Silver escrita por Isabelle


Capítulo 37
Capítulo 36 – Charlie


Notas iniciais do capítulo

"Se você me ama, não deixe ir
Segure, segure, me agarre
Porque eu sou um pouco instável
Um pouco instável
Segure, segure, me agarre
Porque eu sou um pouco instável
Um pouco instável"
— X Ambassadors



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Wade estava usando uma camiseta preta larga com jeans surrados a acompanhando, os olhos castanhas estavam vidrados em Alex, enquanto meus olhos dançavam por seus movimentos, enquanto ele apenas ria, e conversava. Estava tentando lê-lo fazia muito tempo, eu disfarçava, conversava com as pessoas, dava algumas risadas, mas quando era possível eu tentava entender quais eram as intenções daquele garoto comigo, porque em algum momento, ele conseguiu desestabilizar tudo que eu achava entender. Naquele momento, encostada naquela parede, com Jéssica ao meu lado tagarelando sem parar sobre como seu namorado era perfeito, a única coisa que eu conseguia pensar era na música da Clarice falcão que dizia “Se o seu plano era contra o meu fígado meu bem, você foi bem sucedido”. Aquela música dizia muito sobre o que havia acontecido comigo, contudo, em vez de figado, poderíamos substituir mente, porque eu simplesmente tinha parado de entender o que estava acontecendo.

Jéssica me deu um cutucão com força na costela, e eu pisquei rápido como se acabasse de acordar de um sonho, além de sentir meu coração acelerar depois de um susto como aquele. Ela franziu as sobrancelhas para mim e jogou as mechas vermelhas pesadas para trás, e novamente, eu apenas pisquei, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Seus olhos se reviravam e ela apenas se virou completando um copo com vodka e suco para mim, enquanto eu voltei a mirar meus olhos no meu objetivo.

— Pare de fazer isso. — Outro cutucão. — É a sua festa de despedida, você pode por favor parar de olhar para Wade como se estivesse prestes a pular em cima dele, e furar a sua garganta.

— Para começo de conversa, eu nem estava olhando para ele. — Peguei o copo da mão dela, e bebi um gole. — Estava olhando para aquele enfeite de parede.

— Oh claro, se o enfeite de parede for seu professor da faculdade que também mora na frente do seu apartamento, o qual você também já transou. — Um sorriso cínico deixou os lábios dela.

— Ex-professor. — Debati. — E ex-namorado. — Murchei.

— Qual é, Charlie, há três semanas atrás você estava toda animada com as férias, falando sobre a França, sobre os franceses, os croissant, e do nada você ficou assim.

Olhei para ela e depois para Wade, soltando o peso que estava no meu ombro.

— Ele me beijou.

— O que?

Sua voz fora tão alta, que todos pararam para nos observar. Os olhos de todos passaram por cima de nós, e eu não sabia onde enfiar meu rosto. Bebi mais um gole da vodka, e olhei para Jéssica que estava vermelha dos pés até a cabeça.

— O que… todos estão esperando para fazer um brinde especial a nossa querida Charlie?

Mordi meu lábio para impedir a risada de vir, e todos já estavam com os copos erguidos enquanto os olhos de Jéssica estavam voltados para mim. Sua expressão tinha passado de vergonha, para um certo tipo de orgulho, como se ela estivesse realmente feliz por depois de todos aqueles anos, nós realmente termos nos tornados amigas.

Alex veio a frente, deixando Wade encostado na parede próximo a Gustavo, e envolveu meus ombros, revirei os olhos quando ele sussurrou o quanto eu estava gata naquele vestido, e deixei meus braços envolverem suas costas. O seu copo com o que eu acreditava ser cerveja se ergueu, e ele me lançou um olhar para que eu levantasse o meu também, sussurrei baixinho que não faria, e acabei recebendo um beliscão na costela, então levantei o copo mesmo relutante.

— Tudo bem, quando eu conheci…

— Você não precisa fazer um discurso, você sabe disso, não sabe? — Disse.

Alex me lançou um olhar que pensei que a qualquer momento meu corpo iria se desintegrar, enquanto todos soltaram uma risada. Consegui diferenciar a de Wade dentre todas aquelas pessoas, e senti meu coração bater, mesmo que eu tivesse suplicado para ele não o fazer, desde que eu havia conhecido Wade, meu coração tinha se tornado por algum motivo, um órgão muito desobediente.

Naquele dia, tinha ficado surpresa na quantidade de pessoas que haviam aparecido, a maioria sendo meus colegas de faculdade, até mesmo Érica e ela nem ao menos viera só para ficar em cima de Wade, ambos mal haviam se falado a noite toda. Dani não estava em sua companhia, e por algum motivo, naquele momento, eu me senti mal. Eu sabia o que ela e André haviam feito, mas parecia ter sido há anos, e não queria mais guardar magoa. André tinha sido uma parte muito importante de minha vida, mas eu simplesmente já havia totalmente o superado.

— Como eu ia dizendo… — Alex retomou sua fala. — Quando eu conheci a Charlie ela não passava de um empecilho para mim. — Todos começaram a rir, inclusive eu mesma. — Não estou brincando, ela simplesmente havia aparecido na minha vida e tirado o meu melhor amigo de mim, sem nem ao menos falar “Oi me desculpe, mas vou pegar seu amigo aqui, e se vira”. — Mais uma risada em toda sala. — Mal sabia eu que me tornaria o ser humano mais feliz no mundo por conta da amizade dela. — Os olhos dele vieram até mim. — Charlie, você… você é a garota mais incrível do mundo todo. Eu não quero que você nunca em toda sua vida desista dos seus sonhos porque eu sei com todo meu coração, que você consegue, sem a menor duvida. Nunca em toda a minha vida eu duvidaria da sua capacidade porque eu sei o quão longe você vai, você vai brilhar muito, garota, e mesmo que eu esteja odiando que você vá para muito longe de mim por algum tempo, eu quero que você saiba que vou torcer por você, com todo meu coração, porque uma pessoa como você merece o mundo e mais. Obrigado por fazer parte da minha vidinha.

Todo mundo começaram a aplaudir, e eu tentei morder meus lábios para as lágrimas não caírem, mas eu simplesmente estava praticamente chorando. Envolvi meus braços envolta de Alex e deixei minha cabeça cair em seu peito enquanto ele passou a mão livre em minhas costas. Não queria nunca soltá-lo. Nunca mesmo. Aquele garoto havia se tornado uma parte tão importante da minha vida que pensar em deixá-lo para ir para a Europa do mundo era quase que uma dor dentro .

— Amo você. — Murmurei. — Obrigada, Alex, de todo fundo do meu coração.

— Eu também amo você, pequenininha. — Bagunçou meus cabelos, como se eu fosse uma criança.

— Menos. — Me afastei dele.

Wade se aproximou de nós, com Erica o acompanhando, e colocou as mãos frias em meus ombros descobertos, já que eu estava usando um vestido toma que caia, e mesmo que meu cabelo estivesse grande, não o cobria por inteiro, quando estava de costas. Seu cheiro fez a primeira borboleta que havia voltado há alguns dias, dançar e cantar dentro de mim, mas no mesmo momento, eu me afastei, e dei uma risadinha como se tivesse achado engraçada a brincadeira, mesmo que não houvesse nenhuma.

— Então, aonde vai na França? — Erica estava toda animada. — Imagina só, ir em uma Chanel Parisiense, deve ser tipo um sonho total.

— Gabi conseguiu um estágio na Louis Vuitton, mas está morando em uma comuna pequena na França que se chama Vanves, acho que é isso, mas é alguns minutos de Paris, então como a maior parte do meu tempo vai ser seguindo-a, sim, eu vou para Paris.

Erica estava simplesmente travada no mesmo lugar desde que eu havia mencionado Louis Vuitton, como se não conseguisse acreditar em mim.

— Sim, essa também foi a minha reação ao telefone, a garota saiu da faculdade ano passado, tudo bem que ela conseguiu transferência para lá, mas um estágio como esse? — Sorri, me lembrando dos seus gritos ao telefone. — Mas, é de Gabi que estamos falando então…

Erica ainda me olhava como alguém que não acreditava no que eu estava falando, e eu apenas ri, me virando para dar bem de cara com Cely. Havíamos conversado no começo da festa, mas depois disso, ela havia ido para um canto com Mandy, e Will, seu marido, do qual Jéssica simplesmente não havia conseguido tirar os olhos e eu tive que acabar implorando para que ela não me matasse de vergonha. Olhei para todos eles que estavam com a aparência de quem estava indo embora, e olhei um tanto desapontada.

— Vocês já estão indo? — Perguntei, quase fazendo um bico.

— Temos que pôr essa menina na cama, já é tarde. — Will sorriu, com Amanda em seus braços.

— Bem, então muito obrigada por terem vindo.

— Imagina. — Cely deu um grande sorriso.

— Você sabe o porquê de Noah não ter vindo? — Ergui os ombros, olhando para todos, tendo uma garantia de que ele não estava ali.

— Ele está meio que acampando.

— Acampando? — Pareceu surreal demais. — Noah acampando?

Will e Cely trocaram um olhar rápido ao mesmo tempo que um sorriso brotou nos lábios de ambos. Cely fez um sinal para que eu chegasse mais perto, e acabei dando uma risada, ao fazê-lo.

— Ele diz que é para polícia, mas achamos que é só por causa da garota que ele está apaixonado.

— O que? — Tinha soado quase tão alto quanto o de Jéssica. — Noah apaixonado?

— Sim, o nome dela é Sally. — Cely deu uma risadinha. — A garota é uma graça, mas sim, eu entendo sua reação porque Will e eu ficamos da mesma forma.

— Oh meu Deus, eu não acredito.

— Sim, eles foram acampar para um negócio da polícia, mas você sabe como é, não é mesmo? — Ela ergueu uma sobrancelha, e eu soltei uma risada.

— Eu estou sem chão. — Disse.

— Ei, eu me lembro de você, eu não sei de onde, talvez seja porque moramos no mesmo prédio mas eu me lembro de você. — Wade disse para Will com uma força na voz.

— Deve ser do dia em que eu te arrastei bêbado de um beco até sua casa. — Will chacoalhou Amanda nos braços.

A cor no rosto de Wade simplesmente sumiu, e sua reação também, seu corpo todo travou na mesma posição, e a única coisa que se movia era sua mão, que se abria e fechava, da mesma forma que ele sempre fizera quando ficava nervoso o suficiente. Segurei seu braço e olhei para seus olhos. Os olhos dele se moveram de Will para mim, e eu lhe dei um sorriso reconfortante em esperança que aquilo o ajudasse a falar algo, o que pareceu surtir algum efeito, pois seu rosto tomou uma face de vergonha.

— Eu nem sei como te agradecer, de verdade, aquela noite… — Seus olhos voltaram em mim. — Muito obrigada mesmo.

— O que é isso? — Will riu. — Eu sei muito bem como são essas coisas, cara, e sabia que você era do meu prédio, só resolvi dar uma mão.

— Bem, foi uma bela ajuda. — As mãos dele vieram até meus ombros e depois foram descendo pelos meus braços. — Deus sabe o que poderia ter acontecido se não tivesse voltado para meu apartamento aquela noite.

O seu coração, ele estava tão perto, que eu conseguia escutá-lo normalmente, não como antes quando havia um bloco de gelo gigante batendo no lugar, dessa vez era seu coração mesmo, quente e caloroso. Soltei um suspiro lento, coloquei as mãos no meu bolso e após isso apertei a mesma na mão de Wade. Seu corpo tensionou ao meu lado, mas eu apenas olhei para Celeste e Will que estavam conversando com Alex, e me afastei de Wade, em uma distancia não tão longa.

— Eu acompanho vocês até a porta. — Disse para eles, e Wade se afastou de mim, me dando espaço ao longo que eu andava até a porta.

Assim que fechei a porta atrás deles, as mãos de Jéssica se prenderam em meu braço e me levaram até o quarto de Alex. Olhei para a decoração magnífica que nunca iria me cansar, e Jéssica estralou um dedo na minha cara para que eu voltasse ao mundo real. Seus olhos pareciam prontos para me devorar de tanta curiosidade e eu não sabia muito bem como começar a contar toda a história maluca das coisas que haviam sucedido desde o beijo repentino de Wade no elevador.

— Eu descobri algumas coisas sobre Wade, que eu prefiro não comentar, não acho que seja justo, ele deve ter tido um motivo para mantê-las escondidas. — Os olhos dela caíram em mim, como se não estivesse me reconhecendo. — Contudo, quando eu descobri essas coisas fiquei louca, dirigi até casa, e fui tirar satisfação com ele. O elevador travou, ficamos presos dentro dele, começamos a brigar, e ele me beijou. — Dei de ombros, Jéssica parecia intacta. — Mas não vamos voltar, para falar, briguei com ele por causa daquilo.

— Oh meu Deus, isso parece até um filme, e isso foi o fim, do nada vocês estão todos próximos de novo?

— Não estamos todos próximos de novo, eu só, estou indo para França, Jessie, só Deus sabe quando eu volto, não quero ir embora deixando mágoa. Quando voltar quero que tudo esteja a maior paz de todas.

— Eu te entendo, Charlie, é só que… ai, eu não sei, vocês tem essa atração gigante entre vocês, tem certeza que vai para França?

— Absoluta, não perderia isso por nada, Jessie. — Soltei um sorriso. — Além de que essa atração gigante precisa de uma força maior para continuar mantê-la sem que surtemos do nada, e um de nós pare de atender as ligações ou as batidas na porta…

— Sim, eu entendo você. — Se sentou na cama de Alex, eu fiquei em sua frente. — Se é isso que você acha então, eu só, não sei, ainda fico achando que vocês vão acabar juntos em algum momento, sabe? Não consigo acreditar que vocês terminaram.

— Acho que ainda estávamos muito infantis naquela relação, ela não tinha uma base boa, Wade nem ao menos… Tem muita carga emocional em cima dele e eu preciso que ele me conte certas coisas, e, eu não sei, Jessie, nesse momento, por mais que eu ame ele, eu preciso dar uma respirada.

— Eu te entendo, queria poder ter uma amiga na França para quando terminar meus relacionamentos recorrer a ela.

— Se tudo der certo, talvez você tenha.

— O que? — Jessie me deu um empurrão de leve. — Não ouse ir para a França em definitivo e me deixar sozinha naquela biblioteca com uma desconhecida, levei três anos para fazer você me escutar de verdade, imagina com outra.

— Você vai ficar bem. — Dei um soco leve no ombro dela.

A porta do quarto se abriu rapidamente com Alex e Gustavo, se beijando de uma forma tão frenética que achei que ambos explodiriam a qualquer momento de tanta energia. Jéssica e eu olhamos para eles, que também nos fitaram, e Alex sorriu desajeitado enquanto a cara de Gustavo era um vermelho vivo.

— Pensei que tinham ido com os outros.

— Não, não ainda. — Jéssica respondeu por nós.

— Bem, Wade acabou de sair, e as outras pessoas combinaram de ir para um bar beber mais, então… — A vergonha era clara em seu rosto.

— Vamos sair. — Sorri, e lhe dei um beijo na bochecha, enquanto Jéssica me seguia. — Obrigada pela festa.

— Não há de que. — Ele gritou, e escutamos a porta do quarto ser fechada brutalmente.

Jéssica dirigiu enquanto cantávamos uma música brega, e eu nem ao menos conseguiria dizer o quanto sentiria sua falta. Seus braços ficaram envolta de mim por longos minutos antes que ela me deixasse entrar no prédio para valer. Olhei para seu carro indo embora de longe, e senti um aperto no peito por não ter me despedido de minha mãe, contudo, ela mesma não queria ter vindo na festa por conta de seu emprego na minha antiga cidade, então apenas resolvi não ficar implorando e deixar com que ela resolvesse as coisas dela em paz, sem ficá-la preocupado com qualquer coisa envolvendo o avião. Ela já havia perdido Mallu, não podia ficar colocando ainda mais pressão para ela vir me ver em base de uma coisa como aquela.

Apertei o botão no elevador, e esperei com que ele parasse. Olhei no relo gio do celular, e ainda era somente meia-noite. Contei meus passos até meu apartamento observando bem atenta tudo que estava a minha volta. Não queria perder nenhum detalhe, não queria que em meio a uma praça de Paris quando lembrasse de casa, não me recordasse do mofo velho em algumas paredes e na porta velha do meu apartamento, bem em frente a porta de Wade.

Encostei a mão na maçaneta gelada, e abri a porta, olhando para todo o local com precisão. Minhas malas estavam organizadas num canto do apartamento, enquanto todo ele estava tão arrumado como ele nunca estivera. Pensei em deixar assim para que eu mesma fosse surpreendida quando voltasse. Por algum motivo, ficava sentindo esse aperto do peito de que demoraria muito até eu realmente voltar ali. Queria muito que pelo menos uma das minhas inscrições fossem aceitas para que eu pudesse ficar na França por tempo indeterminado, mas também queria voltar para casa. Eu mal havia saído e já estava morrendo de saudade de todos, principalmente do idiota do apartamento a frente.

Deslizei pelo apartamento até meu quarto e tirei aquele vestido, colocando uma calça confortável, e uma blusa regata que teve como parceira uma de frio preta que conseguia esquentar bastante mesmo que o seu tecido fosse fino. O cabelo que estava num cumprimento muito maior e gritando por um corte, eu apenas prendi em um rabo. Estava feliz que não havia mais nada nenhuma mecha preta no topo de minha cabeça, fazendo meu cabelo ficar simplesmente sem harmonia.

Deitei no meu sofá e deixei algum filme idiota que estava passando na TV prender minha atenção, mas não por inteiro, meus olhos ficavam a cada segundo encontrando a tela do celular para ter exatidão nas horas, mas consegui ainda pegar algumas cenas do filme, até seus créditos finais, quando eu finalmente me levantei e enchi meu peito de coragem.

Vinte e sete passos.

Fora exatamente este o número que dei desde quando eu me levantei do sofá, até chegar a porta do apartamento de Wade. Esfreguei uma palma da mão contra a outra e contei até dez antes de fechar a mão em um pulso e bater na porta levemente. Minhas malas estavam atrás de mim, e meu coração em algum lugar dentro delas onde eu havia o colocado para que nada pudesse fazer com que ele se estilhaçasse, contudo, naquele momento, eu sentia que ele havia voltado para meu peito correndo para me ajudar a respirar porque o ar de meus pulmões haviam desaparecido.

Abri a bolsa em uma tentativa de verificar se todos meus documentos estavam ali, e soltei um suspiro quando estavam, mas quase o trouxe de volta, quando levantei os olhos e Wade estava parado bem ali a minha frente, usando uma blusa preta de alguma banda que eu não costumava ouvir, e jeans. Nossos olhos ficaram se beijando, e meu estômago tinha se petrificado por inteiro. Soltei o ar, para que tudo lá dentro pudesse voltar a trabalhar normalmente, mas Wade teve a sacanagem de me lançar um de seus sorrisos de canto de boca, fazendo com que novamente tudo meio que se desregulasse.

— Vamos? — Disse.

Encontrou minhas malas, e as saiu puxando pelo corredor, enquanto eu fiquei parada na mesma posição, pensando comigo mesma, o que caralhos eu tinha acabado de fazer comigo mesma? E o que diabos eu estava pensando quando resolvi convidar ele para fazer aquilo comigo? De qualquer forma, era tarde demais, e tudo que eu podia fazer era aproveitar minhas últimas horas com ele da forma que eu quisesse, porque na manhã seguinte, Wade era uma das pessoas que ficariam lá no fundo da memória.

 


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Notas finais do capítulo

até o penútlimo cap, amorzões ♥