A Herdeira do Infinito escrita por Cabeça de Alga


Capítulo 27
A Batalha Final - Primeira Parte




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— Sor. Richard vá e mande o restante do exército se preparar agora mesmo – Falei – Eu irei para o quarto onde está minha mãe e depois irei para a sala do trono, será lá que vou receber eles, mas mande apenas os generais virem para cá entendido, o restante deixe que fiquem na praça de treinamento, no grande salão, onde quer que eles queiram ficar – Richard ficou me olhando desolado, como se quisesse falar algo, mas as palavras não saiam de sua boca – Quer falar algo? – Perguntei – Como achei, agora vá e faça como lhe ordenei – Ele saiu do quarto onde estava, aquilo já estava ficando insuportável, ele tinha me desprezado, dizendo que um simples cavaleiro não poderia ficar com uma rainha, me disse não, não ao que sentia a ele, para mim chega, ele não quis e agora eu também não quero mais.

O quarto que tinha escolhido era o mesmo que minha tia tinha estado quando era rainha de Morbidus, ele tinha uma cama de ouro, uma colcha de linho e travesseiros de penas de ganso, o que não me agradou muito, mandaria trocar depois, tinha um guarda roupa de carvalho e dentro dele tinha vários tipos de vestidos, um mais belo que o outro, na frente da cama tinha um baú e nele tinha joias, com todo o tipo de pedra preciosa, desde diamantes a rubis, mas teve uma em especial que me chamou a atenção, que foi um anel de ouro com uma pedra metade branca e metade negra, ela era linda, no momento que a vi eu soube que a queria, então a peguei e coloquei em minha mão. Como se fosse um acompanhamento peguei um vestido branco de linho, simples, mas o suficiente para mim naquele momento. Me vesti e coloquei minhas sandália, já que aqui não tinha sapatos altos, que eram os que eu iria preferir, despois voltei ao baú e peguei um colar também de ouro, ele tinha três pedras quadradas, uma cor de vinho, outra preta e outra vermelho escuro, a coroa tinha que ser aquela feita pelos Mino, pois ainda não tínhamos achado a Coroa das Estrelas de minha tia. Fui então para o quarto de minha mãe, durante a batalha ela tinha sido esfaqueada, soube apenas depois que tínhamos conquistado o castelo, desci da torre onde ficava meus aposentos e fui para a sala dos curandeiros. Apesar de tudo o castelo era muito belo, seu salão onde se reuniam todos os convidados para o café da manhã, o almoço, o jantar ou sei lá como eles chamariam, era gigante e era feito com mármores pretos, desde a fachada ao resto do lado de dentro, seu teto era feito de algum tipo de pedra branca e tinha desenhos em ouro derretido de anjos, além de um lustre gigante no centro e de dois tronos em algum tipo de palanque no fim o salão, eles eram ainda mais belos, eram feitos de carvalho com pequenas peças de ouro nele, os dois eram do mesmo tamanho, mas era evidente qual era o da Rainha e qual era o do Rei, o dele tinha arcanjos em ouro derretido entalhados e o da Rainha tinha pequenas flores também entalhadas em ouro.

Passei pelo Pátio, onde estava metade do exército, a outra metade estava fazendo a ronda pelo castelo em busca de algum inimigo. Fui para uma das maiores torres, que era onde ficava os curandeiros, cheguei as portas, onde tinha dois guardas, eles a abriram para mim e eu subi as escadas, até a porta onde tinham mais dois guardas, tinha ordenado que eles ficassem de prontidão, caso alguém quisesse atentar contra minha mãe, entrei no quarto e lá dentro estava minha mãe, deitada em uma cama larga, enrolada com lençóis de seda bancos, ela parecia estar dormindo, fui para perto dela puxei uma cadeira e me sentei perto dela, tentando não fazer barulho algum, mas como sempre fui um fracasso, derrubei um pequeno frasco de cristal e minha mãe abriu os olhos.

— Quem está ai? – Perguntou ela se virando para me olhar – Minha filha – Disse ela surpresa e feliz – Pensei que nunca mais te veria.

— Sinto ter que mudar seus planos mamãe – Falei abraçando ela, mas ao tocar em seu peito ela gemeu de dor, a espada tinha atravessado seu peito, passando de raspão no coração, não sabiam como ela ainda estava viva – A senhora não sabe como fiquei preocupada com você quando soube o que tinha acontecido.

— Não precisa minha filha – Falou ela ainda meio abatida, sua voz estava seca, quase sem vida – Estou melhor impossível, seu pai, ele... está bem? – Ah tinha essa também, meu pai tinha quase se matado tentando proteger minha mãe, ele levou um corte profundo em sua perna, talvez nem volte a andar como antes.

— Está de repouso, mas bem – Disse para ela – Mãe preciso de sua orientação.

— Pode dizer, no que eu puder ajudar, te ajudarei – Disse ela olhando em meus olhos.

— Convoquei a todos os Lordes, Senhoras e Senhores para uma reunião de guerra, a segunda reunião de guerra, quero saber o que devo fazer, o que posso falar para que estejam do meu lado, apenas a Senhora Brindigite Voltys, o meu primo Symom, Lorde Justino Koly, Lorde Clores Mino e o Senhor Vitorio Num estão ao meu favor, o restante está prestes a retirar suas tropas, dizem que minha guerra é perdida, que continuaram para a retomada desse castelo por causa que já tinham feito esse acordo, mas que agora nada os impediam de irem embora. O que devo fazer?

— De todos os clã de Morbidus apenas cinco vieram para o seu lado, isso é complicado – Disse ela com um sorriso no rosto, o que estava me deixando intrigada, como poderia estar feliz, sem os outros estaria perdida – Não sei o que você deve fazer.

— Mas eu preciso de ajuda.

— Não você não precisa, agora é a nova Rainha, tem que parar de ser apenas corporalmente e ser espiritualmente, seja a Rainha que eles merecem, rígida com quem merece e bondosa com quem faz por onde, agora é o momento de ver quem serão seus aliados reais. Esses Clã que ficaram do seu lado, são os principais, são os que devem ter um olhar mais especial seu.

— Prometo que irei tentar, mas não confirmo que serei bem sucedida.

— Você já foi, a partir do momento que reuniu todos esses clã para o seu lado, a partir do momento que venceu o exército dos Reivel e será novamente com ou sem a ajuda desses clãs – Ela tinha razão, poderia derrotar Prometheus sozinha, não era mais aquela garotinha, que desconfiava de todos, mas que nunca fazia nada, agora eu mudei, sou Clarisse Cronarius, a verdadeira Rainha de Morbidus.

— A Senhora tem razão, irei ser quem sou e apenas isso, quem estiver comigo será vencedor e quem estiver contra mim será derrotado.

— Isso minha filha, faça isso, agora saia, preciso descansar, estou morta – A olhei e ela riu, uma risada sem vida, quase realmente morta.

Me levantei e fui para a porta, onde bati duas vezes e os guardas abriram ela, desci as escadas e fui direto para a Sala do Trono, que era do mesmo tamanho do salão, mas o Sala do Trono tinha apenas dois tronos de carvalhos, iguais aos do salão, uma grande mesa redonda também de carvalho, com cadeiras de estofados vermelhos, tinha uma janela atrás do meu trono, que dava para um jardim, que meus antepassados tinham cultivado por décadas. Quando cheguei no Salão todos os 11 líderes que tinha convocado para a guerra, entre eles estavam os Lunther, Scarter, Meretriz, Haven, Voltys, Num, Mino, Gonums, Koly, Strimbos e Joules. Cada um com uma habilidade especifica e poderosa, fui direto para o trono, todos me olhavam, tentei não demonstrar timidez, mas era difícil. Chegando ao trono me sentei, olhei bem para a cara de cada um naquela sala, tentando gravar seu rostos, para saber quem seria meu traidor e quem seria meu aliado.

— Bem estamos aqui Vossa Alteza, pode nos falar o que quer agora – Disse a Senhora Clery Strimbos, ela era uma mulher de vinte e cinco anos no máximo, seus pais tinham falecido na doença de inverno, junto com seus irmãos.

— Creio que todos sabem o que quero Senhora Clery – Disse sem nem mesmo olhar para aqueles olhos amarelos, eram descendência de sua família – Preciso de aliados para derrotar Prometheus e seus seguidores – Todos ficaram em silêncio, até que Lorde Justino se pronunciou.

— Estarei ao seu lado minha senhora.

— Também estarei – Disse Brindigite.

— Pode contar com minhas forças – Disso Lorde Mino.

— E as minhas, mesmo sendo poucas – Disse o Senhor Num.

— Estarei com você prima – Disse Symom Gonums, todos aqueles que já sabia que estavam do meu lado, todos os outros seis olharam para os cinco, como se eles fossem algo de estranho.

— Vocês morreram para tentar salvar algo já perdido? – Perguntou Lorde Kley Joules – Seus clãs serão dizimados.

— E quem garantira que eles serão poupados se Prometheus vencer?  – Disse Lorde Justino, ele tinha mostrado que não era aquele covarde que todos os chamavam, tinha acabado com mais soldados Reivel que qualquer outro clã.

— Lorde Justino, você deve estar se sentindo incrível, não é? – Falou a Senhora Geséle Meretriz com arrogância – A primeira batalha bem sucedida de seu clã pacata.

— Pacata, mas que lutou bravamente e que não terá medo de lutar de novo – Disse – Essa pode ser sua primeira batalha, mas foi melhor do que qualquer outra que seu clã já esteve Senhora Geséle.

— Vossa Alteza não sabe o que diz, eles são fracos e pobres, nunca mereceram seus títulos de nobre, até mesmo os Num que são uma desgraça para Morbidus, são melhores.

Cale-se – Disse já furiosa – Você ousa insultar aqueles que ficam ao meu lado, acha que seu clã é melhor que o deles? Não se engane Senhora Geséle, com você no comando daquele clã, tudo é melhor – Ela me fuzilou com os olhos, mas isso já não me fazia mais efeito, de veneno de cobra eu já estava vacinada – Se existe algum clã que não merece os títulos é o seu Senhora Geséle, ou devo chama-la de Lady Geséle – Seus olhos se arregalaram.

— O que quer dizer com isso?

— Nada além do que já está explicito – Disse e olhei para todos – Olhem bem para isso e que sirva de lição para vocês – Olhem novamente para Geséle Meretriz – A partir de hoje seu clã será rebaixado, suas honrarias e títulos serão cassados, não terão mais direitos de utilizarem o título de Lordes e Senhoras, a partir de hoje serão Senhores e Lady.

— Você não pode fazer isso – Disse ela indignada – Nosso clã é um dos mais poderosos, somos seus parentes, você não tem esse direito.

— Sim eu tenho e quanto a nosso parentesco, sinto informa-la que não tenho o sangue dos Meretriz, meu tio era Meretriz, mas meu pai não, vocês não são nada para mim – Olhei em volta novamente – Quero que saibam que isso não é uma punição para quem está contra mim, vocês do Clã Meretriz mereceram isso a partir do momento que disseram tais palavras de meus aliados e não aceitarei isso, quanto a quem não quiser se juntar a mim, quero que saibam que estarão livres para saírem sem punição alguma, mas quero que saibam, quando essa guerra for ganha nunca terão meu apoio para nada, qualquer pedido de ajuda para guerras, casamentos e alianças serão recusados, serão meus inimigos e espero que não tentem cruzar meu caminho, pois serão destruídos.

— Não acreditem nela – Disse Geséle Meretriz, já furiosa – Ela quer colocar medo em todos, para irmos para o seu lado, mas não façam isso, ela irá morrer em breve, que Lorde Prometheus invada o mais rápido o possível esse castelo maldito e acabe com você.

— Sempre soube que você Lady Geséle e o seu clãs queria a coroa, soube disso a partir do momento em que te olhei pela primeira vez – Seus olhos ficaram vermelhos de fúria – Uma usurpadora é isso que é, falou dos Reivel, mas é igual a eles. Você queria estar aqui, no meu lugar, acha que não consigo ver isso. Acha mesmo que algum dia algum do seu Clã terá a capacidade de liderar Morbidus e o Clã Cronarius? Revise seu conceito se preciso – Ela se levantou furiosa, faltava pouco para sair fogo por suas narinas.

— Saiba Rainha, você caíra, se não for com Prometheus será comigo ou alguém de meu clã, não precisamos dos Cronarianos no poder, chega de todos vocês, chega de suas tramoias.

— Já chega – Disse me levantando, ela então se calou, sorriu para mim, um sorriso um tanto demoníaco, estava em dúvida se ela era um dos de Prometheus ou não.

— O que irá fazer agora querida Rainha?  – Disse ela zombando – Ira me punir? A creio que não tem capacidade para me matar, não é mesmo?

— Você está certa, não tenho capacidade para me comparar a você – Disse e seu rosto ficou ainda mais vermelho de raiva – Mas tenho a capacidade de te prender, até que a guerra esteja terminada e depois disso será julgada, por tentativa de usurpar o trono e por difamar a mim e de meus aliados – Sua rosto deixou o vermelho de lado e adquiriu uma tonalidade mais para pálida.

— Você não pode fazer isso – Disse ela com sua voz rouca.

— Quer ver? – A encarei – Guardas – Chamei e dois deles entraram, tinha colocado os cavaleiros dos Voltys e dos Koly aqui, eles eram os que mais confiava – Levem ela para as selas, para que aguarde um julgamento – Ela me encarou, seu rosto parecia uma pedra branca, a ferocidade tinha deixado ela bem rápido depois que viu os guardas – Coloquem ela onde sua nobreza exige – Eles a pegaram, cada um em um braço e começaram a leva-la, ela nem sequer gritou ou me xingou, apenas me encarou – Ah quero que saibam, o Clã Meretriz perdeu seus títulos de Lordes e Senhoras e suas honrarias, agora não passam de um Clã de Senhores e Lady. Então levem a Lady Geséle Meretriz para as selas.

— Meus filhos reuniram exércitos e viram me buscar – Disse ela em voz baixa, mas que ainda assim dava para ouvir.

— Estarei aqui esperando por eles – Falei e fiz um gesto com as mãos para que ela fosse retirada – Sor. Breno – Chamei um dos guardas antes que saísse – Chame Sor. Richard para mim depois que levar ela – Ele acenou a cabeça em tom positivo e então partiu – Mas alguém quer fazer companhia a ela? – Todos mantiveram suas mãos baixas, o que me deixou bem triste, tinha gostado de condenar alguém – Foi o que pensei, mas como estava dizendo, quem quiser pode sair agora, não acontecera nada a vocês. Apenas aquilo que lhes disse, mas se ficarem receberão terras, horarias, títulos e minha aliança. O que me dizem? Estão ou não comigo?

— Pode contar comigo Vossa Alteza – Disse a Senhora Vyvien Lunther – Estou cansada de ir pelos outros, irei pelo meu instinto – Agora ela vai pelo instinto né!

— Pode contar comigo também Vossa Alteza – Disse Lorde Queven Scarter.

— E comigo – Falou a Senhora Clery Strimbos.

— Comigo também – Disse Lorde Kemp Haven – faltava apenas Lorde Kley Joules.

— Desculpe-me Vossa Alteza, mas não posso arriscar tudo o que tenho, não posso arriscar minha família.

— Também estou arriscando a mim e minha família Lorde Kley.

— Mas essa é sua guerra não a minha, como disse desculpe-me – Disse ele se levantando e indo para a porta.

— Pois bem Lorde Kley, como disse antes nunca ninguém de seu clã terá a nossa ajuda, a partir de hoje vocês serão apenas mais um – Ele não se deu ao trabalho de responder, abriu a porta e saiu, menos dez mil homens, mas em compensação ganhei mais setenta e dois mil, sem contar os homens Meretriz, logo depois que Lorde Kley saiu Richard chegou, aqueles olhos castanhas ainda mexiam comigo – Pois bem Senhores, creio que a reunião está encerrada, agora preciso tratar de outro assunto importante – Todos se levantaram e um por um se ajoelharam a minha frente e saiu, quando chegou a vez do Senhor Vitorio Num eu o parei – Depois que tudo terminar me encontre em meus aposentos, preciso falar em particular com o Senhor.

— Como deseja Vossa Alteza – E então ele se retirou, deixando apenas eu e Richard na sala.

— O que Vossa Alteza deseja?

— No momento que feche as portas – Ele fez o que lhe foi ordenado, me levantei e fui para a janela atrás do meu trono – Geséle Meretriz foi presa e perdeu os títulos e honrarias.

— Sim eu vi ela sendo levada para a prisão.

— Preciso que vá até seu exército e faça duas perguntas a eles.

— E quais são elas?

— Quero que pergunte se eles querem ficar, me jurarem lealdade e serem a partir de hoje parte de meu exército, caso não queira, fale que estão livres para voltar para seu castelo e avise eles sobre o que aconteceu a Lady Geséle Meretriz.

— Farei como me ordena Vossa Alteza – Sua voz saiu seca e fria.

— Chega Richard – Disse já farta de tudo, já chega o modo que meus próprios aliados me tratavam – Chega, se quiser é livre para partir, não quero você aqui do jeito que está – Olhei em seus olhos, suplicando que ele dissesse não aquilo.

— Me...me desculpe, não queria ter agido dessa forma com você é só que – Ele parou por um minuto, como para recuperar o folego – É só que eu pensei que seria mais fácil te esquecer – Não aguentava mais, fui até ele e o abracei, de início ele não reagiu, mas de pouco a pouco seus braços me envolveram, até que seus lábios tocaram os meus, bem de leve e então ele os afastou – Não posso.

— Por que? Por acaso está apaixonado por outra? Se estiver pode dizer, não farei nada, bem talvez a mate, mas fora isso, nada de ruim – Ele me olhou e então sorriu.

— Tenho olhos apenas para uma e é você.

— Então por que não podemos ficar juntos?

— Por que não sou qualificado para Vossa Alteza.

— Essa história de novo? Sabemos que não é por causa disso, vamos diga de uma vez por todas, por que não podemos ficar juntos?

— Eu…eu – Parou, tentando achar as palavras – Beijei outra quando estava com Kely – Aquilo foi um pequeno choque, não muito grande, mas um choque – Por isso não posso ficar com Vossa Alteza, eu a trai, enquanto estava lá a trai com outra – Fui até ele de novo e o abracei – O....o que é isso? – Perguntou ele pasmo.

— Diga-me, foi apenas um beijo ou foi mais que isso?

— Apenas um beijo, mas do mesmo jeito traição – O beijei para que calasse a boca, esse homem era perfeito demais para existir, me afastei dele, que estava pasmo, sem intender o que tinha acontecido – Mas, eu pensei que fosse gritar, me bater e me expulsar de sua vida para sempre.

— Por causa de um beijo, não nunca – Disse – Pode até mesmo ter sido traição, mas você se arrependeu e tentou demonstrar isso me deixando livre de você, nenhum homem faria isso, eles esconderiam para que não perdessem o poder de estar com um rainha, mas você não pensou nisso, você pensou em mim, em como me sentiria e isso sim é amor de verdade e é isso que procuro em alguém.

— Então quer dizer que não me expulsara para sempre de sua vida?

— É claro que não, quero você mais perto de mim a cada dia, acho que morreria sem você – Ele então me beijou, aquilo sim foi o melhor momento de minha vida depois da batalha.

— Desculpe não ter lhe contado antes.

— Terá muito tempo para se redimir depois – Disse em seu ouvido – Agora vamos, temos que tentar trazer alguns para o nosso lado.

— Como Vossa Alteza desejar – Ele foi até a porta e a abriu – Vamos.

— Desculpe não irei com você ver o exército dos Meretriz, tenho que ir para os meus aposentos, pedi para Lorde Vitorio Num mês esperar lá – Richard fez uma cara descontentada – Calma não transarei com ele, apenas quero tratar de uns assuntos de seu Clã.

— Nunca quis dizer isso, apenas fiquei com um pouco de ciúmes, da bastante atenção a ele.

— Você me rejeitou durante dias, não venha me dizer que não lhe dei atenção – Ele abaixou a cabeça, o que quase partiu meu coração, ele fazia uma cara de cachorrinho perdido que dava pena – Vá para o meu quarto nessa noite e te darei bastante atenção – Ele levantou a cabeça e deu aquele sorrisinho que palpitava meu coração e me esquentava.

— Pode deixar que estarei lá e com uma surpresa – Disse ele sem esperar que perguntasse qual seria a surpresa.

Sai da Sala do Trono e fui para a torre dos meus aposentos, passei novamente pelo pátio, onde Richard se reunia com os soldados Meretrizes, tentei não olhar muito, passei direto e fui para a minha torre, os guardas abriram as portas e me deram passagem.

— Não quero ser incomodada – Disse a eles – Apenas se for Sor. Richard, se qualquer outro vier diga que não estarei disposta no momento – Subi as escadas e cheguei a porta do meu quarto, os outros dois guardas abriram as portas e eu entrei, o Senhor Vitorio estava sentado na beira de minha cama, quando me viu se levantou rapidamente.

— Vossa Alteza – Disse ele fazendo uma reverencia – o que deseja de mim?

— Senhor Vitorio, seu clã foi o que mais me deu apoio sabia, mesmo não tendo tantos homens, mesmo sabendo que seu castelo ficaria exposto a invasões caso me desse todos seus homens, mas mesmo assim os entregou e entrou para a guerra.

— Mas é claro Vossa Alteza, devo muito ao Clã Cronarius, se não fosse por sua tia meu clã teria sido extinto a muito tempo.

— Isso não importa mais, pois agora quem está com dívida aqui somos nós e para pagar ela eu lhes dou títulos de Lordes e Senhoras, dou-lhes honrarias e tesouros além de um lugar especial no meu conselho se aceitar é claro – Senhor Vitorio me olhou estupefato, ele parecia não acreditar no que estava ouvindo.                                                                                                                                                            - Está falando sério Vossa Alteza?

— Pareço está rindo Lorde Vitorio Num? – Ele parecia que ia explodir de tanta felicidade ou melhor parecia ter um infarto – De agora em diante terão minha ajuda e aliança para qualquer coisa que quiserem, farão parte do meu conselho pessoal, conselho de guerra e se quiser poderá colocar os seus filhos mais novos para treinar aqui, para se tornarem Sores.

— Eu aceito – Disse ele quase pulando de alegria – Aceito, sabia que Vossa Alteza não se esqueceria de mim, sabia.

— É claro que não me esqueceria, você é uma parte importante nisso tudo – Ele veio até mim e me abraçou, foi estranho, mas retribui o abraço, ele me soltou rapidamente, estava visivelmente constrangido.

— Perdão Vossa Alteza.

— Não precisa pedir desculpas, abraços não matam, bem na verdade matam, mas esse não – Disse a ele – Agora peço que se retire Lorde Vitorio, preciso descansar um pouco, Prometheus está a apenas dois dias daqui, precisamos nos preparar e rápido.

— Vossa Alteza tem razão, como sempre – Disse ele igual a uma criança que acaba de ganhar um doce – A deixarei em paz.

— Agradeço por isso – Ele foi até a porta, mas antes que saísse eu o chamei – Lorde Vitorio, pode chamar Sor. Richard para mim?

— Claro Vossa Alteza – E então ele saiu, tirei o vestido, a coroa e todas as joias, por último me sentei na cama e tirei as sandálias, estava completamente nua, me deitei e me enrolei com a colcha de seda vermelha, meia hora depois Richard abriu a porta.

— Vossa Alteza me chamou? – Disse ele fechando a porta do quarto.

— Preciso de sua ajuda Sor. – Ele me olhou e aquele sorriso apareceu de novo.

— Será um prazer – Disse ele tirando a armadura e tudo o que havia por baixo dela, ele ficou completamente nu na minha frente e já estava ereto, o que não me surpreendeu muito, ele caminhou até a cama e deitou ao meu lado, entrou debaixo das cobertas e subiu em cima de mim – Antes de começarmos, tenho um presente para te dar.

— Melhor do que está embaixo dessas cobertas? – Ele mordeu os lábios, o que o deixava ainda mais bonito.

— Bem melhor.

— Então diga, estou curiosa – Ele se levantou da cama de novo e foi até suas roupas, ficando de costas para mim, então pude ver aquela bunda perfeita, redondinha e depilada, como o restante de seu corpo, pelo menos isso eles faziam né, ele então voltou com um pequeno embrulho, mas dessa vez ele se sentou na cama, sem vergonha me sentei ao seu lado, deixando a colcha de seda deslizar pelo meu corpo, ele então me olhou novamente – O que é isso?

— Abra e descubra – Disse ele me entregando o embrulho, era bem pequeno, deveria ser alguma joia pequena, talvez um brinco – Vamos abra – Rasguei o embrulho e dentro tinha uma caixinha preta, por algum motivo meu coração disparou com pressa para descobrir o que estava ali, abri ela e lá dentro tinha um anel de ouro branco com uma pedra diamante nele – Rainha Clarisse Cronarius, você aceita se casar comigo? – Perguntou ele, aquele sim foi o momento em que eu fiquei sem palavras, meus olhos estavam fixos naquele anel – Clarisse, por favor responda, está me deixando aflito – Disse ele e então pela primeira vez na minha vida tinha certeza do que queria.

— Sim eu aceito – Disse e então ele me beijou e me deitou de novo na cama.

— Dê-me esse anel – Entreguei-o o anel e ele o pôs em meu dedo e aquele sim foi o melhor momento de minha vida inteira, não queria que isso nunca acabasse.    


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