A Herdeira do Infinito escrita por Cabeça de Alga


Capítulo 7
O Lado Negro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679752/chapter/7

A lembrança do que tinha acontecido no outro dia era vago, só lembrava de ter atacado Belona por algum motivo, dai tudo ficou negro, Lemeth tinha me dito que Belona estava bem, mas que eu precisaria descançar pois tinha feito muito esforço ontem. Quando perguntei o que tinha acontecido, Lemeth apenas me disse que eu meio que tive um surto e acabei atacando ela e que se não fosse ela ter chegado na hora eu a teria matado e me matado também. Ela disse também que os treinos seriam interrompidos por um tempo. Mesmo não sabendo o por que eu estava com se tivesse abrido um buraco em meu peito, disse isso para ela, que disse que era por causa da facada que eu tinha levado, não tinha outro motivo em mente então apenas aceitei.

Tinha saudades de Luis, Lemeth tinha me dito que ele não estava no hotel no momento em que o exercíto dos Reivels atacaram. Ele deve ter ficado muito assustado quando chegou e reparou no estado do apartamento e do meu quarto, tinha que arrumar um jeito de ir ver ele, sem que ninguém saiba, ele deve estar muito preocupado . Mas pensendo bem, ele deve estar mais seguro sem mim agora.

Parece que estou aqui dentro a uma eternidade, fui proibida de sair hoje, até que eu me recupere. Acabaria ficando louca antes mesmo disso.

Deitei um pouco, para passar o tempo mais rápido, já que irei ficar presa aqui dentro por dois dias. Estava me sentindo exausta, como se tivesse carregado um peso de uma tonelada, e acabei por pegar no sono.

 

Quando abri os olhos vi que estava novamente no avião, só que dessa vez eu estava sozinha, olhei pela janela e percebi que estavamos voando, levantei e percorri o caminho que ia para a cabine do piloto. O caminho parecia ficar cada vez mais longo, até que o avião deu uma turbulência e começou a cair, fui jogada para traz com tuda a força, bati as costas em uma das repartiões, que dividia as cabines da primeira classe. Não senti quando o avião atingiu o solo, levantei e fui para a saída de emergência, precionei o botão, que imediatamente lançou a porta fora, dando lugar para uma escada inflavel, desci até chegar em um terreno lamacento, cheio de arvores mortas, e em alguns galho tinham ossos de passaros, no chão o gramado estava morto, e a terra lamacenta. Não tinha como voltar para o avião, ele seria inútil para mim agora, tinha que seguir em frente. Andei por vinte minutos, tentei encontrar alguma coisa viva, mas parecia impossivel, estava tudo morto a pelo menos 100 anos, sgui por um caminho que deveria dar para um pequeno riacho, que estava seco.

O céu estava vermelho sangue, o sol estava escondido por nuvens negras, que relampejavam constantemente. Vestigios de fogo eram mais constantes a cada passo que dava. Deveria estar andando por um bom tempo, pois o solo estava começando a mudar, ao invés de lamacento, agora estava seco e rachado, parece aque aqui não chove a um bom tempo, pelo visto estas nuvens são de tudo, menos a chuva em sí. Aqui as arvores mortas davam lugar a esqueletos de flores gigantes, que uma vez deveriam ter sido rosas, aqui e ali tinha uma fenda, que era tão funda, que seria impóssivel de se ver o fundo.

O terreno começou a mudar novamente, mas dessa vez para um campo gramado de espinhos pretos, que pareciam chorar, um choro negro, que deixava o ar sufocante. A frente de todo aquele mar de espinhos tinha uma montanha, que se erguia resplandescente e linda, sua cor verde e viva era vista de longe. Algo me chamava para aquele lindo lugar, mesmo que tenha que passar por todos esses espinhos tinha que chegar lá, parecia que minha vida dependia daquilo. |Então comecei a ir adentro daquele ninho horrivel de espinhos negros.

— Se eu fosse você não daria nem mais um passo – Me virei, para me deparar com uma menina de branco, com cabelos e olhos negros, da cor das gotas dos espinhos, seu rosto era belo, seu cabelo era ondulado, sua pele era quase tranparente, ela não deveria ter mais de 15 anos – Vai por mim, não vai querer ir para aquele lugar.

— E por que eu deveria ouvir você ?– Minha voz saiu rouca, nem tinha percebido, mas minha garganta estava seca, parecia que a cada palavra uma fenda do mesmo tamanho que as outras se abria.

— Não disse que você deve me ouvir, apenas dei um aviso – Disse ela com arrogância – Só os que sabem ouvirão, e só os que ouvem não saberam.

— Que ?.

— Nada. Mas como estava dizendo, você não deve ir por ai é muito perigoso.

— Afinal de contas quem é você ?– Por um momento a menina fez uma cara de espanto, como se fosse uma ofença eu não saber quem era ela, mas isso rápidamente saiu de seu rosto.

— Meu nome é Luliana Bongolis, do clã Bongolis.

— Nunca ouvi falar desse clã, apesar de eu não saber muito mesmo.

— Ah!, não se preocupe, ninguém quer se lembrar que meu clã algum dia existiu – Disse ela como se aquilo fosse divertido – Ao contrário de Clarisse Cronarius, a Herdeira de um clã e um reino perdido e derrotado, você é igual a mim – Por algum motivo eu senti que tinha que me afastas dela, mas não conseguia, o que tinha contecido a seu clã e já que eles também tinham sido destruídos igual ao meu, por que ela estava aqui ? e como ela sabia me nome ? e principalmente o que seu clã tinha feito para merecer a destruição ?.

— Como sabe meu nome ?.

— Ah, minha querida eu sei de tudo, sei que você esta sendo perseguida por Victor Reivel, filho mais velho do Lorde Reivel, sei que seus pais morreram para te proteger, sei que você foi atacada em um avião e sei que você esta confinada em Everis, junto de Lemeth e Belona – Não pude conter minha cara de espanto, não pelo fato de ela saber que Victor Reivel esta tentando me matar e nem de eu ter sido atacada, mas sim por ela saber que estou em Everis, Lemeth tinha dito que ninguém sabia onde eu estava – Ah, calme Victor não sabe, Lemeth é muito esperta, pode deixar não falarei com ele, até por que não posso.

— Por que você não pode ?.

— Creio que você não precisa saber do por que, o que você precisa saber é que ele te achara, mais cedo ou mais tarde, ele sempre acha. Lemeth acha que pode te fazer dominar o poder daluz antes que Victor chegue, mas o que ela ainda não sabe é que você já é dominante de um belo poder. Um poder que eu daria de tudo para ter ele, você domina, bem ou melhor é ou vai ser dominada pelas trevas. Você ativou esse poder quando tentou matar Belona, sim queridinha, não precisa fazer essa cara, já te disse sei de tudo, mas enfim, você sucumbira as trevas, olha que lindo. Sua transformação já começou, Lemeth não quer ver isso, pois ela tem esperanças de que você domine as luz, mas já é visivel, você agora pertence as trevas, igual a mim. Só que você tem as trevas em seu sangue, já eu, infelizmente tive que matar um demonio e tomar seu sangue, para ter esse poder, mas essa história é muita chata, então não contarei.

— Eu não sou igual a você – Disse ainda muito rouca.

— Sim, você é, só não sabe ainda, mas em breve saberá e sera perfeito. Posso até ver a destruição que você causará, mortes, sangues e fogo, muito fogo – Virei um pouco para ver a montanha, parecia que ela estava se afastando, tinha que sair dali – Ah!, aquilo de lá – Disse ela seguindo meu olhar – É a parte onde esta aprisionada uma bela rainha, acho que já ouviu falar dela, Irys, Rainha Irys Loriel .

— Ela esta aqui mesmo ?, quem a prendeu aqui ? - Minha cabeça estava a mil, finalmente tinha encontrado a Rainha, mas se ela estava aqui seu filho e seu marido estariam onde ?, e sua Orde Celeste ?.

— Sim ela esta aqui, mas infelizmente ou felizmente, seu marido e filho estão mortos e sua Orda Celeste não pode salvá-la. Quem a prendeu ali foi Lycatrion Bongo, um ser estranho se me perguntar, ele não é humano. De inicio achei que ele fosse fazer dela a sua refeição, mas não, ele a confinou naquele lugar horrivel, e a tem mantido la durante todo esse tempo.

— E onde esta a Orda Celeste da Rainha ?.

— Ah!, aqueles fracotes se esconderam, não tinham capacidade para resgatar ela, então fugiram e se esconderam em …. - Bem no momento em que ela iria falar onde eles estavam, um estrondo atrapalhou, ele vinha do fundo da fenda – Hum, sinto te dizer queridinha, mas nosso momento acabou, meu pai esta me chamando. Te aguardo anciosa, que seu lado negro avance cada vez mais rápido – Disse ela com felicidade.

Ela virou as costas e começou a ir na direção da fenda, depois de estar na ponta, ela olhou pata traz deu um sorriso e então pulou, sufoquei o grito e corri para a beirada da fenda, que estava do mesmo jeito, negra e impossivel de se ver o fundo. Me virei e olhei novamente para a montanha, onde estava aprisionada a Rainha Irys, finalmente a tinha encontrado, agora a necessidade de ir além daquele mar de espinhos valia qualquer coisa. Então comecei a avançar dentro dele, indo em direção a prisão. Os espinhos fincavam em minha pele, fazendo queimar onde eles entravam. No terceiro passo cai no chão de espinhos, tudo estava escuro, sera que isso era veneno ?, se fosse eu já estava morta.”

 

Acordei com o grito de Lemeth, me sentei rápido, para me deparar com ela olhando horrorizada para mim, como se eu fosse uma aberração que ela tinha nojo. Senti uma pontadas de dor nas penas e então olhei para baixo, para ver que minhas pernas estavam negras e cheias de furos, que evacuavam sangue, que ao invés de ser vermelho era negro. Minha garganta estava fechando, por causa do pavor, olhei para Lemeth em um pedido desesperado de ajuda.

— Lemeth, o..o que é isso ?– gaguejei.

— Isso é veneno de Moinha, se não tratarmos logo você estara morta antes mesmo do amanhecer – Disse ela correndo para fora do quarto, quando ela fez isso meu desespero tomou conta de mim, comecei a gritar por seu nome, pedindo para ela não me abandonar, até que ela voltou com uma maleta – Não te abandonarei minha querida, nunca – Disse ela abrindo a maleta e tirando la de dentro um pedaço de pano branco – Isso ira extrair todo o veneno de seu corpo, espero que isso ainda seja possível – Disse ela colocando um em cada perna, no mesmo momento senti meu corpo ficar mais frio e menos pesado.

— Lemeth, eu...eu preciso te falar uma coisa.

— Calma, depois que você estiver curada conversaremos – Disse ela, sua face agora deixara de ser de nojo, para uma preocupada e depois aliviada – O veneno esta quase todo extraido, agora você deve fechar os olhos para que saia o resto mais facilmente.

— Mas eu acabei de acordar – Disse.

— Então durma de novo – Disse ela se virando e pegando um copo com o que parecia ser leite – Aqui beba isso, é leite de pampoula, você durmira o tempo necessário para que o veneno saia – Disse ela e sem esperar que eu esticasse a mão para pegar, ela enfiou o copo com o liquido pela minha boca. Ele tinha um gosto de inicio amargo, mas depois se tornou doce.

— Mas eu preciso muito falar com você – Disse já fechando os olhos para o sono. “ Durma, pode ir durmir, minha filha”, uma voz falou em minha cabeça, então fui dormir de novo, mas dessa vez não sonhei com nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Herdeira do Infinito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.