Haras.

Luiza chegou a sua sala cedo naquela segunda, aquele dia era difícil, afinal seria o aniversario de 26 anos de sua pequena mas era o primeiro ano que ela estava bem, Otávio a deixava assim. Os pensamentos foram interrompidos pela batida na porta.  Ela sorriu ao ver Clara entrando na sala, não sabia explicar o sentimento que tinha para com aquela menina, um sentimento de proteção, sentia uma imensa felicidade sempre que a via.

— Oi Clara, meus parabéns, feliz aniversário. – Luiza a abraçou forte, como se abraçasse a filha que havia morrido, era a filha de Otávio por isso sentia essa emoção e gostava tanto dela.

— Obrigada Luiza, é a primeira pessoa que me felicita, sai de casa mais cedo  não encontrei ninguém, mas não sei porque me sinto feliz em ser você a primeira pessoa que me dar os parabéns. – E realmente, o abraço de Luiza era algo que Clara jamais poderia explicar.

— Fico feliz também, mas senta, porque esta aqui tão cedo em pleno aniversário?

— Eu vim pra te fazer um convite, sei que é em cima da hora mas e que tive a idéia a dois dias atrás. – Clara se sentou na frente de Luiza. – Quero convidar você e sua família para um jantar de comemoração hoje em casa.

Luiza já sabia do convite, deu um sorriso. – Pode contar comigo e tenho certeza que minha família também ira.

— Otimo, eu espero todos as 20:00, bom eu já vou começar o trabalho. – Clara se levantou.

— Clara hoje você pode sair mais cedo, sai na hora do almoço... – Quando viu que ela ia protestar se adiantou. – É uma ordem Dr. – Deu uma piscada.

Clara sorriu e saiu da sala, ela abre uma gaveta pega uma corrente com um pingente, era metade de um coração escrito filha e atrás a inicial C, ela o olhou e lembrou que a outra metade estava enterrada com a filha, ela guardou o colar novamente e percebeu que estava ansiosa para esse jantar só não sabia o porque.

Depois do almoço Clara saiu do Haras, ligou para o Victor e o convidou para o jantar e foi para casa ajudar a avó nos preparativos.

Hotel Plaza.

Raquel estava com uma foto nas mãos, era de Luiza e Otávio, juntos saindo da cabana, felizes como um casal, mas essa felicidade vai durar pouco, na verdade exatamente daqui algumas horas. Ela já tinha começado o plano, pediu para a empregada da mansão Belmonte entregar uma caixa de presente para Clara, inventou que não poderia ir ver a filha por problemas com a mudança e teria que voltar para Aruba, mas ela estava bem perto deles, agora era só esperar o jantar. Otávio não imaginava o que aconteceria com a vida dele a partir daquela noite, ele teria o ódio de Luiza e o da filha.

Mansão Carbajal.

Luiza havia chegado as 18:00 em casa, sua irmã estava na sala.- Luiza já chegou?

— Sim, esqueceu do jantar Helena? – Perguntou colocando a bolsa no sofá.

— Claro que não minha irmã, mas é só as 20;00.

— Quero descansar um pouco antes de me arrumar, todos vão certo? – Luiza sentou no sofá tirando os sapatos, Helena sentou ao seu lado.

— Menos a Débora que já tinha compromisso, de resto vamos todos, na verdade quero te fala uma coisa.

— Pode dizer, o que aconteceu?

— Não aconteceu nada, mas sei que Victor e Clara estão bem próximos depois do acidente, saíram juntos o final de semana, e sinceramente nunca vi meu filho como esta agora, na verdade eu faço gosto deles juntos, adoro Clara, mas como você é tia e chefe dela achei que deveria saber.

Luiza suspirou. – Eu amo Victor e Clara eu adoro aquela menina, se eles se gostam eu vou apoiar, só quero que deixe ele avisado que se brincar com ela vai se ver comigo, ele é meu sobrinho e eu o adoro, mas não vou aliviar ainda mais se tratando de quem é.- Ela se levantou do sofá e foi em direção a escada.

— Isso eu já avisei a ele e por incrível que parece tenho certeza que ela é diferente.

Mansão Belmonte.

Clara estava no quarto tinha acabo de tomar banho, olhou para a penteadeira e viu caixa que a empregada lhe deu, dizendo que era um presente de sua mãe, ela estranhou, primeiro por sua mãe dar um presente e segundo por ter ido se desculpar por não poder estar o dia de hoje com ela. Ela pegou a caixinha e abriu, pegou o presente e o analisou, não entendeu, pegou o bilhete e começou a ler.

‘’ Clara, filha sei que temos nossas diferenças, mas quero te dar esse presente para você usar no dia de hoje. Parabéns. Raquel.’’

Ela pegou a corrente com um pingente, metade de um coração escrito mãe, ela olhou o pingente e colocou a corrente no pescoço.

Luiza e a família chegaram era 20:00 em ponto, foram recebidos por Carmen, eles entraram e foram para a sala. Otávio saiu do escritório e seus olhos imediatamente pararam nela, estava deslumbrante, um vestido verde claro ate os joelhos, o cabelo em um coque perfeitamente feito, as sandálias eram de um salto médio e a maquiagem leve realçando ainda mais sua beleza. Ele precisava se mexer afinal ali eles eram só amigos, mas ia ser difícil ficar a noite toda sem toca-la.

— Boa noite, é um prazer recebe-los, obrigado por terem vindo. – Ele cumprimentou os homens com aperto de mão e as mulheres com beijo no rosto, no de Luiza ele demorou alguns segundos a mais respirando seu perfume. Ela se arrepiou, como aquele homem fazia suas pernas ficarem bambas e seu coração quase sair pela boca.

Todos se sentaram, começaram a conversar e esperar Clara descer, depois de um tempo Otávio se levanta e vai ao encontro da filha na escada, a abraça e deseja tudo de melhor para a vida dela.

Victor estava bobo com tanta beleza, ele sentiu um cutucão na costela, olhou para seu pai. – Fecha a boca Victor – Disse Carlos com diversão.

Cada um a cumprimento, claro Victor demorou mais que o necessário no abraço, enquanto esperavam o jantar eles conversaram sobre muitas coisas. Helena estava mais perdida nos seus pensamento do que interada da conversa, ela não conseguia entender a semelhança de Clara com sua irmã, alem dos olhos, o sorriso praticamente tudo, será que só ela achava isso, bom a única que conhecia realmente Luiza era ela, ela foi tirada dos seus pensamentos pela voz de Otávio.

— Luiza, eu queria e mostrar uns cavalos que queria apostar, como você conhece bem, pode me ajudar.

— Claro Otávio, ela se levantou e o acompanhou até o escritório, ela entrou e ele fechou a porta, a abraçou sentiu o perfume dela e a beijou, estava louco para fazer isso desde que a viu.

— Deus Luiza, você esta maravilhosa, estava louco pra te abraçar e te beijar meu amor.

— Eu também. – Eles se beijaram, quando ouviram bater na porta se separaram, era Clara dizendo que o jantar estava na mesa.

Todos foram para a mesa, jantaram em perfeita harmonia, Luiza e Otávio trocavam olhares e sorrisos, depois que acabaram de comer foram novamente para a sala, Luiza estava vendo as fotos de Clara criança, quando a mesma se aproxima.

— Eu estou melhor agora pode ser sincera. – Luiza a olhou e sorriu.

— Você era uma criança linda e agora uma mulher linda.

Clara pegou as mãos de Luiza – Obrigada, por tudo, pela oportunidade de trabalho, pelas broncas e pela amizade. – Elas se abraçaram.

A porta da mansão se abriu, todos olharam, era Raquel, ela olhou pra Luiza e Clara e abriu um sorriso sádico.

— Que bela cena, parecem mãe e filha, a claro esqueci que sua filha morreu não e mesmo Luiza.

Todos não entediam nada, apena quem sabia da historia.

Otávio a pegou pelos braços. – O que esta fazendo ficou louca Raquel, sai já daqui.

Ela se soltou dele e se aproximou mais das duas. – O que foi Luiza, era segredo, desculpe não sabia. – Falou com sarcasmo. – Então deduzo que Clara não sabe que você e Otávio foram namorados e que você ficou grávida dele e essa criança morreu.

Clara olhava do pai para Raquel e para Luiza, não entendendo nada. – Mãe do que a senhora esta falando, que isso significa.

Raquel olhou para Otavio. – Vamos Otávio, vamos jogar tudo no ventilador.

— Pai do que ela esta falando?

— Não adianta mais mentir querido. – Raquel não tinha nem começado teria muito mais que isso.

— Luiza é verdade, você e meu pai foram namorados e tiveram uma filha que morreu? Me responde. – Clara estava ficando nervosa, agitada.

Luiza olhou para Otávio, era o momento da verdade. – Sim Clara é verdade, eu tive uma filha do Otávio, ela morreu quando nasceu.

— Morreu, como foi se despedir do corpo do seu bebe.- Raquel pegou pesado.

Helena não agüentou mais, foi ate Raquel, a pegou pelos braços. – Já chega, já falou demais, sai daqui porque se minha irmã esta em choque para te dar a surra que merece eu não estou.

Raquel não tirava os olhos de Luiza, não deu importância para Helena e ditou a resposta da sua própria pergunta. – Não se despediu não é, e sabe porque Luiza não deixaram você enterrar e se despedir da sua filha?. – Raquel se soltou das mãos de Helena e se aproximou ficando frente a frente com Luiza. – Porque sua filha nunca esteve morta.

Luiza estava em choque, ouvia a voz de Raquel se repetindo em sua cabeça. ‘’ Porque sua filha nunca esteve morta.’’ Ela conseguiu recobrar aos pouco os sentidos.

— Do que esta falando, como pode brincar com uma coisa dessas você também é mãe, você é pior que pensava.

— Não estou mentindo querida e te provo, sabe onde esta aquele colar que você pediu para entregar a sua bebe e seu pai disse que enterrou junto com ela. – Raquel se aproximou de Clara, colocou a mão em seu pescoço e tirou de dentro da blusa a corrente com o pingente com a metade do coração escrito mãe, virou e atrás estava a inicial L. – Aqui esta ele, o seu colar.

— O que esta dizendo? – Luiza tocou o pingente e olhou nos olhos de Clara, já marejados pelas lagrimas, como os olhos dela, estava assimilando tudo aquilo, quando ouviu novamente a voz de Raquel.

— Porque acha que Otávio se aproximou de você? Ele sabia Luiza o tempo todo ele sabia.

Otávio estava em choque com toda aquele revelação e quando ouviu Raquel o acusando de algo tão cruel seus olhos se encontraram com os de Luiza e.

Continua...