U Smile escrita por nahinthesky, annab


Capítulo 28
Os Portões do Inferno


Notas iniciais do capítulo

oi
enjoy itt

Roupas:
Nah - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=27391168
Ana - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=26655291&.locale=pt-br



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- Como assim Seth entrou na peça? - Perguntei com uma cara “OH NÃO, TETO CAIA SOBRE MINHA CABEÇA ANTES QUE EU TENHO QUE VER A CARA DELE!”.

Obviamente ele já tinha tentado falar comigo, exatas 7 vezes, desde que eu peguei ele e a Charlie.

É só que eu não queria perder meu tempo o que eu ja sabia, que eu era uma idiota que caia nas armações dele.

- Como Romeu reserva, relaxem ai. - Ana falava enquanto comia um resto de chocotone. DO MEU CHOCOTONE!

É isso ai, sou possessiva com comida tambem.

Mal de filha única, como diria mamãe.

- Que seja, vou ter que olhar na cara dele do mesmo jeito. - Fiz drama, jogando minha cabeça no tampo da mesa.

Porra, eu não quero ter que olhar na cara do Seth, ele ficou com meu coração na mão e nem ao menos se importou, jogando-o na sarjeta e ficando com a primeira que aparecesse.

- Desculpa bebê. - Mostrei a língua para ela pelo bebê e voltei a meu estado “jogado na mesa fazendo drama”.

Senti os braços de Chris abraçando meus ombros e me puxando para cima de novo.

- Prometo que não vou me machucar nem nada ok? – Chris falou, mexendo no meu cabelo e fazendo o que ele sabia de melhor: ser lindo e falar coisas que me acalmem.

- Ok. – Suspirei, roubando o chocotone para mim, e mordendo com vontade.

Lá estava eu, lindamente sentada na arquibancada do anfiteatro com meu exemplar de Otelo na mão quando ouço o Adam – ele é tão foda, ficar falando dos caras gostosos que fazem a peça é uma coisa magnífica com ele do lado – chamando meu lindo nome.

- NATALIA SUA VADIA LOUCA VEM AQUI E PARA DE LER! – Eu sei como ele é um amor de pessoa, pode deixar.

- DIGA SEU TARADO!- Obviu que o Adam não corou, ele só deu os ombros e sorriu pro Freddie.

Juro, ele tem muito mais do que uma paixão pelo Freddie.

Será que o Freddie é gay? /duvida cruel/

Acho que não, ontem ele tava conversando com umas – uma? – meninas da sala de artes dele, por conversando você pode ler como “se agarrando”.

Tipo, oi, as meninas que fazem arte sempre prestam mais, já viu uma líder de torcida na sala de artes? Não, nesse horário elas tem algo como: Como ser uma vadia com quem quer que seja.

- Precisamos treinar nosso Romeu reserva, a Ana disse para vocês representarem Otelo, se travestindo os dois. Você como Otelo e ele como Desdêmona.

Esse era o quinto dia de ensaio, e meu Romeu era tão perfeito quando poderia ser se Freddie o fizesse.

Mas, é  isso ai, vou encenar Otelo com o Seth, será que devo encarnar o Erik Night dentro de mim? Será que devo me vingar dele?

Tudo bem que tem uma cena de beijo, mas enfim, a gente deixa isso de lado. 

Deixei o livro de lado, e subi no palco, É EU PASSO METADE DO MEU TEMPO LENDO, EAI, QUER PARTIR PARA FIGHT?

Não, não quer, porque hoje eu estou vestida como se fosse em uma dama de alta sociedade britânica, apesar de ainda ter neve eu estou de jeans, saltos e um casaco leve - a Ana ficou falando que eu ia morrer de frio.

Olhei para cara de Seth, sentindo que meu coração ardia em chamas de dor - amo minhas citações á músicas -, ignorei tudo e dei um sorriso sarcástico.

Ele não merecia minha dor e eu sabia disso.

Recebi um sorriso cheio de saudades e carinho em troca, segurei algumas lagrimas que ousavam tentar escapar de meus olhos, e me virei para Ana, vendo que ela olhava apreensiva de mim para Seth e então para Christian na platéia.

Que porra cara.

- Bem, vocês vão fazer a cena em que Otelo mata Desdêmona. – Adam falou, ignorando o olhar de “essa frase é minha” de Ana sobre ele.

Caminhei até um dos armários – o que tinha scripts de peças – e peguei dois de Otelo, o Mouro de Verona.

Não que eu precisa-se daquilo, porque já havia lido Romeu e Julieta, MacBath e Otelo umas quientas vezes.

Sou convencida mesmo, eai, quer fazer o que sobre isso?

- Eu queria que vocês improvisassem, e não zoassem com os personagens, sem engrossar ou afinar a voz, apenas encarnem o personagem. – Ana falou, dando um dos scripts para o Seth.

Respirei fundo, fechando os olhos, antes de abri-los e começar a falar: - Esta é minha causa, minha alma; - Me aproximei alguns passos de Seth, jogando o script no chão. – não a nomearei, castas estrelas, – olhei para onde deveria estar o céu. – esta é a causa! Não quero o verter sangue, nem ferir-lhe a pele mais branca do que neve... – Passei dois de meus dedos sobre a bochecha de Seth, ele estava mais alto do que me lembrava, mais bonito do que quando era loiro, já que havia tingido os cabelos de castanho escuro,  e seus olhos, mais verdes.

- De onde o fogo de Prometeu foi capturado para dar a luz a tua chama. – Olhei fundo nos olhos verdes, que transpareciam algo como adoração, ou quem sabe, surpresa. – Se tua rosa crescer, é impossível para mim restituir-lhe, vou colhe-lá no  próprio galho.

Me aproximei de seu rosto, tomando coragem e me lembrando das coisas boas que aconteceram quando eu estava com ele.

Meus lábios tocaram os dele, e então, eu esqueci de tudo, esqueci que estava em um palco, esqueci que Christian estava na platéia, esqueci que estava traindo alguém, havia apenas eu, Seth e nossos lábios colados.

A sensação era a mesma, e eu sentia falta dela, acho que isso me anestesiou quando eu permiti que ele aprofundasse nosso beijo.

Era tão perfeito que nem ao menos me dei ao trabalho de lembrar de nada ao meu redor, da magoa, da dor, da traição, ou de todos.

Meu corpo variava na sensação de amor, dor, magoa, saudades e carinho, confundindo mais ainda minha mente.

Eu não o amava, eu não o queria mais, ele havia esmagado meu coração mais do que eu poderia um  dia admitir, não é?

Sempre foi isso, por que mudaria agora?

Cortei nosso beijo – que eu sabia que havia passado de encenação - quando ouvi a porta do anfiteatro bater com força.

- Chorar preciso lágrimas impiedosas; - Fingi que a lágrima solitária não descia meu rosto. – é o celeste meu sofrimento, pois castiga ao que ama.

Eu sabia exatamente qual era essa sensação, castigar a quem ama, eu soube qual o gosto dessa sensação.

- Acorde, vai. – Fiz mais uma vez um carinho no rosto dele.

- Quem está ai? – Seth fez uma cara sonolenta fofa. – Otelo?

- Sim, Desdêmona. – Manter o rosto sem expressão, mentalizei.

-Não vindes para o leito meu senhor? – Perguntou, com um sorriso bonito nos lábios e as bochechas belamente coradas.

- Rezaste está noite? – Me dei o trabalho de falar, com a voz fria, sem nada que pudesse passar carinho.

- Oh, decerto senhor.

- Ótimo, pois irá precisar de alma limpa para o que te acontecerá essa noite. – Olhei fundo nos olhos dele, o que meus saltos me permitiam fazer com mais facilidade.

-  Qual o problema? Eu não faço idéia do que esta falando. – Seth largou o script, acenando a cabeça, deixando mais claro ainda que aquilo havia passado de Otelo e Desdêmona para Seth e Natalia.

Droga.

- Pense mais! Se não tem nada pelo qual você se arrepende, precisa pedir perdão agora. – Minha cara provavelmente pedia que ele dissesse “perdão Natália, por favor” nada de Otelo. – Nada será o mesmo para você de novo, não depois do que vai acontecer hoje.

Seth mordeu o lábio, como se Desdêmona estivesse pensando em uma resposta e não como se ele estivesse pensando no que estava escrito no papel que tinha em mãos.

Ele atuava tão bem quanto Freddie, talvez ate melhor do que Christian.

- Eu não sei o que quer que eu fale! – Vi seus olhos se encherem de poucas lagrimas, e uma a uma elas caíram enquanto eu berrava a próxima fala de Otelo.

- A VERDADE! EU QUERO QUE ADMITA O QUANTO VOCÊ ME TRAIU! – Essa frase pedia para ser acompanhada do nome dele, mas eu não poderia, isso ainda era uma boba encenação de um ato de Otelo, o Mouro de Verona.

Ou pelo menos era para todos os outros presentes naquele anfiteatro.

Seth abaixou a cabeça antes de continuar, não para controlar as lágrimas, pois elas faziam parte da encenação, mas sim para se recompor.

- Mas eu não te trai! – Dei meu melhor sorriso sarcástico.

- Ah não? Então meus olhos me enganam Desdêmona. -  Essa frase ao menos cabia na historia, mas ela foi tão necessária  para mim completar o papel.

- Eu não te trai Otelo, não em meu coração, pois ele ainda bate para ver te todos os dias. – Outra frase que em Otelo nunca existiu.

-  Como eu queria acreditar em tuas palavras, doce Desdêmona, - Parei, pois parte de mim realmente achava que as palavras dele eram verdadeiras. - Mas não posso.

Caminhei alguns passos a mais em direção a ele, que deu dois para trás, e minhas mãos se firmaram em seu pescoço.

- Peça perdão Desdêmona, será tua ultima chance. – Falei, sentindo uma lagrima escorrer.

Minhas mãos falsamente apertaram o pescoço de Seth, e logo ele estava quase ficcionalmente morto.

- Perdão. –Seus lábios murmuraram antes de que seus olhos se fechassem,  e a platéia começasse a aplaudir.

Minhas mãos soltaram o pescoço de Seth e nos viramos para a platéia, enquanto agradecíamos meus olhos corriam a platéia.

Faltava um certo alguém ao lado da minha mochila.

Christian, onde ele estava?

Corri em direção a Ana, e ela me olhava apreensiva e com certo orgulho.

- Vocês atuam tão bem juntos Nah. – Ela comentou e percebeu que eu não me importava com isso. Não agora.

- Onde o Chris foi? – Perguntei apreensiva,  prendendo meu cabelo com o elástico.

- Ele... saiu do ginásio quando vocês se beijaram. – Sorriu tentando me confortar.

Eu não tive forças nem para corrigir que era anfiteatro e não ginásio.

Sai correndo, esquecendo minhas coisas no anfiteatro, em direção ao campo de futebol.

Ainda tinha gelo sobre a grama do campo e eu vi Christian jogando na área onde não tinha tanto gelo.

Eu vi algumas lagrimas nos olhos dele, e suas bochechas coravam pelo exercício que treinava.

- Chris? – Sai do vestiário em direção a ele, que continuou mudo. - Christian?

Droga.

Caminhei ate ele e segurei seu ombro, que se virou bruscamente para longe de mim.

Olhei confusa, não era tudo isso ele se revoltar por causa do meu ‘beijo’ com Seth.

- Sai de perto de mim. - Me olhou com um pouco de nojo. - Por que você mentiu para mim?

- Eu... eu não menti para você. - Me abraçei, porque estava com frio e por querer que meu coração não se despedaçasse como logo aconteceria.

- Não mentiu? Todas as vezes que você disse que me amavam eram mentiras, todas as vezes que você me beijava e eu achava que você me amava mais do que tudo eram beijos falsos e sem amor.

- Não Christian! Nenhuma dessas coisas eram mentiras! - Foi inevitavel uma risada nervosa e agoniada sair dos meus lábios.

- Fale isso para outro, eu ja acreditei demais nas suas estúpidas mentiras, já aguentei demais você segurando a mão de outros e chorando antes de dormir por outro!

- Faça isso mesmo, finja que Seth nunca quebrou meu coração, finja que eu não estava em pedaços! - Minha voz chegava perto de um grito, meus olhos tentavam produzir estúpidas lagrimas que logo resolveriam cair de meus olhos.

- FINJA QUE ELE NUNCA QUEBROU SEU CORAÇÃO E O BEIJE COMO SE NÃO TIVESSEMOS NADA! - Ele gritou de volta, e logo depois uma lágrima solitária escapou dos olhos dele. - CONTINUE FINGINDO QUE ME AMA! CONTINUE COM ESSAS ESTUPIDAS MENTIRAS E VÁ PARA O INFERNO COM ELAS!

Lembra das lágrimas que eu falei que logo começariam a cair?

Elas caiam como uma torneira aberta.

- Eu cansei - Ele murmurou, secando suas lagrimas. - de te ver com Matthew por ai, beijando a bochecha dele, e segurando sua mão, abraçando-o, falando que ira casar com ele...

- É por causa de Matt? Ele é meu fucking melhor amigo, VOCÊ ESPERA O QUE? QUE EU FIQUE APENAS FALANDO COM ELE COM CARA DE CÚ? EU SEGURO A MÃO DO CHAZ E DO RYAN TAMBEM, QUAL A DIFERENÇA?

- A diferença Natalia, é que Chaz e Ryan são meus amigos. - Ele falou como se fosse obvio.

- Oh, então eu só posso falar com os seus amigos? Ótimo saber disso. - Sorri sarcastica e me virei.

- Não é isso! Você só poderia parar de se jogar em cima do Matthew. - Ele comentou tão sarcastico quanto eu.

Mostrei o dedo e gritei: - VÁ PARA O INFERNO E NÃO ME ENCHE O SACO!

Fingir que meus olhos não ardiam pelas lagrimas e meu peito pelo coração cheio de dor e magoa era mais facil.

Me joguei na calçada na frente da escola e fiquei lá, chorando e chutando neve.

Todas as pessoas já deviam ter ido para suas casas e a Ana e o resto deviam ter feito o mesmo.

Senti uma mão no meu ombro, e me virei, vendo Logan e Matt, cada um com um sorriso de compreensão no rosto.

Matt carregava minha mochila em um ombro e Logan meus livros.

- Quer falar sobre isso? - Matt perguntou apreensivo, enquanto esticava a mão para mim levantar.

Respondi não com a cabeça, e segurei sua mão, me levantando.

Logan me abraçou forte e ficou passando a mão no meu ombro, enquanto eu me escondia no ombro dele e chorava.

Minhas mãos ainda estavam na de Matt quando eu senti os lábios dele tocando as costas da minha mão.

Desenterrei o rosto do peito de Logan e sorri fraco para ele, provavelmente tenha parecido mais com uma careta.

- O que acha de um tarde com brownie e Star Wars? - Matt sugeriu todo fofo para mim quando eu soltei do Logan e passei um braço pelo ombro de cada um deles, fiz uma careta e ele se corrigiu. - E talvez ver Just My Luck e [500] Dias com Ela...

Ele fez uma careta e nos começamos a andar em direção a casa dele, onde os DVD’s estavam, Logan iria comprar refrigerante e doces enquanto nos fazíamos Brownie e brigávamos para ver o que iríamos ver primeiro.

Matt me deixou escolher por causa do meu estado, seria Just My Luck.

Depois do Logan dormir no meu ombro enquanto eu e Matt -  ele em partes apenas - assistíamos os filmes abraçados, que era o que eu mais necessitava, um abraço de alguém que eu amasse e que não me magoasse.

Matt foi comigo ate em casa, e me deixou nos braços da Ana, chorando de novo igual a uma condenada.


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Notas finais do capítulo

REviews? AAH NAO ME BATAM, EU AINDA AMO VOCES qmano, voces podem esperar MUITA coisa dos proximos capitulos, mas não podem bater em nois.BEEEIJOS