mãe! - Gritara ela, da cozinha.- Sabe onde tá o álbum de fotografias, quando a gente acampou, no ano passado?

— Não sei, procura! - Jessica estava ocupada e bastante atordoada. Cometeu um erro que não pode ser reparado.

Rose abrira a porta do porão. Era onde sempre guardava coisas de infância e móveis velhos, e mesmo sentido um pouco de nojo de descer lá, onde havia aranhas e baratas, ela resolveu descer as escadas e procurar o álbum. Ao chegar no ultimo degrau, se deparou com um líquido vermelho no chão, que vinha de uma caixa grande de papelão. Rose caminhara até a caixa. Ela não sabia o que pensar, aquilo era sangue ou uma lata de tinta que vazava? Ela encarava a caixa, mas decidiu abri-la, por curiosidade.

Ela gritou e sua face mudou de medo para apavorada e assustada, como nunca ficou antes; Havia um homem morto, o homem com qual Jessica conversara a alguns dias, o verdadeiro pai de Sara. Jessica chegou correndo e levou sua filha para cima. Como explicar isso para uma criança? Rose estava assutada e com medo de sua própria mãe. Ela era uma assassina ou não? Rose precisava de uma resposta, algo que sua mãe não queria dar.

Ellen havia ido visitar Thiago. Ele estava bastante calado e parecia assustado. Ela nunca suspeitaria de um plano tão bem "bolado" como esse.

— Como você tá? - Pergunta ela, sem saber o que realmente quer dizer.

— Pareço bem, pra você? Eu tenho que sair daqui!

— Não posso fazer nada, você tá no jornal, noticiário, e é muito comentado na cidade.

As notícias de espalhavam rápido por ser uma cidade tão pequena em que todos se conheciam. O Cold Blood era bastante famoso por ali, por que um jornal não publicaria uma noticia sobre alguém que participava de um grupo de assassinos e acabara de ser preso?

— O que vamos fazer? - Ellen arfa, tentando pensar em algo.

— Eu realmente não sei. Acho que não vou entrar em julgamento tão cedo.

— Olha, eu vou arrumar um jeito de te tirar daí. - Ela se levanta. - Não se preocupa.

— Você acaba de chegar e já vai embora, pode tentar não me evitar?

— Eu tenho mais o que fazer. - Ela vira as costas para ele.

— Eu também... Posso revelar pra todo mundo que a filhinha do prefeito faz parte de um grupo de assassinos. - Ellen se vira, olhando o sorriso sínico de Thiago.

— Fala mais baixo, tem policiais do lado de fora...

— Realmente eu não me importo.

— Pois deveria, por que o tempo que vai passar nessa prisão vai depender de tudo o que você fez, e quanto menos é melhor. - Ela sai apressada da sala, enquanto isso Thiago continua com seu sínico sorriso no rosto.

O prefeito tomava seu café da manhã tranquilamente. A mesa estava cheia, pães de vários tipos. Francês, Croissant, De Forma e Ciabatta. As geleias das mais diversas frutas que pudera imaginar. A mesa realmente era um banquete que só podemos ver em filmes de alto orçamento. Ele lia seu jornal enquanto comia uma torrada, mas seu " doce " café da manhã foi atrapalhado por uma batida na porta.

— Aonde está a Naomi? - Estava aborrecido. Tyler acabara de ir ao manicômio e Naomi simplesmente não estava lá, obviamente o prefeito a havia sequestrado.

— Não sei do que está falando. - Ele não tirara os olhos do jornal nenhum instante, fingindo não saber o que estava acontecendo. Mas Tyler sabia que o prefeito não é tão bom assim em atuações. Tyler tirou o jornal de sua mão,rasgando-o em vários pedaços e olhando para o homem severamente.

— Se quer jogar assim, beleza, mas eu vou fazer da sua vida um inferno tão grande...

— Está despedido. - O prefeito se levantara, indo em direção a porta.

— Se me demitir eu jogo a tona o que fez com a sua esposa! - O prefeito olhou para ele.

— Quem vai acreditar em você? Toma cuidado, se não, o próximo a ir para o manicômio será você. - Ele se retira.

Daniel sentava-se na beira do penhasco, acompanhado por Marina, que fizera o mesmo. Ela estranhava ele tê-la trazido ali.

— Por que me trouxe aqui? - Perguntou ela, sendo direta.

— É um lugar de descanso, tenho um amigo que sempre vem aqui. A Paisagem é realmente bonita, não acha? - Os dois olhavam para o mar.

— Eu sei que não me trouxe aqui pra descansar.

— Realmente...

— Por que está fazendo isso?

— Isso, o quê?

— Eu sei que você não é o pai do meu filho. - Daniel desvia seu olhar do dela.

— Recuperou suas memórias?

— Não... Mas eu sei que está fazendo isso por amizade. - Assim que ela diz isso, ele arfa se levantando. - Eu não sei qual era a nossa relação, mas tenho certeza que a gente nunca ficou junto.

— Você está certa.

— Senta, precisamos conversar. - Ela o segura pela mão. Ele fica sem reação por segundos mas a obedece. Em algum momento, a verdade viria. - Você sabe que está estragando a sua vida, né?

— Você também. Não quero que passe por isso sozinha.

— Não tem que estragar sua vida por mim. - Ela segura em sua mãe, Daniel ficara tímido com aquela aproximação.

— Amigos fazem sacrifícios.- Ele recebe um forte abraço de Marina, que já estava chorando. - Não precisa chorar.

— Não estou... Daniel...

— O que foi?

— Quero saber quem é o pai do meu filho, e você vai ter que me dizer. - Ela tirara uma faca de seu casaco e apontava firmemente para a garganta de Daniel.

— Ele é um babaca. - Ela tentava reconfortar Lídia, que limpava suas lágrimas com um guardanapo que estava em cima da mesa, na lanchonete.

— Não precisa falar mal dele, Sara. Eu tenho que trabalhar, não posso papear com você...

— Lídia, você não está em disposição pra trabalhar agora. - Sara a puxava para fora, mas ela se soltou em um ato brusco. - Coopere, Lídia, é o melhor.

— Chega, Sara! Você não tem que bancar a amiga boa, eu não sou uma adolescente, EU CONSIGO SUPERAR ISSO SOZINHA! Não preciso de você.

— Claro que precisa, eu não vou te deixar passar por isso sozinha.

— Todo mundo já passou por isso. - Ela lacrimejava. - Pode doer um pouco, mas depois passa...

Sara segurara sua mão e em seguida a abraça.

— Você é minha melhor amiga, única pessoa em que confio e a pessoa que eu mais amo nesse mundo, te ver sofrer me dói muito... - Ela sorri, deixando as lágrimas escorrerem em seu rosto.

— Eu já mandei você parar de apelar pra discurso de amizade. - Elas riem entre si.

Rebeca acabara de chegar junto a Ellen, que carregava o bebê de Sara. Rebeca pergunta a Lídia se poderia tomar contar de Rose, pois Jessica iria sair em um assunto familiar e passaria a noite fora.

— Tá bem, Sara, quer vir? -Lídia pergunta. Sara concorda com a cabeça. - De quem é esse bebê? - Lídia sorriu ao vê-lo e começou a brincar com ele. Ellen olhara para Sara, que concorda com ela ao revelar sobre seu filho.

— É meu. - Sara fala. Lídia a olha imediatamente. Jason entrara pela porta, indo diretamente ao seu filho. - Esse é o pai dele. - Sara deu um sorriso forçado chegando mais perto de Jason.

— Meu Deus...

Oliver se penteava em frente ao espelho. Estava prestes a sair para trabalhar e continuava bastante pensativo quanto ao seu "hóspede". Ele poderia jogar tudo a tona, e mesmo estando em sua própria casa, não podia fazer nada. Ele colocou o pente em cima da pia e se dirigiu até a saída, mas antes de sair, percebeu o silêncio que se fazia na casa. Todos pareciam já haver saído.

Oliver foi até a cozinha, onde pegou uma faca, seguindo para o quarto aonde Tyler estava. Lentamente, ele abriu a porta, e olhou pela brecha, pra ver se tinha alguém ali. A porta foi puxada por alguém de dentro, que estava prestes a sair, assim, dando de cara com seu filho, Oscar, que estava no quarto junto com o tio, pergunta:
— O que tá fazendo aqui?
— Só vim ver meu tio. - Oliver escondia a faca atrás de si. Oscar passou por seu pai, sem perceber a faca, indo em direção à saída. Tyler olhara para Oliver, que parecia estar nervoso.

— Facas são perigosas, cuidado ou pode se cortar. - Ele dava um sorriso sínico para Oliver, que estava furioso.

Um barulho estrondoso acabava de vir da sala. Os dois, curiosos com o barulho, foram olhar. Ao chegar lá, a janela estava totalmente quebrada, cacos no chão e um vaso de planta caído no chão. Naomi estava caída no cômodo, machucada com arranhões e cortes. Usava uma camisola branca e seu cabelo estava bagunçado e bastante mal cuidado.

— Naomi! -Tyler rapidamente foi até ela ajudando a se levantar. Ele a abraçava fortemente e um grande sorriso estampava seu rosto, enquanto Naomi chorava de felicidade ao vê-lo. Já Oliver, sabia que aquilo seria um grande problema.

— Ela tem que ir embora daqui! - Oliver a puxava pelo braço. Tyler o empurrou, fazendo com que ele solte Naomi e volte o rosto para Tyler, encarando-o.

— Vamos embora sim, mas não com você. - Tyler diz. Oliver deu um soco em Tyler, que o fez cair sentado no sofá. Ele tenta esfaqueá-lo, mas acerta uma almofada que estava próxima. Tyler o empurra, fazendo Oliver cair sobre a mesinha de centro, quebrando o vidro da mesma. Tyler fica um pouco preso, ali.

— PARA! - Oscar gritara para os dois, que perceberam a presença dele em frente a porta. Aproveitando a distração, Tyler tirou a faca da almofada e enfiou na face de Oliver, que começara a gritar de dor.

Após os longos acontecimentos da manhã, anoitecia na cidade. Era quase nove da noite e Sara e Lídia caminhavam pela rua, indo até a casa de Jéssica, como Lídia havia combinado. Mas, após cruzarem a rua, se deparam com Tyler. Havia sangue em sua roupa e estava mancando. O que haveria acontecido, após o ocorrido passado? Sara gritara e Lídia estava completamente apavorada ao vê-lo. Ele se assustara com o grito de Sara, mas, sem se importar com os olhares, ele continuou seu caminho.

— Não...- Lídia ficara paralisada com o "morto" que estava vendo. Sergio havia morrido a dois anos. - Não pode ser ele...

— Eu vou esquecer que vi isso...

Ruby caminhava indo até uma casa com janelas quebradas e com a parede descascando. Ela carregava várias sacolas de mercado na mão. O que estava fazendo ali? Ela pega uma chave no bolso e entra na casa. Não havia nada lá, apenas uma cama e embalagens de doces. Uma pessoa em posição fetal se encostava na parede, de cabeça baixa. Ruby iluminava o local com a luz do celular, indo diretamente até a pessoa.

— Oi, filho. - A pessoa levantara a cabeça. Seu rosto estava duplicado. Tinha dois narizes, bocas e olhos. Era uma aberração. - Como está?

— Bem... - Apenas uma boca dizia. Quem era aquilo ou o que é aquilo?

— Que bom... Trouxe várias coisas que você adora.

— Chegamos! - Dizia Lídia ao abrir a porta. Rose foi correndo para abraçá-la. - Sua mãe já foi?

— Já. - Rose foi logo abraçar Sara, que sorria. - Faz algo pra eu comer?

— Tá bom, Sara, toma conta dela. - Lídia foi até a cozinha. Rose e Sara sentavam-se ao sofá assistindo, a um filme qualquer que passava. Sara ficara olhando o retrato de sua avó, que estava em cima da cômoda na sala, ao lado de uma boneca de pano que não estava ali da última vez que foi visitar sua mãe. Por que ainda não tinha visto a loja novamente? Sua avó estaria com raiva? Sua mente era um show de perguntas sem respostas e ela sabia que quanto mais era respondida, mais ela perguntava.

— Tia Sara? - Ela olhara para Rose que a encarava totalmente.

— Oi, querida.

— Posso te contar um segredo?

Sara estranhara aquilo, mas sabia que crianças eram bobas.

— Claro.

Rose olhara para trás, para ver se Lídia estava por perto.

— Minha mãe matou um homem.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Todos os personagens tem um segredo oculto e isso não é novidade para ninguém, logo Segredo Virtual entrará em sua reta final.



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