Eu caminhei sem rumo pelas cavernas ignorando todos que falavam comigo. Fui em direção ao único lugar em que estaria só com os meus pensamentos. Mergulhei na parte mais profunda da piscina na sala de banhos e fiquei submerso até meus pulmões doerem.

Sentei na margem, eu não enxergava nada ao meu redor, mas minha mente repassava a terrível imagem de Callie com as mãos na própria barriga. Nesse momento os conflitos que se passavam em minha cabeça eram de proporções enormes, sabia que seria muito mais difícil lidar com minha vida na atual situação, sempre que eu pensava em ter filhos e formar uma família a mulher que eu queria para isso era a Peg.

Depois de vários minutos, que pareceram horas, eu cheguei a algumas conclusões e então saí o mais rápido possível da sala de banhos e caminhei em direção ao lugar que sabia que ela estaria.

Mesmo não enxergando o depósito, eu ouço os soluços e sei que ela está aqui. Meu coração dói ao ouvi-la chorar.

— Peg, podemos conversar? - Digo sem a intenção de esconder quão rouca estava a minha voz. Sentei ao lado dela e passei o braço ao redor da cintura dela.

— Claro. - Ela responde com a voz também rouca.

— Peg antes de qualquer coisa eu quero te dizer mais uma vez que te amo muito nada vai mudar isso. - Eu espero que ela diga algo, mas ela permanece calada. - Eu pensei muito sobre tudo isso, sei que você não me culpa pelo que aconteceu e eu agradeço muito por isso. Sobre o bebê eu vou ser o pai que ele precisar que eu seja, mas não vou desistir do nosso amor Peg.

— Ian eu sei que você me ama, eu também te amo, mas não podemos ficar juntos. Sei que não conheço os costumes humanos, mas de uma coisa eu tenho certeza, essa criança... - Ela reprime um soluço antes de continuar eu passo os dedos pelo rosto dela para remover as lágrimas. Ela limpa a garganta. - Essa criança merece ter uma família como deve ser, o pai e a mãe juntos, eu sempre vou amar você Ian, mas não quero ser aquela que vai separá-lo do seu filho. 

— Peg você não vai me separar dele, eu vou ser o pai dele, mas serei seu marido e, se ainda assim você quiser terminar comigo saiba que eu não vou ficar com a Callie.

— Essa decisão é sua Ian. A minha eu já tomei. - Ela fica de pé e antes que ela possa ir embora eu já estou de pé e segurando o braço dela, passo um dos meus braços ao redor da cintura dela que enterra o rosto em meu peito, eu levanto o queixo dela com uma das mãos e a beijo com toda a intensidade do meu amor.

— Peg, não me deixe... - Eu sussurro afastando apenas um pouco os meus lábios dos dela.

— Eu ... já me decidi Ian ... lamento. - Ela soluça e se afasta, quando tento alcança-la novamente ela core.

Eu caio de joelhos e sinto uma dor terrível, uma dor que não há palavras que possa descrever.